Queridos amigos, nos últimos 15 dias, três publicações refrescaram o desejo dos amantes da Literatura Infantil e Juvenil de encontrar fora do meio acadêmico e literário - tão especializado e distante do público comum - reportagens sobre o tema. Todas encontram-se nas boas bancas de revistas. É só dar um pulinho para fora de casa, desembolsar uns poucos reais e trocar figurinhas com
Ruth Rocha,
Nelly Novaes Coelho,
Ilan Brenman,
Odilon Moraes e
Fabrício Carpinejar entre outros.
A edição especial da revista
Discutindo Literatura (Escala Educacional), destaca o gênero infanto-juvenil numa edição primorosa que aborda desde um pequeno histórico da sua evolução, passando por idéias para cultivar leitores, a importância dos clássicos da literatura e dos contos de fadas, da contação de histórias na formação do leitor (êba!!!), o aumento de livros sobre a cultura negra e indígena, o envolvimento entra arte e literatura e outros assuntos. Clique na imagem acima para ler o índice. Estou certo que vai te motivar a procurar a revista nas bancas. Assim como o especial
Projetos de Leitura da revista Nova Escola, o exmplar acima é um prato cheio. Estão lá
Bartolomeu Campos de Queirós,
Heloísa Prieto,
Daniel Munduruku,
Rui de Oliveira,
Anna Claudia Ramos... Tanta gente boa reunida em 66 páginas recheadas com assuntos relevantes sobre a Literatura Infantil.
Outro lançamento que surpreende é a revista
Língua Portuguesa (editora Segmento) que destaca na capa uma entrevista com
Ruth Rocha tocando num tema delicado: a coragem para romper velhos padrões da escrita para crianças. A entrevista ganha cinco páginas nesta edição e a autora de clássicos como
Marcelo, Marmelo, Martelo fala do seu processo de criação, os problemas que encontra em muitos livros infantis, a febre em publicar livros sbre "bons costumes", fala sobre a literatura infantil nos tempos da ditadura e por fim, responde de forma suscinta ao repórter sobre qual dica daria aos pais para que possam identificar um bom livro infantil: "
Escolheria os clássicos. É o melhor critério". A revista ainda apresenta duas páginas sobre o bom livro infantil.
Adriana Falcão,
Odilon Moraes,
Cárcamo,
Tatiana Belinky,
Ilan Brenman e
Ivan Zigg falam sobre as virtudes e pecados que envolvem a produção literária para crianças e jovens.
Por fim, depois de uma semana de espera, chegou ontem à banca próxima da minha casa a edição de junho da revista
Crescer (Globo) em que destaca na capa e relação do que considera
os 30 melhores livros infantis do ano. São 12 páginas que, além dos livros, apresentam um belo projeto gráfico e quadros com curiosidades, dicas e entrevistas com personalidades do mundo do livro. A escolha foi baseada nos votos de 38 jurados escolhidos entre integrantes da FNLIJ, de projetos de leitura, educadores e demais especialistas em literatura infantil. A lista surpreende com a inclusão de alguns livros ótimos, porém menos badalados, como
Não Vou Dormir (Christiane Gribel, com ilustrações de Orlando, Global),
Morcego Bobo (Jeanne Willis, ilustrações de Tony Ross, Martins Fontes),
Toda Criança Gosta (Bia Hetzel, ilustrações de Mariana Massarani, Manati) e
O Rei Maluco e a Rainha Mais Ainda (Fernanda Lopes de Almeida, ilustrações de Luiz Maia, Ática). Surpreende também pela presença de alguns livros que, a meu ver, não deveriam constar nem na lista dos 60 melhores. No final, o trabalho de
Cristiane Rogério e
Marina Vidigal cumpre o seu papel: antes de premiar o melhor livro (a revista acertadamente opta pelo plural), a revista premia seus leitores - e eu me incluo neste rol - com uma reportagem ampla que, antes de tudo, estimula um passeio à livraria para conhecer as indicações. E isso já vale por todo o trabalho.
Mas a revista Crescer de junho oferece outras delícias para quem gosta de literatura para crianças. Além de uma página escrita por
Tamara Foresti dedicada a decifrar os números da pesquisa
Retratos da Leitura no Brasil, do
Instituto Pró-Livro, chamo a atenção para a coluna de
Fabrício Carpinejar, chamada
Primeiras Intenções, publicana na página 76 com o título de Era uma vez outra vez. É o melhor da edição de junho. Carpinejar descreve, de forma a arrepiar o leitor, a relação de seu filho com a literatura. No meio disso, um encontro inusitado com
Os Problemas da Família Gorgonzola, de
Eva Furnari. Imperdível!!! Clicando acima, você pode ler a inrodução do texto. Espero que você tome coragem, desligue o computador e vá até a banca mais próxima comprar a revista. Vale a pena. Hatuna Matata!!!