(Clique sobre a imagem para umamelhor visualização)
sexta-feira, 21 de agosto de 2009
SHOW DE LANÇAMENTO DO "JUÍZO" na Livraria Cultura (Brasília)
(Clique sobre a imagem para umamelhor visualização)
domingo, 16 de agosto de 2009
Antes de Ser Livro
quinta-feira, 23 de julho de 2009
Tchau Chupeta
Comprei o disco dia desses e aí, ele tomou conta do meu som.
Começa com a faixa homônima, uma sacada genial do Arnaldo em que "É sinal de educação /
Fazer sua obrigação / Para ter o seu direito de pequeno cidadão". Na música, pode tudo: fazer a tarefa, jogar videogame, arumar o quarto, para depois bagunçá-lo.
Depois, vem O SOL E A LUA, tema do amor impossível, que começa assim, devagarzinho e vai crescendo, crescendo, crescendo.. aí a gente já está balançando o pé e cantando o refrão junto, até o sol congelar seu (o dele) coração.
Caramba, o disco é muito bom. Poderia falar de todas as canções, mas você pode pescar no MYSPACE DO PEQUENO CIDADÃO e tirar suas opiniões. Lá você vai encontrar muitos vídeos bacanas e pode deixar seu recado para a turma. Mas, vai por mim. invista aí uns reais e leve o disco para casa.
Impossível resistir ao charme de O X. Veja o making of da gravação desta música no vídeo abaixo.
Uma coisa bem bacana é que tem uns rocks bem legais. SAPO-BOI é rockabilly para ouvir nas alturas. Letra engraçada, vocais, riffs e solo de guitarra para deixar o Chuck Berry feliz da vida. O punk também aparece nos dois minutos de LARGA A LAGARTIXA. Um travalíngua super!!!
Mas o nosso xodó (meu e da Ana Paula) é TCHAU CHUPETA. Nós, que só largamos as danadas bem depois dos 48 minutos do segundo tempo... pra falar a verdade, bem depois da prorrogação... Acho que se Os Mutantes fossem gravar algo do gênero, seria essa música. Os vocais da segunda parte, a voz da Taciana e a letra irresistível (Já pensou uma mãe chupando chupeta / Já pensou um pai chupando chupeta / e uma avó de bobs chupando chupeta).
Vou resumir tudo plagiando uma frase do Renato Russo: OUÇA NO VOLUME MÁXIMO!!!
quinta-feira, 11 de junho de 2009
Nas Bancas...
Entre os contemplados, há livros de 16 editoras, destacando a Cosac & Naify, com 6 títulos; a Cia das Letrinhas, com 5, Salamandra e Brinque Book com 3 indicações, cada. São apresentados em seções e com indicações de idade. Como em toda lista, a gente sempre sente falta de um ou outro livro que poderia estar ali, afinal são só 30 títulos em meio a tantos lançamentos. Mas vale a sua corrida à banca para conhecer os indicados.
A revista apresenta ainda uma reportagem com os 10 passos para escolher um bom livro; outra, sobre o cuidado com o livro politicamente correto, além de um especial de três páginas com o carismático Roberto Carlos Ramos, considerado um dos maiores contadores de histórias do planeta. Vale à pena. That's all, folks.
No site da revista Crescer você pode conferir OS INDICADOS DESTE ANO, os de 2008, de 2007 e a lista de 2006 que elegeu os "55 melhores livros para o seu filho".
segunda-feira, 8 de junho de 2009
Coleção de livros do Projeto Bem-Me-Quer
Por acaso estava em Sampa na ocasião do lançamento da coleção e pude reencontrar o escritor Jonas Ribeiro (na foto acima) e a editora Denyse Cantuária e Iago Sartini, além de conhecer pessoalmente a até então amiga virtual Lígia Pin (também na foto acima). Mas a vitrine da noite eram os livros. De fato. Não é cômoda para nós, Roedores de Livros, a idéia de que o livro serve para alguma coisa. E esta coleção trata da boa convivência entre as diferenças: sociais, sexuais, religiosas, raciais, etc. Mas o cuidado que o INDICA dispensou a obra fez com que eu pensasse melhor a respeito.
Um time de autores experientes como Adriana Falcão, Anna Claudia Ramos, Jonas Ribeiro, Gilles Eduar, Flávia Lins e Silva, entre outros, ao lado de ilustradores tarimbados como Ana Raquel, Jô Oliveira, Leicia Gotlibowski (ilustradora argentina que não conhecia e fiquei fã) e José Carlos Lollo, para citar alguns, deram uma pincelada de arte no produto final, muito bem acabado no belíssimo projeto gráfico de Alex Chacon. Dois livros foram ilustrados por Maurenilson, ilustrador veterano, amigo dos Roedores (mora em Brasília), e que agora estreia na literatura para crianças e jovens. Que venham outros tantos.
Diante de tantos livros, há os que saltam aos olhos. O texto de Jonas Ribeiro, As Meninas Descalças, é muito bom. Roda-Gigante de Adriana Falcão fica mais encantador em combinação com as ilustrações+recortes+colagens de Lollo. Pena não poder levá-los juntos para o áudio. Marina e Makolelê, de Gilles Eduar - como sempre - alcança o ouvido das crianças com seu texto curto e ilustrações coloridas. Como Somos de Flávia Lins e Silva mostra o quanto um escritor precisa estar atento ao seu cotidiano para pescar boas ideias na boca das crianças.
As histórias são para várias faixas de idade. Textos curtos. Textos longos. Temas clássicos - como A Cor do Ovo, de Chico Salles, sobre preconceito racial. Outros nem tanto presentes na literatura para jovens como Porque eu não consigo gostar dela?, de Anna Claudia Ramos, que trata da homossexualidade com cuidado e talento. Enfim, uma coleção e tanto. Estou certa de que a coleção faria sucesso em todas as escolas - se tratadas com a devida atenção por um professor-mediador. Como já disse antes, o Itaú Cultural, comprou a ideia, o Indica criou o produto e 2.600 instituições receberão o kit com 9 livros e um audio-livro para que - principalmente - os deficientes visuais possam desfrutar das histórias.
Por falar eu áudio-livro, Aldanei Andrade, Míriam Rocha, Simone Carneiro e Tino Freitas participaram da gravação de seis das nove histórias. É particularmente emocionante poder desfrutar delas em livro (nós recebemos só os textos) e descobrir a força que um bom ilustrador aliado a um projeto gráfico criativo podem dar a um livro. Esperamos que ao ouvir as histórias gravadas, as crianças possam viajar nas palavras e colorir sua imaginação com os personagens, com os cenários, com o que de melhor cada história pode passar.
Parabéns ao INDICA pela competência com que trataram o projeto. Roemos e indicamos. Que, no futuro, estes livros possam alcançar outros tantos leitores. Hatuna Matata.
quinta-feira, 23 de abril de 2009
Horas serenas.
sábado, 18 de abril de 2009
Blog do NELSON CRUZ.
Em vez de falar que o Nelson Cruz é isso, mais isso, mais aquilo outro, prefiro estender o convite que ele fez para vocês conhecerem O BLOG em que ele posta suas ilustrações, algumas inéditas em livro. Aí, vocês podem dizer o que o olhar registrar. Os Roedores de Livros simplesmente ADORAM o trabalho dele. Se vocês quiserem conhecer um pouco mais sobre o seu trabalho, cliquem AQUI e AQUI, que tem outras cosítas que postamos por cá.
quarta-feira, 15 de abril de 2009
Visita OBRIGATÓRIA...
O site informa que este "é um projeto que se constitui por fragmentos de memória que, reunidos, compõe um mosaico vivo e dinâmico. Aqui, a Ruth, a Ângela, o Ziraldo, a Tatiana, a Ana Maria, e outros tantos, aparecem não como escritores ou ilustradores ou editores ou promotores de cultura, que são, mas como pessoas do mundo que narram, como nós narramos, um pouco do que viveram, de sua infância e descoberta, de suas alegrias e dores de viver e fazer. Aparecem-nos aqui como pessoas quaisquer, em suas singularidades, oferecendo-nos a palavra que diz suas vidas, suas memórias antigas e recentes, seus fazeres e sonhares".
Devo confessar que o tempo parou ao meu redor enquanto assistia aos depoimentos de tantas personalidades. Desejamos vida longa a esta iniciativa. Em tempos de Big Brother, uma espiadinha neste site é muito pouco. Coloque já entre os seus preferidos e não pare de espiar, pois a equipe promete muitas novidades. Hatuna Matata.
sexta-feira, 27 de março de 2009
José Mauro Brant em Brasília.
terça-feira, 24 de março de 2009
Se isso não é uma caixa... é o quê?
Outras dicas de livros nesta linha do jogo simbólico: MARIETA (Julieta Raimunda da Selva Amazônica da Silva e Souza) da Mariana Massarani, editado pela Manati; LILI, PEDRO E O PEIXE CAÇADOR DE TESOUROS (Angelika Glitz, Brinque Book). O genial Maurice Sendak escreveu e ilusrou um clássico do gênero que, em breve, estará nas telas de cinema, chamado WERE THE WILD THINGS ARE (veja aqui e aqui), mas este, também, só importado. That`s all, folks.
terça-feira, 24 de fevereiro de 2009
Lilli, lilli, lilli... bzbzzzzzzzzzzz... LILLIPUTZ!!!
Sua apresentação na Casa de Câmara e Cadeia na tarde de sábado, 14 de fevereiro, coroou uma mini turnê que percorreu escolas e os saraus na pousada Casa Grande. O hit foi sua performance ao narrar LILLIPUT DE SORVETE E CHOCOLATE, livro que publicou em 2003, e que se encontra esgotado.
A história do menino que não conseguia se expressar e se apequenava - ou lilliputizava (termo que dominou as brincadeiras entre os participantes da feira) - diante de situações em que se sentia incomodado, lembra o livro Raul da Ferrugem Azul, clássico de Ana Maria Machado, mas recorre para ações feitas sob medida para uma contação de histórias rica em gestos e palavras mágicas. Hermes domina o olhar do público com sutis trocas de personagens, entonações diversas e bem colocadas, tudo com um estudado trabalho corporal. Encantador.
A frase "lilli, lilli, lilli, bzbzzzzzzzzz, lilliputzzzzzzzzz" colou na boca de quem assistiu às performances de Hermes naquele final de semana e os aplausos caíram sobre ele como a água cai das cachoeiras de Pirenópolis: abundantes e refrescantes. Depois, o ator-escritor apresentou seu livro mais recente E UM RINOCERONTE DOBRADO (ilustrações de Guto Lins, Projeto) e desdobrou o Rino (que havia sido desdobrado a primeira vez no salão da FNLIJ de 2008) para que os presentes pudessem deixar poemas e recados na sua "pele". Nosso recado está lá, ao lado de dois ratinhos desenhados pela Ana Paula (que diz que eu sou o mais gordinho).
Nós esperamos que Lilliput de Sorvete e Chocolate volte às livrarias em breve. Impacientes, eu e Ana Paula, procuramos a primeira edição nos sebos. Estamos certos de que nossos Roedores de Livros da Ceilândia vão adorar os sabores desta história. Delícias de Hermes Bernardi Junior, que se mostrou um gigante também na arte de contar histórias. Queremos mais. Hatuna Matata!
quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009
Para encher os olhos de infância.
O presente catálogo engloba uma mostra da produção para o olhar infantil de 40 ilustradores. Cada um ganhou quatro páginas para apresentar uma coletânea dos seus trabalhos. Há sempre um texto bilíngue (português e inglês) apresentando o artista e algum contato virtual (site ou email). A apresentação do trabalho foi escrita por Odilon Moraes que - embora seja membro da SIB - não conta com seu trabalho ímpar exposto no livro. Ele ressalta a importância do trabalho de ilustradores na produção de livros infantis, seu crescimento em qualidade e identidade. Depois sai de cena para que o leitor seja brindado com aperitivos das obras de nomes já veteranos como Rui de Oliveira, outros não tão veteranos mas já com uma produção rica em números e prêmios como a divertidíssima (e talentosíssima) Suppa e outros tantos nomes.
Fiquei muito feliz de encontrar o trabalho de Daniel Diaz no catálogo. Ainda um "menino", ele é conterrâneo do Tino (cearenses) e desenvolve um trabalho belo e rico em cores e formas, desbravando o mercado a partir de terras alencarinas. Nos encontramos no Salão da FNLIJ de 2007 e desde então temos acompanhado sua evolução nos livros que alcançam a toca dos Reodores de Livros.
Outro talento que é muito querido por aqui e que não aparece com tanta frequência nos livros infantis é o Biry Sarkis. Seu trabalho está sempre encantando as páginas de revistas como a RECREIO. Ele tem um jeito particular de desenhar animais que ADORAMOS. VEJA AQUI os Roedores de Livros criados por ele.
Caso haja alguma dificuldade em encontrar o livro numa livraria perto da sua casa, você pode comprá-lo através do SITE DA SIB. Boa leitura a todos. That's all, folks.
sábado, 31 de janeiro de 2009
Firimfimfoca na Livraria Cultura (BSB)
Neste DOMINGO, 01 de fevereiro, às 17h, apresentaremos o espetáculo FIRIMFIMFOCA - Histórias de uma fada carioca, no AUDITÓRIO DA LIVRARIA CULTURA (CASA PARK - Brasília - DF). ENTRADA FRANCA!!!
No espetáculo músicas e histórias homenageiam a obra de Sylvia Orthof.
+ Informações pelos telefones 34104033.
Apareçam!!!
Quer saber mais sobre a firimfimfoca? Clique aqui!!!
terça-feira, 23 de dezembro de 2008
Contos de Todos os Cantos
Ao ouvir o disco, o tempo parou. Parou para ouvir comigo as histórias e as músicas que a dupla complilou. Histórias como O Par de Sapatos, do maravilhoso livro Contos da Rua Brocá, poemas pescados de Gianni Rodari em seu Livro dos Porquês, histórias de Nasrudim, O Pote Vazio, que conhecemos no texto de Demi e canções que vão deitando em nosso colo e nos embalando como Verde, Verde, Olará e Povero Grillo. A Produção Artística (assim em maiúsculas, mesmo) foi de Gustavo Finkler. O mesmo que ajudou a colorir com talento e qualidade os trabalhos do grupo gaúcho Cuidado Que Mancha como A Mulher Gigante e A Família Sujo.
Por uma coincidência daquelas que a gente não consegue explicar, encontrei Giba, Renata e Gustavo no último dia da minha recente visita à Porto Alegre. Meu anfitrião recebeu uma ligação de Giba, informando que, ainda naquela tarde, iria apresentar o espetáculo que deu o mote para o CD (ou vice versa) no espaço cultural do grupo Cuidado que Mancha. Incrível!!! Dias antes havia confessado a André a Lenice Gomes as delícias que a voz de Giba e as canções de Renata me fizeram provar ao ouvir o disco. Agora, eles estavam ali. Coisa de louco! Fomos à tardinha para lá e eu ainda iria me encantar com tanta coisa...
Primeiro, o espaço que o grupo Cuidado que Mancha coordena é incrível. Algo como um casarão daqueles antigos com dois andares, várias salas, pisos de madeira e um bom gosto raro na decoração. Me senti em casa. A sala de espera exibia fotos dos cursos que ali acontecem, figurinos, conforto e - principalmente - muita gente trabalhando antes do espetáculo para que tudo desse certo. Nada de amadorismo. Hora do show!!!
O público (talvez umas 20 pessoas entre pais e filhos e avós e nós) colou os ouvidos na voz hipnótica e nos gestos miúdos de Giba. O homem precisa de apenas dois metros quadrados para jorrar histórias e travalínguas que contagiam a todos. Na companhia de Gustavo Finkler ao violão e voz (impecável no papel da velha!!!) e de Renata Mattar no acordeon, na percussão e na voz, Giba Pedroza mostrou a força que uma história alcança na voz poderosa de um verdadeiro contador. Naquele fim de tarde só faltou o conto chinês O Velho (o meu preferido no CD), mas sobraram tantas outras coisas que eu posso afirmar a vocês: se os três aparecerem por aí para contar histórias, vá! Leve seus filhos, leve seus pais. Se, por acaso, eles demorarem a aparecer, leve o CD para casa, desligue a TV, apague a luz, encontre uma posição confortável, feche os olhos e aperte o play. O mundo vai entrar por seus ouvidos, parar o tempo e perfumar o seu dia com ótimas histórias. Hatuna Matata!!!
Por fim, encantem-se um pouco com a apresentação do CD que pesquei no youtube e deixo aqui embaixo:
quarta-feira, 25 de junho de 2008
Programa Leitura em Debate
No final da tarde de 29 de maio, uma quinta feira, no Auditório Machado de Assis da Fundação Biblioteca Nacional, no Rio de Janeiro, assisti a um encontro ímpar e de muita valia para os que, como eu, têm um vínculo com a Literatura Infantil e Juvenil. Foi a estréia do programa Leitura em Debate: a Literatura Infantil e Juvenil que apresentará 08 edições com periodicidade mensal até dezembro de 2008 sempre com a curadoria e mediação de Anna Claudia Ramos (Veja a programação completa no flyer abaixo).
Naquela ocasião o tema debatido foi “Discutindo a qualidade na Literatura Infantil e Juvenil” e contou com as palestrantes Emília Galego (Cuba), Elizabeth Serra (Brasil) e Silvia Castrillón (Colômbia) todas representantes do IBBY em seus países e com um histórico invejável de atividades em prol da Leitura.
Anna Cláudia Ramos abriu a palestra falando sobre a importância da criação daquele programa, do aval da Fundação Biblioteca Nacional e do time de convidados selecionados para aquela estréia. Depois, passou a palavra para Elisabeth Serra que lembrou prontamente que há cerca de 10 anos não se falava (ou questionava) a qualidade
Depois, falou a Emília Galego – que eu não conhecia e que fiquei fã. Ela falou sobre o conceito de MERCADO (oferta e demanda) pedindo a atenção do nosso olhar para a entrada das editoras internacionais no mercado latino americano (notadamente, no Brasil, a compra da Editora Moderna, Salamandra e Objetiva pela Santillana e a entrada da Edições SM com um forte trabalho de divulgação). Em resumo, ela afirma a lógica capitalista de que o livro que mais se publica é o mais vendido e vice versa e que tudo isso nem sempre tem a ver com qualidade. Um ciclo vicioso que mina as atividades das editoras de pequeno porte e conseqüentemente faz com que a literatura infantil entre no mundo da globalização. As idéias mais originais correm o risco de se perderem em meio a publicação e venda dos blockbusters internacionais. Eu, que estou timidamente escrevendo algumas idéias, me senti intimidado diante de tanta realidade. Silvia Castrillón falou da dura realidade das bibliotecas do seu país e comentou acerca das observações de Emília e Elisabeth que, por fim, se mostrou em busca de um texto contestador. Disse que encontra pouco texto com um “quê” de original e reclamou que há muito livro politicamente correto na Literatura Infantil. Suas últimas palavras naquela tarde ecoaram no auditório da Biblioteca Nacional: “É muito importante que todos percebam que os livros de qualidade não vão fazer a revolução. O caminho é muito mais longo. A grande missão que devemos abraçar é a de levar os livros a todas as classes pois todos têm direito a Arte”. Assim seja!
quinta-feira, 13 de março de 2008
Lágrimas com pontos e vírgulas
Dia desses visitando o blog Ler pra Crescer capitaneado pela jornalista Cristiane Rogério, resolvi morder a isca que ela deixou, falando sobre um artigo publicado na revista em que trabalha. Fui à banca, comprei a revista e me identifiquei com o texto. A seguir, reproduzo com a autorização da Revista Crescer o artigo escrito pela atriz Denise Fraga e publicado na página 98 da citada revista, edição de fevereiro de 2008. Devo confessar que as questões levantadas no artigo não são de exclusividade da autora. Vivemos isto aqui em casa e quem sabe, também na casa de vocês. Me senti acolhida pelo texto de Denise Fraga. Espero que vocês também. O livro a que ela se refere é Peter Pan e Wendy e o livro que aparece na foto é a edição com texto integral publicada em 1999 pela Companhia das Letras com tradução de Hildegard Feist. Recentemente saiu uma edição pela editora Salamandra com tradução do texto integral feita por Ana Maria Machado. Acho que em qualquer uma das opções o leitor estará bem servido. Boa leitura. Hatuna Matata.
P.S. Os negritos e itálicos são por minha conta!!!
Lágrimas com pontos e vírgulas.
quarta-feira, 12 de março de 2008
Histórias pra gente grande.
De repente outra música instrumental surge entre as palmas. Pouco a pouco domina a cena. É a deixa para que Helena Contente comece a contar A Princesa de Bambuluá, história que Ricardo Azevedo adaptou e publicou no livro Contos de Espanto e Alumbramento (Scipione). O silêncio da arena ganha o som de passos que se aproximam. São os guardas do Átrio que chegam para assistir a performance. Helena está coberta por uma roupa negra da cabeça aos pés e os funcionários parecem saber o que virá a seguir. Buscam um lugar para manter a guarda. A Princesa de Bambuluá está viva nos olhos da contadora. Todos estamos focados na aventura de João em busca do seu amor. Desajuizados assim como o pobre rapaz, aceitaríamos os suplício e provações de João só para conhecer o fim da história. Mas não temos pressa. Helena é Iara, embora a personagem não faça parte desta história. Mas a sua voz traz um encanto que não conquista apenas os guardas. O público está entregue ao talento e à beleza da moça diante da história. Sensualidade. Mais bocas abertas. Olhos colados no corpo, ferramenta que movimenta a engrenagem do conto. Enquanto a narrativa segue, Helena joga com as caixas do cenário. Troca de roupa, brinca com peças de vestuário e aguça a curiosidade da platéia. Ricardo Azevedo ficaria surpreso ao ver que seu texto encontrou uma porta-voz. Como uma torcida organizada, rimos na hora certa. Um riso rápido na medida certa para seguirmos ouvindo. João segue vencendo suas provações e chega a Bambuluá. É hora do show. Mais uma vez a música toma conta e convida Helena para dançar. Uma dança que contagia, provoca risos, provoca os guardas. Mas, assim que acaba a música, a história pede silêncio. Ainda me arrepio. Volta a música e provoca mais risos. Cadu e Warley também riem da cena. Eles trabalham se divertindo. Não é ótimo?! Enfim, a história termina. Os guardas procuram outra coisa para fazer. Nós continuamos lá. Mais aplausos e alguns Iuhús naquele começo de noite, fim de domingo, fim de temporada. O público está mais à vontade. Eu escrevo.
Uma música andina cresce no ar e o grupo apresenta o último cenário da noite. Carlos Eduardo Cinelli, o Cadu, senta-se ao lado de um painel negro e começa a contar A Terra é Redonda do livro O Homem que não Queria Saber Mais Nada e Outras Histórias (ática) de Peter Bichsel. O texto é precioso, diferente, inteligente, criativo. As soluções que Cadu encontrou para contá-lo também são. Compartilhamos os absurdos ao lado de Monalisa, Almodóvar, Björk, Egberto Gismontti, Walter Salles, Beatles, Michelangelo, Papa Léguas e Coyote. Do painel saem soluções absurdas para o personagem pôr em prática seu grande desejo: dar uma volta perfeita no planeta. Na verdade, as soluções absurdas nascem de problemas mais absurdos ainda... mas que no fundo, no fundo, têm uma lógica!!! Caramba como este texto é bom. Cadu também. Ele segue pescando soluções no painel até que chega a primeira carreta. O público se mostra cúmplice num riso coletivo. Riso que vai se descontrolando na boca enquanto o texto se desenrola. Começa um jogo de advinhas. O público acha que já sabe o que há por vir, mas há sempre uma surpresa. Os risos seguem. Cadu tem o público na mão. Há um momento em que ele dispara o verbo. Fala, fala, fala e a gente fica sem fôlego. Tem o domínio do texto, parece que foi ele quem escreveu. Com um talento para proteger mochilas, o contador segue sua sina. Hã... será que a história me dominou e passei a escrever absurdos? A história chega ao seu final. Na verdade, o texto foi dito, mas nosso contador ainda surpreende numa performance de rodopios impressionante. Sou eu quem fica tonto. Tonto com tanta criatividade e encantamento. Estou feliz, entregue aos braços imaginários das palavras de Marina, Ricardo, Peter, Warley, Helena e Cadu. Ouço os aplausos. Público
Este texto é o relato da última apresentação de O mundo de fora pertence ao mundo de dentro, espetáculo integrante da temporada 2008 dos Tapetes Contadores de Histórias em Brasília (DF). Na foto acima, Warley, Cadu e Helena.
terça-feira, 5 de fevereiro de 2008
Tapetes contam mais histórias em Brasilia!!!
O Tino aprendeu a fazer chuva depois de assistir ao Cadu contar a história de Paulautte, o hipopótamo numa sessão do grupo Tapetes Contadores de Histórias em 2007. Eu aprendi mais técnicas para melhor contar histórias no curso que fiz com a Rosana Reátegui em 2006. Em 2008, mais uma vez em Brasília, reencontramos o grupo em mais uma temporada patrocinada pela Caixa Cultural.
De terça a sexta, o grupo conta histórias diversas. Em fevereiro, de terça a sexta, as sessões acontecem as 10h, 14h e 15h. Se não tiverem grupos agendados, você pode bater um papo com o grupo e escolher as histórias. Eles são de uma gentileza imensurável!!! Ainda às sextas, 19h, para adultos, tem o espetáculo Divinas y Humanas. Sábados e domingos, também as 19h, eles apresentam O Mundo de fora pertence ao mundo de dentro, também só para adultos (é espetacular e o Tino vai escrever um tópico sobre esta apresentação). Sábados e domingos, 16h, Bicho do Mato é uma coleção de histórias para crianças a partir dos 3 anos. O Rei que ficou cego, encenado num cenário gigante repleto de surpresas cênicas, acontece também aos sábados e domingos, 17h.
Muito se diz que contar histórias com outros recursos – além do livro – não serve como incentivo à leitura. Fica “apenas” no segmento da pura e simples diversão. Ao ver pais e filhos juntos lendo os livros e procurando viver as histórias também nos “tapetes”, fica claro que foi daquele universo de letras, frases, parágrafos, capítulos, enredos que brotaram as linhas que teceram tanta beleza. Imagino que o grupo carioca faz um trabalho que, despido da formalidade didática, deixa no visitante a sensação de que o livro também é uma delícia. Mas esta é uma longa discussão que não cabe na mala deste texto.
P.S.1. Para visitar a exposição e assistir as histórias é necessário descalçar os sapatos. Portanto, meias confortáveis são recomendadas. Como o visitante deve ficar agachado e/ou sentado para vivenciar as histórias, em nome do conforto, calças e bermudas também são bem vindas.
P.S.2. Na segunda foto, da esquerda para a direita, Andrea, Helena, Rosana, Warley e Eu. Ao fundo, o incrível cenário da história O Rei que ficou cego. Na última foto, detalhe do livro de pano El Misterio de las islas de Pachacamac, feito por artesão peruanos. Este e outros títulos estão à venda no local.
segunda-feira, 29 de outubro de 2007
Tatianices com sorvete!!!
Mas não foram os livros que nos surpreenderam naquele fim de tarde. A Revista da Cultura, distribuída gratuitamente no interior da loja veio com CONTEÚDO SOBRE LITERATURA INFANTIL (assim mesmo, em caixa alta). Pegamos uma edição e saímos para o sorvete tão desejado. Mas o Tino não teve paciência para ler depois de mim e voltou à loja para pegar um para si. O sorvete ficou mais gostoso. Logo nas primeiras páginas uma entrevista com TATIANA BELINKY. Nas fotos e no texto da revista dá para perceber que mora uma criança no coração daquela sorridente senhora. Nos livros da Tatiana, então... A entrevista foi feita por Carlos Moraes. São quatro páginas de história e paixão por livros. Frases como "Profissão de criança é aprender, mesmo quando está brincando"; "livro que não dá pra rir, que não dá pra chorar e não dá pra ter medo não tem graça", curiosidades sobre seu encontro com Monteiro Lobato e muito mais.A reportagem de capa da Revista da Cultura chama-se Ler para ser: como os pais podem ensinar os filhos a amar a leitura. A repórter Andréa Barros ouviu crianças, pedagogos e nomes importantes do cenário da literatura infantil como Eva Furnari, Rubem Alves e Fany Abramovich. No miolo da revista a reportagem ganha outro título: O que toda criança gostaria que seus pais soubessem. Achei muito apelativo e o texto não consegue passar tudo o que o título sugere. Não é um manual de instruções, mas oferece algumas idéias para pais apressados e com boas intenções.
Difícil encontrar conteúdo interessante sobre literatura infantil fora dos livros teóricos e dos sites tão repletos de teoria. A grande mídia - lida, vista e ouvida por pais ansiosos por conhecer estas novidades - ainda se omite em fazer uma cobertura de qualidade. Para nós, a ótima entrevista com Tatiana Belinki num suplemento de uma loja de livros foi uma belíssima surpresa. Tornou nossa tarde/noite de domingo mais prazerosa. Parabéns a livraria Cultura pela iniciativa. Que continue assim. Caso não tenha uma loja da Cultura perto da sua casa, você pode acessar o conteúdo da revista clicando nos seguintes links:
Entrevista com Tatiana Belinky
O que toda criança gostaria que seus pais soubessem
Mas se a loja estiver ao seu alcance, passe por lá, passeie entre os livros, namore com eles e ouça com atenção... pode ser que algum livro queira ir para sua casa. Hatuna matata.
P.S. Aqui no Blog já publicamos dois posts acerca da Tatiana Belinky. Caso você deseje navegar por eles, clique aqui e aqui.
A foto da Tatiana publicada acima é de autoria de Iara Venanzi e foi scaneada da Revista da Cultura.
segunda-feira, 17 de setembro de 2007
Brinquedos e badulaques com Rubem Alves
Nós roemos um buraquinho na parede e conseguimos entrar no recinto. Não podíamos perder as palavras do criador de metáforas geniais sobre educação como “País dos dedos gordos” e “Urubus e sabiás”. O encontro foi repleto de pequenas histórias como a de quando sua filha voltou do primeiro dia de aula. Ansioso, o pai perguntou: - Como é a sua professora? Resposta da pequena sensível: - Ela grita!!!
Daí, contou que a primeira aptidão que um bom professor precisa oferecer: gostar de crianças. A primeira coisa que deve professar: ensinar a VER. O educador enumerou as três etapas da vida – e isso vale para todos os mortais: Ensinar o que sabe; ensinar o que não sabe e o esquecimento. Deve-se esquecer o que aprendeu. Esquecer para lembrar. Confuso? Para explicar melhor, citou os Mestres do Zen Budismo que se dedicam a dar rasteira no pensamento das pessoas para que, sem as amarras dos “paradigmas” possam repensar. Ou seja, a teoria do Zen Budismo se encarrega de desensinar. Citou o paradigma medieval de que a terra era o centro do universo. Para que fosse aceita a idéia de Galileu Galilei de que a terra gira em torno do sol, foi preciso que a comunidade científica esquecesse a teoria até então em voga.
E tome histórias e poemas a encantar o público. O professor, que descobriu a poesia aos 40 anos, deitou palavras de Fernando Pessoa naquela tarde. “Pensar é estar doente dos olhos”. Depois, o primeiro slogan da coca-cola em Portugal, pelo poeta português: “A princípio estranha-se. Depois, entranha-se”. Vale para a literatura, não vale?
A história que mais gostei foi a de que o homem carrega duas caixas enquanto viaja pela vida. Na mão direita, uma caixa com objetos úteis, que Rubem Alves chamou de ferramentas. Extensões do corpo que servem para fazer algo, até então impossível de se fazer só com nossos recursos corporais ou coisas que podemos fazer mas com as ferramentas usamos de menor esforço. São melhorias do corpo. Na mão esquerda, o homem carrega outra caixa. Esta, repleta de objetos inúteis que o professor chama de brinquedos. Não servem pra nada, a não ser para nos dar prazer. As ferramentas são meios de vida, mas, sozinhas, não nos dão razão para viver. Na verdade, aprendemos a usar as ferramentas que abrem a caixa dos brinquedos. Nossa verdadeira razão de vida.
Rubem Alves desfilou seu “quarto de badulaques” repletos de dicas culturais. Falou de música clássica, citou o filme O Segredo de Beethoven, os livros de arte da editora Taschen, sua paixão pelo quadro Mulher de Azul Lendo uma Carta de Vermeer e pelas flores e caveiras de Georgia O’Keeffe, que nós também amamos. Livros? Rubem Alves despejou elogios à obra de Mia Couto, disse que gostou muito de O Caçador de Pipas e lembrou de uma obra de Milan Kundera chamada O Livro do Riso e do Esquecimento. Use a ferramenta da internet para descobrir estes brinquedos. É o que estamos fazendo por estes dias.
Por fim, Rubem Alves disse que o professor precisa ser educado para dar ouvido às crianças. Além de educar o olhar, é preciso educar o ouvir. O professor deve ser como uma mãe que garante, no seu silêncio observador, a mansidão do espaço da criança. Esta é, por fim, a essência da educação.
Chegamos famintos e saímos fartos. Devoramos os morangos que aquela tarde quente e seca nos ofereceu. Deliciosos. Brincamos muito naquele auditório. Se você ainda não conhece a obra de Rubem Alves não se intimide. Descubra “O País dos dedos gordos”, “Urubus e Sabiás” e outras de suas metáforas geniais no livro “Estórias de quem gosta de ensinar”. Depois de picado pelas palavras do professor você vai sentir uma vontade incontrolável de brincar com outros livros. Não é preciso ver Rubem Alves para se encantar por sua paixão pela educação. Leia e se apaixone também. Como diria o palestrante ao encerrar a sessão: “o pensamento tem gozo só de imaginar”.