Depois da festa da semana anterior, a manhã do sábado, 18 de outubro, se encheu de Roedores de Livros. O frio se agigantava na Ceilândia, acompanhado de uma fina garoa e, mais uma vez, nossas atividades ganharam as dependências da nossa pequena, porém aconchegante, sala. Casa cheia. Para conter um pouco a agitação da turma que resolveu brincar com as almofadas o Tino introduziu um pouco de música mais calma. Alecrim, Dona Aranha e outras canções seguiram até que a atenção da turma pudesse estar voltada - em quase sua totalidade - para nossas leituras.
Aqui cabe um parêntese. Notamos que a cada semana, algumas das crianças que frequentam o projeto há mais tempo têm aparecido com familiares, aumentando nossa turma. Imagino que eles queiram dividir entre os irmãos, irmãs, primos e primas a delícia de passar as manhãs de sábado conosco. Pelo menos é assim que vejo. Na foto acima, Wanessa recebe o carinho da pequenina irmã durante a mediação. Naquela manhã, também recebíamos a primeira visita da irmã de Deysiane. Fecho o parêntese.
A mediação foi muito boa. Enquanto Eu, Edna e Ilse resolvíamos alguns trâmites burocráticos do projeto, Tino começava a leitura de Quem quer este rinoceronte? e a atenção das crianças foi transferida para os desenhos de Shel Silverstein que salpicavam bom humor ao seu texto. Bingo: as almofadas estavam esquecidas sob as cabeças e bumbuns da turma. O livro era o centro do mundo naqueles minutos de fantasia.
Depois, um conto acumulativo foi crescendo na voz do Tino e ganhou também a voz das crianças que iam compreendendo o ritmo do texto e se sentindo à vontade para entrar na história. Foi assim que O Presente de Aniversário do Marajá fez o maior sucesso!
Por fim, Em cima e embaixo encantou a todos primeiro por seu formato que sugeria uma leitura diferente da tradicional. Depois, não é novidade: histórias em que a esperteza vence a preguiça estão entre as preferidas de todas as crianças. Pelo menos, o sentido de "justiça" continua fazendo sucesso e servindo de condutor entre a fantasia e o mundo real.
Quase meio dia, as crianças já deviam estar a caminho de casa. Ao sair para o carro, cansados e felizes como sempre desde 2006, vimos a cena reproduzida na foto acima: Deysiane, sentada no topo do escorregador do parque em frente à creche, lia as primeiras páginas de um dos livros da Coleção Pérola, que desde a sua cehgada ao nosso acervo, tem feito um secesso tremendo entre as meninas. Não deu para esperar chegar em casa. A leitura começou ali mesmo. Reparem na sacola azul descansando por sobre um dos pneus que cercam o parque. Esperava pacientemente a hora de abrigar o livro que Deysiane devorava com apetite voraz. O almoço dos Roedores de Livros, naquele começo de tarde, foi ainda mais saboroso.
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