quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Literatura de Cordel de cara e roupa nova!!!

A Literatura de Cordel, que durante muito tempo ficou presa às amarras gráficas e geográficas em produções baratas distribuídas em feiras do interior do nordeste brasileiro, onde o português era escrito muitas vezes num linguajar próprio do sertão - nem por isso menos rico que o nosso português -, ultrapassa fronteiras e ganha uma nova roupagem ao ser adotada por editoras mais conhecidas, que oferecem cores às ilustrações, novas possibilidades aos projetos gráficos, novas histórias e releituras de clássicos do nosso folclore e da literatura mundial, conquistando o olhar de crianças, jovens e adultos, atraídos para o livro também através do som das rimas do cordel. Esse movimento todo tem alguns desbravadores mais conhecidos como o poeta Arievaldo Viana e o ilustrador Jô Oliveira mas o olhar da indústria do livro se abriu para este nicho em 2007, após a conquista de diversos prêmios literários pelo belíssimo e ousado projeto de Fernando Vilela, bancado pela Cosac & Naify, intitulado LAMPIÃO & LANCELOTE: um livro maravilhoso tanto no texto, quanto no projeto gráfico. O "novo" Cordel agradece tal façanha e já oferece aos leitores alguns títulos interessantes como os citados a seguir e que são queridos dos Roedores de Livros.
História recolhida do nosso folclore, O BICHO FOLHARAL ganha o status de Cordel Ilustrado, numa edição em cores, formato 23cm x 23cm, com os versos do cearense Arievaldo Viana e o traço fantástico do pernambucano Jô Oliveira. Aliás, a rica ilustração ganha merecidos três quartos da paginação num projeto gráfico que só pecou na capa do livro onde ousou acrescentar folhas que nada têm a ver com o desenho de Jô.
O texto de Arievaldo, escrito em sextilhas (com o segundo, o quarto e o sexto versos rimando entre si, deixando órfãos o primeiro, terceiro e quinto versos), vem carregado de regionalismo como os termos quixó, quengada e mangando, por exemplo. Mas em nada atrapalha o entendimento do leitor. Para os mais curiosos há um glossário no final do livro. A história sobre a esperteza do macaco sobre a onça fala também da infância da criança sertaneja:

Brinquei de gado-de-osso
De carrapeta e pião,
Em cavalinhos de pau
Corria pelo sertão...
Com prego, lata e madeira
Fazia o meu caminhão.

A exemplo da adaptação feita pela dupla para O PAVÃO MISTERIOSO, O Bicho Folharal usa da força da poesia e da imagem para conquistar leitores mirins do Brasil. A editora IMEPH ainda peca um pouco na questão da distribuição. Numa busca rápida pela internet não encontrei o exemplar do Bicho Folharal em nenhum dos grandes sites de comercialização de livros. Fica aqui um puxão de orelha para a editora. Quem quiser adquirir o livro recomendo que visite o blog de ARIEVALDO VIANA e veja diretamente com ele como fazer.
A dupla Arievaldo Viana e Jô Oliveira aparece também numa produção da editora Cortez intitulada A AMBIÇÃO DE MACBETH E A MALDADE FEMININA. O texto é uma adaptação da obra MACBETH, de William Sheakespeare fato explicado já nos primeiros versos:

Essa história se passou
Na Escócia, antigamente,
Foi William Shakespeare
Que a legou ao presente
Numa peça de teatro
Com desfecho comovente.

Se em O Bicho Folharal, Arievaldo Viana escreve um texto mais próximo da linguagem do leitor nordestino, aqui, mostra sua versatilidade em sextilhas que versam em bom português, sem a necessidade de glossário. Porém, não se distancia daquele leitor. Usa da clássica história da mulher que instiga o marido a cometer crimes e se tornar rei para levar o Cordel para um público mais universal. E isso é ótimo. São 36 páginas no formato 21 x 28 cm, com ilustrações caprichosamente coloridas que ocupam metade da paginação. Jô Oliveira é um mestre neste tipo de trabalho. Seu traço é a cara do nordeste e dos tempos medievais. Não por acaso é a sua ilustração que aparece com freqüência nestes novos caminhos que a literatura de Cordel atravessa. Eu gostaria de ver mais os desenhos de Jô em outras produções além destas temáticas. Por exemplo, adoro seu trabalho na maravilhosa versão de Ana Maria Machado para Alice no País das Maravilhas. Mas isso é assunto para outra hora. Voltemos ao "novo" Cordel.
Há poucos dias, não resisti à tentação e me entreguei aos encantos do livro A ESPANHOLA INGLESA (Scipione) em que o poeta pernambucano Manoel Monteiro, considerado o mais importante cordelista brasileiro em atividade, faz a adaptação da clássica história escrita originalmente por Miguel de Cervantes e publicada no livro Novelas Exemplares. A adaptação também conta com a originalidade e beleza das ilustrações de Jô Oliveira, desta vez, em preto e branco. Dos livros citados anteriormente, é o que mais se aproxima do formato original do folheto de cordel sendo apenas um pouco maior (12 x 18 cm). O projeto gráfico foi certeiro ao escolher o papel reciclado para o miolo. Eu não senti falta das cores presentes nos livros citados anteriormente.
Na verdade, gostei e muito do resultado final desta edição. Porém o que mais chama a atenção é o texto. O autor escolheu a septilha (estrofe em sete versos em que o segundo, quarto e sétimo rimam entre si e com rimas também entre o quinto e sexto verso) como ferramenta de trabalho para compor a adaptação. Esta forma exige mais apuro e o veterano poeta começa assim o seu trabalho:

Nesta hora imploro à Musa
Descer dos céus, por instantes,
Para ajudar-me a contar
Um dos dramas mais tocantes
Que ocorreu além-mares
Nas Novelas exemplares
Do grande escritor Cervantes.

A leitura é de fácil absorção, sem regionalismos. A história da menina espanhola raptada por ingleses que nutre um amor quase impossível pelo filho do seu algoz, conquista o leitor desde o início e a forma poética dos versos de Manoel Monteiro ganhou a minha atenção para uma segunda leitura e já, uma terceira, onde me vejo pescando as sutilezas ali depositadas. A edição inicia com uma apresentação sobre o "novo" Cordel conquistando espaço nas escolas e termina com informações sobre a adaptação, uma breve biografia de Miguel de Cervantes, além de resenhas sobre os artistas das letras e das imagens envolvidos no projeto. Se fosse um filme, eu diria que a edição em DVD conta com extras imperdíveis. Parabéns à Scipione por investir na idéia e conseguir oferecer ao público um produto tão interesante. Que possam vir outros.
Pensando em escrever sobre estes livros, em que o cordel ganha uma nova roupagem, não poderia esquecer de um livro que me encantou há tempos, muito antes de LAMPIÃO & LANCELOTE se encontrarem no livro de Fernando Vilela. Falo do ROMANCE DO VAQUEIRO VOADOR (João Bosco Bezerra Bonfim, Editora LGE). Publicado originalmente em 2003, a primeira edição já ousava no formato (30 x 40 cm). Eu só alcancei o vaqueiro quando ele já voava numa edição de formato menor (20 x 27), porém ainda com toda a ousadia do premiado projeto gráfico de Wagner Alves. Por falar em ousadia, esta é a marca do projeto. As duas xilogravuras que o Mestre cearense Abraão Batista produziu para o livro durante uma rápida passagem por Brasília numa Feira do Livro se multiplicaram e ganharam mais força em conjunto com imagens dos documentários de Vladimir Carvalho. Wagner Alves criou a liga que honrou o texto inédito de João Bosco.
A história não tem conotação infantil, mas é rica em poesia e em originalidade aptas a conquistar jovens leitores. Fala da vida de um nordestino candango (trabalhador que veio para ajudar na construção de Brasília) de nome incerto que saltou para a morte entre os edifícios da Esplanada dos Ministérios lá pelo fim dos anos 50 e ainda hoje vive a assombrar quem passa por lá em noites de lua com seu aboio misterioso. Escrito em sextilhas, o texto não apresenta um equilíbrio de rimas, instigando o leitor mais acostumado à linguagem do Cordel a estranhar a falta. Mas elas estão lá pousadas em desalinho ao olhar viciado. João Bosco é bom de verso e sua história tem um refrão que ecoa nas páginas do livro tal qual o aboio do tal vaqueiro voador:

Ei-lo caído de bruços
Para o campo paramentado
Peitoral, perneira, gibão
Chapéu passado o barbicacho
Voou no rabo da rês
Mas só chão havia embaixo.

O livro, semente de tantos outros que vieram e que virão, já produz frutos enxertados com outras culturas. Circula por todo o mundo o documentário homônimo, em longa metragem, do diretor Manfredo Caldas. Já foi vencedor do prêmio Signis de Melhor Documentário no Festival de Toulouse - 2008 e segue seu caminho nas salas de exibição. Clicando AQUI você pode assistir ao trailler do filme. O vôo do vaqueiro de João Bosco busca novas paisagens muito além da Esplanada.
Fico no desejo de encontrar num cordel paramentado de livro o poeta cearense João Bosco Bezerra Bonfim ao lado do ilustrador pernambucano Jô Oliveira recontando algumas dessas histórias clássicas da nossa literatura nordestina. Os dois trazem nas suas origens o calor, as dores, humores e amores do sertão brasileiro. Os dois, moram no coração do Brasil, e convivem com tantos outros imigrantes de lá. Os dois, têm uma história viva em busca de levar a Literatura de Cordel ao alcance de um público maior. E, enfim, os dois têm um talento imenso para conquistar tal feito. Enquanto este desejo fica ainda no campo das idéias, minhas, estejam certos de que os livros citados aqui são, antes de tudo, ótima leitura. O cordel veste novas roupas e sai por aí namorando outros tantos novos leitores. Que o mercado do livro continue redescobrindo caminhos para que novas aventuras ganhem versos, rimas e traços capazes de alcançar não só a Feira de Juazeiro do Norte, mas as livrarias do planeta. Êita literatura porreta!!! Ufa, eu também sei fazer rimas. Hatuna Matata.

P.S. Para saber mais sobre Literatura de Cordel CLIQUE AQUI.

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Prêmio Jabuti 2008.

Queridos amigos. Saiu o resultado do PRÊMIO JABUTI 2008, a maior e mais prestigiada premiação literária brasileira. Nas categorias que envolvem diretamente o público infantil e juvenil os resultados foram os seguintes:


MELHOR ILUSTRAÇÃO DE LIVRO INFANTIL OU JUVENIL:

1o Lugar - TODA CRIANÇA GOSTA... (Texto de Bia Hetzel com ilustrações de Mariana Massarani e projeto gráfico de Silvia Negreiros, editora Manati). Este livro é um dos preferidos dos Roedores de Livros. A criançada ADORA (e nós também)!!!

2o Lugar - JOÃO FELIZARDO O REI DOS NEGÓCIOS (Reconto escrito e ilustrado por Ângela Lago, Cosac & Naify).

3o Lugar - O belíssimo POEMINHA EM LÍNGUA DE BRINCAR (escrito pelo genial Manoel de Barros e ilustrado com uma sensibilidade genética por Martha Barros (a filha do poeta), editora Record).


MELHOR LIVRO INFANTIL

1o Lugar - SEI POR OUVIR DIZER (escrito pelo Mestre Bartolomeu Campos de Queirós e ilustrado por Suppa, editora Edelbra. Que este merecido prêmio sopre uma brisa de saúde e felicidade nos caminhos do querido "professor").

2o Lugar - O MENINO QUE VENDIA PALAVRAS (gostamos muito deste livro escrito por Ignácio de Loyola Brandão e ilustrado por Mariana Newlands, que também assina o projeto gráfico, editora objetiva).

3o Lugar - ZUBAIR E OS LABIRINTOS (escrito e ilustrado por Roger Mello, este livro - e não o prêmio - é mais uma prova de que o menino que mora na cabeça do artista/escritor brasiliense continua a passos largos na vanguarda da Literatura Infantil. Editora Companhia das Letras).
MELHOR LIVRO JUVENIL

1o Lugar - O BARBEIRO E O JUDEU DA PRESTAÇÃO CONTRA O SARGENTO DA MOTOCICLETA (Dizem por aí que este livro, escrito por Joel Rufino dos Santos é maravilhoso, porém ainda não chegou aos olhos dos Roedores de Livros. No entanto, já estamos com um apetite voraz. Editora Moderna).

2o Lugar - TÃO LONGE... TÃO PERTO (Escrito e ilustrado por Silvana de Menezes, editora ).

3o Lugar - MESTRES DA PAIXÃO - APRENDENDO COM QUEM AMA O QUE FAZ (escrito por Domingos Pellegrini, editora Moderna).

Outras premiações você pode conferir no SITE DO PRÊMIO JABUTI.

O Pinheirinho dos Roedores de Livros

Sumiram... desapareceram... escafederam-se... as fotos da manhã do sábado 30 de agosto não está em nossos arquivos. Se perdeu. E foi um dia tão significativo. A Feira do Livro de Brasília começava suas atividades no shopping Pátio Brasil no coração de Brasília enquanto nós seguíamos as atividades dos Roedores de Livros a cerca de 30 Km de lá. O Célio apareceu para uma visita surpresa: por causa da Feira ele só iria trabalhar à tarde. As crianças abriram um sorriso largo para nosso roedor que andava meio sumido. Mas essa foi só uma das boas histórias daquela manhã. Há algumas semanas Eu, Edna e Tino trabalhamos com os autores clássicos e a principal história da semana passada (O Patinho Feio) foi escolhida pelas crianças. Resolvemos levar outros livros com histórias de Andersen e o Samuel, novo na nossa "toca", lembrou que ele fora o autor lido na semana passada. O livro escolhido por todos nesta semana foi o ótimo Histórias do Cisne e a história escolhida foi O Pinheirinho. A mediação foi ótima e rendeu uma conversa com a turma sobre as nossas escolhas. Na história de Andersen, um pinheirinho quer logo se tornar grande e seguir o destino incerto dos seus pares mais velhos, levados pelos homens a cada prenúncio do outono. Preocupado em se tornar um grande e belo pinheiro, a árvore não aproveita sua infância e juventude e acaba tendo uma única noite especial na véspera de natal quando, entre outras coisas, ouve e aprende a única história que ouviu na vida: a do Kumpla Dumpa. Depois, fica esquecido no sótão, contanto a tal história para os ratos e lembrando de quanto menosprezou os dias maravilhosos do passado.
Coincidentemente, ali no tapete vermelho, sobre uma grama rala, nós, Roedores de Livros, contamos histórias à sombra de um belo pinheiro. Este já ouviu muitas histórias e, pacientemente, segue por todas as estações nos oferecendo o seu carinho e atenção. Não quer saber de conhecer outras paragens. Quem sabe até conta as histórias aprendidas na semana para outros animais. Mas isso nós ainda não presenciamos. Nossos meninos também aproveitam sua infância e saltam e gritam e correm nas gramas da fantasia a cada manhã de sábado. Talvez, sem a oportunidade de ouvir histórias e conhecer novos livros a cada semana, estivessem pensando em se tornar adultos antes do tempo. E nós, os "adultos", recordamos nossos dias passados e fazemos do presente, através das histórias de Andersen, Perrault, Grimm, Furnari, Azevedo, Belinky e tantos outros mestres, dias mais fantásticos. Hatuna Matata.
As fotos sumiram, mas nos deu a oportunidade de brincar com a fotomontagem acima, feita com ilustrações de Chris Riddell pescadas do livro Histórias do Cisne.

domingo, 21 de setembro de 2008

Alimentando a curiosidade.

Sempre fui uma curiosa de marca maior. Acho que ainda hoje sofro daquele “mal” da infância: quero saber o por quê de tudo. Me sinto o próprio Gabriel, inspiração da Paula Toller para a música “Oito anos”, gravada também por Adriana Calcanhotto no seu magistral disco Adriana Partimpim em que o pequeno tem mania de explicação. Os Guias dos Curiosos de Marcelo Duarte vivem ao alcance da minha curiosidade e fico pescando utilidades e futilidades por aí. Sabendo desta minha queda por aprender um pouquinho mais, o Tino me presenteou com o livro OS 10 + HORRIPILANTES CONTOS DE FADAS (texto e ilustrações de Michael Coleman, Cia das Letras). De início torci o nariz para a capa e para o título, mas fui em frente e descobri que, além de novas versões para velhas histórias, estavam lá muitas informações que contextualizam diversas situações curiosas dos tais contos de fadas. E são esses dados – mais que as histórias – que fazem deste livro um ítem obrigatório para a estante de quem gosta de histórias e tem um pouquinho de curiosidade.

Numa primeira – e rápida – leitura, o livro parece não passar de mais uma releitura de histórias clássicas como A Bela e a Fera e o Pequeno Polegar. O autor procura aproximar as histórias do universo do leitor do século XXI. Por exemplo: João e Maria é contada por um âncora de programa de TV estilo AQUI AGORA ou BARRA PESADA ou qualquer outro desses policiais que dominam a programação das TVs abertas. João e o Pé de Feijão é relatado através das anotações que a professora faz numa provável agenda do aluno com comentários dele e da mãe. Pode até funcionar e conquistar novos leitores, mas eu prefiro os clássicos. Sempre! Eles me encantaram e ajudaram a me tornar a leitora apaixonada por livros que sou.

Entre uma história e outra aparecem as delícias deste banquete fabuloso. O autor apresenta informações como Os 10 maiores contadores de histórias (você já ouviu falar de Giambattista Basile ou Gabrielle-Suzanne Villeneuve?), Os 10 maiores ingredientes dos contos de fadas (para você aprender dicas além dos tradicionais “Era uma vez…” e “Felizes para sempre”), sinais, símbolos e superstições dos tempos em que as histórias foram escritas (Por que as bruxas transformavam os príncipes em sapos?... a resposta está lá), um relato sobre a difícil vida das crianças naqueles tempos (por isso, tanta madrasta nas histórias…), e mais: curiosidades sobre bruxas, animais falantes e aberrações da natureza. O leitor ainda descobrirá que, em bom português a famosa Cinderela deveria se chamar Cinzerela, pois seu nome original deriva das cinzas que passava em seu corpo em razão do luto que prestava em memória da mãe. E por falar em Cinderela, o seu sapatinho não era de cristal. Quando Charles Perrault escreveu a história ele provavelmente confundiu as palavras francesas vair (pelica) e verre (vidro), mas convenhamos, é muito mais fantástico um sapato de cristal!!!

Quando falamos sobre curiosidades no campo das clássicas histórias infantis não podemos esquecer que existem livros mais robustos, com os textos originais e com informações preciosas acerca do tema como o CONTOS DE FADAS e FADAS NO DIVÃ, porém eles assustam o leitor mediano com o volume de informações e o texto por vezes técnico demais para olhos menos eruditos. O livro de Michael Coleman oferece em menos de 200 páginas ricamente ilustradas informação na medida certa para quem gosta de histórias, seja este leitor um pai, mãe, avó ou avô, aluno ou professor. Eu adorei meu presente. Estou certa de que você vai gostar. Hatuna Matata.

As imagens aparecem maiores se você clicar sobre elas!

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Clássicos!!!

Aquele dia 23 de agosto nos ofereceu uma manhã com o céu de Brasília azul, azul, azul da cor do mar, sem photoshop, que nos encantou os olhos. Faltaram as cores fortes dos flamboyants, mas elas estão a caminho. É só esperar mais um pouco. Eu, Edna e Tino fizemos um suspense para apresentarmos uma caixa repleta de "novos" livros usados. As crianças ficaram loucas para conhecer o conteúdo da caixa e um a um fomos apresentando os novos inquilinos da nossa estante no Centro Comunitário da Criança.
Depois que apresentamos os livros, deixamos a caixa aberta para as novidades ganharem os olhos e os desejos das crianças com suas capas, ilustrações e fantasias. Enquanto isso, Edna conferia as devoluções dos empréstimos da semana anterior. Nosso livro de registros já está precisando de uma nova edição.
Naquela manhã, o tapete vermelho serviu de sala de visita para novos roedores. O projeto parece sofrer uma renovação. As crianças mais velhas estão faltando, mas há um quórum novo formado por meninos e meninas de seis, sete anos. Para este público, nada melhor que apresentar os clássicos!!!
Foi assim que escolhemos juntos o livro para a mediação daquela semana: O Patinho Feio na edição da Companhia das Letras com tradução integral do texto original de Hans Christian Andersen. Esta é uma edição muito bonita que, ao final, apresenta algumas informações adicionais sobre a força que esta história exerce mundo afora.
Para encerrar, a foto abaixo retrata bem a força de uma história que pode parecer batida, conhecida, desinteressante após tanta exposição em livros, revistas, filmes, etc. Não devemos menosprezar os clássicos. Ao ouvir a saga do pequeno animal em busca de um lugar ao sol, nossas crianças foram se chegando como se aquelas palavras carregassem consigo um ímã fantástico capaz de arrastar olhares, braços, pernas, desejos.
O céu, era aquele que é tão cantado aos quatro ventos: um clássico! A história escolhida para a mediação, outro clássico. Nossas crianças também oferecem os encantos azuis do céu de Brasília e as delícias que um ótimo conto oferece ao leitor. Para nós, elas também são clássicas. Hatuna Matata.

O gênio da lâmpada passou por aqui...

Dia desses o gênio da lâmpada apareceu por aqui e disse que os Roedores de Livros tinham direito a um pedido. Aí eu bati o pé, esfreguei a mão bem forte e disse: - Mas como? Você não conhece a história? São 03 pedidos!!! E assim foi. Pedidos atendidos, roedores em festa!!! Uma das graças foi a ilustração acima, feita com muito talento e carinho por Alexandre Rampazo, que acaba de lançar o belo A Menina que Procurava. Procurem por aí ou POR AQUI. Querido Alexandre, obrigado pelo carinho e pelas palavras de incentivo. Vida longa aos seus sonhos. Fique também com o nosso apertado abraço de letrinhas. Hatuna Matata.

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Nós nos transformamos em muitos!!!

Resolvi começar este post com uma imagem do final da manhã do sábado, 16 de agosto. Estávamos numa roda animadíssima pipocando e cantando a plenos pulmões a música da pipoca: "Uma pipoca estourando na panela, outra pipoca começa a responder...". Foi um final pra cima, supimpa, completamente extrovertido, numa manhã que começou cheia de dúvidas sobre como seria o nosso encontro semanal.
Ana Paula estava em São Paulo representando o projeto no Fórum do PNLL e o Célio avisou que também não viria. Restaram apenas eu e a Edna. Será que daríamos conta da turma, afinal, não é só chegar e contar histórias. Há uma série de coisinhas que um resolve enquanto outro descasca um abacaxi e outro sai para comprar e preparar o lanche e outro leva a turma para beber água e/ou fazer xixi, e outro ajuda a atravessar a rua, e outro recebe os livros emprestados e outro cadastra os livros emprestados e outro descobre os problemas de uma ou outra criança... Nós nos transformamos em muitos, sempre!!!
Mas, ao chegar à Creche Comunitária da Criança naquela ensolarada manhã, tive a grata surpresa de encontrar a Lisianny e o Evanildo dando uma força para que o projeto ocorresse dentro da sua normalidade. UFA!!!
Sob a sombra do nosso pinheirinho saquei do baú o livro Avó Maluca, lelé da cuca e Avó Pirada da pá virada, do querido Jonas Ribeiro e ganhamos logo a atenção e os sorrisos de todos. A história tem tudo a ver com o universo infantil e a turma sempre imaginava quais presentes o menino iria ganhar das suas queridas e desastradas avós. Sucesso total!!!
Outro livro que levamos para a mediação foi O caso da lagarta que tomou chá de sumiço, de Milton Célio de Oliveira Filho. O texto ganhou mais força ainda com as belíssimas ilstrações de André Neves. O livro é belo. Os animais criados por André ganham formas e cores ricas em fantasia. Show!!! Depois da mediação, o livro continuou passeando nas mãos das crianças. Olho de menino gosta de André Neves.
Lisianny (acima, à esquerda, conversando com a Edna) ajudou a organizar nossa estante e o Evanildo deu aquela força na organização do lanche. Sem eles, o dia seria corrido demais e não poderíamos dar toda a atenção que nossas crianças merecem. Enfim, a manhã foi ótima, encerrada com muita música e livros nas sacolas indo para novas casas, novos olhos. A fantasia solta pela Ceilândia.

Roedores de Livros no II Fórum do PNLL, em Sampa.

No começo de agosto representei o projeto ROEDORES DE LIVROS no II Fórum do PNLL em São Paulo. Tivemos a oportunidade de apresentar um resumo das nossas atividades, além de esclarecer dúvidas diretamente junto ao público.
Além de divulgar nossas conquistas e dificuldades, aprendemos muito com o relato de outras experiências (ao todo, 50 projetos foram selecionados para o Fórum). O evento também serviu para reencontrar grandes amigos/parceiros desta vida dedicada a incentivar a leitura, como Léo do Peixe (O simpático Leonardo Diniz, pescador, idealizador do projeto Clube da Leitura em Pirapora, MG, na foto acima), Tânia Piacentini (Biblioteca Barca dos Livros) e Renata Nakano (Dobras da Leitura), além de toda a equipe de coordenadoras do projeto Prazer em Ler, do Instituto C&A.
Como não poderia deixar de acontecer, acrescentamos alguns nomes na nossa agenda de amigos do livro, como a Helena Castello Branco do BookCrossing. Esse intercâmbio é fundamental para que boas idéias sejam semeadas por todo o Brasil e esperamos que a equipe do PNLL possa, em breve, disponibilizar em seu site os arquivos sobre as ações convidadas, além do conteúdo discutido naquele encontro. Hatuna Matata.

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Roedores no Educar para Crescer

Num passeio pela internet, encontrei neste sítio da Editora Abril a reportagem que a jornalista Débora Menezes escreveu sobre o nosso projeto na revista Nova Escola, Edição Especial sobre LEITURA. No site da Abril, eles colocam Ceilândia como cidade de Goiás (o que está incorreto e difere da informação da fonte impressa original). No mais, se vocês não tiveram acesso a revista, podem conhecer parte do seu conteúdo e se inteirar um pouco mais sobre o nosso projeto. Boa leitura a todos! Hatuna Matata!!!