- Exílio é quando o pai da gente atrasa tanto, mas tanto, que nem aparece em casa.
Naquele momento tive a certeza que a frase era da Adriana Falcão. Esperei os créditos e... SHAZAM... lá estava ela como colaboradora do roteiro. É impressionante como alguns autores e ilustradores conseguem desenvolver um estilo próprio. Estas explicações pinçadas da mente criativa da autora me conquistaram desde que descobri o MANIA DE EXPLICAÇÃO (tenho falado tanto deste livro que em breve farei uma resenha). Depois veio o LUNA CLARA & APOLO ONZE. Até que ela resolveu agrupar várias de suas sacadas geniais no PEQUENO DICIONÁRIO DE PALAVRAS AO VENTO. O Tino, por sua vez, cuida com muito carinho da edição de A MÁQUINA com ilustrações de um tal Rinaldo (é a com capa branca, não com a capa do filme), que desde a primeira vista o deixou com uma pulga atrás da orelha que só saiu ontem.
Pois é: Adriana Falcão esteve em Brasília, a convite do Conjunto Nacional, para falar sobre seus livros, sua carreira de escritora e outras mumunhas. Lá descobrimos algumas afinidades. Não gostamos de decidir nada. Quando possível, preferimos delegar essa responsabilidade – ou culpa – para outros. O Tino, a exemplo da Adriana, leu O ESTRANGEIRO também aos 17 anos (presente de um amigo). Livro que desatarraxou uns parafusos da sua cabeça.
Outra coisa bacana deste encontro foi descobrir que tanto talento passa por um doloroso “processo de criação” quando o livro é por encomenda. Segundo ela, normalmente passa por três tentativas iniciais de resolver de uma forma mais simples:
1) Será que tem algo que já escrevi que pode servir?
2) Devolver o dinheiro depositado pela editora...
3) Se matar...
Adriana é capaz de passar a noite procurando a melhor palavra para determinada frase. Às vezes, seus anjos entregam a frase inteira de uma vez. Esses anjos...
O fato é que ela tem graça e talento de sobra. Eu, Tino e Célio, os Roedores de Livros presentes ao encontro, saímos de lá ainda mais fãs. Depois de autografar nossos livros (num bate papo informal em que a pulga do Tino se esfacelou no chão: Rinaldo, o ilustrador daquela belíssima edição de A MÁQUINA é, sim, marido de uma amiga em comum, Germana Accioly... mais do que isso não posso dizer), sessão de fotos e a lembrança do momento em que o meu sapo-príncipe-cearense, num misto de nervosismo e timidez, pediu o microfone e disparou para a escritora uma explicação para o termo ADRIANA FALCÃO: - É quando 400 páginas parecem 60 minutos ou quando a leitura se torna tão gostosa quanto um bolo de chocolate. Esses anjos...
Um comentário:
E aí, Roedores!
Vocês conhecem o blog do Rinaldo? Olha aí, ó:
http://www.rinaldoarte.blogspot.com
Beijão procês.
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