Foi assim, logo de manhã.
A moto buzinou. Uma voz gritou: - CASA 29!!! Eu abri um olho.
A empregada foi ver o que era. O portão rangeu o ferro no piso. Vozes ao fundo.
Depois toc toc toc na porta do quarto...
- Seu Tino, é pro senhor...
Depois... pregaram um sorriso no meu rosto assim, de manhã...
Tô com ele até agora!!!
Enfim, a Manati mandou meu primogênito sem avisar e a semana começou muito bem.
E já está a venda na LIVRARIA CULTURA!!!
segunda-feira, 8 de junho de 2009
Coleção de livros do Projeto Bem-Me-Quer
No dia 28 de maio foi lançado na sede do Itaú Cultural, em São Paulo, uma coleção de livros do Projeto Bem-Me-Quer, do INDICA (Instituto dos Direitos da Criança e do Adolescente). No final de 2008 recebemos uma ligação da equipe do Indica nos convidando (o grupo FIRIMFIMFOCA) para gravar seis das nove histórias de uma coleção de livros paradidáticos que seriam lançados e distribuídos a 2.600 entidades sociais apoiadas pelo Itaú Cultural. É claro que topamos.
Por acaso estava em Sampa na ocasião do lançamento da coleção e pude reencontrar o escritor Jonas Ribeiro (na foto acima) e a editora Denyse Cantuária e Iago Sartini, além de conhecer pessoalmente a até então amiga virtual Lígia Pin (também na foto acima). Mas a vitrine da noite eram os livros. De fato. Não é cômoda para nós, Roedores de Livros, a idéia de que o livro serve para alguma coisa. E esta coleção trata da boa convivência entre as diferenças: sociais, sexuais, religiosas, raciais, etc. Mas o cuidado que o INDICA dispensou a obra fez com que eu pensasse melhor a respeito.
Um time de autores experientes como Adriana Falcão, Anna Claudia Ramos, Jonas Ribeiro, Gilles Eduar, Flávia Lins e Silva, entre outros, ao lado de ilustradores tarimbados como Ana Raquel, Jô Oliveira, Leicia Gotlibowski (ilustradora argentina que não conhecia e fiquei fã) e José Carlos Lollo, para citar alguns, deram uma pincelada de arte no produto final, muito bem acabado no belíssimo projeto gráfico de Alex Chacon. Dois livros foram ilustrados por Maurenilson, ilustrador veterano, amigo dos Roedores (mora em Brasília), e que agora estreia na literatura para crianças e jovens. Que venham outros tantos.
Diante de tantos livros, há os que saltam aos olhos. O texto de Jonas Ribeiro, As Meninas Descalças, é muito bom. Roda-Gigante de Adriana Falcão fica mais encantador em combinação com as ilustrações+recortes+colagens de Lollo. Pena não poder levá-los juntos para o áudio. Marina e Makolelê, de Gilles Eduar - como sempre - alcança o ouvido das crianças com seu texto curto e ilustrações coloridas. Como Somos de Flávia Lins e Silva mostra o quanto um escritor precisa estar atento ao seu cotidiano para pescar boas ideias na boca das crianças.
As histórias são para várias faixas de idade. Textos curtos. Textos longos. Temas clássicos - como A Cor do Ovo, de Chico Salles, sobre preconceito racial. Outros nem tanto presentes na literatura para jovens como Porque eu não consigo gostar dela?, de Anna Claudia Ramos, que trata da homossexualidade com cuidado e talento. Enfim, uma coleção e tanto. Estou certa de que a coleção faria sucesso em todas as escolas - se tratadas com a devida atenção por um professor-mediador. Como já disse antes, o Itaú Cultural, comprou a ideia, o Indica criou o produto e 2.600 instituições receberão o kit com 9 livros e um audio-livro para que - principalmente - os deficientes visuais possam desfrutar das histórias.
Por falar eu áudio-livro, Aldanei Andrade, Míriam Rocha, Simone Carneiro e Tino Freitas participaram da gravação de seis das nove histórias. É particularmente emocionante poder desfrutar delas em livro (nós recebemos só os textos) e descobrir a força que um bom ilustrador aliado a um projeto gráfico criativo podem dar a um livro. Esperamos que ao ouvir as histórias gravadas, as crianças possam viajar nas palavras e colorir sua imaginação com os personagens, com os cenários, com o que de melhor cada história pode passar.
Parabéns ao INDICA pela competência com que trataram o projeto. Roemos e indicamos. Que, no futuro, estes livros possam alcançar outros tantos leitores. Hatuna Matata.
Por acaso estava em Sampa na ocasião do lançamento da coleção e pude reencontrar o escritor Jonas Ribeiro (na foto acima) e a editora Denyse Cantuária e Iago Sartini, além de conhecer pessoalmente a até então amiga virtual Lígia Pin (também na foto acima). Mas a vitrine da noite eram os livros. De fato. Não é cômoda para nós, Roedores de Livros, a idéia de que o livro serve para alguma coisa. E esta coleção trata da boa convivência entre as diferenças: sociais, sexuais, religiosas, raciais, etc. Mas o cuidado que o INDICA dispensou a obra fez com que eu pensasse melhor a respeito.
Um time de autores experientes como Adriana Falcão, Anna Claudia Ramos, Jonas Ribeiro, Gilles Eduar, Flávia Lins e Silva, entre outros, ao lado de ilustradores tarimbados como Ana Raquel, Jô Oliveira, Leicia Gotlibowski (ilustradora argentina que não conhecia e fiquei fã) e José Carlos Lollo, para citar alguns, deram uma pincelada de arte no produto final, muito bem acabado no belíssimo projeto gráfico de Alex Chacon. Dois livros foram ilustrados por Maurenilson, ilustrador veterano, amigo dos Roedores (mora em Brasília), e que agora estreia na literatura para crianças e jovens. Que venham outros tantos.
Diante de tantos livros, há os que saltam aos olhos. O texto de Jonas Ribeiro, As Meninas Descalças, é muito bom. Roda-Gigante de Adriana Falcão fica mais encantador em combinação com as ilustrações+recortes+colagens de Lollo. Pena não poder levá-los juntos para o áudio. Marina e Makolelê, de Gilles Eduar - como sempre - alcança o ouvido das crianças com seu texto curto e ilustrações coloridas. Como Somos de Flávia Lins e Silva mostra o quanto um escritor precisa estar atento ao seu cotidiano para pescar boas ideias na boca das crianças.
As histórias são para várias faixas de idade. Textos curtos. Textos longos. Temas clássicos - como A Cor do Ovo, de Chico Salles, sobre preconceito racial. Outros nem tanto presentes na literatura para jovens como Porque eu não consigo gostar dela?, de Anna Claudia Ramos, que trata da homossexualidade com cuidado e talento. Enfim, uma coleção e tanto. Estou certa de que a coleção faria sucesso em todas as escolas - se tratadas com a devida atenção por um professor-mediador. Como já disse antes, o Itaú Cultural, comprou a ideia, o Indica criou o produto e 2.600 instituições receberão o kit com 9 livros e um audio-livro para que - principalmente - os deficientes visuais possam desfrutar das histórias.
Por falar eu áudio-livro, Aldanei Andrade, Míriam Rocha, Simone Carneiro e Tino Freitas participaram da gravação de seis das nove histórias. É particularmente emocionante poder desfrutar delas em livro (nós recebemos só os textos) e descobrir a força que um bom ilustrador aliado a um projeto gráfico criativo podem dar a um livro. Esperamos que ao ouvir as histórias gravadas, as crianças possam viajar nas palavras e colorir sua imaginação com os personagens, com os cenários, com o que de melhor cada história pode passar.
Parabéns ao INDICA pela competência com que trataram o projeto. Roemos e indicamos. Que, no futuro, estes livros possam alcançar outros tantos leitores. Hatuna Matata.
sexta-feira, 5 de junho de 2009
Os Olhos Que Comiam Carne
Duas e vinte e sete da manhã. No quarto, a TV ligada exibe a sequência de um filme de terror. O que deu origem a série até que não era ruim, mas este é uma tortura para qualquer mente insone como a minha. Sinto frio. Sinto fome de algo prazeroso para meus olhos que teimam em não dormir. Ao lado da cama alguns livros que Ana Paula trouxe de uma recente viagem à Sampa. Muita coisa boa. Escolho um e vou para a sala. Levo o cobertor. Acendo a luz e Hermione, nossa gata, se aninha perto do sofá. O livro, escolhido a dedo, intitula-se Os Olhos Que Comiam Carne e outros contos de terror de Humberto de Campos (organização de Denyse Cantuária, publicado pela Noovha América, para o selo Sete Luas). Ganhei a noite e mais um motivo para escrever no blog.
Composto por cinco contos, este livro já é – para mim – um clássico nacional do gênero. Com sua pesquisa, Denyse nos mostra que a literatura de horror tupiniquim pode caminhar lado a lado das estrangeiras. Lado a lado com Edgard Allan Poe (Wiliam Wilson), Guy de Maupassant (O Horla) e Charles Dickens (O Sinaleiro), para citar alguns. Os textos do maranhense Humberto de Campos (1886 – 1934) datam de quase uma centena de anos. Apesar de algumas referências – óbvias – àquela época, seus contos podem facilmente ser devorados por olhos juvenis famintos de boa literatura. Mas não pense que vai encontrar ali um balaio de sustos, rios de sangue, monstros fantasmagóricos ou outros clichês que acompanham mutos dos “novos” livros deste gênero que se estendem em coleções nas prateleiras de muitas livrarias.
O terror dos contos de Humberto de Campos não vem de fora, à meia-noite, carregado pelo uivar do vento. É mais íntimo e poderoso. Nasce dentro da gente. Range dentro da gente. É inesperado como o primeiro soluço. De repente. Em Catimbau, o fim, súbito. Pronto. Acabou-se. E a gente fica assim, sem fala, na página 24. A Noiva foi escrita principalmente para quem – como eu – vive garimpando livros em sebos e vez em quando encontra pertences de outros leitores guardados nas páginas de velhas edições: eu já encontrei uma nota de 50 Cruzados Novos (aquela com o Drummond), um extrato de banco, um pedaço puído de uma fita do Senhor do Bomfim e uma rosa desidratada. Quantas histórias por trás destes objetos, não é mesmo? A tal noiva, por exemplo, procura há anos por um pertence seu esquecido num livro.
O conto que dá título ao livro é absurdamente bem escrito. Me lembrou O Extraordinário Caso dos Olhos de Davidson, conto de H. G. Wells, que tenho em casa no excelente quarto volume da série Contos e Poemas para Crianças Extremamente Inteligentes (Coletânea organizada por Harold Bloom, Objetiva). Há ainda O Seringueiro, em que a gente vai se encantando com o mocinho até que... Enfim, o livro termina com O Poço dos Maridos, que dedico a tantas belas mulheres caçadoras de príncipes encantados sem defeitos. Há ainda uma apresentação do autor, da organizadora e do selo Sete Luas.
O livro apresenta um belo projeto gráfico de Iago Sartini feito a partir da seleção e do aproveitamento de imagens de dominio público criadas por artistas dos séculos XVI, XVII, XVIII. O novo beija o antigo numa edição primorosa. Literatura de primeira. Ótimas histórias. Um livro para a gente se deliciar com seu conteúdo e perceber como o dedo de um bom editor (no caso, Denyse Cantuária) pode dar mais sabor a uma obra quase centenária. Não vi as horas mas certamente passavam das quatro da manhã quando terminei de ler o livro e lancei meus olhos agora famintos de sono de volta para o quarto. Desliguei a TV, deitei na cama e... tenho certeza de que dormi com um sorriso no rosto. Hatuna Matata.
Composto por cinco contos, este livro já é – para mim – um clássico nacional do gênero. Com sua pesquisa, Denyse nos mostra que a literatura de horror tupiniquim pode caminhar lado a lado das estrangeiras. Lado a lado com Edgard Allan Poe (Wiliam Wilson), Guy de Maupassant (O Horla) e Charles Dickens (O Sinaleiro), para citar alguns. Os textos do maranhense Humberto de Campos (1886 – 1934) datam de quase uma centena de anos. Apesar de algumas referências – óbvias – àquela época, seus contos podem facilmente ser devorados por olhos juvenis famintos de boa literatura. Mas não pense que vai encontrar ali um balaio de sustos, rios de sangue, monstros fantasmagóricos ou outros clichês que acompanham mutos dos “novos” livros deste gênero que se estendem em coleções nas prateleiras de muitas livrarias.
O terror dos contos de Humberto de Campos não vem de fora, à meia-noite, carregado pelo uivar do vento. É mais íntimo e poderoso. Nasce dentro da gente. Range dentro da gente. É inesperado como o primeiro soluço. De repente. Em Catimbau, o fim, súbito. Pronto. Acabou-se. E a gente fica assim, sem fala, na página 24. A Noiva foi escrita principalmente para quem – como eu – vive garimpando livros em sebos e vez em quando encontra pertences de outros leitores guardados nas páginas de velhas edições: eu já encontrei uma nota de 50 Cruzados Novos (aquela com o Drummond), um extrato de banco, um pedaço puído de uma fita do Senhor do Bomfim e uma rosa desidratada. Quantas histórias por trás destes objetos, não é mesmo? A tal noiva, por exemplo, procura há anos por um pertence seu esquecido num livro.
O conto que dá título ao livro é absurdamente bem escrito. Me lembrou O Extraordinário Caso dos Olhos de Davidson, conto de H. G. Wells, que tenho em casa no excelente quarto volume da série Contos e Poemas para Crianças Extremamente Inteligentes (Coletânea organizada por Harold Bloom, Objetiva). Há ainda O Seringueiro, em que a gente vai se encantando com o mocinho até que... Enfim, o livro termina com O Poço dos Maridos, que dedico a tantas belas mulheres caçadoras de príncipes encantados sem defeitos. Há ainda uma apresentação do autor, da organizadora e do selo Sete Luas.
O livro apresenta um belo projeto gráfico de Iago Sartini feito a partir da seleção e do aproveitamento de imagens de dominio público criadas por artistas dos séculos XVI, XVII, XVIII. O novo beija o antigo numa edição primorosa. Literatura de primeira. Ótimas histórias. Um livro para a gente se deliciar com seu conteúdo e perceber como o dedo de um bom editor (no caso, Denyse Cantuária) pode dar mais sabor a uma obra quase centenária. Não vi as horas mas certamente passavam das quatro da manhã quando terminei de ler o livro e lancei meus olhos agora famintos de sono de volta para o quarto. Desliguei a TV, deitei na cama e... tenho certeza de que dormi com um sorriso no rosto. Hatuna Matata.
Buzinas, carros de som, crianças e literatura...
O sábado, 23 de maio, teve um componente que não costuma incomodar no projeto Roedores de Livros: o barulho. Tivemos que nos reunir na área externa da creche pois acontecia uma reunião importante no interior do prédio. Até aí, nada de novo. De repente apareceu um caminhão tipo trio elétrico anunciando o aniversário de um supermercado local. Passou devagarinho com o volume nas alturas bem no meio de A Cobra e o Grilo (Graziela Hetzel, com ilustrações de Ivan Zigg, Ediouro). Uma paradinha para os "comerciais". Plim, plim.
Fiz um brinquedo cantado para descontrair e introduzir a a mediação de O Amigo Urso (Mery Weiss, Formato). Fom Fom! Buzinou um grande carro preto para um barulhento fusquinha que se arrastava na pista ao lado da gente. Bip Bip! Respondeu o fusquinha. Cri Cri! Ssssssssss!! Groaaarrrr!!! A cobra, o grilo, o urso e as crianças se manifestaram. Outra pausa para a rua deixar as histórias se acomodarem no pensamento. Plim, plim!
Parti para a leitura de uma história do Contos de Artimanhas e Travessuras (Vários Autores, Ática). A raposa estava comendo os peixes quando o mesmo primeiro caminhão voltava pela via oposta convidando a todos para a promoçào de aniversário do tal supermercado. Desta vez, era seguido por algumas kombis, fiorinos e outros veículos da frota da empresa. Ora o tomate estava em promoção, ora Claudia Leite cantava seu axé. As crianças pareciam mais incomodadas que a gente - mas nem eu, nem Edna, nem Tino, nem Célio cabíamos em meio a tanto aborrecimento. Plim, plim!
Foi então que a pequena Samara pediu para ler um livro que gostamos muito por aqui: Coitada da Raposa! (Sandra Ronca, Cortez). A história é bem divertida e vai levando o leitor por um caminho que parece mas não é tão óbvio. Aí o livro ganha o sorriso no olhar dos pequenos. Samara começou a leitura em voz baixa, ainda tímida, mas depois a história pegou e - sem interrupções - chegou ao seu final surpreendente. Depois a monitora Samantha pediu para ler A Cidade dos Carregadores de Pedras (Sandra Branco, ilustrado por Elma, Cortez). Partindo de uma metáfora genial, a autora desfila um enredo gostoso em que ora os meninos se espantam com uma cidade em que todos carregam pedras ora se encantam com o final transformador da história. Por fim, brinquedos cantados como o Andar de Trem (foto abaixo) descontraíram a turma antes do retorno para casa.
É sempre bom que o mediador tome conhecimento prévio do que vai ler para o público. Assim, prepara-se melhor para as palavras difíceis, para as entonações certas, para o jogo entre o livro e o espectador. Naquela manhã barulhenta, as crianças perceberam nosso incômodo e pediram para ler novas histórias. Não foi um exemplo de mediação. Mas, certamente, um exemplo de carinho pelo outro. Sim, nas manhãs de sábado, não só aprendemos - todos - o prazer em descobrir boas histórias nos livros. Aprendemos também a respeitar o próximo. Sem barulhos. Hatuna Matata.
P.S. Um dia, escreverei um post sobre a conquista da nossa sede. Enquanto este dia não chega, agradecemos ao pessoal da Creche Comunitária da Criança que nos acolhe sempre com muito carinho. Fazem o possível para que sigamos com o nosso trabalho.
Fiz um brinquedo cantado para descontrair e introduzir a a mediação de O Amigo Urso (Mery Weiss, Formato). Fom Fom! Buzinou um grande carro preto para um barulhento fusquinha que se arrastava na pista ao lado da gente. Bip Bip! Respondeu o fusquinha. Cri Cri! Ssssssssss!! Groaaarrrr!!! A cobra, o grilo, o urso e as crianças se manifestaram. Outra pausa para a rua deixar as histórias se acomodarem no pensamento. Plim, plim!
Parti para a leitura de uma história do Contos de Artimanhas e Travessuras (Vários Autores, Ática). A raposa estava comendo os peixes quando o mesmo primeiro caminhão voltava pela via oposta convidando a todos para a promoçào de aniversário do tal supermercado. Desta vez, era seguido por algumas kombis, fiorinos e outros veículos da frota da empresa. Ora o tomate estava em promoção, ora Claudia Leite cantava seu axé. As crianças pareciam mais incomodadas que a gente - mas nem eu, nem Edna, nem Tino, nem Célio cabíamos em meio a tanto aborrecimento. Plim, plim!
Foi então que a pequena Samara pediu para ler um livro que gostamos muito por aqui: Coitada da Raposa! (Sandra Ronca, Cortez). A história é bem divertida e vai levando o leitor por um caminho que parece mas não é tão óbvio. Aí o livro ganha o sorriso no olhar dos pequenos. Samara começou a leitura em voz baixa, ainda tímida, mas depois a história pegou e - sem interrupções - chegou ao seu final surpreendente. Depois a monitora Samantha pediu para ler A Cidade dos Carregadores de Pedras (Sandra Branco, ilustrado por Elma, Cortez). Partindo de uma metáfora genial, a autora desfila um enredo gostoso em que ora os meninos se espantam com uma cidade em que todos carregam pedras ora se encantam com o final transformador da história. Por fim, brinquedos cantados como o Andar de Trem (foto abaixo) descontraíram a turma antes do retorno para casa.
É sempre bom que o mediador tome conhecimento prévio do que vai ler para o público. Assim, prepara-se melhor para as palavras difíceis, para as entonações certas, para o jogo entre o livro e o espectador. Naquela manhã barulhenta, as crianças perceberam nosso incômodo e pediram para ler novas histórias. Não foi um exemplo de mediação. Mas, certamente, um exemplo de carinho pelo outro. Sim, nas manhãs de sábado, não só aprendemos - todos - o prazer em descobrir boas histórias nos livros. Aprendemos também a respeitar o próximo. Sem barulhos. Hatuna Matata.
P.S. Um dia, escreverei um post sobre a conquista da nossa sede. Enquanto este dia não chega, agradecemos ao pessoal da Creche Comunitária da Criança que nos acolhe sempre com muito carinho. Fazem o possível para que sigamos com o nosso trabalho.
sábado, 30 de maio de 2009
Aos curiosos desparafusadamente sem juízo...
Queridos amigos... a MANATI disponibilizou em seu site as primeiras páginas do CADÊ O JUÍZO DO MENINO, meu primogênito literário que está para nascer. Ilustrado por MARIANA MASSARANI, o danado já entrou em trabalho de parto, foi para a gráfica e está lá colocando seus parafusinhos para fora aos poucos, dando cambalhotas, chutando a prensa e gritando para todo mundo: QUERO SAIIIIIIRRRRRRRRRRR!!!
Se vocês quiserem dar uma olhadinha, acessem ESTE LINK.
Aviso: O início não entrega o jogo e - segundo minha querida amiga LÍGIA PIN - serve para aumentar a curiosidade. Assim que estiver dispponível para vendas on line eu aviso a todos. Hatuna Matata.
Se vocês quiserem dar uma olhadinha, acessem ESTE LINK.
Aviso: O início não entrega o jogo e - segundo minha querida amiga LÍGIA PIN - serve para aumentar a curiosidade. Assim que estiver dispponível para vendas on line eu aviso a todos. Hatuna Matata.
terça-feira, 26 de maio de 2009
Tempo de Caju
Quando chegavam as férias de dezembro papai lotava a marajó com a família e enfrentávamos 12 horas de estrada para ir da Bahia ao Ceará. Era tempo de festa, de banho de rio, banho de mar, shopping center, cinema… era tempo de caju. Eu achava lindo quando a carro passava por Pacajus e via as margens da estrada apinhadas de grandes cajueiros e seus frutos coloridos.
Caju é fruto abundante no Ceará. Aliás, o fruto, mesmo, é a castanha. Ambos – castanha e carne do caju (o tal pseudofruto) - me deixam com água na boca. Aprecio também o suco, o doce em calda, cristalizado, a cajuína. Tem até hambúrguer de caju. O maior cajueiro do planeta tem suas raízes em solo potiguar. É uma árvore gigantesca, cheia de ramificações. Fui conhecê-la ano passado com meu pai e Pedro, meu filho. Mas era o mês de julho. Não era tempo de caju, que ocorre normalmente entre outubro a dezembro.
Dia desses fiquei surpreso ao encontrar belos e saborosos cajus em pleno mês de maio. Chegaram por email. Foram enviados por Socorro Acioli, menina do Ceará, rica em talentos na hora de contar histórias. Plantados por ela e pelo ilustrador Daniel Diaz, a safra de cajus que chegou por aqui foi comprada pelo Governo do Estado do Ceará, através do programa Alfabetização na Idade Certa, como forma de matar a fome de leitura dos pequenos alencarinos. 40 mil exemplares distribuídos na rede escolar estadual.
É isso mesmo que você entendeu: os cajus de Socorro e Daniel vieram em forma de livro. Chama-se TEMPO DE CAJU e conta uma bela história sobre como o curumim Porã se tornou um sábio cacique. O texto emociona e as ilustrações saltam aos olhos com suas cores ricas e traços com referências às pinturas indígenas. O livro não está à venda nas livrarias, mas você pode baixá-lo gratuitamente CLICANDO AQUI e descobrir que até mesmo os cajus virtuais têm seus sabores para bons leitores. Por aqui, não me canso de provar. Desfrute à vontade. Não dá indigestão. Hatuna Matata.
P.S.1 Socorro Acioli é autora de vários livros, dos quais O ANJO E O LAGO e A CASA DOS BENJAMINS foram resenhados neste blog.
P.S.2 Acredite, na primeira foto, toda aquela copa atrás de mim, pertence apenas a UM cajueiro.
Caju é fruto abundante no Ceará. Aliás, o fruto, mesmo, é a castanha. Ambos – castanha e carne do caju (o tal pseudofruto) - me deixam com água na boca. Aprecio também o suco, o doce em calda, cristalizado, a cajuína. Tem até hambúrguer de caju. O maior cajueiro do planeta tem suas raízes em solo potiguar. É uma árvore gigantesca, cheia de ramificações. Fui conhecê-la ano passado com meu pai e Pedro, meu filho. Mas era o mês de julho. Não era tempo de caju, que ocorre normalmente entre outubro a dezembro.
Dia desses fiquei surpreso ao encontrar belos e saborosos cajus em pleno mês de maio. Chegaram por email. Foram enviados por Socorro Acioli, menina do Ceará, rica em talentos na hora de contar histórias. Plantados por ela e pelo ilustrador Daniel Diaz, a safra de cajus que chegou por aqui foi comprada pelo Governo do Estado do Ceará, através do programa Alfabetização na Idade Certa, como forma de matar a fome de leitura dos pequenos alencarinos. 40 mil exemplares distribuídos na rede escolar estadual.
É isso mesmo que você entendeu: os cajus de Socorro e Daniel vieram em forma de livro. Chama-se TEMPO DE CAJU e conta uma bela história sobre como o curumim Porã se tornou um sábio cacique. O texto emociona e as ilustrações saltam aos olhos com suas cores ricas e traços com referências às pinturas indígenas. O livro não está à venda nas livrarias, mas você pode baixá-lo gratuitamente CLICANDO AQUI e descobrir que até mesmo os cajus virtuais têm seus sabores para bons leitores. Por aqui, não me canso de provar. Desfrute à vontade. Não dá indigestão. Hatuna Matata.
P.S.1 Socorro Acioli é autora de vários livros, dos quais O ANJO E O LAGO e A CASA DOS BENJAMINS foram resenhados neste blog.
P.S.2 Acredite, na primeira foto, toda aquela copa atrás de mim, pertence apenas a UM cajueiro.
segunda-feira, 25 de maio de 2009
Ah, se eles pudessem escolher...
No início do projeto - nos idos de 2006 - decidimos que o projeto deveria fugir de qualquer proposta educacional - entenda-se escolar, professoral. O prazer de ler deveria vir sem as fichas literárias; sem a obrigação de aprovação ou reprovação por testes ou frequencia. Nós fazemos sim, um acompanhamento da turma para um controle interno, mas ali todos vão porque gostam. Mas nem sempre é assim. Por exemplo, no sábado, 16 de maio, pouca gente apareceu pois, devido à greve dos professores do GDF, houve reposição de aulas naquela data. Muita gente mandou recado pelos outros, que apareceram ou por que faltaram a aula ou por estudarem à tarde. Teve até bilhetes das mães. A novidade naquela manhã foi a presença sempre bem vinda do Célio, que andava afastado por motivos de força maior.
Estendemos o tapete no interior da Creche Comunitária da Criança, fizemos uma sessão de músicas incorporando novas canções no repertório e depois o Tino partiu para a mediação. A primeira leitura foi a do livro DIÁRIO DE UM GATO ASSASSINO (Anne Fine, com ilustrações de Sofia Balzola, Edições SM). O suspense foi acompanhado por todos, embora algumas crianças tenha achado a história um pouco longa demais. Mas insistimos com alguns textos maiores para exercitar a atenção da turma. De um modo geral, foi muito bom.
Na sequência, um livro diferente. EU ADORO CHOCOLATE (Davide Cali, com ilustrações de Evelyn Daviddi, Girafinha) é um livro que desperta sensações. Não traz uma história linear, mas abre o apetite por mostrar as cores, sabores e outras delícias do universo desta paixão universal. Foi ler e ouvir huuummmmms e nhaaaaaams!!! A cada frase, sempre uma criança se manifestava concordando ou não. Ótima leitura para interagir com os ouvintes.
Por fim, o terceiro livro daquela manhã foi COMO COMEÇA (Silvana Tavano, com ilustrações inspiradíssimas de Elma, Callis). Um texto sensível, feito sob medida para brincar com a fantasia dos pequenos. Não é à toa que recebeu o selo de Altamente Recomendável da FNLIJ. Um casamento perfeito entre palavra e imagem. Ao final da leitura, aplausos espontâneos das crianças. Já sabem reconhecer uma obra de arte.
Depois do lanche (bolo de chocolate com refrigerante), a euforia de sempre na escolha dos livros, a ida até a pista para ajudar a turma a atravessar a avenida, um bate papo sobre as impressões da manhã com Edna, Tino e Célio e as primeiras ideias para a semana seguinte. Ficamos com a impressão de que o dia seria ainda melhor se todas as crianças tivessem a liberdade para escolher o que fazer nas suas manhãs de sábado. Hatuna Matata.
Estendemos o tapete no interior da Creche Comunitária da Criança, fizemos uma sessão de músicas incorporando novas canções no repertório e depois o Tino partiu para a mediação. A primeira leitura foi a do livro DIÁRIO DE UM GATO ASSASSINO (Anne Fine, com ilustrações de Sofia Balzola, Edições SM). O suspense foi acompanhado por todos, embora algumas crianças tenha achado a história um pouco longa demais. Mas insistimos com alguns textos maiores para exercitar a atenção da turma. De um modo geral, foi muito bom.
Na sequência, um livro diferente. EU ADORO CHOCOLATE (Davide Cali, com ilustrações de Evelyn Daviddi, Girafinha) é um livro que desperta sensações. Não traz uma história linear, mas abre o apetite por mostrar as cores, sabores e outras delícias do universo desta paixão universal. Foi ler e ouvir huuummmmms e nhaaaaaams!!! A cada frase, sempre uma criança se manifestava concordando ou não. Ótima leitura para interagir com os ouvintes.
Por fim, o terceiro livro daquela manhã foi COMO COMEÇA (Silvana Tavano, com ilustrações inspiradíssimas de Elma, Callis). Um texto sensível, feito sob medida para brincar com a fantasia dos pequenos. Não é à toa que recebeu o selo de Altamente Recomendável da FNLIJ. Um casamento perfeito entre palavra e imagem. Ao final da leitura, aplausos espontâneos das crianças. Já sabem reconhecer uma obra de arte.
Depois do lanche (bolo de chocolate com refrigerante), a euforia de sempre na escolha dos livros, a ida até a pista para ajudar a turma a atravessar a avenida, um bate papo sobre as impressões da manhã com Edna, Tino e Célio e as primeiras ideias para a semana seguinte. Ficamos com a impressão de que o dia seria ainda melhor se todas as crianças tivessem a liberdade para escolher o que fazer nas suas manhãs de sábado. Hatuna Matata.
Louco para andar na montanha russa...
Pois é gente... saiu a programação do 11º Salão FNLIJ e, é verdade, estarei lá como autor, lançando CADÊ O JUÍZO DO MENINO (com ilustrações da MARIANA MASSARANI, Editora MANATI) - que está ganhando forma na gráfica. Mariana estará lá e - espero eu - que Bia Hetzel e Silvia Negreiros também apareçam. Todos responsáveis pela belezura que ficou o livro.
O lançamento acontecerá na sexta feira, 19 de junho, as 15h, na Biblioteca para Crianças. Só de pensar dá um friozinho na barriga. Uma mistura de felicidade e apreensão. Coisa de quem vai ao parque de diversões, louco para andar na montanha russa e hesita por 30 segundos antes de cruzar a roleta. O Salão da FNLIJ acontece na Cidade Maravilhosa, no Centro Cultural da Ação da Cidadania, de 10 a 21 de junho. Estive no Salão nas suas duas últimas edições e espero - mais uma vez - reencontrar e fazer novos amigos, descobrir novas histórias e desparafusar o juízo em meio a tanta literatura. Pois, é... meu livro fala um pouco sobre isso. Estão todos convidados. A gente se encontra por lá. Abaixo, uma palhinha da quarta capa do livro.
CLIQUE AQUI para conferir toda a programação do 11º SALÃO FNLIJ.
O lançamento acontecerá na sexta feira, 19 de junho, as 15h, na Biblioteca para Crianças. Só de pensar dá um friozinho na barriga. Uma mistura de felicidade e apreensão. Coisa de quem vai ao parque de diversões, louco para andar na montanha russa e hesita por 30 segundos antes de cruzar a roleta. O Salão da FNLIJ acontece na Cidade Maravilhosa, no Centro Cultural da Ação da Cidadania, de 10 a 21 de junho. Estive no Salão nas suas duas últimas edições e espero - mais uma vez - reencontrar e fazer novos amigos, descobrir novas histórias e desparafusar o juízo em meio a tanta literatura. Pois, é... meu livro fala um pouco sobre isso. Estão todos convidados. A gente se encontra por lá. Abaixo, uma palhinha da quarta capa do livro.
CLIQUE AQUI para conferir toda a programação do 11º SALÃO FNLIJ.
quinta-feira, 21 de maio de 2009
Os melhores livros de 2008 segundo a FNLIJ
Foi no intervalo da palestra de Odilon Morais na Feira do Livro de Porto Alegre de 2008 que ele me chamou para mostrar o livro que guardava com carinho, orgulho e felicidade na sua pasta. Peguei o livro, pedi licença e fui ter uns minutinhos a sós com O GUARDA CHUVA DO VOVÔ (Carolina Moreyra, com ilustrações de Odilon Morais, DCL). Um livro delicado, repleto de sabores da minha infância (quintais, férias na casa dos avós e muita, muita saudade).
Odilon sorriu com os olhos quando me viu arrepiar ao final do texto poético da sua esposa. Ficamos em silêncio até ele retomar o livro e me perguntar as impressões. Falei pouco, mas foi impossível não comentar a beleza da última ilustração. Ele confessou que - assim como para encontrar a solução final de O MATADOR (Wander Pirolli, Leitura) - queimou muitos neurônios para - inspirado num outro artista, resolveu a ilustração.
Ainda em 2007 eu e Ana Paula ouvimos falar de ZOO, livro com frases do genial João Guimarães Rosa, acerca do mundo animal, compiladas por Luiz Raul Machado, ilustrada por Roger Mello, que também assina o projeto gráfico). Roger estava - assim como aconteceu com ZUBAIR - acertando os detalhes gráficos para a impressão do livro tão original no formato. O homem é um gênio na arte de ilustrar. Mas seu talento para criar livros "diferentes" é um espanto. (Veja o Zoo aberto na foto abaixo).
Pois estes dois livros (O Guarda Chuva do Vovô e Zoo) estão entre as 16 publicações laureadas com o título O MELHOR PARA CRIANÇA ou O MELHOR PARA JOVEM, da Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil (FNLIJ), para livros publicados em 2008. O Guarda Chuva do Vovô ganhou em duas categorias (Criança e Escritor Revelação). Zoo ganhou como Projeto Editorial. A lista de livros premiados da FNLIJ é esperada ansiosamente por todo o mercado pois ajuda a alavancar vendas e reconhece o trabalho árduo de vários profissionais envolvidos na produçào do livro.
Dos livros da lista, 14 fazem parte da estante dos Roedores de Livros. Ontem, numa visita a uma livraria, trouxe Kafka e a boneca viajante (Jordi Sierra i Fabra, Martins), mas ainda não o li. Vamos aos outros premiados:
Rabisco (Michele Iacocca, Ática) venceu na categoria Imagem (livro sem texto);
O Livro Inclinado (Peter Newel, Cosac & Naify) venceu na categoria Traduçào Adaptação / Criança;
O Gato e o Escuro (Mia Couto, com ilustrações incríveis de Marilda Castanha, Cia das Letrinhas) venceu na categoria Literatura em Língua Portuguesa;
Um Livro de Horas, preciosa edição bilíngue com poemas de Emily Dickinson traduzidos e ricamente ilustrados por Ângela-Lago (Ática) venceu como Melhor Ilustração;
As 14 pérolas da Índia em que Ilan Brenmann escreve ótimas histórias cheias de sabedoria (ilustrado por Ionit Zilbermann, Brinque Book) ganhou na categoria Reconto;
Histórias da Avó (Burleigh Muten, com ilustrações de Sian Bailey), um livro belo e cheio de ótimas histórias sobre mulheres sábias, venceu na categoria Tradução / Adaptação Reconto;
O Menino Poeta (Henriqueta Lisboa, Peirópolis) ganhou nova e premiada edição com ilustrações e projeto gráfico assinados por Nelson Cruz, o que tornou este um livro ainda mais rico, venceu na categoria Poesia;
O Fazedor de Velhos, de rodrigo Lacerda, que me encantou com sua história sobre a busca de um jovem por sua identidade (ilustrações de Adrianne Gallinari, Cosac & Naify) é o melhor para o Jovem;
Pelos Jardins Boboli (Rui de Oliveira) foi o grande lançamento no Salão da FNLIJ do ano passado. É um primor em informações sobre a arte de ilustrar cercado de um projeto gráfico ousado e belíssimo. Ganhou como melhor Teórico;
O Almanaque Machado de Assis também veio na mala de livros que trouxemos para casa depois do Salão da FNLIJ. Luiz Antônio Aguiar conseguiu compilar de forma original a vida e obra do Bruxo do Cosme Velho num ano (2008) em que outras tantas obras falaram sobre Machado de Assis, vencendo na categoria Informativo;
E O Livro das Perguntas, tradução de Ferreira Gullar para texto clássico de Pablo Neruda com fotografias da arte de Isidro Ferrer, numa edição caprichisíssima da Cosac & Naify, venceu também na categoria Poesia (tradução, imagino). Presenteamos cinco amigos com esta edição.
Saiba mais sobre outros livros premiados e sobre o 11º Salão FNLIJ (que acontecerá em junho) visitando o SITE DA FNLIJ.
Se esta seleção servir de estímulo para visitar a livraria, já valeu à pena escrever este post. Boa leitura. Hatuna Matata.
Odilon sorriu com os olhos quando me viu arrepiar ao final do texto poético da sua esposa. Ficamos em silêncio até ele retomar o livro e me perguntar as impressões. Falei pouco, mas foi impossível não comentar a beleza da última ilustração. Ele confessou que - assim como para encontrar a solução final de O MATADOR (Wander Pirolli, Leitura) - queimou muitos neurônios para - inspirado num outro artista, resolveu a ilustração.
Ainda em 2007 eu e Ana Paula ouvimos falar de ZOO, livro com frases do genial João Guimarães Rosa, acerca do mundo animal, compiladas por Luiz Raul Machado, ilustrada por Roger Mello, que também assina o projeto gráfico). Roger estava - assim como aconteceu com ZUBAIR - acertando os detalhes gráficos para a impressão do livro tão original no formato. O homem é um gênio na arte de ilustrar. Mas seu talento para criar livros "diferentes" é um espanto. (Veja o Zoo aberto na foto abaixo).
Pois estes dois livros (O Guarda Chuva do Vovô e Zoo) estão entre as 16 publicações laureadas com o título O MELHOR PARA CRIANÇA ou O MELHOR PARA JOVEM, da Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil (FNLIJ), para livros publicados em 2008. O Guarda Chuva do Vovô ganhou em duas categorias (Criança e Escritor Revelação). Zoo ganhou como Projeto Editorial. A lista de livros premiados da FNLIJ é esperada ansiosamente por todo o mercado pois ajuda a alavancar vendas e reconhece o trabalho árduo de vários profissionais envolvidos na produçào do livro.
Dos livros da lista, 14 fazem parte da estante dos Roedores de Livros. Ontem, numa visita a uma livraria, trouxe Kafka e a boneca viajante (Jordi Sierra i Fabra, Martins), mas ainda não o li. Vamos aos outros premiados:
Rabisco (Michele Iacocca, Ática) venceu na categoria Imagem (livro sem texto);
O Livro Inclinado (Peter Newel, Cosac & Naify) venceu na categoria Traduçào Adaptação / Criança;
O Gato e o Escuro (Mia Couto, com ilustrações incríveis de Marilda Castanha, Cia das Letrinhas) venceu na categoria Literatura em Língua Portuguesa;
Um Livro de Horas, preciosa edição bilíngue com poemas de Emily Dickinson traduzidos e ricamente ilustrados por Ângela-Lago (Ática) venceu como Melhor Ilustração;
As 14 pérolas da Índia em que Ilan Brenmann escreve ótimas histórias cheias de sabedoria (ilustrado por Ionit Zilbermann, Brinque Book) ganhou na categoria Reconto;
Histórias da Avó (Burleigh Muten, com ilustrações de Sian Bailey), um livro belo e cheio de ótimas histórias sobre mulheres sábias, venceu na categoria Tradução / Adaptação Reconto;
O Menino Poeta (Henriqueta Lisboa, Peirópolis) ganhou nova e premiada edição com ilustrações e projeto gráfico assinados por Nelson Cruz, o que tornou este um livro ainda mais rico, venceu na categoria Poesia;
O Fazedor de Velhos, de rodrigo Lacerda, que me encantou com sua história sobre a busca de um jovem por sua identidade (ilustrações de Adrianne Gallinari, Cosac & Naify) é o melhor para o Jovem;
Pelos Jardins Boboli (Rui de Oliveira) foi o grande lançamento no Salão da FNLIJ do ano passado. É um primor em informações sobre a arte de ilustrar cercado de um projeto gráfico ousado e belíssimo. Ganhou como melhor Teórico;
O Almanaque Machado de Assis também veio na mala de livros que trouxemos para casa depois do Salão da FNLIJ. Luiz Antônio Aguiar conseguiu compilar de forma original a vida e obra do Bruxo do Cosme Velho num ano (2008) em que outras tantas obras falaram sobre Machado de Assis, vencendo na categoria Informativo;
E O Livro das Perguntas, tradução de Ferreira Gullar para texto clássico de Pablo Neruda com fotografias da arte de Isidro Ferrer, numa edição caprichisíssima da Cosac & Naify, venceu também na categoria Poesia (tradução, imagino). Presenteamos cinco amigos com esta edição.
Saiba mais sobre outros livros premiados e sobre o 11º Salão FNLIJ (que acontecerá em junho) visitando o SITE DA FNLIJ.
Se esta seleção servir de estímulo para visitar a livraria, já valeu à pena escrever este post. Boa leitura. Hatuna Matata.
Tiririca, sombra e história fresca...
A tiririca tomava conta da grama em frente do Centro Comunitário da Criança. Ano passado, muitas atividades do projeto aconteceram ali. No sábado, 09 de maio, o sol estava pedindo para ouvir umas histórias e o Wellington (funcionário da creche) se prontificou a aparar um cantinho para a leitura lá fora.
Todos acomodados no tapete - que ficou pequeno naquela manhã - esperamos somente o fim do barulho do cortador de grama para começar as atividades. Quis saber da turma quem tinha lido os livros daquela semana. Uns disseram que sim, outros disseram que não. Outros - como o Mateus - fizeram um resumo da sua leitura.
O primeiro livro da mediação foi Bicos Quebrados (Nathaniel Lachenmeyer, Global). Num primeiro momento, as crianças também desprezaram o personagem principal. Foi muito bonito ver a virada da percepção da turma. O livro pescou o interesse de todos. Sucesso total. Escolhemos alguns contos de A Formiga Aurélia e Outros Jeitos de Ver o Mundo (Regina Machado, Cia das Letrinhas). O livro, divertido e inteligente, também prendeu a atenção da turma. A Princedinha Medrosa (Odilon Morais, Cosac & Naify) foi a última leitura daquele dia. No meio de tantos medos, a turma gostou muito das ilustrações do autor. O livro ficou ainda menor para tantos olhares.
Depois, como de costume, abrimos a CAIXOTECA e deixamos todos bem à vontade para escolher uma leitura ali na hora e para levar para casa. É sempre uma festa. Os mais velhos lêem para os mais novos, trocam livros entre si, fazem uma leitura solitária.
O livro é o centro das atenções. Sacolas penduradas com dois livros para cada criança. Uma semana para descobrir as histórias. E a gente volta pra casa feliz. Esperando chegar o próximo encontro.
Felizes, porém cansados.
Hatuna Matata!!!
Todos acomodados no tapete - que ficou pequeno naquela manhã - esperamos somente o fim do barulho do cortador de grama para começar as atividades. Quis saber da turma quem tinha lido os livros daquela semana. Uns disseram que sim, outros disseram que não. Outros - como o Mateus - fizeram um resumo da sua leitura.
O primeiro livro da mediação foi Bicos Quebrados (Nathaniel Lachenmeyer, Global). Num primeiro momento, as crianças também desprezaram o personagem principal. Foi muito bonito ver a virada da percepção da turma. O livro pescou o interesse de todos. Sucesso total. Escolhemos alguns contos de A Formiga Aurélia e Outros Jeitos de Ver o Mundo (Regina Machado, Cia das Letrinhas). O livro, divertido e inteligente, também prendeu a atenção da turma. A Princedinha Medrosa (Odilon Morais, Cosac & Naify) foi a última leitura daquele dia. No meio de tantos medos, a turma gostou muito das ilustrações do autor. O livro ficou ainda menor para tantos olhares.
Depois, como de costume, abrimos a CAIXOTECA e deixamos todos bem à vontade para escolher uma leitura ali na hora e para levar para casa. É sempre uma festa. Os mais velhos lêem para os mais novos, trocam livros entre si, fazem uma leitura solitária.
O livro é o centro das atenções. Sacolas penduradas com dois livros para cada criança. Uma semana para descobrir as histórias. E a gente volta pra casa feliz. Esperando chegar o próximo encontro.
Felizes, porém cansados.
Hatuna Matata!!!
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