domingo, 24 de junho de 2007
Novos amigos dos Roedores de Livros
O que nos anima a cada oficina é perceber que os pais estão sempre por perto e, embora ainda interfiram um pouco na criação das crianças, a maioria deixa os filhos à vontade para criar. E isso é ótimo!!!
Nestes dias em que as crianças fazem arte - no sentido literal - os Roedores de Livros ganham novos amigos e reencontramos outros já não tão novos assim. E por falar em amigos de longa data, abaixo, deixamos a foto do Kenzo, um garotão esperto que está sempre por perto. Seja sempre bem vindo!!! E que venham novos amigos, sempre!!!
Mateus, Galinhas e Saudades...
Enquanto isso, Tino reuniu a meninada para mostrar o "segredo" do cocoricó da galinha. Não foi fácil, mas com o tempo, a turma pegou o jeito e saíram da Fnac sorridentes. Nós também!!!
quarta-feira, 20 de junho de 2007
Música solidária...
Aí vocês devem perguntar: - O que é que o show tem a ver com os Roedores de Livros?
Bem, o show é GRATUITO mas a Cássia resolveu convidar o público a colaborar com a campanha A FADA PEDIU: - DOE UM LIVRO INFANTIL em que nosso projeto, ao lado da Fnac, coleta LIVROS INFANTIS e INFANTO-JUVENIS para a formação de uma biblioteca comunitária na sede da Ong Pró-Gente na Ceilândia, onde acontece o projeto, nas manhãs de sábado.
Amigo de Cássia e solidário com a iniciativa, o Tino fará uma participação neste show tocando músicas como CINTO DE INUTILIDADES (tema do programa GLOBO COR ESPECIAL do início dos anos 70) e É TÃO LINDO (que o Balão Mágico cantava ao lado do Roberto Carlos) . No repertório de Cássia Portugal, sucessos de Paulinho da Viola, Tom Jobim, Vinícius de Moraes e Chico Buarque, entre outros. Com ou sem a sua doação, a sua presença é importante para valorizar a nossa arte. Até a noite!!!
terça-feira, 19 de junho de 2007
Um guarda chuva bem que me disse...
Bem, chega de devaneios. Em 2006, conseguimos a doação de 50 livros infantis novinhos em folha para a Biblioteca Comunitária T-Bone através da Fundação Cultural Casa Lygia Bojunga. Estreitamos os laços. Aquela primeira vontade, lá de cima, foi pesando, pesando. Numa destas noites, num restaurante tradicional carioca, encontramos Lygia e vi seus olhos marejarem ao falarmos da importância daqueles livros doados. Vivi a emoção dos olhos marejados de Lygia. Vivi uma emoção nos olhos marejados de Lygia. Ela ama o que faz.
Naquele momento, a vontade de conhecer um livro seu, inteiro, até a última página ganhou mais peso. Era quase impossível carrega-la comigo. Até então, só tinha sentido uma força estranha a me apertar no ABRAÇO. Mas aquele olhar e os braços ternos de Lygia Bojunga dissiparam meu medo. Saímos do Salão do Livro – após outros encontros e conversas com a autora – com A BOLSA AMARELA e O SOFÁ ESTAMPADO. Num sebo do Largo do Machado (indicação da Mariana Massarani) encontramos uma primeira edição da BOLSA AMARELA publicado pela AGIR, cunhado com o número 500. Decidi que este seria o primeiro livro que iria devorar assim que chegasse em casa. Dito e feito. Devorei o livro. Ah, aquela vontade obesa perdeu peso, ficou tão leve que a libertei num sopro pelos ares do cerrado.
A história da menina Raquel e suas vontades de ser menino, de crescer de uma vez e ser logo adulta e de escrever, nos emociona e conquista a cada parágrafo. Lygia escreve como se estivesse emagrecendo sua própria vontade de falar da menina que foi. Raquel passa a guardar suas vontades no interior de uma bolsa amarela desprezada pela família numa partilha de presentes deixados por uma tia. A menina faz da bolsa uma espécie de quintal à tiracolo. Esconde na bolsa, além das vontades, os nomes que ela criava, um alfinete de fralda, uns retratos, uns desenhos, umas idéias... Depois veio um galo (o Rei, que virou Afonso), um guarda-chuva e mais outro galo (o Terrível). Tudo guardado-escondido na bolsa para que ninguém mais visse ou ficasse sabendo. É emocionante a história que “Raquel” cria para justificar o sumiço do Terrível, o galo de briga, que só era assim, por que seus donos “tiraram o pensamento dele lá de dentro, costuraram ele todo com a Linha Forte, só deixaram descosturado o pedaço que pensava “tenho que brigar! Tenho que ganhar de todo o mundo!”. Lembro que o texto foi publicado originalmente em 1976. Ditadura militar. Não era fácil falar, muito menos escrever sobre pensamentos costurados. À medida que as invencionices da menina Raquel vão se resolvendo, sua bolsa fica mais leve e suas vontades ganham o mundo, libertam-se. A menina Raquel e a mulher Lygia soltaram pipas pelo ar e letras no papel. Trinta anos depois, ainda carregam consigo a vontade de escrever. Descobri que Raquel também poderia ter sido Ana Paula, Ana Cecília, outras tantas Anas.
Por fim, acho que vou comprar uma mochila amarela para a Júlia: ela tem engordado uma vontade de ser artista plástica e morar na África... Se você estiver com aquela vontade de descobrir uma história que vai descosturar seus pensamentos, este é o momento. Procure a BOLSA AMARELA (Lygia Bojunga, com ilustrações de Marie Louise Nery, Editora Casa Lygia Bojunga). Liberte-se. Quanto a mim, assim como Raquel, também estou me sentindo um bocado leve.
Ah, e quanto ao que me disse o guarda chuva citado lá no título... ele falou: Htydeeeloiiiicbxzertaaaadpolrrtt... (Agora, só encontrando o Afonso pra saber!!!)
- Obrigada Lygia. Nosso eterno e carinhoso abraço de letrinhas!!!
"Se eles são famosos... eu posso voar"
Começo este texto com a foto lá de cima onde algumas crianças acompanham a leitura da Juliana e interferem na história, contam o que acham que vai acontecer, comentam sobre as ilustrações engraçadíssimas da Eva Furnari e transformam nossas manhãs de sábado numa Terra do Nunca. Aliás, acho que esta deveria ser o nome da Sala de Leitura dos Roedores de Livros. Pronto: soltei no ar mais uma idéia louca. Será? Depois, na foto acima, as crianças compartilham do livro: olha que coisa legal!!! Você pode viajar sozinho, mas pode levar alguém de carona.
Na oficina de artes, fizemos Pião com CDs e bolinhas de gude. Mas promovemos também uma festa de cores no papel com todos desenhando.
O Tino, que este sábado estava jururu com as loucuras que a vida de um Roedor de Livros impõe, tinha acabado de compor CANTO UM CONTO, canção que ele vem cozinhando em nosso caldeirão há meses. Ficou pronta. Uma delícia!!! Vai pro disco. Disco? Que disco? Éééééé... aguardem... Os Roedores de Livros não param!!! Tudo louco!!! Bem, ele ensinou o SAI PREGUIÇA (canção coletada pelo Palavra Cantada no disco Canções do Brasil) para a garotada e foi um sucesso!!! Divertidíssimo!
Para finalizar, deixo esta imagem. É o mínimo que desejamos com toda a loucura dos Roedores de Livros. Conquistar nem que seja UM leitor. Sabemos que nossas sementes estão brotando nesta terra árida, vermelha e fina. Terra repleta de adversidades, onde florescem os ipês. Aqui, onde plantamos nossa loucura, nosso amor, também florescem leitores. Viva a Terra do Nunca!!! That´s all folks!!!
P.S. "Mas louco é quem me diz..."
sábado, 16 de junho de 2007
A educação vem do berço...
Por aqui, ainda somos daquele tempo em que se dizia que "a educação vem do berço". E aí, chegou até nós o belíssimo livro TODAS AS NOITES DO MUNDO (Dominique Demers, Editora Nacional) que conta a hora em que o garoto Simão vai dormir. Para pegar no sono, ele precisa que o planeta inteiro durma antes e, para isso, seu pai - que conhece as palavras mágicas para adormecer os seres da terra, do céu, da água, e de outros mundos - entra em ação. O livro tem ilustrações MARAVILHOSAS de Nicolas Debon como a que reproduzimos abaixo. Todas com um colorido puxando para o entardecer e repleto de animais.
O livro tem um erro de português, e isso é grave. Por isso, enquanto a editora não corrige com uma nova edição, recomendo que um adulto faça a mediação da leitura junto à criança. O livro, apesar deste escorrego, é ÓTIMO. Outra coisa bem legal é que ele coloca o pai como personagem ativo na história, carinhoso e atencioso com seu filho. Geralmente nestes temas familiares, os livros são repletos de mães, avós, tias... enfim, personagens femininos reforçando aquela idéia ultrapassada de que o afeto vem da mulher e ao homem fica a tarefa de prover a casa. Por isso, em nossa estante de favoritos TODAS AS NOITES DO MUNDO fica ao lado de ADVINHA QUANTO EU TE AMO, O HOMEM QUE AMAVA CAIXAS e MACAQUINHO. Se você é pai, estes livros são ótimos presentes para acalorar mais a relação com seu filho. E se você é filho, pode presentear seu pai como forma de lembrar os bons momentos que passaram ou passam juntos. Acho que é isso: além de uma boa história, TODAS AS NOITES DO MUNDO reforça esta relação tão singular entre pai e filho. Uma forma quixotesca de enfrentar os moinhos de vento destes dias em que a escola - e não a família - é o núcleo da educação. Leve o livro para casa. Desligue a TV por alguns minutos e leia com seu filho. Deixe que a fantasia alimente o amor de vocês. Fartem-se. Hatuna matata.
quarta-feira, 13 de junho de 2007
Júlia e Pedro descobrem as aventuras do Marcelo na escola...
Particularmente tenho preferência pelo conto que dá título ao livro. Até o ano passado fui professora de Artes e tive alguns alunos bem envolvidos com a disciplina – outros, nem tanto. Mas quando o personagem Marcelo diz que “a escola era muito chata, mas esqueci de uma coisa: as aulas de desenho. Essas eram legais. (...) A aula de desenho era uma farra. A gente abria os cadernos, que não tinham linhas, só folhas de papel em branco, para a gente fazer o que quisesse. Podia. Dona Andréia deixava.” A professora de desenho do conto era popular. E aí vem o final do texto. Arrepiei. Não posso estragar a surpresa. Descubram vocês. Vez em quando encontro meus ex-alunos e é aquela festa. Um deles vai estrear com destaque no musical Miss Saigon que estréia em breve em São Paulo. Outros, não foram tão longe, mas espero que levem aquelas aulas no coração, assim como o personagem-autor. Fico feliz e acho que o Marcelo conseguiu passar a importância do professor deixar o aluno criar, apesar das conseqüências (leiam o texto).
Voltando para a minha querida Júlia, mediando leitura e descobrindo risos no irmão (na foto acima, fazendo pose com o livro). Ela gostou muito do conto ELEFANTES em que o menino Marcelo acaba fazendo xixi na sala de aula. Este é um tema que garante boas leituras por aqui. Ela ainda não terminou o livro pois a escola a OBRIGA a ler outro livro para uma prova - e essa é uma discussão importante, mas não para agora.
Para finalizar quero dizer que o livro ficou ainda mais belo com as ilustrações do Luiz Maia (reproduzo uma delas abaixo). Ele é fera. Somos fãs. Seu traço tem personalidade e beleza. A gente pára e fica ligando todas as informações da ilustração e, de certa forma, o texto está todo lá, desenhado. Aqui ao lado da cama está o livro novo da Fernanda Lopes de Almeida com ilustrações dele... Em breve vou contar esta outra história bem doida. Maluquinha mesmo. That’s all, folks!!!
Chat com EVA FURNARI
segunda-feira, 11 de junho de 2007
Um fino trato para o dia dos namorados...
"Um dia frio, um bom lugar pra ler um livro"...
Juliana não foi. Ainda está sob cuidados e não pode falar. Aí, o jeito foi promover o Tino a mediador de leitura. É, acho que para quem viajou no mar de histórias com as crianças pela primeira vez, ele até que não se saiu mal. Contou um conto do Bichos que tive da Sylvia Orthof, Um Pipi Choveu Aqui, da mesma autora e finalizou brincando com as crianças e o livro pop up O Leão Preguiçoso. Acima, o Hugo imita o elefante.
Desta vez, o Igor imita o chimpanzé. A turma toda participou e foi uma festa de sons e gestos.
Depois, todos foram buscar na estante histórias para aquecer o coração. Descobrir um livro, compartilhar do que se gosta. Isto são os Roedores de Livros. Ainda longe do ideal, mas, no caminho. Fazendo. E tocando em frente, como diria a canção do Djavan citada no título deste post, "para enfeitar amores gris". That's all, folks.