sexta-feira, 18 de março de 2011

Acordei Roedora de Livros

O texto a seguir nos foi enviado por Clara Etiene (na foto, à direita, ao lado de Hosana). Esse é o espírito. A literatura nos emociona. Mas o que ela faz com o Homem é ainda mais emocionante. Leiam seu relato e saibam porque "A Hosana é para nós dos Roedores a prova de que sempre há alguém sedento esperando por algo que temos guardado misteriosamente". Boa leitura a todos. Hatuna Matata!!!


No início do ano passado, quando os Roedores de Livros vieram para o Shopping Popular de Ceilândia, o espaço que seria ocupado por eles na manhã de sábado, à tarde ficaria livre para que eu iniciasse uma nova experiência. Sou professora de literatura e há dois anos deixei as salas de aula para trabalhar em um órgão de pesquisas, portanto, sentia falta de um espaço para dialogar sobre literatura e acima de tudo, sentia falta dos leitores.

Durante alguns anos na Universidade de Brasília participei de um Grupo de Pesquisa cujo principal foco era a Formação de Leitores, e a leitura, que sempre teve um lugar especial na minha vida, tornou-se foco de muitos estudos e tema do meu doutorado. Mas, foi no ano passado, aos sábados à tarde que vivenciei uma experiência cheia de boas surpresas. Já que os Roedores de Livros recebiam as crianças pela manhã, me atrevi a abrir as portas para receber os adolescentes, jovens e adultos no período da tarde.

Levei revistas, Best Sellers, Gibis, Postais e tudo que pudesse fazer parte do universo de interesse dos adultos para começar minha estratégia de sedução leitora. O objetivo era atraí-los para o texto e incentivá-los a escrever a partir dessa leitura. Logo percebi que as pessoas vão se distanciando do mundo da palavra ao longo dos anos e quando adultos entendem, equivocadamente, que o mundo dos livros e da leitura não faz parte de suas vidas. Então, as pessoas apareciam e sumiam com a desculpa “Isso não é para mim...”.

Um grupo de quatro adolescentes frequentou mais os encontros, mas foi uma mulher de aproximadamente 35 anos que um dia chegou ao local dos encontros me dizendo que adorava escrever e que precisava de ajuda. Deu-se o implacável destino. Ao longo de vários meses a Hosana, feirante do Shopping Popular, veio ao me encontrar aos sábados à tarde para aprender a compor histórias e o único empurrãozinho que eu precisei dar foi mostrar que só quem lê bem consegue melhorar sua produção escrita. Ela aprendeu rápido, reescreveu toda a história que ainda está sendo gestada, de forma mais organizada e apropriando-se de vários recursos narrativos. O método que eu apresentava sempre era a leitura de algumas obras, como contos, fábulas e romances. Líamos e relíamos, sobretudo, o que a Hosana escrevia e ela melhorava os seus textos a cada sábado.

No último encontro de 2010, Hosana foi uma das estrelas que brilhou. Na nossa programação de encerramento lemos para as crianças uma história escrita por ela: “Meu primeiro beijo”. Fizemos o lançamento do "livro" com direito a pose para fotos, autógrafos e abraço dos amigos. Depois daquele ano de trabalho aos sábado à tarde, a alegria da Hosana foi apenas um dos presentes que eu recebi, porque foi nesse mesmo evento que a Ana Paula, Edna, Celio e Tino me intimaram e eu logo aceitei a compor oficialmente o grupo dos Roedores de Livros.

A Hosana é para nós dos Roedores a prova de que sempre há alguém sedento esperando por algo que temos guardado misteriosamente.

Parece sonho...

sexta-feira, 11 de março de 2011

Uma pausa, uma festa, vários sonhos

No dia 11 de dezembro o projeto Roedores de Livros encerrou suas atividades oficiais em 2010. E para tanto organizamos um festão natalino literário para nossas crianças - e que acabou envolvendo a comunidade que trabalha e frequenta o Shopping Popular da Ceilândia. Para começar o dia, inauguramos a placa do projeto, na porta de entrada. Uma forma de dizer que, embora "de férias", em breve estaríamos de volta.

Enquanto Ana Paula, Edna e Célio organizavam as coisas na Torre A (nossa Toca), eu entretia a garotada no pátio central do shopping, com um punhado de canções que, juntos, fizemos soar pelos corredores. A cantoria seguiu até que foi dado o "ok" para subirmos à sede. Ao chegarmos, encontramos a escritora Alessandra Roscoe a postos para oferecer suas histórias ao nosso grupo. Alessandra é uma amiga querida e parceira dos Roedores de Livros. Sempre que precisamos (e até quando não precisamos) ela se coloca à disposição. No repertório daquela manhã, Alessandra apresentou seus livros O Jardim Encantado, O Jacaré Bilé e A Fada Emburrada (que fez um sucessão por lá). Depois de tanta história, ela ainda presenteou o grupo com alguns de seus livros e difícil foi organizar a fila dos autógrafos. A garotada adorou!!!

Durante a programação, fizemos o lançamento do Meu Primeiro Beijo, livro artesanal a partir de uma história escrita por Hosana da Paz Santos, a partir da sua vivência no curso de produção de textos ministrado por Clara Etiene, ali mesmo na Toca, nas tardes de sábado.

Difícil saber quem estava mais feliz. Professora e pupila estampavam nos sorrisos o orgulho de uma conquista ímpar. Essa história merece um post exclusivo que a Clara escreverá em breve, compartilhando conosco a transformação que a literatura promoveu na vida de Hosana - e de Clara também, é claro. O fato é que naquela manhã de sábado, Clara leu a história de Hosana para todos, crianças e adultos que, ao final, responderam com aplausos. Ora, vivas. Hosana!

Pausa para o lanche. E que lanche. Bolo e salgados e refris. Todo mundo se esbaldou. Mas a festa ainda reservava uma surpresa para todos.

Descemos as escadas de volta ao pátio central do shopping ao som de músicas natalinas cantadas pelo CORAL ANTÔNIO SARAZATE que gentilmente aceitou nosso convite e nos presenteou com seu repertório que soltou a emoção de todos que ali passavam - e não só das crianças. O espírito do Natal pairou sobre nós e nos encheu de esperança. Foi emocionante.

Depois de muitas canções, aplausos e sorrisos, chegou a hora de agradecer aos administradores do Shopping Popular da Ceilândia pelo espaço cedido ao projeto. Na foto abaixo, retratamos parte das pessoas que fizeram a história do Roedores de Livros naquela manhã e durante todo o ano de 2010. A vocês, mais uma vez, nosso MUITO OBRIGADO.

De volta à Toca, findada a festa, já sem as crianças e os convidados, nós ainda tínhamos uma última surpresa para findar o ano: Ana Paula, Célio, Edna e eu fizemos o convite oficial - aceito de pronto - para que Clara Etiene passasse a integrar, de fato, o nosso grupo.

E com a foto acima, tirada ao meio-dia do dia 11 de dezembro, ao lado da placa recém instalada na porta da sede do projeto Roedores de Livros, encerramos as atividades em 2010. Uma pausa para renovarmos as forças e para que, em 2011, possamos continuar a semear novos leitores. Hatuna Matata!!!

Livro é sempre bem-vindo por aqui...

No final da manhã do dia 30 de outubro nossas crianças receberam um grande presente-surpresa: livros!!! Toda a equipe da escola MAPLE BEAR (filial de Brasília) promoveu uma campanha de doação de livros para o nosso projeto. Pais, filhos, professores e demais funcionários participaram, arrecadando um baú repleto de livros. O baú ficou fechado, instigando a curiosidade da garotada durante toda a manhã. Por volta das 11h, chegou a hora de apresentar o conteúdo surpresa para nossos pequenos roedores de livros. Gostaríamos de agradecer a todos que participaram da campanha e à escola Maple Bear, pelo bocado de alegria e fantasia ofertado às nossas crianças. Cada livro que chega à nossa toca é bem-vindo e não descansa na prateleira. Depois de devidamente apresentados, os livros caíram nos braços da garotada de onde não saíram até o final da manhã. Acho que não é necessário escrever se gostamos dos presentes. As fotos abaixo falam por si. Apreciem os olhares gulosos e sorrisos francos. Mais uma vez, MUITO OBRIGADO!!! Hatuna Matata!!!





quinta-feira, 10 de março de 2011

Foi assim em novembro de 2010.

O primeiro livro mediado depois que voltamos da Feira do Livro de Porto Alegre foi VIVA EU, VIVA TU, VIVA O RABO DO TATU (Lenice Gomes, il. André Neves, Cortez), no dia 13. As palavras brincam na boca da gente, saltam pelo ar e fazem cócegas na imaginação das crianças. Um sucesso!!!

Dia 20, Ana Paula trouxe folhetos de Cordel para as crianças conhecerem. E eles não se fizeram de rogados. Beberam da fonte para depois conhecer como a literatura de Cordel revive, agora, em livros muito bem produzidos.

Dia 27 foi reservado para a leitura de livros sem texto. Conversamos antes sobre as formas diferentes de leitura até que todos não sentissem falta das palavras impressas. Foi muito bacana ver as imagens ganhando o verbo da garotada, incitadas a contarem a história, como aconteceu na leitura de MUNDO CÃO (Silvana de Menezes, Abacatte), um dos escolhidos para a mediação daquela manhã. E assim, novembro passou quase num sopro. Hatuna Matata!!!

Foi assim em outubro de 2010.

Outubro começou com uma surpresa daquelas que balançam o coração dos Roedores de Livros mais velhos. Foi no sábado, dia 02. Depois de uma manhã cheia de poesia, Isabela pediu para ler A CALIGRAFIA DE DONA SOFIA, de André Neves (Paulinas). Depois de algum tempo, ela chamou Ana Paula para dizer:
- Olha só, eu gostei demais desse poema!
E leu um. Depois outro. Mais outro.

Foi lindo de ver a menina descobrindo a poesia. Depois, clicamos a mesma Isabela, num cantinho da sala de leitura, concentrada na leitura de MARGARIDA (Abacatte), mais um livro do André Neves. Naquele dia, saímos com a certeza de que o escritor e ilustrador pernambucano ganhou uma fã e a Poesia, mais uma leitora. Voltamos para casa mais que felizes!

09 de outrubro, outra bela surpresa. Recebemos a visita do Jaderson (blusa vermelha) e do Wendel. Dois integrantes do projeto quando esse acontecia na Pró-Gente e na Creche Comunitária da Criança, entre 2007-2009. Eles souberam da nova sede e - apesar da distância - apareceram por lá para matar a saudade (nossa, também). Brincaram com as crianças, lembraram de velhas leituras e compartilharam do nosso lanche e da companhia. Aprendemos muito com eles. Bom saber que também ficamos impressos em seus corações. Aqui, não buscamos apenas conquistar leitores. Fazemos amigos. Ah, foi demais!!!

Dia 16, a toca recebeu a visita da professora Marlúcia, que soube do projeto e resolveu descobrir um pouco mais do que estava escrito no blog. Ana Paula leu PARA ONDE PULOU A PULGA (Hebe Coimbra, il. Graça Lima, Manati) e a brincadeira com palavras com a letra "P" conquista sorrisos e olhares atentos da garotada, acompanhados bem de perto pela professora.

Quantas histórias tem dentro de uma história? Esse foi o tema do dia 23. Para a leitura, Ana Paula escolheu CHAMUSCOU NÃO QUEIMOU (Angela Carneiro, Lia Neiva e Sylvia Orthof, il. Roger Mello, Elisabeth Teixeira e Mariana Massarani, Ediouro). E o Vitor correu para dentro do livro de tão gostoso que ele estava.

Por fim, no dia 30, Ana Paula mediou a leitura de um dos sucessos dessa temporada: o livro DIA DE SOL (Jujuba) do querido Renato Moriconi. Uma união perfeita entre texto e ilustrações ao alcance do olhar infantil. Durante sua leitura, as crianças foram se aproximando e participando da leitura. Interatividade com felicidade. Tudo combinando para o ótimo dia de sol que fazia lá fora. Hatuna Matata!!!

Foi assim em setembro de 2010.

Queridos amigos leitores. Devido a tantas atividades, ficamos devendo a cobertura detalhada das atividades do projeto Roedores de Livros entre setembro e dezembro de 2010. Procuro com este e as próximas 3 postagens apresentar um resumo do que aconteceu naquele tempo, para que, às vésperas da retomada do projeto em 2011, possamos apresentar as informações semanalmente. Setembro começou com um mutirão para o cadastro dos livros do acervo (que só cresce - depois contamos as novidades). No sábado, 04 de setembro, enquanto eu fazia a mediação com as crianças, Ana Paula e Edna numeravam, carimbavam e cadastravam os livros.

Dia 11 de setembro, a toca recebeu a visita do querido escritor (de chapéu, destacando João Bosco Bezerra BomfimO SOLDADINHO DE CHUMBO EM CORDEL, de sua autoria (il. Laerte Silvino, Editora Prumo). Ali, apresentamos o espaço, explicamos o funcionamento do projeto e conversamos bastante sobre os caminhos da literatura infantil no Distrito Federal. Obrigado, querido. Venha sempre que quiser. A toca também é sua casa.

Por fim, às vésperas do lançamento do CONTROLE REMOTO (il. Mariana Massarani, Editora Manati) apresentamos o livro para as crianças do projeto. Foi divertidíssimo. E cada criança quis dar seu pitaco sobre o que faria se tivesse um controle daquele em suas mãos. Hatuna Matata!!!

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

A criança tratada como um ser pensante!

Gostaria de, publicamente, parabenizar à toda equipe do suplemento Folhinha (que circula aos sábados no jornal Folha de S. Paulo) pelo excepcional conteúdo da edição do último sábado, 19/02, na ocasião em que o jornal comemorava 90 anos. Na ocasião, o suplemento (voltado para crianças) - disponível também on line, mas sem o charme da edição "normal" - explicou de forma inteligente o que é notícia no mundo dos adultos. Acima, reproduzo o "editorial" em que o jornalista/colunista Clóvis Rossi explica o que é um jornal impresso numa linguagem acessível aos pequenos leitores - mas não por isso tratados como "menores" pelo jornal. Uma aula sobre como um suplemento infantil pode ser interessante. Parabéns, Folha! Que continuem a surpreender!! Hatuna Matata!!!

sábado, 19 de fevereiro de 2011

O Baile do Jonas

Na sexta passada, dancei com caveiras no meio da tarde em pleno shopping center. E, se o tema parece assustador, garanto que me diverti bastante com a “performance” dos Djs – oops, autores – responsáveis pelo meu par: o livro O BAILE DAS CAVEIRAS: Jonas Ribeiro e Cris Alhadeff (Franco Editora). É certo que já dancei bastante – literalmente - ao lado dessa turma animada da Literatura Infantil. Mas uma das performances literais e inesquecíveis (há várias, acredite) foi a de Jonas, como cover de Sidney Magal num certo sarau, anos atrás.


Se você ainda não viu Jonas Ribeiro contando histórias (em que, por vezes, ele também dança) não sabe o que perdeu. Mas perdeu. Ele é um verdadeiro menestrel. Essa sua principal natureza, entre outras que carrega consigo. Ritmo, gestos, entonação, a pausa na hora certa para esperar o riso ou provocar o suspense, para arrancar o susto do fundo do peito do espectador. E não é só das crianças. Já o vi encantar uma centena de adultos ao interpretar, de cara limpa, O BORDADO ENCANTADO de Edmir Perrotti (ilustrado por Helena Alexandrino, Paulinas) – aliás, um livraço!!!

Jonas é, além de tudo, um homem generoso. Espelha isso em seus abraços e em suas ações: em nosso encontro mais recente, participando do projeto Grava Livro Aêh, em Porto Alegre (foto acima), ainda de mochila nas costas, Jonas não resistiu às crianças sentadas em frente ao ônibus-estúdio e tagarelou alguns travalínguas impossíveis que deixaram todos ainda mais felizes.


Em O BAILE DAS CAVEIRAS, Jonas escreve como quem conta uma boa históra. Labareda – o cão da família de Thiago (o menino-narrador da história) – não largou o osso, e eu não larguei o livro até chegar ao final. Nele encontrei os elementos para uma divertida história de terror: uma avó à beira da morte, a própria Morte, um cemitério, esqueletos, uma caixa misteriosa, gritos e Sidney Magal (???). A narrativa parece, mas não é linear. E esse jogo (em que o autor conta a mesma história por ângulos diferentes) dá um sabor especial ao texto.


Apesar do tema sombrio, as ilustrações de Cris Alhadeff mostram, já na capa, que há mais que suspense no livro de Jonas. Há sorrisos aqui e ali. Despertos pelo repertório de truques do contador de histórias. Gostei muito das ilustrações e gostaria até de dizer mais. Mas prefiro deixar o leitor brincar com elas sem saber aonde vai dar a viagem. Se não o fizer assim, posso ficar como o Zé Fuxico, desacreditado por toda a cidade, mesmo depois de ver o que viu. Só posso dizer que estou feliz com mais um livro de Jonas que não vai descansar na estante. Só peço a ele que avise quando for contar essa história por aqui, pois gostaria de vê-lo sacudindo os ossos, os juízos (poucos) e os sorrisos (muitos) das crianças. Hatuna Matata!!!

P.S. O livro saiu agorinha do forno e, talvez por isso, não o encontrei disponível nas livrarias virtuais para linká-lo nesse post. Mas vale a pena cobrar e/ou esperar um pouquinho para bailar com Jonas, Cris e suas caveiras.

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Mais um roedor de livros para o nosso acervo...

Presente bom mesmo é aquele que a gente ganha quando não está esperando.
Então, aconteceu: não era nosso anversário, nem dia do livro... sequer dia do amigo... mas semana passada o querido Jean Claude R. Alphen nos presenteou com o seu Roedor de Livros. ADORAMOS!!! Obrigado, Arnaldo. Agora, compartilhamos a arte, o carinho e o talento de Jean-Claude com vocês. HATUNA MATATA!!!

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

LITERATURA NO CONIC

Quando eu cheguei a Brasília no final dos anos 90, o CONIC era como se fosse o quintal da minha casa. Todo dia estava ali com os amigos do Dulcina, tomando um café no Eldorado ou pão de queijo com o açaí do Ponto do Guaraná. Fui me distanciando daquele local mágico, cultural e, sempre que arranjo um motivo para passear por lá me dá uma sensação de que vai ser bom. Hoje vou rever amigos e jogar conversa fora naquelas redondezas. E você, vai fazer alguma coisa interessante nessa tarde-noite de quarta? Hatuna Matata!!!

P.S. Clique sobre a imagem e conheça a programação de hoje do VERÃO LITERATURA, publicada no Correio Braziliense dessa quarta.