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quarta-feira, 17 de novembro de 2010

É fácil escrever para crianças...

Peter Hunt é um dos principais críticos de Literatura Infantil e Juvenil da contemporaneidade (copiei a definição do blog da Cosac). Recentemente, foi lançado por aqui o seu livro Crítica, Teoria e Literatura Infantil, um tijolo amarelo originalmente publicado em língua inglesa há 20 anos, porém, com algumas revisões do autor para a edição brasileira. Estive no encontro promoviodo pela editora Cosac & Naify e pela PUC Rio, em que o autor apresentou suas ideias.

O encontro foi no meio da tarde do dia 21 de outubro (uma quinta) e reuniu uma plateia de mais ou menos uma centena de escritores, ilustradores, editores, professores e demais curiosos acerca da Literatura Infantil. Para abrir os trabalhos, a organização convidou João Luis Cecantini (UNESP), Maria Teresa Pereira (UERJ) e Sonia Monnerat (UFF) para palestrarem sobre o livro em questão e o trabalho do crítico literário brasileiro. A intenção foi boa, mas o resultado final me pareceu como se convidassem o Latino para abrir o show do Paul MacCartney - talvez por eu não pertencer ao meio acadêmico e não estar tão acostumado à linguagens tão rebuscadas. Mas, apesar da polêmica fala de Maria Teresa Pereira - que pos um pouco de calor na sala, e se retirou deixando o incêndio para seus colegas de mesa (disseram que, por motivos previamente informados à organização) - antes do fim dessa abertura, muita gente - inclusive eu - estava no cafezinho esperando pelo encontro com Peter Hunt.

Valeu a pena. Peter Hunt não foi nada "acadêmico". Falou a linguagem dos normais e, com um humor bem tropical para um ser britânico, conseguiu passar o seu pensamento aos presentes - alguns já bem enraizados (afinal, o livro foi escrito há 20 anos). A partir de uma tirinha do Peanuts, de imagens de livros antigos e trechos de histórias, muitas "já" publicadas por cá, ele abriu a palestra afirmando que "É claro que é fácil escrever para crianças. Tão fácil como criá-las".

A partir daí, falou de como é difícil para um adulto ler o livro infantil - "É duas vezes mais difícil ler o livro infantil do que um livro normal", pois a criança o faz como um leitor inexperiente e o adulto, precisa fazer essa leitura também "com sua criança interior".

Aproveitando a deixa de que fala-se por aí que os livros infantis devem ser bonzinhos, politicamente corretos, etc e tal, Peter Hunt disse que é mais fácil ver uma criança nua na vida real do que em livros infantis e aproveitou para fazer críticas à Academia que, em geral, desconhece as crianças. Para ilustrar, disse que quando vai à palestras para esse público, leva fotos de seus filhos e quando as apresenta, ouve da plateia exclamações como: "- OH, GOD! REAL CHILDS!!!". Risos de adesão do público carioca!

Durante a palestra, o autor parecia uma criança brincando na hora do recreio. Mas com suas "piadas" foi plantando suas críticas:

"Se Harry Potter vende somente por causa do marketing, nós, críticos literários, estamos perdidos";

"Em todo livro infantil há um adulto escondido";

O autor fez também uma leitura acerca dos tempo. Lembrou que, no século XIX, adultos e crianças liam os mesmos livros. O que derruba a teoria de que o livro infantil deve ser bobinho, bonitinho e cheio de firulas para atrair (enganar) o leitor. E que hoje, a infância não é mais um "espaço" protegido. Com isso, as crianças "sabem" de "coisas" ainda mais cedo, se vestem como adultos, e, muitas vezes, também agem como adultos.

Por fim, encerro com uma frase-vitamina que me remeteu ao trabalho do Roedores de Livros:

"Um livro infantil pode mudar uma vida pois, para uma criança que não lê muitos livros, um livro faz a diferença".

Ao final, saímos da Gávea e fui para o Centro, onde começava mais uma edição da Primavera dos Livros. Ali, ao lado de amigos queridos, a conversa esticou, esticou, esticou e só terminou alta noite no Lamas. O Rio de Janeiro continua lindo!!! Hatuna Matata!!!

P.S.1. Na terceira foto, perfil de Renata Nakano, que muito trabalhou na pubicação do livro (que é ótimo, gente; só precisei enfrentar a introdução, depois ficou fácil e instigante) e do encontro com o autor.

P.S.2. Na quarta foto, eu e a queridíssima Ana Maria Santeiro (fazendo as vezes de tradutora para um roedor nada afeito à linguagem do Mickey) conversamosrapidamente com o Peter Hunt antes do autógrafo.

domingo, 14 de novembro de 2010

Surpresas, cotocos, sorrisos... amigos.

Depois de uma segunda-feira escaldante, a terça (09/11) chegou com um vento frio que depois virou um vendaval fazedor de ondas no Guaíba. Na sala dos autores, Renatinha com uma cara amuada parecia não estar para conversa. O dia seria burocrático para ela. O motivo? Eu ainda não sabia. Ou talvez não saiba até hoje. Mas começamos - eu e o Rafael - uma sessão de piadas que disparou o sorriso da pequena. Logo depois, Glauco e Tiago entram com um bolo-surpresa que desmontou o restinho de resistência da Renata. Ela achou que a galera tinha esquecido seu aniversário. Eu nem sabia, mas abocanhei do bolo e da companhia maravilhosa dessa turma que ajuda à Feira do Livro de Porto Alegre a andar nos trilhos. Levo comigo as duas piadas impublicáveis do Cotoco, personagem que me foi apresentado pelo Glauco. Ah, ainda tive que aguentar a Gislaine comentando as delícias do show do Paul McCartney. Ela foi. Eu não!!! Depois, chegaram o Luiz Antonio Aguiar e o Ilan Brenman, e a conversa foi esticando. Eu adorei brincar com essa turma. Espero reencontrá-los em breve. Juventude, bom humor, bom papo e um futuro sempre bacana para a Feira se continuar cuidando tão bem dos convidados. Hatuna Matata!!!

P.S. Na foto, da esquerda para a direita, Glauco, Gislaine, Renata, Tiago, eu e o Rafael.

sábado, 13 de novembro de 2010

Roedores de Livros em POA 2010 - no Traçando Histórias

Quando chegamos à mostra de ilustração TRAÇANDO HISTÓRIAS, semana passada, encontrei essas três bruxas confabulando:

- Que poxa, a Angela Lago não vem (por recomendações médicas)... (disse uma).
- Ihhh, fiquei sabendo que a Eva Furnari também não - e parece que o motivo também foi a saúde... (disse outra).
- Ah, mas a Ana Raquel confirmou a presença (por recomendações médicas)... e soltaram três gargalhadas estridentes...

A mostra - que acontece durante a programação da 56a Feira do Livro de Porto Alegre (que vai até o próximo dia 15) - homenageia os 30 anos de carreira dessas três artistas geniais, com quase uma dezena de originais de cada uma, além de dois originais de outros 37 ilustradores, destacando seus trabalhos livros publicados em 2008, 2009 e 2010.

De todos os trabalhos maravilhosos expostos na Mostra - entre eles, mais de duas dezenas a partir do formato digital (demosntrando a pluralidade da exposição) - escolhi esses dois, que me saltaram aos olhos um pouco mais que os demais.

Acima, a obra de Salmo Dansa - que nos presenteou com uma palestra riquíssima sobre o seu processo de criação - para o livro Pinóquio (Letícia Dansa, Larousse, 2010). Todo o trabalho de ilustração foi concebido a partir de xilogravura. O cara botou a mão na massa (ops, na madeira) para dar forma a sua ideia. Uma beleza rara de se ver. Aguardem a versão que ele prepara para João e o pé de feijão (texto de Júlio Emílio Brás). Um banho de criatividade.

Abaixo, um dos originais de Roger Mello para o seu livro Carvoeirinhos (Cia das Letrinhas, 2009). Como disse, bem humorado, o Odilon Moraes:

- Por que só a ilustração dele (Roger) ganhou uma luz no fundo?

Brincadeiras à parte, nem o livro, nem a foto acima conseguem mostrar ao "leitor" a força da fosforecência do original, ali, ao vivo. Super!!!

A cada dois anos, com a Mostra (essa foi a sétima), a Feira do Livro apresenta uma programação paralela com oficinas, palestras e mesas-redondas voltada para quem se interessa por ilustração de livros infantis. Além de aprender mais sobre o tema e discutir conteúdos ricos e, às vezes, polêmicos, a gente sempre esbarra com um ou outro artista para um papo descontraído, fuçar um ou outro projeto que se tornará um livro no futuro, comentar os lançamentos, etc.

Consegui pescar o flash acima na hora que o fotógrafo oficial clicava uma turma da pesada. Da esquerda para a direita: (atrás) Jean-Claude R. Alphen, Salmo Dansa, Mateus Rios, Lucia Hiratsuka, Angelo Abu, Elisabeth Teixeira e Odilon Moraes; (frente) Cris Eich, Elma Fonseca, Marília Pirilo, Guazzelli e Cristina Biazetto.

Antes do coquetel de abertura da Mostra, houve um bate papo descontraidíssimo com a Ana Raquel, Roger Mello, Odilon Moraes e a Alice, enviada pela RHJ para representar Angela Lago - uma empreitada da qual a moça se saiu bem pois não é fácil ocupar um espaço em que Angela falaria sobre seus 30 anos de carreira. Foi lá que conhecemos a Maria Eugênia (acima) e deixamos pré marcado um café com bobagem na nossa próxima ida à Sampa.

Difícil foi fazer uma foto comportada com a Ana Raquel (danada e querida, essa menina), feliz com a merecida homegem. Convidei a amiga carioca Fátima Campilho para compor o álbum. Foi sua primeira vez em POA e pelo sorriso dá para imaginar que ela virá outras vezes.

Durante o coquetel, flagramos essa dupla talentosa e inseparável (Roger Mello e Graça Lima). Naquele dia (04 de novembro), Roger deveria receber o Jabuti (em São Paulo) pelo seu trabalho no livro Carvoeirinhos, mas decidiu manter o compromisso anteriormente agendado com a Câmara Rio Grandense do Livro. Foi num encontro com Graça e outros ilustradores, na manhã daquele dia, que a conversa se extendeu até as 13h30 (deveria ser encerrada lá pelo meio dia) e ninguém percebeu, tão bom que estava o assunto.

Ao final, todo mundo era só sorrisos, cada um com o super catálogo da Mostra. Para ilustrar esse momento, publico a foto abaixo com os sorrisos (da esquerda para a direita) da Márcia Cavalcante (OnG Cirandar), Elma Fonseca (ilustradora) e Ana Paula Bernardes (daqui, deste espaço, do Roedores de Livros).

Por enquanto é só. Depois conto mais. Hatuna Matata!!!

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Gian Calvi no Salão FNLIJ

Para mim, um dos momentos mais emocionantes do Salão FNLIJ do Livro Infantil e Juvenil 2010 foi o encontro com o ilustrador GIAN CALVI, numa performance-bate papo com o público num meio de tarde junina carioca. Tenho uma admiração absurda pelo trabalho dele. A coleção CRIANÇAS CRIATIVAS, sob sua coordenação, é uma obra prima a serviço do leitor infantil.

Sob o olhar atento de Laura Sandroni (foto acima, sentada, à esquerda) e de ilustradores como Rosinha Campos e Jô Oliveira - para citar apenas dois - Gian começou a falar do seu trabalho, mas logo logo se entregou à diversão. Confessou às crianças (o local estava lotado) que gosta muito de criar coisas que não existem. Sugeriu misturar um bicho e um objeto. Daí surgiu a COBRACLETA. O artista começou a dar forma ao objeto que nasceu ali e, a partir do nome, foi existindo no branco do papel. Mas Gian Calvi foi além. Convidou a criançada a ajudar na criação fantástica. A meninada se empolgou e - ao lado do artista - participou da festa criativa. Foi o máximo!!!

Gian Calvi ajudou na formação de diversos ilustradores, sem que estes copiem seu estilo. Mariana Massarani, por exemplo, me contou que a técnica que usou para fazer as mais de 70 ilustrações do CONTROLE REMOTO foi ensinada a ela por Gian. Naquela tarde, após a performance, numa conversa rápida, mostrei a ele o livro e contei o que Mariana havia confessado. Ele parou para folhear o livro, abriu um sorriso como se estivesse recordando bons momentos, me deu um abraço e disse:
- Mande um beijão pra Mariana. O livro está lindo!!!
E seguiu seu caminho.

Em 2010, ele comemora 50 anos de dedicação à fantasia. No primeiro semestre, a exposição GIAN CALVI - 50 ANOS VENDO AS COISAS DE OUTRO JEITO, apresentou à nova geração toda a genialidade desse artista. Espero que ela chegue a todo o Brasil. Enquanto isso não acontece, você pode se aproximar um pouco mais da obra de Gian Calvi no vídeo abaixo, que apresenta a exposição para quem não pode ir ao CENTRO CULTURAL DOS CORREIOS, no Rio de Janeiro, sede da mostra. Aproveite! Hatuna Matata!!!


quinta-feira, 11 de março de 2010

Começa a 2ª FLIPIRI (Festa Literária de Pirenópolis - GO)

Aqui no Roedores de Livros, malas prontas para Pirenópolis (GO). Começa hoje à noite, no belíssimo centro histórico da cidade goiana, a segunda edição da FLIPIRI - FESTA LITERÁRIA DE PIRENÓPOLIS.
A programação conta com a participação de três nomes importantes da literatura "adulta" e "infantil": O escritor e ilustrador ANDRÉ NEVES e os escritores IGNÁCIO DE LOYOLA BRANDÃO e MOACYR SCLIAR, vencedores do Prêmio Jabuti de Melhor Livro do Ano categoria Ficção de 2008 e 2009, respectivamente, por O MENINO QUE VENDIA PALAVRAS e MANUAL DA PAIXÃO SOLITÁRIA.
A festa também contará com a presença de escritores brasilienses filiados à CASA DE AUTORES e a programação - entre outras atividades - incluirá visitas às escolas da cidade - inclusive na área rural -, palestras, encontros poéticos, contação de histórias para crianças.
A festa tem tudo para se firmar como uma das mais importantes na região, visto que, a exemplo de Ouro Preto (MG) e Paraty (RJ) - onde os festivais literários são um sucesso - a cidade tem um apelo turístico onde um dos destaques é a arquitetura barroca, feita em adobe. A cidade, tombada como patrimônio histórico, também é cercada de belas cachoeiras.
O Roedores de Livros estará presente durante toda a FLIPIRI e aos poucos postaremos aqui as acontecências. CLIQUE AQUI, AQUI, AQUI e AQUI para ver a nossa cobertura da 1ª FLIPIRI.

Para saber mais sobre a festa desse ano - inclusive a sua programação detalhada - CLIQUE AQUI e leia reportagem da jornalista NAHIMA MACIEL para o jornal CORREIO BRAZILIENSE publicada nessa quinta, 11 de março.

quarta-feira, 3 de março de 2010

Como contar uma história para ninar seu filho, neto, sobrinho...

Olá Pessoal,
A técnica dessa senhora ultrapassa a barreira da língua.
Ela conta uma história como poucos...
Assistam ao filme e durmam se for possível!!!
Hatuna Matata.

domingo, 28 de fevereiro de 2010

Brasileiros no Chile

Amigos, reproduzimos a seguir mensagem postada há pouco por Peter O'Sagae direto de Santiago do Chile, cidade que também sofre com as consequências do terremoto naquela região. Mensagens e a ajuda que puderem produzir no sentido de providenciar um retorno seguro de tantos brasileiros (ilustres e não ilustres) serão bem vindas. Peço que direcionem para o BLOG RESUMO DO CENÁRIO.

Por favor, amigos, passem essa mensagem adiante e façam chegar ã grande impressa. Caso queiram, utilizem o serviço de comentários para enviar mensagens e informações para nós.

Entre as centenas de brasileiros lamentavelmente surpreendidos pelo terremoto chileno, há um grupo de participantes de um Congresso Iberoamericano de Literatura Infantil. São por volta de quarenta , alguns dos quais convidados da fundação espanhola SM e do governo chileno. Entre estes, as duas brasileiras ganhadoras do premio Hans Christian Andersen, Lygia Bojunga e Ana Maria Machado, esta membro da Academia Brasileira de Letras. Estao também em Santiago escritores e ilustradores, funcionários do alto escalão do MEC e do MINC, pesquisadores e especialistas em literatura brasileira , bem como os promotores de nossas mais importantes iniciativas em prol da leitura. Ainda que todos passem bem, estão ansiosos por providências que permitam seu retorno ao país o mais breve possível.

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Confraria Reinações - mais um encontro.

Queridos leitores. Se vocês estiverem em Porto Alegre (RS) nessa terça e gostam de literatura, este é um encontro imperdível. O livro em destaque na ocasião é A VOLTA AO MUNDO EM 80 DIAS. A divulgação chegou até nós através do querido CAIO RITER e abaixo reproduzo o conteúdo do email em que ele apresenta a CONFRARIA REINAÇÕES.

Somos um grupo de pessoas que curte a literatura feita pra crianças e adolescentes e há quase três anos resolvemos nos reunir mensalmente para conversar sobre LIJ. Já realizamos 33 encontros. Em 2009, foi criada uma extenção da Reinações na cidade de Caxias-RS. Já realizamos também dois saraus cujo público-alvo foram crianças e adolescentes, algumas mesas-redondas e um seminário sobre clássicos durante a Feira do Livro de 2010. As atividades são sempre gratuitas e abertas a que quiser aparecer.

Inscrições para participar do VIVA E DEIXE VIVER no DF.

Olá Pessoal,
Um dos braços da ASSOCIAÇÃO VIVA E DEIXE VIVER atua em Brasília desde 2007 fazendo um importante trabalho de humanização através da Contação de Histórias com atividades no HRAS (Hospital Regional da Asa Sul). Agora abre inscrições para quem deseja participar das suas ações no Hospital Regional de Samambaia. Para mais informações é só CLICAR AQUI. Há ainda processos de seleção acontecendo em cidades como São Paulo. Saiba mais no site da associação. Hatuna Matata.

segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Para ler nas férias.

O suplemento +MAIS! do jornal FOLHA DE SÃO PAULO de domingo, 27/12, trouxe como capa o título LETRAS ESCALDANTES - UM GUIA DE LEITURA PARA O VERÃO. Convidou algumas personalidades para escolher títulos para ler "no carro, no avião, no ônibus, no navio" (por Danusa Leão)... "no ano novo" (por Humberto Werneck)... "com cerveja, caipirinha ou água de coco" (por Cláudio Assis)... "quando se está só ou para espanar o tédio" (por Modesto Carone)... "em dia de chuva ou à beira da piscina" (por Julio Medaglia)... e "para as crianças" (por Ana Maria Machado).
Ao final, o suplemento publica o ótimo artigo que reproduzo a seguir.

AFINAL, POR QUE LER NAS FÉRIAS?

Ivo Barroso.

Quando minha mulher me viu enfiar o suspeito embrulho na mala do carro, foi logo perguntando: "Que é isto? Não vai dizer que está levando livros para ler nas férias?!"
O espanto era natural: ela não podia admitir que alguém, que passa o ano inteiro metido nos livros, os carregasse para a montanha ou a praia, onde o ideal seria quebrar essa rotina de ler e de escrever.
Explico que a leitura das férias é totalmente diversa da que fazemos por dever de ofício. São férias de leitura essas leituras das férias; nelas saboreamos de novo o prazer de ler sem compromisso, numa boa, por mera distração.

Leitura e lazer
Rodeado de verde ou embaixo de um para-sol, a leitura se torna tão agradável e menos cansativa do que as caminhadas pelo mato e as braçadas na piscina.
Não que uma coisa vá impedir a outra, pois as férias nos permitem saborear esse coquetel de ação e meditação: exercício muscular e repouso mental associados a repouso muscular e exercício mental.
Nas férias, você pode ler aquele livro que seus colegas de trabalho estavam comentando com você por fora.
Se não gosta de best-sellers, está bem, mas, nas férias, não custa ver por que motivo estão falando de vampiros as mesmas pessoas que no ano passado falavam de Harry Potter.
Claro, se você é chegado às letras, aproveite para pegar de novo aquele livro fundamental que você deixou no capítulo 14.
Novidades? É só passar numa livraria que os tentáculos envolventes de centenas de tomos, com suas capas chamativas e títulos provocantes, estarão prontos para te agarrar ou desejosos de serem agarrados.
Nos escaparates (é assim que se diz vitrines em Portugal -aprendi isso num livro), centenas de autores estarão disputando a possibilidade de entrar em férias... com você.
Leve algum, não hesite: haverá sempre um dia de chuva, um churrasco indigesto, uma festa de crianças que lhe permitirão refugiar-se no barato careta da leitura.


IVO BARROSO é poeta e crítico. É autor de "A Caça Virtual" (ed. Record) e tradutor de "Arthur Rimbaud - Correspondência" (Topbooks).

Por fim, acima, reproduzo as dicas de leitura para as férias da criançada proposta por Ana Maria Machado na edição de ontem da Folha de São Paulo. Sem dúvida, todos livros criativos, divertidos, de ótima qualidade também no quesito "fantasia". O que é de se estranhar é que entre os 15 livros citados nominalmente, quatro (todos contos populares) foram recontados por ela e um quinto, esgotado, recebeu sua tradução. Ou seja: 1/3 das dicas são livros que levam a assinatura da autora do artigo. Todos bons livros, repito. Mas ela poderia ter sido mais democrática. Em suas dicas, Ana Maria Machado cita ainda "todos os das Bruxinhas" ao falar de Eva Furnari, a "série Gato e Rato" de Mary França e não esquece da sua coleção "Gato Escondido" espalhada por várias editoras. Não há novidades no quesito poesia. Estão lá os imbatíveis Ou isto ou aquilo e A Arca de Noé. E os ótimos Toda criança gosta e Mania de Explicação, ilustrados por Mariana Massarani, são citados em referencia aos "NOVOS AUTORES" Bia Hetzel e Adriana Falcão.

(Para ler as dicas de Ana Maria Machado, clique sobre a imagem acima).

Gosto de muita coisa que a Ana Maria Machado escreveu. Seus recontos são ótimos e, além dos que ela já cita na lista, recomendo ainda os três livros da coleção HISTÓRIAS À BRASILEIRA (Cia das Letrinhas). Mas não soou legal - pelo menos para mim - a autora citar tantos livros seus numa seara tão fértil de bons livros e autores diversos quanto a nossa literatura infantil.

Aproveito para deixar quatro dicas. Para os pequenos (até 6 anos), O MENINO, O CACHORRO. Para a turma entre 7 e 9, OS LIVROS DE SAYURI e dos 10 em diante FIGURINHA CARIMBADA. E para brincar de poesia, o livro RIMA OU COMBINA? é uma ótima pedida.

Encerro este post convidando os leitores do blog a também deixarem por aqui suas dicas de livros para a leitura das crianças nessas férias. Hatuna Matata e um 2010 cheio de boas histórias para contar.

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Roedores na Feira de POA 2009

Queridos, estamos na Feira de POA, cansados e felizes. Por aqui, esposição do projeto Roedores de Livros na Vitrine da Leitura, Contação de Histórias, Lançamento do livro do Tino (Cadê o Juízo do Menino?) e exposição dos originais da Mariana Massarani (Antes de Ser Livro), um bate papo-violão na Padaria Espiritual riograndense e o reencontro com amigos queridos e o prazer de fazer novos amigos. A foto acima foi um flagrante da apersentação do dia 01 de novembro, feita sob um calor escaldante. Vocês podem ver outras fotos oficiais CLICANDO AQUI. As não oficiais - algumas - postaremos em breve. Hatuna Matata!!!

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Manifestos no Manifesto por um Brasil Literário

No final da manhã da última quinta, 02 de julho, aconteceu o esperado lançamento do Manifesto Por um Brasil Literário, uma ação capitaneada pelo Instituto C&A de Desenvolvimento Social com o apoio da Casa Azul (organizadora da Flip), FNLIJ (Fundação nacional do Livro Infantil e Juvenil), Instituto EcoFututo e o Centro de Cultura Luiz Freire.

Estávamos lá, eu e Ana Paula, ao lado de outras duas centenas de professores, autores, ilustradores, editores, profissionais do mundo do livro, curiosos e representantes do poder público (em todas as suas instâncias).

Depois de todas as formalidades (discursos dos patrocinadores, a leitura do Manifesto por Bartolomeu Campos de Queirós e a fala de representantes do poder público - em que o Secretário de Cultura do estado de São Paulo, Cláudio Augusto Calil, foi "convidado" a encerrar a sua fala, a mais interessante até então) o manfesto ganhou cor e calor.

O público foi convidado a se manifestar. Uma professora - que preferiu não se identificar - relatou que, após um trabalho hercúleo de revitalização durante três anos que levou, de fato, alunos e professores a frequentar a biblioteca da sua escola, aquele espaço foi fechado para dar vazão a duas turmas de 30 alunos. Ou seja: parece que quando há demanda de alunos, mais fácil é desativar a biblioteca da escola do que construir novas salas de aula.

Houve ainda mais pressão sobre as instituições públicas onde se destacou a cobrança por uma maior clareza nas escolhas dos livros. Em outras palavras, não basta somente ter mais verba disponível. É preciso usá-la de forma mais competente e transparente. Quando a coisa esquentou, os manifestantes foram convidados a não mais usarem a palavra pois o tempo havia se esgotado. Uma pena.

Polêmicas à parte, outro destaque daquela manhã em Parati (RJ) foi a presença do escritor Bartolomeu Campos de Queirós, que não se ateve somente à leitura do manifesto - do qual é autor. Após um pequeno intervalo, ele retornou à mesa onde pode conversar com os presentes. Sua prosa, sempre poética, desabafou algumas verdades ao lado de alguns anônimos que pediram a palavra e outros nem tanto, como Marina Colasanti, que questionou se a maior facilidade em se formar pedagogos - devido a proliferação de faculdades de Pedagogia e a dificuldade em se conhecer e/ou acompanhar o que é ensinado em tantas instituições - não colaboraria para a formação de um profissional menos qualificado.

Cito a seguir algumas frases ditas por Bartolomeu na ocasião do Manifesto:

"Acho que não há interesse político de se formar um país inteligente".

"Vamos deixar as crianças um pouco de lado - que estão ali, felizes, no recreio - e vamos cuidar um pouco mais dos nossos professores".

"Deve-se cuidar com carinho do que o professor QUER ensinar e não dizer a ele o que TEM que ensinar. Isso é uma ditadura pedagógica. O professor está sendo usado como um atravessador. Estamos transformando em adestramento um processo de educação. Há que se criar espaços para a fantasia na escola".

"Nosso professor não é bem remunerado, muitas vezes vai de ônibus para a escola, não tem status social e só aparece na televisão quando está em greve por melhores salários. Não sei se esse professor tem como encantar o aluno. A escola, hoje, é um espaço sem desejo. Nem do aluno, nem do professor".

"O nosso mundo tem o tamanho da nossa palavra. Nosso mundo está velho de palavras. A gente muda o mundo quando muda a nossa palavra. E a gente está querendo mudar o mundo usando palavras antigas".




O vídeo acima mostra Bartolomeu Campos de Queirós comentando o Manifesto Por um Brasil Literário. Caso você tenha interesse em conhecê-lo na íntegra, CLIQUE AQUI. Se desejar aderir ao manifesto, CLIQUE AQUI. Nós assinamos o livro e seguimos, como sempre, nos manifestando de várias formas, por um Brasil mais literário. Hatuna Matata!!!

sábado, 20 de junho de 2009

Aprendendo sobre ilustração em livros para crianças.

Este convite é para quem estiver em Brasília. Aproveitem!!!

Palestrantes:
MIRIAM GABBAI, formada em Belas Artes e História,dona e editora de arte da Editora Callis.
JONAS RIBEIRO, formado em Letras, escritor e ilustrador,autor de cerca de 80 livros infanto-juvenis.
O livro A HISTÓRIA ROCAMBOLESCA DE MADAME VALESCA, estará em promoção no local: DE 38,00, por 15,00.




terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Lilli, lilli, lilli... bzbzzzzzzzzzzz... LILLIPUTZ!!!

Não é novidade por aqui o fato de gostarmos MUITO dos livros de Hermes Bernardi Junior. O gaúcho escreve como se futricasse lá dentro do leitor. Acarinha, belisca, faz cócegas e a gente sai diferente das saus páginas. Mas, como já disse, gostar dos livros de Hermes não é novidade. Mas na 1ª Flipiri (Festa Literária de Pirenópolis) descobrimos o Hermes CONTADOR DE HISTÓRIAS, assim mesmo, em maiúsculas.

Sua apresentação na Casa de Câmara e Cadeia na tarde de sábado, 14 de fevereiro, coroou uma mini turnê que percorreu escolas e os saraus na pousada Casa Grande. O hit foi sua performance ao narrar LILLIPUT DE SORVETE E CHOCOLATE, livro que publicou em 2003, e que se encontra esgotado.
A história do menino que não conseguia se expressar e se apequenava - ou lilliputizava (termo que dominou as brincadeiras entre os participantes da feira) - diante de situações em que se sentia incomodado, lembra o livro Raul da Ferrugem Azul, clássico de Ana Maria Machado, mas recorre para ações feitas sob medida para uma contação de histórias rica em gestos e palavras mágicas. Hermes domina o olhar do público com sutis trocas de personagens, entonações diversas e bem colocadas, tudo com um estudado trabalho corporal. Encantador.
A frase "lilli, lilli, lilli, bzbzzzzzzzzz, lilliputzzzzzzzzz" colou na boca de quem assistiu às performances de Hermes naquele final de semana e os aplausos caíram sobre ele como a água cai das cachoeiras de Pirenópolis: abundantes e refrescantes. Depois, o ator-escritor apresentou seu livro mais recente E UM RINOCERONTE DOBRADO (ilustrações de Guto Lins, Projeto) e desdobrou o Rino (que havia sido desdobrado a primeira vez no salão da FNLIJ de 2008) para que os presentes pudessem deixar poemas e recados na sua "pele". Nosso recado está lá, ao lado de dois ratinhos desenhados pela Ana Paula (que diz que eu sou o mais gordinho).
Nós esperamos que Lilliput de Sorvete e Chocolate volte às livrarias em breve. Impacientes, eu e Ana Paula, procuramos a primeira edição nos sebos. Estamos certos de que nossos Roedores de Livros da Ceilândia vão adorar os sabores desta história. Delícias de Hermes Bernardi Junior, que se mostrou um gigante também na arte de contar histórias. Queremos mais. Hatuna Matata!

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Conversas, canções e histórias!

O que acontece quando uma pousada inteira está cheia de escritores e a noite de uma sexta feira 13, com lua cheia, serve de inspiração? As histórias saltam do papel e ganham som e gestos. Foi assim na Pousada Casa Grande, no Centro histórico de Pirenópolis na semana passada. A programação da 1ª FLIPIRI (Festa Literária de Pirenópolis) havia se encerrado e a turma voltara do jantar e se aglomerava na pequena sala. Alessandra Roscoe embalava a turma com a bela canção inspirada no seu livro O Jacaré Bilé. Maria Célia leu uma história de Millôr Fernandes, do livro Fábulas Fabulosas. Outros participaram antes da nossa chegada.
O violão chegou às mãos de Tino que apresentou as suas músicas do Firimfimfoca entre outras canções. A platéia foi crescendo. Janelas e portas serviam de arquibancada para as apresentações. Jonas Ribeiro sacou a sua caixa de histórias e ao lado de Tino improvisou uma contação com efeitos sonoros. D-I-V-E-R-T-I-D-Í-S-S-I-M-O!!!
Clara Rosa (que ao lado de Alessandra e Célia participam do grupo Casa de Autores, de Brasília) contou a história que deu origem ao seu livro mais recente (O Sonho de Ser Grande) e, por fim, Hermes Bernardi Junior contou Lilliput de Sorvete e Chocolate encantando a todos com o seu enredo mágico (mas vamos escrever sobre isso em breve, noutro post).
Bateu a meia noite e ninguém virou abóbora. Alguns se recolheram mais cedo, pois tinham agenda na Festa Literária na manhã do dia seguinte. Outros, ficaram até mais tarde e as conversas, canções e histórias ganharam os ouvidos da noite encantada no interior de Goiás.

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Um roedor foi o "culpado" de tudo...

Foi tudo “culpa” de um roedor. Explico:

Chegamos a Pirenópolis (GO) no início da noite de sexta passada. Sexta feira 13 (e nosso quarto na pousada também era o 13!!!). Tivemos sorte. A segunda palestra do escritor e jornalista Ignácio de Loyola Brandão – marcada para as 18h – sofria de um atraso incomum: tinha público demais e cadeiras de menos. A produção correu para bem acomodar a todos e às 19h estávamos todos lá eu, Ana, Ignácio e outras 150 pessoas ocupando a saleta do prédio da Casa de Câmara e Cadeia da cidade. Todos presos, acorrentados às palavras do convidado especial da 1ª FLIPIRI (Festa Literária de Pirenópolis).

Ignácio de Loyola Brandão estava ali por sua relevante contribuição para a literatura brasileira (mais de 20 livros publicados, muitos deles premiados) e por ser o detentor do Prêmio Jabuti de Melhor Livro de Ficção 2008 conquistado por seu livro infantil O Menino Que Vendia Palavras. O autor relata que a história de um menino que se vê trocando os significados de vocábulos por bugigangas com seus colegas foi inspirada em suas memórias da infância.

Um dia, ao entrar na sala onde seu pai lia um jornal, os olhos do menino Ignácio encontraram os grossos volumes de uma enciclopédia na estante. Na lombada do terceiro volume estava impresso um nome estranho. O menino perguntou ao pai qual o significado daquela palavra e recebeu como resposta que ele mesmo deveria pesquisar no livro. A palavra (que agora me foge à memória) significava uma espécie de rato europeu com 30 dentes. Daí em diante, pesquisar o significado dos nomes passou a ser uma atividade prazerosa do menino Ignácio em Araraquara, no interior de São Paulo. Ele, que recebia elogios das professoras do primário por sua desenvoltura com os verbetes, dedicou a duas delas - ainda vivas - o prêmio recebido em outubro passado.

A sala se apequenava diante dos tantos curiosos, turistas, professores autores e amantes de livros que já ouviam atentamente as palavras do autor de O Homem que Odiava a Segunda Feira, que temperavam com um humor contagiante a noite quente de lua cheia. Lembrou dos tempos em que os meninos pobres do interior iam ao circo levando gatos como ingresso (para alimentar os leões), falou dos dias de aperto quando se viu perto da morte (o anestesista, na hora crítica da tão temida cirurgia, se aproximou e disse: - Seu Ignácio, sou seu fã, adoro o livro tal! Mas o tal livro não era de sua autoria. E agora? Confiar ou na palavra (e na ação) daquele profissinal tão relapso em literatura? Dizer a ele a verdade ou deixar que a cirurgia corresse tranquilamente? Tudo registrado no livro autobiográfico Veia Bailarina. Risos em todo o prédio.

Quando a palestra foi aberta a perguntas do público, o assunto mais “quente” foi o uso do politicamente correto na Literatura Infantil. Loyola disse – entre outras coisas – que o tema é delicado e ele mesmo está encontrando dificudades em escrever um final para outra história (Os Escorpiões no Círculo de Fogo), em que as crianças caçam os insetos para ver se é verdade a crença de que, quando expostos no centro de um círculo de fogo, os animais se suicidam com uma picada de seu próprio ferrão. Por falar em história infantil, vem aí o próximo livro do autor, escrito para este público: Os Olhos Loucos dos Cavalos Cegos. Achei o título muito bom e o enredo – também inspirado nas memórias da meninice do escritor paulista – é um pedido de desculpas ao seu querido avô.

Aquele nosso primeiro momento foi coroado com um bate papo informal com Ignácio de Loyola Brandão na mesa de autógrafo. Simpático, solícito, feliz em perceber num leitor a força do seu premiado livro, Ignácio, que já havia feito história na aconchegante cidade goiana na abertura da 1ª FLIPIRI, continuou o centro das atenções durante todo o final de semana. Ganhamos todos: turistas, cidadãos de Pirinópolis, professores, escritores, leitores. E pensar que toda esta paixão do convidado principal começou há mais de sessenta anos, num verbete que traduzia a forma incomum de um roedor europeu. Bem, nós também temos uma forma incomum de roer. Engraçado os caminhos da literatura. Hatuna Matata.

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Roedores de Livros no II Fórum do PNLL, em Sampa.

No começo de agosto representei o projeto ROEDORES DE LIVROS no II Fórum do PNLL em São Paulo. Tivemos a oportunidade de apresentar um resumo das nossas atividades, além de esclarecer dúvidas diretamente junto ao público.
Além de divulgar nossas conquistas e dificuldades, aprendemos muito com o relato de outras experiências (ao todo, 50 projetos foram selecionados para o Fórum). O evento também serviu para reencontrar grandes amigos/parceiros desta vida dedicada a incentivar a leitura, como Léo do Peixe (O simpático Leonardo Diniz, pescador, idealizador do projeto Clube da Leitura em Pirapora, MG, na foto acima), Tânia Piacentini (Biblioteca Barca dos Livros) e Renata Nakano (Dobras da Leitura), além de toda a equipe de coordenadoras do projeto Prazer em Ler, do Instituto C&A.
Como não poderia deixar de acontecer, acrescentamos alguns nomes na nossa agenda de amigos do livro, como a Helena Castello Branco do BookCrossing. Esse intercâmbio é fundamental para que boas idéias sejam semeadas por todo o Brasil e esperamos que a equipe do PNLL possa, em breve, disponibilizar em seu site os arquivos sobre as ações convidadas, além do conteúdo discutido naquele encontro. Hatuna Matata.

terça-feira, 19 de agosto de 2008

Estivemos lá!!!

Este é o primeiro registro da nossa passagem pelo Fórum do PNLL, semana passada, em São Paulo. Depois, com mais tempo (as coisas andam meio loucas por aqui), deixaremos nossas impressões e fotos. No mais, nosso projeto colhe alguns frutos, sim. E nos orgulhamos disso. Mas continuamos espalhando a semente para que mais e mais pessoas possam saborear as delícias de um bom livro. Em Sampa, aprendemos e ensinamos. Mais que isso: compartilhamos. É bom saber que brasileiros de todos os cantos acreditam e arregaçam as mangas em prol de um país mais rico em leitores. Hatuna Matata.

P.S. Para ver a imagem em tamanho maior, clique sobre ela.

Roedores de Livros no Peru

Começou assim, feito um camelô cultural, estendendo fotos num painel de algodão e chita que os Roedores de Livros, representados por nossa querida Edna Freitass, fizemos nossa primeira apresentação internacional. O Painel, nossa bandeira, carregava - em bom português - textos sobre o nosso projeto de incentivo à leitura intercalados por 27 fotos que - numa leitura universal - chamavam a atenção também para os recados que as crianças deixaram impressas no tecido.
Enquanto a roedora de livros Edna não achava um local adequado para nossa "bandeira", os participantes do congresso na cidade peruana de Huancayo foram se chegando e conhecendo um pouco da nossa história. Rolou um frisson no local. Pouco tempo depois, hasteamos nosso painel num dos corredores da Universidade, sede do congresso. A seguir, a Edna relata suas impressões dos olhares latino-americanos sobre a nossa apresentação.

SOB O CÉU DE HUANCAYO - PERU (por Edna Freitass)

No período de 21 a 25 de julho de 2008 aconteceu o I Congreso Latinoamericano de Comprensión Lectora: Leer para producir más cultura, em Huancayo-Peru. Estivemos lá. E levamos nossa bandeira. Durante todo o congresso ela ficou hasteada nas dependências da Universidade Nacional del Centro del Peru-UNCLE . Era um sinal de nossa presença. E cumprimos o ritual exigido. Pela manhã, na presença de jovens, crianças e adultos, ela era hasteada. À tardinha, o ritual de descerramento.

No primeiro dia, não sabíamos em que ponto ela seria hasteada. Assim, entramos na universidade e, chegando ao grande pátio, onde se concentravam universitários e congressistas, de forma natural, o Grupo de Pesquisa LER da Universidade de Brasília-UnB, coordenado pela professora Hilda Lontra, numa comitiva de 32 pessoas, começou a desfraldar a bandeira dos Roedores de Livros. Fomos abrindo-a lentamente. O público foi se aproximando para VER e LER nossa bandeira. Enquanto eu registrava os instantes de admiração do público presente, a professora Hilda falava do nosso projeto no Brasil e respondia às inúmeras perguntas. Nosso grupo de pesquisadores também foi sabatinado pelos peruanos acerca do nosso trabalho. Foi fácil. Já conheciam nossas atividades. Responder aos estudantes foi até prazeroso.


No Brasil, nossa bandeira é hasteada todos os sábados, sob o céu de Ceilândia. Aqui no Peru, sob o céu de Huancayo ela demarca mais um espaço. Nossas crianças, representadas em nossa bandeira, foram recebidas sob aplausos. Valeu.

Como se constrói uma bandeira será um outro capítulo. Posso dizer, por enquanto, que nossa bandeira foi carinhosamente pensada, idealizada por nós, os roedores mirins e adultos. Enfim, seu símbolo maior foi escolhido. Esse símbolo foi estampado na bandeira, tal qual em um filme o público vê registrado inúmeros instantes de nossa marca. Sim, nossa marca, nosso símbolo é a criança. Ela compõe com harmonia nossa proposta de trabalho nos Roedores de Livros. E numa linguagem universal, foi muito bem acolhida em Huancayo-Peru.Valeu.