Quase dois meses de Roedores de Livros no Shopping Popular da Ceilândia e ainda não conseguimos o número de crianças desejado. Estranho, não? Apesar de muitas crianças circularem nos dois pisos do shopping - um pouco mais tarde, é certo (por volta das 10h) - os filhos e netos dos feirantes (público inicial) não apareceram na sala da Torre A. Muitos dos que foram, continuam conosco, mas sentimos que precisávamos aparecer mais para eles. Então, na manhã do sábado 24 de abril fizemos uma ação diferente: descemos da torre, estendemos nosso tapete vermelho na área comum do primeiro piso, espalhamos umas almofadas e o Tino, como o flautista de hamelin, entoou seus cânticos de chamar meninos.
Aos poucos, algumas crianças - além das já conhecidas - foram se chegando. Os pais e avós interromperam suas compras e ficaram ao redor - uns em pé, outros nas cadeiras de plásticos da "praça de alimentação". Ao fim da cantoria 14 crianças já se espalhavam pelo tapete esperando a hora da história. Como era um dia especial, começamos com a clássica Bruxa, bruxa, venha à minha festa (Druce Arden, Brinque Book) em que as ilustrações pareciam saltar aos olhos dos pequenos. Ao final da história, a surpresa que encantou a todos. Ali, juntos, estávamos convidados e prontos para a festa do encontro entre os livros e as crianças.
Duas sacolas de livros e tantas histórias bacanas para contar. A edição pop up de Da pequena toupeira que queria saber quem tinha feito cocô na cabeça dela (Werner Holzwarth, com ilustrações de Wolf Erlbruch, Cia das Letrinhas) também fez um sucesso danado. A criançada se divertiu com os "movimentos" das ilustrações e com os diversos tipos de cocôs que foram aparecendo durante o enredo. Um super livro.
Entre outras leituras daquela manhã, o reconto de A galinha ruiva (Elza Fiúza, ilustrado por Leninha Lacerda, Moderna) foi a derradeira e a turma - que chegou a um total de 18 crianças - em coro, respondia quando a galinha perguntava se alguém poderia ajudá-la a preparar o bolo. Mas, ao final, todos participamos de uma manhã inesquecível, e que serviu também para apresentar o projeto para quem ainda não sabia. Esperamos ter mais crianças em breve.
Em nossa avaliação sobre a preferência das crianças em ficar à toa circulando no shopping enquanto os pais trabalham percebe-se um certo desinteresse dos responsáveis em levar as crianças ao projeto. O motivo, até imaginamos, mas não sabemos ao certo. O importante é sabermos que há muito ainda por fazer para pescarmos mais leitores - uma ação inicial é divulgarmos a ação nas escolas da redondeza. Mas é preciso um pouco mais de tempo para visitar tais escolas durante a semana. O Roedores de Livros é um projeto bancado por quatro teimosos que vez em quando se permitem viver no mundo da fantasia, embora a vida real grite o tempo todo chamando de volta ao batente. Mas, pelo menos, nas manhãs de sábado, estamos firmes na feliz missão de levar o prazer da leitura para mais crianças. Hatuna Matata.
2 comentários:
Ahhh que bom! Eu leio as noticias e fico aflita quando vejo que não vai criança no projeto (rsrsr "a" doida!).
Muacks!
Que boa a missão.Por favor não desanimem. O trabalho é mt bonito e criar consciências é um processo lento. Nossas crianças sofrem agora de uma forma muito comum de abandono:poucos compreendem a necessidade de investir na imaginação e na criatividade.É por iso que vemos tantos adultos deprimidos e desmotivados.Tenho certeza que as crianças tocadas pelo projeto jamais esquecerão da magia das histórias. Milhões de beijos
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