
sexta-feira, 31 de agosto de 2007
Roedores de Livros nas ondas do rádio...

Quarta, 22 de agosto. Prazer em Ler - parte III

Depois de um almoço regado a muito bate papo, comida boa, nem tão barata assim... voltamos para a Câmara Americana de Comércio (AMCHAM) bem na hora da palestra da genial ANGELA-LAGO. Seu tema foi O Prazer do Livro para o Leitor Iniciante. Gente, uma AULA sobre ilustração. Se você pensa que ilustrar um livro infantil é só colocar um desenho ali e pronto... está muito enganado. Existe todo um estudo para que estas ilustrações possam servir ao papel de oferecer ao leitor iniciante o prazer de ler. Ângela revela que a criança vai aprender com os livros de imagem a “seqüência” da leitura alfabética (da esquerda para a direita, de cima para baixo). O bom livro-imagem para criança inicialmente deve fazer uso do IR e VOLTAR. Num segundo momento, passa a uma relação de PERSPECTIVA AFETIVA, trabalhando o PEQUENO e o GRANDE. Mostrou em slides que os desenhos das crianças também apresentam ênfase no que lhes é mais importante. Ressaltou a VISÃO DE RAIO X, onde não basta desenhar o visível. Vale ilustrar o oculto.



Quarta, 22 de agosto. Prazer em Ler - parte II

Pausa para o almoço. Correria para encontrar um lugar em harmonia com a tríplice aliança: comida gostosa, barata e perto do Centro de Convenções. Foi um passeio e tanto pelas redondezas. Divertido. Por fim, encontramos. A mesa reuniu cerca de 15 novos amigos. Finalmente encontramos nossa querida Denise Cantuária (Peirópolis), companheira desde o Salão da FNLIJ. Na mesa, ainda, Peter, Renata e Lúcia, a turma da Editora SM, Silvia Oberg e Stela Maris da Biblioteca Infanto-Juvenil Monteiro Lobato, entre outros. Papo vai, papo vem, conhecemos o trabalho incrível da Biblioteca. Fomos presenteados com um exemplar da BIBLIOGRAFIA BRASILEIRA DE LITERATURA INFANTIL E JUVENIL, VOLUME 14, referente a produção literária de 2003.

É um trabalho gigantesco e heróico deste grupo. Deveria chegar ao alcance de cada professor deste país. Como se não bastassem as ótimas resenhas – as meninas conhecem o chão onde pisam – o livro apresenta índices que facilitam a vida do leitor. Você pode procurar os livros por autores/tradutores/adaptadores, por seus títulos, por ilustradores, por editoras, por indicação da faixa etária a quem os livros são indicados, índices de Séries e Coleções, e de gêneros.
Não sei qual a disponibilidade desta publicação para o público em geral, mas recomendo aos interessados que procurem a Biblioteca Infanto-Juvenil Monteiro Lobato (site no link do primeiro parágrafo) e perguntem se é possível adquirir esta obra-referência. Por aqui, posso afirmar que o Tino anda debruçado em suas páginas e descobrindo novos tesouros.
quinta-feira, 30 de agosto de 2007
Quarta, 22 de agosto. Prazer em Ler - parte I

Chegamos de táxi ao local do seminário Prazer em Ler de Promoçãod a Leitura. Recebemos as credenciais e uma sacola com livro, caderno de notas e outras referências sobre o evento. O espaço das palestras parecia abrigar mais de 500 pessoas. Uma estrutura ímpar de organização e nós, de olhos abertos para não perder nada. Sentamos num cantinho lateral e aguardamos a abertura do seminário. Numa coincidência daquelas, Peter O’Sage do Dobras da Leitura, senta-se ao nosso lado. Era um dos amigos virtuais que queríamos encontrar por lá. Sintonia total. Com ele a ilustradora e autora Lucia Hiratsuka (falaremos mais sobre Lúcia noutro post) e Renata Nakano da Miró Editorial. Nossos primeiros amigos. A primeira impressão: tudo daria certo. Como, de fato, aconteceu.

Falou sobre o problema da solidão urbana das crianças e da importância da leitura autônoma nos primeiros anos. É aí onde se começa o domínio da língua, se descobre o acesso ao imaginário (a criança pode ser outra sem deixar de ser ela mesma) e se dá a socialização cultural (ampliando sua experiência de mundo). Destacou a importância de ler com os outros pois, o compartilhamento da leitura cria pontes e a oportunidade de cruzá-las. Estabelece um vínculo maior com os colegas. É aí onde nasce a perspectiva narrativa. Vale conversar com as crianças sobre o que leram, cada um contando sua leitura do texto. Enfim, alertou que este importante compartilhamento não é comum na escola, embora necessário.

12h30. Saímos para o almoço com as idéias fervendo. O seminário nos abria portas. Queremos atravessá-las, todas!!!
quarta-feira, 29 de agosto de 2007
Remédio pra curar catapora...

Ricardo Azevedo escreveu,
Parece que adoeceu,
Gripou de inspiração
Tosse, Asma, Comichão.
Transpirou poesias, rimas
Sarampo, galo, adivinhas
Também fala de alergia,
parece que contagia,
O texto é uma gostosura...
mas tem cada figura...
E pra tirar o nenê da cama,
mostre os desenhos da Mariana,
Não tem genérico que dê jeito.
Este livro é amigo do peito.
Não tem contra-indicação
Só faz bem pro coração
E pra encerrar a resenha
Antes que a doença venha
Reproduzo abaixo, agora
O poema Catapora:

Que dá gosto de se ver:
Tem a onça e a pantera
Tem a cobra e o lagarto.
Tem girafa, tem cachorro,
Tem porco, pato e besouro.
Tem galinha, joaninha,
Poço-espinho, passarinho.
Tem bicho que é uma beleza,
Pintado por natureza.
Mas eu, na frente do espelho,
Cheio de manchas, vermelho,
No mau pijama, sozinho,
Só pego e digo baixinho:
- Não amola, dá o fora!
Vai embora, catapora!
quarta-feira, 22 de agosto de 2007
Prazer em ler - Roedores em Sampa!!!

terça-feira, 21 de agosto de 2007
Papa-figo na Ceilândia...

- Olha o que tem de legal no "meu" livro!!!
- Ah, a história do meu foi assim!!!
Enquanto isso, eu só de olho no que seria para mim o melhor dia do ano do projeto!!! Por vários motivos. Um deles foi notar o engajamento dos outros roedores. A preocupação com os "detalhes" que tanto frisamos nas reuniões e que as vezes são esquecidos. O papa-figo que a Juliana trouxe junto com as quadras de advinhas do Ricardo Azevedo deixou o grupo atento, envolvido. É isso: envolvimento!!! Acho que até os meninos não deram tanto trabalho nesta semana. Isso tem diminuído a cada encontro. A literatura tem aplacado a indisciplina.




segunda-feira, 20 de agosto de 2007
Os vizinhos de Cora Coralina...


Veio escorrendo num veio longínquo de cascalho.
De pedra foi o meu berço.
De pedra tem sido meus caminhos.
Meus versos: pedras quebradas no rolar e
Bater de tantas pedras
Em torno, o abandono.
Aninha, a menina boba da casa.
Foi uma ex-escrava que me amamentou no
Seio fecundo.
Eram seus braços prazenteiros e generosos que
Me erguiam, ainda rastejante, e Aninha
Adormecia, ouvindo estórias de encantamento.
Minha madrinha Fada...
Eu era Aninha Borralheira.
Era ela que me tirava das cinzas e me calçava
Sapatinhos de cristal.
Me vestia. Me carregava na Procissão.
Eu dormia na cadeirinha de seus braços.
E sonhava que era um anjo de verdade
Aconchegada na nuvem macia de seu xale.
Toda melhor lembrança da minha pueria
Distante está ligada a essa antiga escrava.
No tarde da minha vida assento o seu nome
Na pedra rude do meu verso: Mãe Didi.
Cora Coralina.
sexta-feira, 17 de agosto de 2007
O Poeta, a canção e o amor dos elefantes.

Tempos depois, já adulto, descobri um conto de Drummond para crianças. Não, não era poesia. Ou era? HISTÓRIA DE DOIS AMORES (Record, com ilustrações de Ziraldo) conta a história do elefante Osborne e do “pulgo” Pul que resolveu se instalar nas orelhas do paquiderme. A partir daí vivem aventuras no mundo animal. Guerras, intrigas, sete anos de paz e, enfim, a procura por um grande amor. O livro fala principalmente sobre a amizade. Socorrer o amigo nas horas difíceis, usar da franqueza mesmo correndo o risco de perder o amigo e reconhecer quando se está errado. Algo em comum entre você e seu amigo do peito? Pois é assim que seguem juntos a pulga (ou melhor, o pulgo) Pul e o elefante Osborne até encontrarem cada um a sua cara-metade. Ziraldo arrebenta nas ilustrações. Dá um banho de originalidade ao criar seus elefantes com bocas na perna, ou pernas na boca, enfim. Espero que vocês já tenham encontrado “um amor tão bonito como a luz das estrelas e o perfume das violetas”. O meu amor eu encontrei. É um amor como o dos elefantes de Drummond e Ziraldo. Você não a conhece? Está aqui embaixo na foto que registra aquela manhã cinzenta do dia em que encontramos o poeta em Copacabana. Ele estava com frio. Oferecemos o casaco. Ele aceitou. Falamos sobre a infância. Ele disse: “A criança imita o adulto e este, a criança. Ao brincar com a criança, o adulto está brincando consigo mesmo”. Deixamos o poeta ali na calçada. Engraçado... aquilo mexeu com meus trinta anos.
quarta-feira, 15 de agosto de 2007
A mais malvada das malvadíssimas mulheres...



