terça-feira, 26 de maio de 2009

Tempo de Caju

Quando chegavam as férias de dezembro papai lotava a marajó com a família e enfrentávamos 12 horas de estrada para ir da Bahia ao Ceará. Era tempo de festa, de banho de rio, banho de mar, shopping center, cinema… era tempo de caju. Eu achava lindo quando a carro passava por Pacajus e via as margens da estrada apinhadas de grandes cajueiros e seus frutos coloridos.

Caju é fruto abundante no Ceará. Aliás, o fruto, mesmo, é a castanha. Ambos – castanha e carne do caju (o tal pseudofruto) - me deixam com água na boca. Aprecio também o suco, o doce em calda, cristalizado, a cajuína. Tem até hambúrguer de caju. O maior cajueiro do planeta tem suas raízes em solo potiguar. É uma árvore gigantesca, cheia de ramificações. Fui conhecê-la ano passado com meu pai e Pedro, meu filho. Mas era o mês de julho. Não era tempo de caju, que ocorre normalmente entre outubro a dezembro.

Dia desses fiquei surpreso ao encontrar belos e saborosos cajus em pleno mês de maio. Chegaram por email. Foram enviados por Socorro Acioli, menina do Ceará, rica em talentos na hora de contar histórias. Plantados por ela e pelo ilustrador Daniel Diaz, a safra de cajus que chegou por aqui foi comprada pelo Governo do Estado do Ceará, através do programa Alfabetização na Idade Certa, como forma de matar a fome de leitura dos pequenos alencarinos. 40 mil exemplares distribuídos na rede escolar estadual.

É isso mesmo que você entendeu: os cajus de Socorro e Daniel vieram em forma de livro. Chama-se TEMPO DE CAJU e conta uma bela história sobre como o curumim Porã se tornou um sábio cacique. O texto emociona e as ilustrações saltam aos olhos com suas cores ricas e traços com referências às pinturas indígenas. O livro não está à venda nas livrarias, mas você pode baixá-lo gratuitamente CLICANDO AQUI e descobrir que até mesmo os cajus virtuais têm seus sabores para bons leitores. Por aqui, não me canso de provar. Desfrute à vontade. Não dá indigestão. Hatuna Matata.

P.S.1 Socorro Acioli é autora de vários livros, dos quais O ANJO E O LAGO e A CASA DOS BENJAMINS foram resenhados neste blog.

P.S.2 Acredite, na primeira foto, toda aquela copa atrás de mim, pertence apenas a UM cajueiro.

3 comentários:

Socorro Acioli disse...

Tino, muito obrigada por falar dos cajus com tanto gosto! Agradeço em nome do Daniel também.
Espero que você conheça o livro ao vivo, em breve!
Bjs!

Alessandra Roscoe disse...

Hummmm! Fiquei com água na boca e nos olhos...

Luciana Conti disse...

Oi Tino,
Visitei o site da Manati e vi seu livro. Está lindo. Vou procurar para ler.
Parabéns!
Luciana