Já disse por aqui que a cada sábado, um friozinho na barriga entrega o sentimento estranho de não saber o que vai acontecer no encontro com as crianças. No dia 27 de março esse encontro quase não aconteceu. Chegamos cedo à Torre A do Shopping Popular da Ceilândia, mas não havia nenhuma criança. De repente, passos na escada. O Tiago apareceu. Ele é o mais serelepe da turma que frequenta o projeto. Chama a gente pelo nome, agrega bagunça e atenção. Danado como criança deve ser. Ali, sozinho, enquanto esperávamos outras crianças, ele foi direto pescar um livro na estante. Pegou um bem pequenininho, se acomodou no tapete, arrumou um encosto com almofadas e mergulhou no seu mundo.
Não resisti ao tédio daquele silêncio e fui conversar com ele. Saber um pouco da vida, sobre suas leituras e outras preferências... Aí, o Tino apareceu com o livro Uma Viagem Fantástica e fomos procurar Wally. Nos divertimos bastante até que ouvimos novos passos na escada. Era o Célio. E aí, juntos, fomos procurar Wally em Um Passeio na História com o Tiago.
Passou mais um tempo e ouvimos novos passos na escada. Apareceram Vitória e sua mãe já no meio da manhã. Havíamos encontrado muitos Wallys e fui atrás de histórias para embalar a fantasia da dupla.
Naquele final da manhã, compartilhamos das histórias de Silvia Orthof (Fraca, Fracola, Galinha D'Angola) e de Eva Furnari (Assim, Assado), entre outras. Ao final, ficou a sensação de que é preciso fazer mais. Tá certo, foi um dia atípico. Mas incomodou. Rodamos 20km para encontrar as crianças e elas não apareceram. Muito estranho. É preciso mais atenção da nossa parte para entender o que acontece ao redor. O espaço é novo. Novas crianças. Novas atitudes. Ou não - como diria Caetano. Dúvidas. Dúvidas. Semana que vem é feriado e não teremos o projeto. Veremos o que vai acontecer no dia 09. Cruzei os dedos. Hatuna Matata.
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