Para o cartão de Natal dos Roedores de Livros deste ano, queríamos algo "diferente" e que sugerisse uma interação maior com o leitor aqui do blog. Por isso, além de desejar boas festas, feliz natal e um ano novo cheiinho de boas histórias resolvemos brincar com a nossa árvore e com os nossos amigos virtuais, promovendo uma brincadeira, tipo um QUIZ, que tem como fonte principal a nossa árvore de natal retratada no cartão. As respostas devem ser enviadas por email para roedoresdelivros@gmail.com e aquele que fizer a maior pontuação receberá de presente, em casa, UMA SACOLA DOS ROEDORES DE LIVROS, feita de algodão cru, com detalhes em chita e com a nossa logo serigrafada. Quem quiser baixar o arquivo numa resolução maior é só acessar ESTE LINK, depois clicar em "free user", aguardar a contagem regressiva e clicar no arquivo.
Vamos às perguntas:
1) Quantos livros formam a Árvore de Natal dos Roedores de Livros?
2) Quais destes livros já foram resenhados em nosso blog?
3) Qual é o título do único livro cuja lombada não tem nada escrito?
4) Quais livros (exceto os de contos) já foram adaptados para TV ou Cinema?
5) Qual o total de páginas que há na “árvore” (ganha o valor exato ou o menor ou maior que mais se aproximar)?
Para efeito de pontuação, serão consideradas as respostas exatas e as que mais se aproximarem. O resultado será anunciado ao final da primeira quinzena de janeiro, aqui no blog!!!
Divirtam-se e boa sorte a todos!!!
Aproveitamos para agradecer a todos pelo apoio ao projeto, pelo abraço amigo que tantas vezes trocamos por aí e por tudo o mais.
Abraços de letrinhas!!!
Roedores de Livros.
quarta-feira, 24 de dezembro de 2008
terça-feira, 23 de dezembro de 2008
Contos de Todos os Cantos
Ele me chamou a atenção pela capa. Saltava aos olhos. Uma jóia visual no meio da seção de discos infantis com capas horríveis. Achei o nome óbvio demais porém, irresistível para quem gosta de histórias. Ao fundo, nenhuma informação concreta sobre o conteúdo. "Apenas" o aval de uma personalidade quando pensamos que é possível tratar a criança com respeito e inteligência: Sandra Peres, do Palavra Cantada. Ao final da breve apresentação ela afirma que "o CD Contos de todos os cantos é simplesmente encantador". Resolvi apostar na intuição e nas palavras de Sandra. O CD veio na sacola acompanhando livros e a minha curiosidade. Ao chegar em casa, rasguei o plástico e deitei o olhar sobre o encarte rico em informações. Mais um ponto para a produção. O disco em questão leva a assinatura de Renata Mattar, estudiosa de música popular, e de Giba Pedroza, contador de histórias que se apresentava a mim naquele momento.
Ao ouvir o disco, o tempo parou. Parou para ouvir comigo as histórias e as músicas que a dupla complilou. Histórias como O Par de Sapatos, do maravilhoso livro Contos da Rua Brocá, poemas pescados de Gianni Rodari em seu Livro dos Porquês, histórias de Nasrudim, O Pote Vazio, que conhecemos no texto de Demi e canções que vão deitando em nosso colo e nos embalando como Verde, Verde, Olará e Povero Grillo. A Produção Artística (assim em maiúsculas, mesmo) foi de Gustavo Finkler. O mesmo que ajudou a colorir com talento e qualidade os trabalhos do grupo gaúcho Cuidado Que Mancha como A Mulher Gigante e A Família Sujo.
Por uma coincidência daquelas que a gente não consegue explicar, encontrei Giba, Renata e Gustavo no último dia da minha recente visita à Porto Alegre. Meu anfitrião recebeu uma ligação de Giba, informando que, ainda naquela tarde, iria apresentar o espetáculo que deu o mote para o CD (ou vice versa) no espaço cultural do grupo Cuidado que Mancha. Incrível!!! Dias antes havia confessado a André a Lenice Gomes as delícias que a voz de Giba e as canções de Renata me fizeram provar ao ouvir o disco. Agora, eles estavam ali. Coisa de louco! Fomos à tardinha para lá e eu ainda iria me encantar com tanta coisa...
Primeiro, o espaço que o grupo Cuidado que Mancha coordena é incrível. Algo como um casarão daqueles antigos com dois andares, várias salas, pisos de madeira e um bom gosto raro na decoração. Me senti em casa. A sala de espera exibia fotos dos cursos que ali acontecem, figurinos, conforto e - principalmente - muita gente trabalhando antes do espetáculo para que tudo desse certo. Nada de amadorismo. Hora do show!!!
O público (talvez umas 20 pessoas entre pais e filhos e avós e nós) colou os ouvidos na voz hipnótica e nos gestos miúdos de Giba. O homem precisa de apenas dois metros quadrados para jorrar histórias e travalínguas que contagiam a todos. Na companhia de Gustavo Finkler ao violão e voz (impecável no papel da velha!!!) e de Renata Mattar no acordeon, na percussão e na voz, Giba Pedroza mostrou a força que uma história alcança na voz poderosa de um verdadeiro contador. Naquele fim de tarde só faltou o conto chinês O Velho (o meu preferido no CD), mas sobraram tantas outras coisas que eu posso afirmar a vocês: se os três aparecerem por aí para contar histórias, vá! Leve seus filhos, leve seus pais. Se, por acaso, eles demorarem a aparecer, leve o CD para casa, desligue a TV, apague a luz, encontre uma posição confortável, feche os olhos e aperte o play. O mundo vai entrar por seus ouvidos, parar o tempo e perfumar o seu dia com ótimas histórias. Hatuna Matata!!!
Por fim, encantem-se um pouco com a apresentação do CD que pesquei no youtube e deixo aqui embaixo:
Ao ouvir o disco, o tempo parou. Parou para ouvir comigo as histórias e as músicas que a dupla complilou. Histórias como O Par de Sapatos, do maravilhoso livro Contos da Rua Brocá, poemas pescados de Gianni Rodari em seu Livro dos Porquês, histórias de Nasrudim, O Pote Vazio, que conhecemos no texto de Demi e canções que vão deitando em nosso colo e nos embalando como Verde, Verde, Olará e Povero Grillo. A Produção Artística (assim em maiúsculas, mesmo) foi de Gustavo Finkler. O mesmo que ajudou a colorir com talento e qualidade os trabalhos do grupo gaúcho Cuidado Que Mancha como A Mulher Gigante e A Família Sujo.
Por uma coincidência daquelas que a gente não consegue explicar, encontrei Giba, Renata e Gustavo no último dia da minha recente visita à Porto Alegre. Meu anfitrião recebeu uma ligação de Giba, informando que, ainda naquela tarde, iria apresentar o espetáculo que deu o mote para o CD (ou vice versa) no espaço cultural do grupo Cuidado que Mancha. Incrível!!! Dias antes havia confessado a André a Lenice Gomes as delícias que a voz de Giba e as canções de Renata me fizeram provar ao ouvir o disco. Agora, eles estavam ali. Coisa de louco! Fomos à tardinha para lá e eu ainda iria me encantar com tanta coisa...
Primeiro, o espaço que o grupo Cuidado que Mancha coordena é incrível. Algo como um casarão daqueles antigos com dois andares, várias salas, pisos de madeira e um bom gosto raro na decoração. Me senti em casa. A sala de espera exibia fotos dos cursos que ali acontecem, figurinos, conforto e - principalmente - muita gente trabalhando antes do espetáculo para que tudo desse certo. Nada de amadorismo. Hora do show!!!
O público (talvez umas 20 pessoas entre pais e filhos e avós e nós) colou os ouvidos na voz hipnótica e nos gestos miúdos de Giba. O homem precisa de apenas dois metros quadrados para jorrar histórias e travalínguas que contagiam a todos. Na companhia de Gustavo Finkler ao violão e voz (impecável no papel da velha!!!) e de Renata Mattar no acordeon, na percussão e na voz, Giba Pedroza mostrou a força que uma história alcança na voz poderosa de um verdadeiro contador. Naquele fim de tarde só faltou o conto chinês O Velho (o meu preferido no CD), mas sobraram tantas outras coisas que eu posso afirmar a vocês: se os três aparecerem por aí para contar histórias, vá! Leve seus filhos, leve seus pais. Se, por acaso, eles demorarem a aparecer, leve o CD para casa, desligue a TV, apague a luz, encontre uma posição confortável, feche os olhos e aperte o play. O mundo vai entrar por seus ouvidos, parar o tempo e perfumar o seu dia com ótimas histórias. Hatuna Matata!!!
Por fim, encantem-se um pouco com a apresentação do CD que pesquei no youtube e deixo aqui embaixo:
"Novidades" literárias encantam a todos...
Após um sábado de recesso, pelo feriado do dia 15 de novembro, retomamos as atividades do Projeto naquela manhã de 22 de novembro. Na verdade, eu e o Tino - por motivo de viagem - estávamos duas semanas sem encontrar as crianças. Então, naquele dia, matamos as saudades e aproveitamos para mostrar algumas novidades literárias que trouxemos na bagagem.
Não estranhem se já conhecerem os livros aqui citados. Quando digo "novidades" é porque para a nossa turma, na maioria das vezes, tudo é uma novidade. Mesmo a mais antiga das histórias. E mesmo para nós, um livro antigo pode ter sabor de novo se ainda não tiver sido devorado.
Em volta do nosso tapete vermelho, poucas crianças, olhos e ouvidos atentos às novas histórias que separamos para o momento da mediação de leitura. Tino começou lendo Apertada e Barulhenta (Margot Zemach, Brinque Book), título que poderia servir de alusão à nossa pequenina sala de leitura. Ela se agigantou após a leitura. Agora pode receber até o dobro da capacidade!!! Gostamos muito deste livro.
Mas a garotada interagiu ainda mais quando Amelia quer um cão (Tim Bowley, com ilustrações de André Neves, Kalandraka). O livro, que ainda não foi editado no Brasil, fala da esperteza da menina Amélia ao convencer seu pai a ter um cachorro como bicho de estimação. As ilustrações chamaram as crianças para perto e logo, logo, estavam tocando o papel para "sentir" a fantasia que saltava aos olhos. A cada duas páginas, suspense para saber qual seria o animal a chegar na história. Foi demais!!!
Por fim, Tino sacou da manga uma aquisição recente. Um livro chamado Not a Box (Antoinette Portis, Harper USA). O texto, apesar de estar em inglês, não exigiu muito do mediador. As frases curtas fizeram cócegas na imaginação da turma que - elétrica - foi advinhando de quê o coelhinho brincava. Uma idéia simples, mas sintonizada com a inteligência infantil. Outro livro supimpa!!!
Após a mediação, hora de fuçar o acervo e escolher o que levar para casa. Cada criança pode levar dois livros por semana. Livros que vão e voltam agasalhados na sacola dos Roedores de Livros. É mais um momento importante onde elas trocam ionformações entre si, pedem dicas aos mais velhos e descobrem que podem escolher o que estiver ao alcance dos olhos. Isso é que é o melhor!!! That's all, folks.
Não estranhem se já conhecerem os livros aqui citados. Quando digo "novidades" é porque para a nossa turma, na maioria das vezes, tudo é uma novidade. Mesmo a mais antiga das histórias. E mesmo para nós, um livro antigo pode ter sabor de novo se ainda não tiver sido devorado.
Em volta do nosso tapete vermelho, poucas crianças, olhos e ouvidos atentos às novas histórias que separamos para o momento da mediação de leitura. Tino começou lendo Apertada e Barulhenta (Margot Zemach, Brinque Book), título que poderia servir de alusão à nossa pequenina sala de leitura. Ela se agigantou após a leitura. Agora pode receber até o dobro da capacidade!!! Gostamos muito deste livro.
Mas a garotada interagiu ainda mais quando Amelia quer um cão (Tim Bowley, com ilustrações de André Neves, Kalandraka). O livro, que ainda não foi editado no Brasil, fala da esperteza da menina Amélia ao convencer seu pai a ter um cachorro como bicho de estimação. As ilustrações chamaram as crianças para perto e logo, logo, estavam tocando o papel para "sentir" a fantasia que saltava aos olhos. A cada duas páginas, suspense para saber qual seria o animal a chegar na história. Foi demais!!!
Por fim, Tino sacou da manga uma aquisição recente. Um livro chamado Not a Box (Antoinette Portis, Harper USA). O texto, apesar de estar em inglês, não exigiu muito do mediador. As frases curtas fizeram cócegas na imaginação da turma que - elétrica - foi advinhando de quê o coelhinho brincava. Uma idéia simples, mas sintonizada com a inteligência infantil. Outro livro supimpa!!!
Após a mediação, hora de fuçar o acervo e escolher o que levar para casa. Cada criança pode levar dois livros por semana. Livros que vão e voltam agasalhados na sacola dos Roedores de Livros. É mais um momento importante onde elas trocam ionformações entre si, pedem dicas aos mais velhos e descobrem que podem escolher o que estiver ao alcance dos olhos. Isso é que é o melhor!!! That's all, folks.
Um Balaio de Gatos ou ... eu acho que "ouvi" um gatinho...
Normalmente as madrugadas na toca dos Roedores de Livros são calmas e sonolentas. Mas ontem um fato inusitado manteve a casa inteira acordada por um bom tempo. Por volta das 3h00 da manhã dois gatos começaram uma briga sobre as nossas cabeças. Protegidos apenas pelo forro de gesso, ouvíamos assustados os passos, chispas e miados que, amplificados pelo silêncio da madrugada e pela acústica do local, parecia esturro de onça ou o rugido de leão. Juro! Foi assustador! Acordei num susto que junto com o barulho despertou Ana Paula. Acho até que vi aquele sorriso do gato de Alice emoldurado pelo breu. Corremos para o quarto das crianças e lá estavam elas também acordadas e assustadas. Entre silêncios e gatazarras (algazarra de gatos) o desconforto durou mais de hora e mesmo assim, depois do fim, ainda demoramos outro tanto até pegar no sono outra vez.
De manhã, achamos tudo muito divertido. Principalmente com as hipóteses absurdas que cada um fantasiou acerca do ocorrido. - Eram dois gatos machos! (dizia um); - Era um casal!! (dizia outro); - Era um só!!! (afirmava um terceiro). O fato é que nós, Roedores de Livros, sofremos de medo e susto com a possibilidade de sermos atacados por felinos. Coisas de quem assistiu muito Frajola e Piu Piu ou Tom & Jerry. Mas não são só os felinos da TV que habitam nossa fantasia. Numa busca rápida em nossa desorganizada biblioteca, descobrimos alguns bichanos que convivem conosco há muito tempo sempre provocando nossa admiração. Convidamos a turma para aparecer no blog e aí foi uma festa!!!
É óbvio que o inteligente e sagaz Gato de Botas apareceu. Gostamos muito do texto integral do Perrout que está no livro Contos de Fadas (Maria Tatar, Jorge Zahar). Jorge Amado nos presenteou com a apaixonante história d’O Gato Malhado e a Andorinha Sinhá (ilustrações de Carybé, Cia das Letrinhas). Sylvia Orthof veio logo com três: Mina, seu namorado e o Xadrez de A História Engatada (Ilustrações de Eva Furnari, Braga); Deodato, de O Sapato que Miava (em nova edição ilustrada por Ivan Zigg, FTD); e a Clementina, resgatada de uma emocionante história do fabuloso Os Bichos que Tive (Ilustrado por Gê Orthof, Salamandra). Roger Mello apareceu com seu Viriato, em duas histórias (ambas pela Ediouro). Veio também o divertido gato Ronroroso (ADORO esse nome) e sua troca de cartas com a família em busca de uma solução para o seu problema inusitado(texto de Hiawyn Oram, com ilustrações de Sarah Warburtoncom, Salamandra). Anda apareceram por aqui dois bichanos criados pela Marilda Castanha. O primeiro está no seu livro Pula Gato (Scipione). Ali, o felino salta de um quadro e passeia pela galeria, "brincando" com outras obras e com a menina que faz uma visita ao local. O segundo, ilustra o texto O Gato e o Escuro (Cia das Letrinhas) em que Mia Couto, com muita delicadeza, fala sobre o medo que guardamos dentro da gente.
No último mês, chegaram dois novos bichanos por aqui: A Cida e o Veludo. O livro Cida, a Gata Maravilha (Ilustrações de André Neves, Record) foi escrito pelo dulcíssimo Luiz Paulo Faccioli, o LP, com quem tive o prazer de dividir momentos incríveis numa recente estada em Porto Alegre. A Cida existe, de fato. É a gata de estimação do autor e divide sua casa com não sei quantos outros bichos. No livro, LP entrega – com um texto leve, ágil e com pitadas de bom humor – as mil faces de sua gata: possessiva, interesseira, dissimulada. Quase humana no jeito manhoso de conseguir o que quer. Arrisco dizer que mesmo se o leitor não tiver muita intimidade com os felinos, certamente vai gostar das histórias da Cida. Mas esteja certo que a história da gata maravilha é um prato cheio para quem gosta de ouvir um ronronar tranqüilo (ainda com trema pois não virou o ano). Mas não foi este som que ouvimos na madrugada passada.
A trilha sonora mais apropriada seria aquela do filme Psicose de Hitchcock. E certamente o Veludo estivesse mais próximo de ser o animal que encontraríamos no forro da casa. Se alguém tivesse a coragem de subir até lá, é claro! Veludo é o personagem central do livro Diário de um Gato Assassino (Anne Fine, com ilustrações de Sofía Balzola, Edições SM) que, apesar de ter sido lançado há um bom tempo, só chegou à nossa toca depois de um papo informal que a Ana Paula teve com a Dolores Prades (Editora da SM) numa recente viagem à Sampa. Foi ela quem deu a dica. Valeu, Dolores!!! Neste livro, Veludo é um exímio gato matador de pássaros e ratos - como a natureza lhe designou. Um dia aparece em casa com um coelho morto. Pior: o tal coelho é o bicho de estimação dos vizinhos. Pobre veludo. Estará em apuros? A família que o adotou terá problemas com os vizinhos? O que fazer? Anne Fine põe o próprio gato como narrador deste breve suspense. Mas não se engane. Não se trata de um livro de horror. O suspense está no fato de que o leitor não desistirá da leitura até descobrir o mistério por trás da morte do coelho.
Mesmo depois de tantos personagens, pode ser que algum não tenha vindo à memória ou não apareceram para a foto (caso do Ronroroso). Talvez tenham sido os que fugiram da estante e foram passear no telhado. Ou não! Quem sabe? Mas não deixa de ser divertido o fato de – numa casa de roedores de livros – os gatos serem tantos e não oferecerem perigo algum. A não ser alguns sustos de madrugada. Hatuna Matata!!!
De manhã, achamos tudo muito divertido. Principalmente com as hipóteses absurdas que cada um fantasiou acerca do ocorrido. - Eram dois gatos machos! (dizia um); - Era um casal!! (dizia outro); - Era um só!!! (afirmava um terceiro). O fato é que nós, Roedores de Livros, sofremos de medo e susto com a possibilidade de sermos atacados por felinos. Coisas de quem assistiu muito Frajola e Piu Piu ou Tom & Jerry. Mas não são só os felinos da TV que habitam nossa fantasia. Numa busca rápida em nossa desorganizada biblioteca, descobrimos alguns bichanos que convivem conosco há muito tempo sempre provocando nossa admiração. Convidamos a turma para aparecer no blog e aí foi uma festa!!!
É óbvio que o inteligente e sagaz Gato de Botas apareceu. Gostamos muito do texto integral do Perrout que está no livro Contos de Fadas (Maria Tatar, Jorge Zahar). Jorge Amado nos presenteou com a apaixonante história d’O Gato Malhado e a Andorinha Sinhá (ilustrações de Carybé, Cia das Letrinhas). Sylvia Orthof veio logo com três: Mina, seu namorado e o Xadrez de A História Engatada (Ilustrações de Eva Furnari, Braga); Deodato, de O Sapato que Miava (em nova edição ilustrada por Ivan Zigg, FTD); e a Clementina, resgatada de uma emocionante história do fabuloso Os Bichos que Tive (Ilustrado por Gê Orthof, Salamandra). Roger Mello apareceu com seu Viriato, em duas histórias (ambas pela Ediouro). Veio também o divertido gato Ronroroso (ADORO esse nome) e sua troca de cartas com a família em busca de uma solução para o seu problema inusitado(texto de Hiawyn Oram, com ilustrações de Sarah Warburtoncom, Salamandra). Anda apareceram por aqui dois bichanos criados pela Marilda Castanha. O primeiro está no seu livro Pula Gato (Scipione). Ali, o felino salta de um quadro e passeia pela galeria, "brincando" com outras obras e com a menina que faz uma visita ao local. O segundo, ilustra o texto O Gato e o Escuro (Cia das Letrinhas) em que Mia Couto, com muita delicadeza, fala sobre o medo que guardamos dentro da gente.
No último mês, chegaram dois novos bichanos por aqui: A Cida e o Veludo. O livro Cida, a Gata Maravilha (Ilustrações de André Neves, Record) foi escrito pelo dulcíssimo Luiz Paulo Faccioli, o LP, com quem tive o prazer de dividir momentos incríveis numa recente estada em Porto Alegre. A Cida existe, de fato. É a gata de estimação do autor e divide sua casa com não sei quantos outros bichos. No livro, LP entrega – com um texto leve, ágil e com pitadas de bom humor – as mil faces de sua gata: possessiva, interesseira, dissimulada. Quase humana no jeito manhoso de conseguir o que quer. Arrisco dizer que mesmo se o leitor não tiver muita intimidade com os felinos, certamente vai gostar das histórias da Cida. Mas esteja certo que a história da gata maravilha é um prato cheio para quem gosta de ouvir um ronronar tranqüilo (ainda com trema pois não virou o ano). Mas não foi este som que ouvimos na madrugada passada.
A trilha sonora mais apropriada seria aquela do filme Psicose de Hitchcock. E certamente o Veludo estivesse mais próximo de ser o animal que encontraríamos no forro da casa. Se alguém tivesse a coragem de subir até lá, é claro! Veludo é o personagem central do livro Diário de um Gato Assassino (Anne Fine, com ilustrações de Sofía Balzola, Edições SM) que, apesar de ter sido lançado há um bom tempo, só chegou à nossa toca depois de um papo informal que a Ana Paula teve com a Dolores Prades (Editora da SM) numa recente viagem à Sampa. Foi ela quem deu a dica. Valeu, Dolores!!! Neste livro, Veludo é um exímio gato matador de pássaros e ratos - como a natureza lhe designou. Um dia aparece em casa com um coelho morto. Pior: o tal coelho é o bicho de estimação dos vizinhos. Pobre veludo. Estará em apuros? A família que o adotou terá problemas com os vizinhos? O que fazer? Anne Fine põe o próprio gato como narrador deste breve suspense. Mas não se engane. Não se trata de um livro de horror. O suspense está no fato de que o leitor não desistirá da leitura até descobrir o mistério por trás da morte do coelho.
Mesmo depois de tantos personagens, pode ser que algum não tenha vindo à memória ou não apareceram para a foto (caso do Ronroroso). Talvez tenham sido os que fugiram da estante e foram passear no telhado. Ou não! Quem sabe? Mas não deixa de ser divertido o fato de – numa casa de roedores de livros – os gatos serem tantos e não oferecerem perigo algum. A não ser alguns sustos de madrugada. Hatuna Matata!!!
sexta-feira, 19 de dezembro de 2008
Tem choro, livro, birra, histórias e muito amor!
Na manhã daquele 08 de novembro, Tino e eu estávamos em Porto Alegre, levando as idéias por trás dos Roedores de Livros para terras distantes e apurando a cabeça com as idéias de lá. Enquanto isso, Edna e Ilse, na compania dos nossos meninos "mais velhos", agora monitores, tocavam o projeto na Ceilândia. Antes da viagem, resolvemos deixar a programação livre, por conta dos Monitores e sob o olhar atento de Edna e Ilse. O grupo de monitores - informalmente formado por Samanta, Wesley e Layane, tendo o Daniel à frente - pensou numa manhã de recreações e jogos. Uma folga na mediação, embora a turma também fosse conviver com o livro. Da distante Porto Alegre, seguimos ansiosos por notícias. A seguir, transcrevemos o que a Edna relatou sobre aquele encontro.
A paisagem indicava que aquele seria mesmo um dia muito especial. Nosso projeto conta com 5 voluntários efetivos. Temos outros simpatizantes que, vez em quando, nos honram com suas presenças e colaborações. Neste sábado, 08 de novembro, nosso projeto funcionou com menos de cinqüenta por cento de seu efetivo (apenas Ilse e eu). Tino e Ana Paula estão fora, representando os Roedores de Livro na Feira do Livro de Porto Alegre (RS) e o Célio cumpria obrigações do seu trabalho. Enquanto isso, nosso pátio estava lindamente florido. com a presença de nossas crianças e com os pequeninos da creche
Na semana anterior havíamos combinado com o Daniel, nosso monitor, para dirigir as atividades do projeto nesta semana. Ilse e eu acompanhamos tudo meio que à distância, mas sempre atentas para intervir no caso de qualquer eventualidade pois lidar com crianças requer atenção. Muita atenção. Qualquer movimento "fora do planejado" pode ser o indício de algo importante.
Já foi dito neste blog que, a cada semana, lidamos também com o imprevisto, o inesperado. Por vezes, a surpresa é agradável (quando acompanhamos o desenvolvimento da turma na leitura, nos sentidos atentos que adivinham o desenrolar da história, por exemplo).
E o inesperado, naquela manhã linda, aconteceu. Numas das brincadeiras escolhidas pelos monitores, precisamos, em estado de emergência, lidar com as emoções de uma criança que não soube perder. Ao final da "dança das cadeiras", ao ser vencido, a criança explodiu em emoções: gritou, chorou e esperneou. Todo mundo parou e ficou olhando aquela reação. Deixei Ilse e Daniel tocando o projeto e levei a criança à biblioteca para uma conversa.
No iníco, quanto mais eu conversava, mais a criança chorava alto e gritava. Gritos e choros que chegaram até a sala da psicopedagoga da Creche que, naquele dia, excepcionalmente, estava de plantão. Prontamente, ela veio em nosso socorro. Dali em diante, ficamos os três num longo bate papo até que a criança se acalmou e teve condições de voltar para casa em paz. Além de lidar com as ferramentas para que as crianças possam descobrir o prazer da leitura, por vezes, temos que oferecer o ombro, os ouvidos, a paciência e um amor - que às vezes nem sabemos de onde tiramos - para que "nossas" crianças percebam que além de um ambiente de livros e leituras, ali, a cada manhã de sábado, elas se encontram com um ambiente repleto de amigos.
Pois, é... Depois do que a Edna nos relatou, pensamos que talvez a tal criança desistisse do projeto. Esta é sempre a opção mais fácil: ou a gente desiste da criança ou a criança desiste da gente. Mas no encontro seguinte lá estava ela. Como se nada tivesse acontecido. Para a felicidade de todos.
Nunca é fácil ou simples. Não se trata de somente reunir um grupo de crianças, escolher histórias e fazer a mediação. É preciso, antes de tudo, amor pelas crianças. Com esse amor, a gente segue aprendendo - como uma mãe de primeira viagem - a cuidar melhor dos nossos "filhos". Pelo menos, por aqui, a gente TENTA!!! Hatuna Matata!!!
A paisagem indicava que aquele seria mesmo um dia muito especial. Nosso projeto conta com 5 voluntários efetivos. Temos outros simpatizantes que, vez em quando, nos honram com suas presenças e colaborações. Neste sábado, 08 de novembro, nosso projeto funcionou com menos de cinqüenta por cento de seu efetivo (apenas Ilse e eu). Tino e Ana Paula estão fora, representando os Roedores de Livro na Feira do Livro de Porto Alegre (RS) e o Célio cumpria obrigações do seu trabalho. Enquanto isso, nosso pátio estava lindamente florido. com a presença de nossas crianças e com os pequeninos da creche
Na semana anterior havíamos combinado com o Daniel, nosso monitor, para dirigir as atividades do projeto nesta semana. Ilse e eu acompanhamos tudo meio que à distância, mas sempre atentas para intervir no caso de qualquer eventualidade pois lidar com crianças requer atenção. Muita atenção. Qualquer movimento "fora do planejado" pode ser o indício de algo importante.
Já foi dito neste blog que, a cada semana, lidamos também com o imprevisto, o inesperado. Por vezes, a surpresa é agradável (quando acompanhamos o desenvolvimento da turma na leitura, nos sentidos atentos que adivinham o desenrolar da história, por exemplo).
E o inesperado, naquela manhã linda, aconteceu. Numas das brincadeiras escolhidas pelos monitores, precisamos, em estado de emergência, lidar com as emoções de uma criança que não soube perder. Ao final da "dança das cadeiras", ao ser vencido, a criança explodiu em emoções: gritou, chorou e esperneou. Todo mundo parou e ficou olhando aquela reação. Deixei Ilse e Daniel tocando o projeto e levei a criança à biblioteca para uma conversa.
No iníco, quanto mais eu conversava, mais a criança chorava alto e gritava. Gritos e choros que chegaram até a sala da psicopedagoga da Creche que, naquele dia, excepcionalmente, estava de plantão. Prontamente, ela veio em nosso socorro. Dali em diante, ficamos os três num longo bate papo até que a criança se acalmou e teve condições de voltar para casa em paz. Além de lidar com as ferramentas para que as crianças possam descobrir o prazer da leitura, por vezes, temos que oferecer o ombro, os ouvidos, a paciência e um amor - que às vezes nem sabemos de onde tiramos - para que "nossas" crianças percebam que além de um ambiente de livros e leituras, ali, a cada manhã de sábado, elas se encontram com um ambiente repleto de amigos.
Pois, é... Depois do que a Edna nos relatou, pensamos que talvez a tal criança desistisse do projeto. Esta é sempre a opção mais fácil: ou a gente desiste da criança ou a criança desiste da gente. Mas no encontro seguinte lá estava ela. Como se nada tivesse acontecido. Para a felicidade de todos.
Nunca é fácil ou simples. Não se trata de somente reunir um grupo de crianças, escolher histórias e fazer a mediação. É preciso, antes de tudo, amor pelas crianças. Com esse amor, a gente segue aprendendo - como uma mãe de primeira viagem - a cuidar melhor dos nossos "filhos". Pelo menos, por aqui, a gente TENTA!!! Hatuna Matata!!!
quarta-feira, 17 de dezembro de 2008
Dicas da VEJA no ano novo de 2006...
Final de ano é tempo de limpar os armários, organizar a casa, a vida e pensar no futuro, certo?! Bem, deveria ser assim, mas aqui na toca dos Roedores de Livros a falta de tempo casou com muita coisa por fazer e a arrumação é lenta e gradual. Talvez em 2011 a gente termine!!!
Numa dessas tardes de "limpa" nas inúmeras caixas, resgatei o recorte acima, publicado na VEJA de 18 de janeiro de 2006. Tem dicas de Ruth Rocha e Regina Zilberman. Ah... e tem um livro do Lourenço Cazarré, autor gaúcho que mora por estas bandas. Os clássicos já ganharam abrigo aqui em casa. Dos "novos", ainda faltam dois.
Não é sempre que a literatura infantil ganha as páginas da "Grande Mídia". Aproveitem!!! Espero que estas dicas sirvam de inspiração para uma boa leitura neste final de ano. Hatuna Matata.
Ah... cliquem sobre a imagem que ela abre maior e legível.
Numa dessas tardes de "limpa" nas inúmeras caixas, resgatei o recorte acima, publicado na VEJA de 18 de janeiro de 2006. Tem dicas de Ruth Rocha e Regina Zilberman. Ah... e tem um livro do Lourenço Cazarré, autor gaúcho que mora por estas bandas. Os clássicos já ganharam abrigo aqui em casa. Dos "novos", ainda faltam dois.
Não é sempre que a literatura infantil ganha as páginas da "Grande Mídia". Aproveitem!!! Espero que estas dicas sirvam de inspiração para uma boa leitura neste final de ano. Hatuna Matata.
Ah... cliquem sobre a imagem que ela abre maior e legível.
quarta-feira, 10 de dezembro de 2008
A visita da Mônica aos Roedores de Livros.
Manhã de sol e ventania na Ceilândia naquele sábado, 01 de novembro. Quando chegamos, pouco depois das oito da manhã, algumas crianças já brincavam no parque infantil no jardim da Creche Comunitária da Criança. Mas tínhamos muito a fazer antes de começarmos as atividades. Nossa biblioteca acabava de receber cerca de 200 livros frutos de doações de amigos, autores e da última campanha feita em parceria com a Fnac Parkshopping. Precisávamos reorganizar a estante e escolher alguns títulos para apresentar às crianças.
Nove horas. Estendemos o tapete vermelho sobre a grama, descalçamos os pés e o Tino começou a tocar o Sai Preguiça para aquecer a turma. Pouco mais de meia hora de música depois, tínhamos relembrado Alecrim, Peixe Vivo, Maracangalha, A Canoa Virou, Minhoca, Marinheiro Só, Peixinhos do Mar e outras cantigas tradicionais, além de alguns brinquedos cantados como Andar de Trem e Scubidú. Algumas crianças estavam mais agitadas que o normal. É que eu havia dito que receberíamos uma visita muito importante de uma moça chamada Mônica. Somente no final da manhã é que eu perceberia a confusão que esta informação causaria.
Antes das histórias, momento de bate papo sobre as leituras anteriores. Uma a uma, as crianças falaram sobre o que tinham gostado nas últimas quatro semanas. Em meio a O Príncipe Sapo, Contos de Enganar a Morte e O Presente de aniversário do Marajá, entre outros livros citados pelos meninos, foi relevante o sucesso que uma série vem fazendo entre as meninas desde que chegou à biblioteca há uns quatro meses: Os livros Pérola no parque, Pérola e Safira, Pérola e o Anjo e Pérola e a Boneca ganharam as vozes da trupe feminina do projeto. Cada um contou um pouco do que leu e com isso, certamente, mexeu com a curiosidade do outro. Este é o principal motivo do bate papo. Fazer com que uma criança escute da outra que tal livro foi bom. Talvez, assim, haja mais uma motivação para que outros conheçam novos livros.
Começamos a mediação de leitura com o livro Um Porco Vem Morar Aqui e o jogo entre as ilustrações e o texto começou. Digo jogo, por que as crianás vão chegando perto do livro, querem ver a ilustração e adivinhar o passo seguinte do texto. Neste caso, é incrível como percebem elementos que estão ali bem sutis. Foi o caso da Beatriz que, nesta mediação, percebeu que o porco estava construindo uns bonecos de barro iguais aos outros personagens da história. Fim do livro, hora do lanche.
Cerca de 15 minutos de bolo, refrigerante e bate papo onde Edna, Ilse, Tino e eu nos sentamos com as crianças e conversamos sobre a vida. Novela, escola, um irmão que chegará em breve, um primo que morreu num acidente de carro. Mas, logo, logo, chega de realidade. Voltamos ao mundo da fantasia.
O segundo livro da mediação foi o que fez mais sucesso naquela manhã: De Morte, livro de Ângela Lago que conta sobre a esperteza de um velhinho para enganar a Morte, o Diabo e até São Pedro. Foi uma festa. Todos nos divertimos com a leitura. Enfim, a última leitura daquele sábado foi a do livro que conquistou o Tino para o universo da literatura infantil. Chama-se O Rei da Fome, e é escrito e ilustrado por Marilda Castanha. Conta sobre um rei que gostava de comer livros.
Depois, pausa para as crianças fazerem leituras diversas. Neste momento, a gente se encanta quando algumas crianças que ainda não sabem ler, ou têm dificuldades com a leitura, pedem para outras mais "velhas" lerem para elas. Entram em cena nossos "monitores" Daniel, Wesley, Samanta e alguns irmãos dos pequenos como o Mateus, Samuel e o Junior.
Nossa visita ainda não havia chegado, quase 11h30 da manhã. O projeto no fim das atividades. As crianças cada vez mais impacientes. Foi quando a Beatriz veio me perguntar: - Tia Ana Paula, é verdade que a Mônica vem mesmo? Respondi: - Olha Bia, acabei de falar com ela ao telefone e ela disse que está chegando. Aí a Bia gritou para todos: - Ôba, gente. Ela vem mesmo! A Mônica dos quadrinhos tá chegando aqui!!! Putz! Tive que explicar que a Mônica não era a dos quadrinhos, mas a do jornal que viria fazer umas fotos para uma reportagem sobre o projeto. Risos e alguns "ahhhhh". Mas logo, logo, chegaram a repórter e o fotógrafo, que fizeram seu trabalho enquanto as crianças escolhiam os livros para empréstimo na biblioteca recheada de novidades.
Foi uma manhã agitada. Deliciosa e com muitas histórias para contar. Como geralmente são nossas manhãs de sábado com as crianças do projeto.
Hatuna Matata.
Nove horas. Estendemos o tapete vermelho sobre a grama, descalçamos os pés e o Tino começou a tocar o Sai Preguiça para aquecer a turma. Pouco mais de meia hora de música depois, tínhamos relembrado Alecrim, Peixe Vivo, Maracangalha, A Canoa Virou, Minhoca, Marinheiro Só, Peixinhos do Mar e outras cantigas tradicionais, além de alguns brinquedos cantados como Andar de Trem e Scubidú. Algumas crianças estavam mais agitadas que o normal. É que eu havia dito que receberíamos uma visita muito importante de uma moça chamada Mônica. Somente no final da manhã é que eu perceberia a confusão que esta informação causaria.
Antes das histórias, momento de bate papo sobre as leituras anteriores. Uma a uma, as crianças falaram sobre o que tinham gostado nas últimas quatro semanas. Em meio a O Príncipe Sapo, Contos de Enganar a Morte e O Presente de aniversário do Marajá, entre outros livros citados pelos meninos, foi relevante o sucesso que uma série vem fazendo entre as meninas desde que chegou à biblioteca há uns quatro meses: Os livros Pérola no parque, Pérola e Safira, Pérola e o Anjo e Pérola e a Boneca ganharam as vozes da trupe feminina do projeto. Cada um contou um pouco do que leu e com isso, certamente, mexeu com a curiosidade do outro. Este é o principal motivo do bate papo. Fazer com que uma criança escute da outra que tal livro foi bom. Talvez, assim, haja mais uma motivação para que outros conheçam novos livros.
Começamos a mediação de leitura com o livro Um Porco Vem Morar Aqui e o jogo entre as ilustrações e o texto começou. Digo jogo, por que as crianás vão chegando perto do livro, querem ver a ilustração e adivinhar o passo seguinte do texto. Neste caso, é incrível como percebem elementos que estão ali bem sutis. Foi o caso da Beatriz que, nesta mediação, percebeu que o porco estava construindo uns bonecos de barro iguais aos outros personagens da história. Fim do livro, hora do lanche.
Cerca de 15 minutos de bolo, refrigerante e bate papo onde Edna, Ilse, Tino e eu nos sentamos com as crianças e conversamos sobre a vida. Novela, escola, um irmão que chegará em breve, um primo que morreu num acidente de carro. Mas, logo, logo, chega de realidade. Voltamos ao mundo da fantasia.
O segundo livro da mediação foi o que fez mais sucesso naquela manhã: De Morte, livro de Ângela Lago que conta sobre a esperteza de um velhinho para enganar a Morte, o Diabo e até São Pedro. Foi uma festa. Todos nos divertimos com a leitura. Enfim, a última leitura daquele sábado foi a do livro que conquistou o Tino para o universo da literatura infantil. Chama-se O Rei da Fome, e é escrito e ilustrado por Marilda Castanha. Conta sobre um rei que gostava de comer livros.
Depois, pausa para as crianças fazerem leituras diversas. Neste momento, a gente se encanta quando algumas crianças que ainda não sabem ler, ou têm dificuldades com a leitura, pedem para outras mais "velhas" lerem para elas. Entram em cena nossos "monitores" Daniel, Wesley, Samanta e alguns irmãos dos pequenos como o Mateus, Samuel e o Junior.
Nossa visita ainda não havia chegado, quase 11h30 da manhã. O projeto no fim das atividades. As crianças cada vez mais impacientes. Foi quando a Beatriz veio me perguntar: - Tia Ana Paula, é verdade que a Mônica vem mesmo? Respondi: - Olha Bia, acabei de falar com ela ao telefone e ela disse que está chegando. Aí a Bia gritou para todos: - Ôba, gente. Ela vem mesmo! A Mônica dos quadrinhos tá chegando aqui!!! Putz! Tive que explicar que a Mônica não era a dos quadrinhos, mas a do jornal que viria fazer umas fotos para uma reportagem sobre o projeto. Risos e alguns "ahhhhh". Mas logo, logo, chegaram a repórter e o fotógrafo, que fizeram seu trabalho enquanto as crianças escolhiam os livros para empréstimo na biblioteca recheada de novidades.
Foi uma manhã agitada. Deliciosa e com muitas histórias para contar. Como geralmente são nossas manhãs de sábado com as crianças do projeto.
Hatuna Matata.
segunda-feira, 8 de dezembro de 2008
Mais bonito, inteligente e elegante.
Uma das coisas que eu adoro fazer é visitar depósito de distribuidor de livros. São neles que se encontram os recheios das prateleiras das livrarias e as bibliotecas escolares. Em Brasília tem um em especial, com dois corredores entupidos de estantes repletas de literatura infantil, de editoras diversas, que eu e Ana Paula visitamos sempre que possível para conhecer as novidades e também para comprar algum livro com desconto. Gosto muito de caminhar devagar por aqueles corredores e fuçar as estantes sentindo aquele cheiro de livro novo (sim, os Roedores de Livros percebem este perfume, assim como a maioria de nós percebe aquele cheirinho de carro novo). Sempre que isso acontece, a gente volta para casa mais feliz e com alguns exemplares. Em nossa mais recente passagem por lá trouxemos ótimos livros. Um em especial me despertou para escrever este texto: chama-se Muito pano pra manga (Maria Amália Camargo, com ilustrações de Sônia Magalhães, Girafinha).
O primeiro livro de Maria Amália Camargo que chegou por aqui foi o Laranja-Pêra, Couve Manteiga (ilustrações de André Neves, Girafinha). Desde então, nos encantamos com a maestria da escritora em brincar com os significados diversos que podem habitar numa palavra. Seu texto é uma deliciosa brincadeira que relaciona os produtos de uma grande feira alimentícia com diversos tipos de consumidores. Para o economista, melhor levar dois em um, é claro! Por isso, em sua lista de compras não faltam Banana-maçã e Tomate cereja. Na cesta do metereologista tem sempre lugar para Bolinho de chuva e Claras em neve. Ainda vão à feira de Maria Amália Camargo o pão-duro, o médico, o diplomata, a veterinária e outros tipos curiosos. Cuidadosa com sua xepa, ela ainda contruiu o texto com muito ritmo, rimas e bom humor. Por fim, as ilustrações de André Neves - que caprichou nas texturas e colagens – oferecem mais beleza ao livro.
Quando Muito pano pra manga saiu da sacola para pousar em meus olhos roedores de livros voltei – por alguns instantes – aos tempos de criança quando a sala de casa ficava repleta daqueles papéis com linhas coloridas, tracejadas ou não, que minha tia e minha mãe rapidamente transformavam em roupas numa alquimia estranha entre aqueles “mapas”, linhas e tecidos. Depois desta breve visita ao passado, motivada pelas ilustrações de Sônia Magalhães, rica em desenhos e colagens alusivas ao mundo da Moda, mergulhei nos achados de Maria Amália Camargo. Desta vez a feira do livro anterior deu lugar ao universo do bem-vestir. Mas aqui permanecem o ritmo, a rima e o bom humor. A excelência do texto lista uma série de associações criativas entre nomes de penteados, peças de roupa, maquiagem e o que fazer com elas ou o para quê serve. A gente passa a página e fica com um riso meio que preso no canto da boca meio que pensando: “quero me vestir com essas palavras no próximo passeio. Assim, me sentirei mais bonito, inteligente e elegante”.
O que dizer de “… faça chuva ou faça sol, não pode faltar bolero em casamento espanhol”. Para andar na moda, segue uma regra de etiqueta: “Para comer escargot, cabelo encaracolado”. Gostei do que li, vi e ouvi. Pois é. Ouvi! Logo na abertura do livro, dei de cara com um trecho de Com que roupa, composição de Noel Rosa, clássico da música brasileira. Um livro para exercitar a fantasia, para enriquecer o vocabulário, para passar o tempo em boa companhia, enfim, para não ficar esquecido na estante. Com o selo LIPTI dos Roedores de Livros: Livro Ilustrado Para Todas as Idades. Hatuna Matata!
P.S. Maria Amália Camargo tem um blog (Na contramão do pelo contrário) onde continua a levar a sério o seu ofício de brincar com palavras. Vale a pena visitar. Quem sabe a gente se encontra por lá.
O primeiro livro de Maria Amália Camargo que chegou por aqui foi o Laranja-Pêra, Couve Manteiga (ilustrações de André Neves, Girafinha). Desde então, nos encantamos com a maestria da escritora em brincar com os significados diversos que podem habitar numa palavra. Seu texto é uma deliciosa brincadeira que relaciona os produtos de uma grande feira alimentícia com diversos tipos de consumidores. Para o economista, melhor levar dois em um, é claro! Por isso, em sua lista de compras não faltam Banana-maçã e Tomate cereja. Na cesta do metereologista tem sempre lugar para Bolinho de chuva e Claras em neve. Ainda vão à feira de Maria Amália Camargo o pão-duro, o médico, o diplomata, a veterinária e outros tipos curiosos. Cuidadosa com sua xepa, ela ainda contruiu o texto com muito ritmo, rimas e bom humor. Por fim, as ilustrações de André Neves - que caprichou nas texturas e colagens – oferecem mais beleza ao livro.
Quando Muito pano pra manga saiu da sacola para pousar em meus olhos roedores de livros voltei – por alguns instantes – aos tempos de criança quando a sala de casa ficava repleta daqueles papéis com linhas coloridas, tracejadas ou não, que minha tia e minha mãe rapidamente transformavam em roupas numa alquimia estranha entre aqueles “mapas”, linhas e tecidos. Depois desta breve visita ao passado, motivada pelas ilustrações de Sônia Magalhães, rica em desenhos e colagens alusivas ao mundo da Moda, mergulhei nos achados de Maria Amália Camargo. Desta vez a feira do livro anterior deu lugar ao universo do bem-vestir. Mas aqui permanecem o ritmo, a rima e o bom humor. A excelência do texto lista uma série de associações criativas entre nomes de penteados, peças de roupa, maquiagem e o que fazer com elas ou o para quê serve. A gente passa a página e fica com um riso meio que preso no canto da boca meio que pensando: “quero me vestir com essas palavras no próximo passeio. Assim, me sentirei mais bonito, inteligente e elegante”.
O que dizer de “… faça chuva ou faça sol, não pode faltar bolero em casamento espanhol”. Para andar na moda, segue uma regra de etiqueta: “Para comer escargot, cabelo encaracolado”. Gostei do que li, vi e ouvi. Pois é. Ouvi! Logo na abertura do livro, dei de cara com um trecho de Com que roupa, composição de Noel Rosa, clássico da música brasileira. Um livro para exercitar a fantasia, para enriquecer o vocabulário, para passar o tempo em boa companhia, enfim, para não ficar esquecido na estante. Com o selo LIPTI dos Roedores de Livros: Livro Ilustrado Para Todas as Idades. Hatuna Matata!
P.S. Maria Amália Camargo tem um blog (Na contramão do pelo contrário) onde continua a levar a sério o seu ofício de brincar com palavras. Vale a pena visitar. Quem sabe a gente se encontra por lá.
sexta-feira, 5 de dezembro de 2008
Visitas na toca.
Desde abril deste ano que o jardim em frente a Creche Comunitária da Criança abriga o projeto Roedores de Livros. Não por falta de espaço (temos uma sala para guardar os livros e que aconchegantemente nos recebe nas manhãs de chuva ou de frio). Mas por gostarmos muito dali. Mas até aquele sábado, 25 de outubro, não tínhamos recebido para uma visita as crianças atendidas pela creche. Pelo único motivo de que a creche não recebe a turma aos finais de semana. Excepcionalmente, houve uma reunião com os pais naquele dia e a creche abriu para algumas turmas naquela manhã. Enquanto o Tino desfilava as cantigas tradicionais, um grupo de pequeninos uniformizados de verde foi se misturando ao verde da grama até se mesclar no vermelho do nosso tapete. Pousaram seus olhos no violão e timidamente foram entrando no jogo da fantasia.
Naquela manhã, o Tino separou dois contos do livro Era uma vez na África (Jean Angeles, com ilustrações de Gleydson Caetano, LGE) em que a esperteza reinava absoluta sobre a força. Este é um tema que prende a atenção dos nossos roedores-mirins e sempre faz sucesso durante a mediação de leitura.
As crianças da creche seguiram para suas atividades enquanto o Tino encerrava a mediação com a leitura de O Crocodilo Enorme (Roald Dahl, com ilustrações de Qentin Blake, Martins Fontes). O texto convida a atenção da garotada a cada vez que o personagem do título afirma estar com um apetite no ponto para devorar crianças. Mas ele só entra em fria e arranca sorrisos da turma.
Outra visita importante foi a da Irmã Mariinha, tia do Tino. Acostumada a lidar com a solidariedade, aproveitou as férias para ajudar no trato com as crianças. Aqui fica o nosso convite para que volte sempre que puder.
Por fim, deixo esta imagem da pequenina irmã da Wanessa à procura de livros na caixa assim como Alice procurou suas aventuras ao entrar na toca de um roedor. Hatuna Matata.
Naquela manhã, o Tino separou dois contos do livro Era uma vez na África (Jean Angeles, com ilustrações de Gleydson Caetano, LGE) em que a esperteza reinava absoluta sobre a força. Este é um tema que prende a atenção dos nossos roedores-mirins e sempre faz sucesso durante a mediação de leitura.
As crianças da creche seguiram para suas atividades enquanto o Tino encerrava a mediação com a leitura de O Crocodilo Enorme (Roald Dahl, com ilustrações de Qentin Blake, Martins Fontes). O texto convida a atenção da garotada a cada vez que o personagem do título afirma estar com um apetite no ponto para devorar crianças. Mas ele só entra em fria e arranca sorrisos da turma.
Outra visita importante foi a da Irmã Mariinha, tia do Tino. Acostumada a lidar com a solidariedade, aproveitou as férias para ajudar no trato com as crianças. Aqui fica o nosso convite para que volte sempre que puder.
Por fim, deixo esta imagem da pequenina irmã da Wanessa à procura de livros na caixa assim como Alice procurou suas aventuras ao entrar na toca de um roedor. Hatuna Matata.
terça-feira, 2 de dezembro de 2008
Roendo o 6º Traçando histórias em Porto Alegre!!!
A primeira vez que ouvi falar do Traçando Histórias foi em 2006. Enchi a alma de vontade de conhecer a mostra de originais de ilustrações de livros infanto-juvenis e que naquela ocasião também apresentava uma exposição-homenagem do trabalho de Rui de Oliveira. Mas naquela ocasião não deu para casar a vontade com o trabalho e tivemos que esperar mais dois anos para enfim, em novembro último, conhecer esta mostra tão especial.
O projeto Traçando Histórias é uma criação de Sônia Zanchetta e Cristina Biazetto e acontece de dois em dois anos durante a Feira do Livro de Porto Alegre (esta, acontece todo ano, e também é imperdível!!!). Está em sua sexta edição. Suas raízes estão cada vez mais embrenhadas na orla do Guaíba, sob os armazéns do Cais do Porto e seus frutos adoçam o paladar de um público cada vez maior que visita a mostra e que toma conhecimento do trabalho dos nossos ilustradores a partir de exposições internacionais itinerantes acordadas recentemente entre a Câmara Rio Grandense do Livro e o Ministério das Relações Exteriores e diversas Embaixadas.
Este ano, a Mostra ocupou um espaço criado exclusivamente para ela, logo na entrada para o setor reservado à Literatura Infanto-Juvenil. Antes, acontecia em galerias tradicionais da cidade. Esta mudança colaborou em muito para que o público visitante - principalmente as crianças - fosse bem maior que o registrado durante as edições anteriores.
Para o 6º Traçando Histórias foram selecionados trabalhos significantes de 39 ilustradores, cada um representado com duas obras, não necessariamente de um único livro, totalizando 78 originais (veja alguns AQUI). A Mostra abrange a produção literária voltada para crianças e jovens no período de 2006 a 2008, representadas ali em 51 livros. Houve ainda uma programação paralela à Mostra, organizada por Gláucia de Souza, Laura Castilhos e Sônia Zancheta, que ofereceu ao público, mediante inscrições prévias, oficinas, debates e seminários acerca do universo da ilustração em livros para crianças e jovens.
As obras - emolduradas com um paspatur texturizado - ficaram expostas nas paredes de dois corredores e de um eixo central. Entre eles, a um intervalo regular, a Mostra apresentava os livros em que as ilustrações foram publicadas, dando ao visitante a real dimensão entre o original e o produto final a que foi destinado. O público podia (ôba!!!) folhear os livros e observarar os originais. Todos - inclusive eu e o Tino - ficávamos ali, admirando o trabalho de artistas já consagrados e de outros ainda "novatos" no ofício de ilustrar livros. Mas, sem dúvida alguma, todos com um talento gigantesco. Merecedores de tal homenagem. Para citar alguns queridos que participaram desta seleção e que encontramos por lá, cito Ivan Zigg, Marilda Castanha, Elma, Ana Raquel, Suppa, Elisabeth Teixeira, Ricardo Azevedo, Odilon Moraes, Rosinha Campos, Ana Terra, Guto Lins e nosso anfitrião em terras gaúchas, André Neves.
Mas eu gostaria de registrar que a minha maior emoção com relação ao Traçando Histórias se deu na noite de abertura oficial, quando finalmente conheci Marcelo Xavier. Tenho uma relação de paixão com o seu Asa de Papel (ainda escreverei sobre isso) e desde que os Roedores de Livros ganharam asas e voaram por diversas Feiras do Livro deste Brasil que curtia ali, na minha alma sonhadora, o desejo de encontrá-lo para dizer quanto o admiro e quanto o seu trabalho enche meus olhos de fantasia e liberdade. Pois é. Eu estava num bate papo distraído numa roda de amigos quando o Tino me puxou para o canto e falou: - O Marcelo chegou! Meu amado discretamente apontou o lugar onde ele se encontrava e me deixou a sós para curtir meu momento tiete com ele e sua simpática filha Cecília. Falamos de amigos em comum, do desencontro na Feira do Livro Infantil de Goiânia e de outras coisas mais.
Apesar de ser este nosso primeiro encontro, pareceu-me que tínhamos estado juntos desde há muito. Hoje, enquanto escrevo este relato e folheio o maravilhoso catálogo da Mostra (um livro em que o cuidado com a produção gráfica fez jus ao conteúdo), releio algumas dedicatórias e me encanto novamente ao reler o carinhoso recado que Marcelo deixou ali ao lado de recortes do seu trabalho para o livro Tot: "Que bom te encontrar. Parece que somos velhos amigos". Pois é. Isso mesmo. Justamente. Hatuna Matata!!!
Ah, o 7º Traçando Histórias está confirmadíssimo para novembro de 2010. Estaremos lá roendo tudo!!!
Foto 1 - Capa do catálogo do 6º Traçando Histórias.
Foto 2 - Ilustração (com colagens diversas) de Ellen Pestili para o livro Casa Botão.
Foto 3 - Eu e André Neves, entre as suas ilustrações de O Capitão e a Sereia e Casulos.
Foto 4 - Corredor da Mostra com André Neves ao fundo.
Foto 5 - Corredor da Mostra com Ana Raquel e Rogério Andrade Barbosa.
Foto 6 - Cecília, Marcelo Xavier e eu.
Foto 7 - O autógrafo no catálogo.
O projeto Traçando Histórias é uma criação de Sônia Zanchetta e Cristina Biazetto e acontece de dois em dois anos durante a Feira do Livro de Porto Alegre (esta, acontece todo ano, e também é imperdível!!!). Está em sua sexta edição. Suas raízes estão cada vez mais embrenhadas na orla do Guaíba, sob os armazéns do Cais do Porto e seus frutos adoçam o paladar de um público cada vez maior que visita a mostra e que toma conhecimento do trabalho dos nossos ilustradores a partir de exposições internacionais itinerantes acordadas recentemente entre a Câmara Rio Grandense do Livro e o Ministério das Relações Exteriores e diversas Embaixadas.
Este ano, a Mostra ocupou um espaço criado exclusivamente para ela, logo na entrada para o setor reservado à Literatura Infanto-Juvenil. Antes, acontecia em galerias tradicionais da cidade. Esta mudança colaborou em muito para que o público visitante - principalmente as crianças - fosse bem maior que o registrado durante as edições anteriores.
Para o 6º Traçando Histórias foram selecionados trabalhos significantes de 39 ilustradores, cada um representado com duas obras, não necessariamente de um único livro, totalizando 78 originais (veja alguns AQUI). A Mostra abrange a produção literária voltada para crianças e jovens no período de 2006 a 2008, representadas ali em 51 livros. Houve ainda uma programação paralela à Mostra, organizada por Gláucia de Souza, Laura Castilhos e Sônia Zancheta, que ofereceu ao público, mediante inscrições prévias, oficinas, debates e seminários acerca do universo da ilustração em livros para crianças e jovens.
As obras - emolduradas com um paspatur texturizado - ficaram expostas nas paredes de dois corredores e de um eixo central. Entre eles, a um intervalo regular, a Mostra apresentava os livros em que as ilustrações foram publicadas, dando ao visitante a real dimensão entre o original e o produto final a que foi destinado. O público podia (ôba!!!) folhear os livros e observarar os originais. Todos - inclusive eu e o Tino - ficávamos ali, admirando o trabalho de artistas já consagrados e de outros ainda "novatos" no ofício de ilustrar livros. Mas, sem dúvida alguma, todos com um talento gigantesco. Merecedores de tal homenagem. Para citar alguns queridos que participaram desta seleção e que encontramos por lá, cito Ivan Zigg, Marilda Castanha, Elma, Ana Raquel, Suppa, Elisabeth Teixeira, Ricardo Azevedo, Odilon Moraes, Rosinha Campos, Ana Terra, Guto Lins e nosso anfitrião em terras gaúchas, André Neves.
Mas eu gostaria de registrar que a minha maior emoção com relação ao Traçando Histórias se deu na noite de abertura oficial, quando finalmente conheci Marcelo Xavier. Tenho uma relação de paixão com o seu Asa de Papel (ainda escreverei sobre isso) e desde que os Roedores de Livros ganharam asas e voaram por diversas Feiras do Livro deste Brasil que curtia ali, na minha alma sonhadora, o desejo de encontrá-lo para dizer quanto o admiro e quanto o seu trabalho enche meus olhos de fantasia e liberdade. Pois é. Eu estava num bate papo distraído numa roda de amigos quando o Tino me puxou para o canto e falou: - O Marcelo chegou! Meu amado discretamente apontou o lugar onde ele se encontrava e me deixou a sós para curtir meu momento tiete com ele e sua simpática filha Cecília. Falamos de amigos em comum, do desencontro na Feira do Livro Infantil de Goiânia e de outras coisas mais.
Apesar de ser este nosso primeiro encontro, pareceu-me que tínhamos estado juntos desde há muito. Hoje, enquanto escrevo este relato e folheio o maravilhoso catálogo da Mostra (um livro em que o cuidado com a produção gráfica fez jus ao conteúdo), releio algumas dedicatórias e me encanto novamente ao reler o carinhoso recado que Marcelo deixou ali ao lado de recortes do seu trabalho para o livro Tot: "Que bom te encontrar. Parece que somos velhos amigos". Pois é. Isso mesmo. Justamente. Hatuna Matata!!!
Ah, o 7º Traçando Histórias está confirmadíssimo para novembro de 2010. Estaremos lá roendo tudo!!!
Foto 1 - Capa do catálogo do 6º Traçando Histórias.
Foto 2 - Ilustração (com colagens diversas) de Ellen Pestili para o livro Casa Botão.
Foto 3 - Eu e André Neves, entre as suas ilustrações de O Capitão e a Sereia e Casulos.
Foto 4 - Corredor da Mostra com André Neves ao fundo.
Foto 5 - Corredor da Mostra com Ana Raquel e Rogério Andrade Barbosa.
Foto 6 - Cecília, Marcelo Xavier e eu.
Foto 7 - O autógrafo no catálogo.
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