quinta-feira, 1 de julho de 2010

Roído no Blogue da Índigo...

Para se embelezar mais, visite o blog VIDA NO CAMPO.

Delicadeza, sem perder a esperteza.

Não gosto de ler livros em PDF. Desde antes do Kindle e do Ipad chegarem por aqui. Deixo eles para o jornal, ou para outras leituras rápidas. Livro eu gosto de "ler pegando". Uso as duas mãos, finco o polegar embaixo, no meio das páginas... ah, as páginas... gosto de sentí-las. É uma experiência particular, . Meus amigos sabem disso. Em PDF só os que escrevo pois tenho que aprová-los mas... como saber da capa dura do Controle Remoto? E a genial descoberta ao abrir as orelhas de Topo Gigio de Cadê o Juízo do Menino? Bem tudo isso para dizer que finalmente encontrei um exemplar em papel de COBRAS EM COMPOTA, livro de Índigo, edição bacana, publicado pelo Ministério da Educação em 2006 pelo programa Literatura para Todos.

Desde quando li o primeiro livro dessa escritora paulista (A MALDIÇÃO DA MOLEIRA) tenho procurado por Cobras em Compota, dito por alguns próximos como um livro fantástico. Ontem à noite devorei o danado do livro com um sorriso nos lábios. Depois de uma desnecessária "Carta ao leitor" escrita por alguém do Ministério da Cultura, fui iluminado pelo prefácio - esse sim, de categoria - escrito por Marcelino Freire, do qual tirei o título desse post: "Para curar o mau humor. A dor nas costas. O peso do dia-a-dia. O cansaço. Aliviar o seu ar preocupado. Eis o antídoto (...)"

Uma vez, numa palestra em São Paulo, Luiz Raul Machado disse que Marina Colasanti era um Andersen de saia. Acho até que já escrevi isso: para mim, Índigo é Nelson Rodrigues desencarnado. Imagine o escritor carioca escrevendo para crianças e jovens. Mas Índigo escreve também para os maiores. Eu sou fã. Leio tudo dela que chega por aqui. Ainda não consegui achar o tom para escrever sobre os ótimos SAGA ANIMAL e UM DÁLMATA DESCONTROLADO, obrigatórios em qualquer biblioteca infantil.

COBRAS EM COMPOTA é assim: indispensável. Dezenas de contos curtíssimos, ágeis. Um relato de loucas memórias de uma infância pra lá de criativa. Cobras guardadas em potes gigantes de maionese expostos na Sala de Ciências da escola; traquinagens entre irmãos na mesa do jantar ou brincando com o gato e a tal psicologia infantil. O livro vai chegando ao fim e as memórias vão adolescendo. Obrigatório para as leitoras - não apenas juvenis -, os contos Notícias do Dromedário, O Que eu Aprendi com as Gorilas, O Pintinho e o Analista e O Peixe Dele. Índigo ainda brinca - a sério - com o mundo da literatura nos contos O Livro Pompom, A Biblioteca Silenciosa e Namorado e Medo de Piolho - este último reproduzido ao final do post.

O Ministério da Educação, através do site DOMÍNIO PÚBLICO disponibiliza o livro em PDF. Eu tentei baixá-lo hoje pela manhã. Segundo informado no site, já foram feitos 921 downloads. Quando eu cliquei, esperei uns 10 minutos e dos 9 megas só havia sido baixado 1,3. Achei que fosse minha internet. Não era. Tentei de novo. A caixa de download que se abriu informou que demoraria 25 minutos para baixar. Resolvi escrever o post e até agora, baixou pouco mais da metade. Desisti. Você pode ter melhor sorte. CLIQUE AQUI para baixar o arquivo.

Mas se você for como eu, avesso a ler livros em monitores, procure numa biblioteca pública perto da sua casa (não sei se foi disponibilizado "somente" para bibliotecas escolares) ou nos sebos virtuais. Não é possível encontrá-lo nas livrarias! Não sei como, mas num desses sítios famosos, encontrei há pouco, quase duas dezenas de Cobras em Compotas disponíveis para compra. O livro É MUITO BOM!!! Hatuna Matata!!!

NAMORADO E MEDO DE PIOLHO (texto de Índigo)

Livro não vende. Não vende porque as pessoas não lêem. E assim ficava, num eterno mantra de que nesse país ninguém lê. Certo dia resolvi tomar uma providência. Procurei uma creche comunitária e pedi uma turma de jardim. Meu raciocínio era que de nada adiantava ensiná-los a ler, se eles não entendessem para que servia a leitura.
Ganhei a turma. Entre 4 e 5 anos. Analfabetos de tudo, do jeito que eu queria. Comecei a ler para eles. Levei u8m monte de livros, fizemos uma roda e passamos várias tardes assim, eu lendo e eles prestando atenção, sem piscar, de tão curiosos. Foi comovente. Ia embora feliz, certa de que estava pegando gosto pela coisa.
"Você não tem medo de pegar piolho?", foi o único comentário do meu namorado.
Corta.
Seis meses depois, continuava me encontrando semanalmente com a turminha. No final da leitura eles pulavam em cima de mim, me abraçavam, me cobriam de beijos.
Nunca peguei um piolho sequer. O namorado dançou faz tempo.

sábado, 26 de junho de 2010

Roedores de Livros na TV SENADO (programa INCLUSÃO)


Olá, pessoal,
No início do mês recebemos a visita da jornalista SOLANGE CALMON e a equipe do programa INCLUSÃO da TV SENADO para a gravação de um dia de atividades no projeto. O programa apresenta vários projetos e personagens que tem a leitura e a literatura infantil como foco. O Roedores de Livros aparece logo na abertura. A reportagem poderá ser assistida nesse domingo, 27/06, as 9h e as 17h, na TV Senado. Sintonize aí na sua cidade e compartilhe da nossa companhia na telinha.

Assim que for disponibilizado no Youtube a gente posta aqui no blog.

segunda-feira, 21 de junho de 2010

De volta para a toca...

Queridos... depois de uma semana em terras cariocas, estamos de volta ao lar. Na bagagem, muitas histórias do 12º Salão FNLIJ do Livro para Crianças e Jovens - algumas publicáveis. Muitos livros também. Aos poucos a gente conta. Por enquanto, apenas uma foto. A da minha casa no Salão: o stand da Manati. Foi ali que estacionei a maior parte do tempo e encontrei amigos, leitores, professores... A foto, de Bia Hetzel, clica uma turma da pesada... bem, da pesada mesmo, só eu (hehehe)... os outros são mesmo é gente fina. Em sentido anti-horário estão Carla, Andreia, Mateus, Mateus Rios, Giu, eu e Graziela Hetzel. Agora, vou dormir, pois amanhã é dia de retomar a vida que corre paralela à literatura. Hatuna Matata!!!

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Apertando o PLAY e lançando outro livro no Salão FNLIJ

Queridos... continuo no Rio de Janeiro, participando do Salão FNLIJ do Livro para Crianças e Jovens. Sem tempo para demais postagens (fica para depois), convido aos que puderem a aparecer no próximo sábado, 16h, para o lançamento do CONTROLE REMOTO. Esse livro está dando o que falar por lá e estou certo que vocês vão gostar. Clique AQUI e vejam como ganhar um desconto na compra de um exemplar no Salão do Livro. No mais, cliquem sobre a imagem acima para conferir o endereço e até lá. Hatuna Matata!!!

domingo, 13 de junho de 2010

Brasília, no Rio de Janeiro


Copiei o título do post do Dobras da Leitura para informar que estamos no Rio, para participar do 12° Salão FNLIJ do Livro para Crianças e Jovens. Nessa segunda, 15h, lanço o livro BRASÍLIA DE A a Z (com ilustrações do Kleber Sales - que estará aqui também). Durante o lançamento, um bate papo sobre curiosidades da Capital Federal. Espero você.

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Se a casa é sonolenta, acordamos leitores!

Foi difícil acordar naquela manhã de sábado, 22 de maio. O Distrito Federal amanheceu com um friozinho gostoso e uma ventania que parecia soprar: ffffffffica em caaaaaaaaaaaaasa... Mas eu, Tino e Celio nos juntamos a outros tantos corajosos pequenos Roedores de Livros e fomos nos aquecer com histórias lá no Shopping Popular da Ceilandia. A sala estava quentinha e as almofadas, irresistíveis. Aproveitamos para ler A CASA SONOLENTA (Audrey Wood e Don Wood, Ática). Todos gostaram MUITO e depois, numa ideia gostosa e maluca, produzimos a foto acima para vocês.

Para levantar do tapete foi preciso o Tino empunhar o violão e abrir a sessão musical com o Sai Preguiça, Pezinho de Limão, Borboletinha e outras canções de despertar meninos quietos. As músicas ganham a cada semana mais adesões à medida que as crianças vão se familiarizando com o repertório. Aparecem as favoritas, cantam mais alto e, por vezes, trazem sugestões de casa.

Há algumas semanas temos trabalhado o desenho com as crianças, através de livros e exercícios que são antes de tudo diversão para os dedos e a imaginação. Tudo isso com um motivo muito especial, mas que não vamos contar agora. Como parte desse exercício do olhar e do compor, levamos dos livros sem texto que são clássicos do nosso repertório - e de muita gente por aí: O ALMOÇO (Mário Vale, Formato) e ZOOM (Istvan Banyai, Brinque Book).

Mas a garotada não tá nem aí pro tal exercício. Na verdade, todo mundo se divertiu dando voz às imagens. Em O Almoço, foi um frisson louco o suspense ao abrir - e não abrir - a última página. Teve gente que não queria ver de jeito nenhum e outros que se aperrearam ao imaginar a cena sugerida. E aí, foi delicioso ver o olhar de surpresa de todos diante da pegadinha visual proposta por Mário Vale nesse livro. Show de bola.
Quanto ao zoom, a cada página que passava, as crianças foram entrando no jogo e prestando mais atenção nos detalhes para tentar adivinhar o que surgiria mais à frente. Ao final de leitura coletiva, experimentamos o livro de trás pra frente e foi igualmente deliciosa a sensação. Nossa turma mergulhou fundo no desafio de ler dois livros sem texto. Passaram com louvor.

Ao final daquela manhã entregamos folhas de papel recortadas num tamanho diferente, comprida e estreita, para que a turma desenhasse, ocupando os espaços da melhor maneira possível. Criatividade, originalidade e algumas imitações, afinal, o olho curioso sempre atina para o que acontece ao lado ora para não fazer igual, ora para procurar um norte. O dia foi assim: começou sonolento e terminou cheio de leitores, no sentido mais amplo que essa palavra pode ter. Hatuna Matata!!!

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Livro do TINO na lista dos 30 MELHORES LIVROS INFANTIS DO ANO

A Revista CRESCER de junho, além da reportagem sobre o projeto ROEDORES DE LIVROS (no post abaixo) também veio com a surpresa do livro do Tino e da Mariana Massarani - Cadê o Juízo do Menino? - na lista dos 30 MELHORES LIVROS INFANTIS DO ANO. Aqui na toca dos roedores estamos todos felizes com mais essa conquista. O Tino conta no LITERATINO como foi que recebeu a notícia e outras coisas acerca dessa lista. Abaixo, a resenha sobre o livro publicada nessa edição especial. Hatuna Matata!!!

domingo, 6 de junho de 2010

Roedores de Livros na CRESCER - Projeto Generosidade

Olá, pessoal. O mês de junho chegou repleto de novidades por aqui. Uma delas foi que o Roedores de Livros foi selecionado pela equipe da revista CRESCER (Editora Globo) para compor o PROJETO GENEROSIDADE, em reportagem da jornalista BRUNA MENEGUEÇO, que está disponível para leitura NESTE LINK. Mas se você é curioso(a) vá até as bancas e descubra na mesma edição da revista quais OS 30 MELHORES LIVROS INFANTIS DO ANO, entre outras seções e reportagens muito bacanas. Hatuna Matata.

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Roedores no brejo: rãs, sapos, um pouco de medo e um barquinho de papel.

Na manhã do sábado 15 de maio escolhemos algumas histórias chieas de batráquios: Três livros e um conto popular na manga, além de uma historinha divertida para ensinar a turma a fazer barquinhos de papel. Pode parecer mentira, mas as crianças não sabiam fazer. É capaz até de você, leitor desse blog, não lembrar de como se faz. Mas quando eu era menina me divertia à beça soltando barquinhos de papel nos cantos de rua por onde corria a água da chuva.

A primeira história foi o conto A Rã Santa Aurora, do livro OS BICHOS QUE TIVE (Sylvia Orthof, com ilustras de Gê Orthof, Salamandra) - um dos preferidos dos Roedores de Livros. O texto conquista a atenção das crianças mesmo com as poucas e belas ilustrações de Gê. É a história de uma rã, presente que pai da menina Sylvia trouxe de uma viagem. Ela queria mesmo era uma nuvem, mas a rã veio numa caixa e trouxe muitas histórias consigo. Divertidíssimo. Aliás, o livro todo.

Na sequência, O SACO (Nova Fronteira), clássico primeiro livro da dupla dinâmica Ivan & Marcello (clique AQUI e saiba um pouco mais da história do livro, segundo Zigg (o Ivan). No livro, uma bicharada sacode o saco para descobrir o que tem lá dentro. O livro tem o dedo do Ivan. Garantia de surpresas no texto, boas risadas e ótimas ilustrações.

Aí, uma das meninas pediu para ler O BICHO-MEDO E SEU SEGREDO (de Eliane Pimenta, com ilustrações de Mateus Rios, Manati). O livro estava no expositor e instigava a curiosidade da turma pelo seu título curioso (ninguém resiste a saber um segredo) e a ilustração genial do Mateus Rios. A cada página, o texto sussurrava um bicho estranho que atiçava o olhar da turma que ao ver as criações medonhas que habitavam o menino Leonardo. Foi uma pausa na saparia. Mas a garotada se amarrou na trama.

Findo o segredo do bicho-medo, foi a hora de sacar um brinquedo inflável para contar a fábula O Sapo e o Boi. O sapo foi inflando, inflando, inflando até... A turma quase estourou de rir com a performance "do sapo". E percebeu na hora o caminho tortuoso da inveja do batráquio. Essa história você encontra no livro FÁBULAS DE ESOPO (Cia das Letrinhas).

Separamos para o final a história de MÁRIO, O MARINHEIRO que aprendi há muito tempo atrás. A partir de uma folha em branco e um personagem navegador (marinheiro, pirata, etc) o mediador constrói um passaporte, um chapéu, um barquinho de papel entre outras coisas até chegar à camisa do personagem principal.

Todo mundo ligado, de olho nos desdobramentos da folha e da história (um dia desses a gente posta no youtube). Mal sabiam que na oficina de artes iriam aprender a fazer o seu barquinho de papel e os segredos para contar a história em casa. Foi uma farra de criança. Animada e descomportada e criativa. Hatuna matata.