Tive uma infância cheia de heróis. Adorava os gibis do Superpato e as histórias com o Superpateta. Torcia pela Turma da Mônica quando surgia o Capitão Feio querendo dominar o mundo. Mas as aventuras dos heróis da Marvel – em especial o HOMEM ARANHA – eram as mais esperadas a cada mês na banca de revistas. Me entregava rapidinho a todos os tipos de tramas. Li de tudo um pouco e guardo comigo uma série de bons momentos vividos naquelas páginas repletas de fantasia. Fui crescendo e meus heróis foram deixando os gibis com suas ilustrações coloridas para se vestir mais com palavras e formas na minha imaginação pois sempre desejei criar meus personagens com poderes absurdos e seus antagnistas loucos e perversos. Isso me faz viajar no tempo e me sentir criança outra vez.
Foi assim que SUPER-HERÓI OU SUPERVILÃO (Pablo Bernasconi, Girafinha) conquistou meu olhar. O livro é um verdadeiro quebra-cabeça de super poderes para o bem e para o mal. É brincadeira, diversão. Academia de ginástica para cucas frescas. O professor Maizena se atrapalhou na construção de um teletransportador de superpoderosos que viriam de todos os cantos do universo para a entrega dos superprêmios de super-herói e supervilão dos últimos 50 anos. Na hora H, cabeças, troncos e pernas se embaralharam e as personagens adquiriram formas uns dos outros numa engraçadíssima troca de identidades. A partir desta introdução, o autor nos convida a remontar os heróis e vilões, procurando suas partes originais. Outra brincadeira – para mim, mais divertida - é a de criar novos personagens. Para isso, as páginas do livro são divididas em três segmentos e encadernadas em espirais, oferecendo ao leitor a possibilidade de criar até dois mil (!!!) personagens.
Esta brincadeira não é original. Em 1995, usando destes recursos, foi lançado no Brasil o livro 2.500 Rostos Famosos de Norman Messenger (Manole) em que a partir de caricaturas de personalidades famosas como Elvis Presley, Mick Jagger, Charles Chaplin, Princesa Diana e Merilyn Monroe, o leitor pode construir rostos diversos. É um livro divertido, mas a obra de Pablo Bernasconi oferece mais ao leitor. Seus heróis e vilões não aparecem nos jornais, na TV, em gibis ou livros infantis. São exclusivos e extremamente criativos, montados a partir de uma série de colagens em computação gráfica (o cara é um craque neste recurso). O visual é incrível. Cada pedaço de herói ou vilão vem com uma descrição de poderes específicos, mas eu deixaria ao leitor a possibilidade de imaginar não só a forma da personagem como seus atributos superpoderosos. Mas isso não desmerece o livro. Na verdade, ele é TOTAL FLEX, você brinca como preferir. Com descrição ou sem descrição, a diversão é certa.
Gostamos demais dos livros de Pablo Bernasconi. Por aqui, já resenhamos O MAGO, O HORRÍVEL E O LIVRO DE FEITIÇARIA e EXCESSOS E EXAGEROS. Ele, além de primoroso artista gráfico tem uma mente fértil em histórias que fogem do comum. Mas a gente também deve ressaltar o cuidado da editora com a edição de SUPER-HERÓI OU SUPERVILÃO. A Girafinha caprichou numa capa dura e num papel com gramatura mais espessa, para que a criança possa manipular à vontade sem riscos de danificar o livro. Não é comum a gente encontrar livros assim no Brasil. Ainda não é a regra. O livro, enfim, vale quanto pesa e é cheio de superpoderes: uma supercapa, um superpapel, um superautor-ilustrador e superpersonagens. Quer mais? Bem, agora volto ao livro para criar mais dois personagens. O cara falou que dá pra fazer dois mil!!! Putz, será que consigo ser um superleitor? Hatuna Matata.
Descrição das imagens de cima para baixo: 1) Capa do livro de Bernasconi; 2) Páginas do livro com vilão (esquerda) e herói (direita) completos; 3) Um vilão "misturado"; 4) Rostos montados no livro de Norman Messenger; 5) "Meu" herói.
2 comentários:
Acho que vc vão amar esse blog que eu achei da "terrinha" - http://horasserenas.blogs.sapo.pt. Bjs!
Eeeba! Ja falamos desse livro, ne? Eu também curti e vira e mexe to aqui brincando com o meu.
Beijos
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