domingo, 15 de julho de 2007

Descobrindo falésias, recifes e catamarãs

A caminho da belíssima praia de Lagoinha no litoral cearense, Pedro, 9 anos, folheia o Guia 4 Rodas e pergunta a seu pai: - O que é falésia? Seu pai explica de forma coloquial e promete: - Daqui a pouco avistaremos uma e aí você poderá criar sua própria definição. A viagem seguia com outras perguntas: - O que é catamarã? O que é recife? A tudo o pai tinha uma resposta. O importante era que a pergunta não ficasse sem resposta. Inspirada também em perguntas de seu filho Gabriel, Paula Toller compôs a belíssima OITO ANOS, música regravada por Adriana Calcanhotto no álbum PARTIMPLIM de 2004.
Inspirado por esta curiosidade infantil sobre o significado das palavras, Ignácio Loyola Brandão passeia pela literatura infantil com o ótimo livro O MENINO QUE VENDIA PALAVRAS (Objetiva, com ilustrações de Mariana Newlands) que conta a história de um menino que tinha um pai que lia bastante e, consequentemente, conhecia o significado de muitas palavras. “-Meu pai é o homem mais inteligente do bairro”, dizia o garoto. Isso despertava a curiosidade da garotada do bairro, da escola. O desafio era descobrir uma palavra que o pai do menino não soubesse o significado. Esperto, o garoto passa a “cobrar” pela informação. Ganha bolinhas de gude, chicletes, picolés. Até que um dia surge uma palavra e o pai, o super-pai, aquele ser impossível de ser derrotado pelas palavras tem que admitir: “- não sei!”. E lá se foi o negócio!!! E aí, o que fazer?
Inspirado na infância do autor, nos anos 40, o livro vai muito além da história em si. Fala da importância do dicionário e da enciclopédia, de se conhecer as palavras. Falou de alguns “dinossauros” importantes para a formação de muita gente como a Enciclopédia JACKSON (Tesouro da Juventude) e o Dicionário Caudas Aulete. Em determinado momento o garoto quer saber qual a importância de conhecer tantas palavras. O pai responde: “Quanto mais palavras você conhece e usa, mais fácil fica a vida (...) Vai saber conversar, explicar as coisas, orientar os outros, conquistar as pessoas, fazer melhor o trabalho, arranjar um aumento com o chefe, progredir na vida, entender todas as histórias que lê, convencer uma menina a te namorar”. As ilustrações aliadas ao projeto gráfico – ambos de Mariana Newlands - lembram os reclames publicitários dos anos 40 somados a tipos que aumentam e diminuem de tamanho de acordo com a dinâmica da história. Tudo em vermelho, preto e branco, dando uma beleza especial ao livro. Mereciam créditos na capa do livro. Este o único deslize. No mais, roemos e adoramos.

Depois de escrever o texto acima, fui procurar um dicionário aqui em casa para escrever as definições do primeiro parágrafo. Sem o Caldas Aulete... achei um Silveira Bueno pocket que as crianças usam (MESMO) na escola. Ufa! Salvou a pátria. Então vamos lá:
Falésia: Nome dado a terras ou rochas íngremes à beira-mar.
Catamarã: Barco originário da Ásia, de pequeno porte, que arma uma vela quadrangular na qual os punhos do gurutil são agüentados nos extremos de duas fortes varas de bambu dispostas em V, e que, para maior estabilidade, leva disparadas duas varas com um pau de contrabalanço, preso na extremidade, paralelamente ao casco.

Recife: Penhasco no mar, à flor d’água.

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