terça-feira, 25 de março de 2008
Slão do Livro Infantil e Juvenil de Goiás
sexta-feira, 21 de março de 2008
Um presente para os olhos
terça-feira, 18 de março de 2008
Roedores de Livros de casa nova!!!
A foto acima foi tirada em fevereiro último nas instalações do Centro Comunitário da Criança.
sábado, 15 de março de 2008
Os livros também cantam!!!
"Os livros também cantam!!!
A música brasileira acompanha a literatura infantil desde tempos idos. Nos anos
Depois, Vinícius de Moraes adaptou alguns versos do livro A Arca de Noé (1970) para um disco homônimo lançado no Brasil em
No final dos anos 80 o CD conquista o mundo. Sua capacidade de armazenar até 74 minutos de música (a duração da Nona Sinfonia de Beethoven) e seu formato compacto, instigou novas possibilidades para quem desejava aliar música e literatura. Surgiram então os Livros-CD diversos em forma, inspiração e conteúdo.
Nestes termos, gostaria de falar sobre três títulos
O texto de Amigos do Peito (Editora Formato) é de Cláudio Thebas que também assina a produção musical ao lado de Carlos Renoya e André Bedurê. O livro tem uma sonoridade gostosa de ler em voz alta. Um humor inteligente que alcança as crianças. O tema é um dia na vida de um garoto. O despertar, a casa, a escola, os vizinhos, o irmão, bichos de estimação. As ilustrações caprichadas de Eva Furnari. Alguns poemas são plenos de meninice como
Tino Freitas."
quinta-feira, 13 de março de 2008
Lágrimas com pontos e vírgulas
Dia desses visitando o blog Ler pra Crescer capitaneado pela jornalista Cristiane Rogério, resolvi morder a isca que ela deixou, falando sobre um artigo publicado na revista em que trabalha. Fui à banca, comprei a revista e me identifiquei com o texto. A seguir, reproduzo com a autorização da Revista Crescer o artigo escrito pela atriz Denise Fraga e publicado na página 98 da citada revista, edição de fevereiro de 2008. Devo confessar que as questões levantadas no artigo não são de exclusividade da autora. Vivemos isto aqui em casa e quem sabe, também na casa de vocês. Me senti acolhida pelo texto de Denise Fraga. Espero que vocês também. O livro a que ela se refere é Peter Pan e Wendy e o livro que aparece na foto é a edição com texto integral publicada em 1999 pela Companhia das Letras com tradução de Hildegard Feist. Recentemente saiu uma edição pela editora Salamandra com tradução do texto integral feita por Ana Maria Machado. Acho que em qualquer uma das opções o leitor estará bem servido. Boa leitura. Hatuna Matata.
P.S. Os negritos e itálicos são por minha conta!!!
Lágrimas com pontos e vírgulas.
quarta-feira, 12 de março de 2008
Histórias pra gente grande.
De repente outra música instrumental surge entre as palmas. Pouco a pouco domina a cena. É a deixa para que Helena Contente comece a contar A Princesa de Bambuluá, história que Ricardo Azevedo adaptou e publicou no livro Contos de Espanto e Alumbramento (Scipione). O silêncio da arena ganha o som de passos que se aproximam. São os guardas do Átrio que chegam para assistir a performance. Helena está coberta por uma roupa negra da cabeça aos pés e os funcionários parecem saber o que virá a seguir. Buscam um lugar para manter a guarda. A Princesa de Bambuluá está viva nos olhos da contadora. Todos estamos focados na aventura de João em busca do seu amor. Desajuizados assim como o pobre rapaz, aceitaríamos os suplício e provações de João só para conhecer o fim da história. Mas não temos pressa. Helena é Iara, embora a personagem não faça parte desta história. Mas a sua voz traz um encanto que não conquista apenas os guardas. O público está entregue ao talento e à beleza da moça diante da história. Sensualidade. Mais bocas abertas. Olhos colados no corpo, ferramenta que movimenta a engrenagem do conto. Enquanto a narrativa segue, Helena joga com as caixas do cenário. Troca de roupa, brinca com peças de vestuário e aguça a curiosidade da platéia. Ricardo Azevedo ficaria surpreso ao ver que seu texto encontrou uma porta-voz. Como uma torcida organizada, rimos na hora certa. Um riso rápido na medida certa para seguirmos ouvindo. João segue vencendo suas provações e chega a Bambuluá. É hora do show. Mais uma vez a música toma conta e convida Helena para dançar. Uma dança que contagia, provoca risos, provoca os guardas. Mas, assim que acaba a música, a história pede silêncio. Ainda me arrepio. Volta a música e provoca mais risos. Cadu e Warley também riem da cena. Eles trabalham se divertindo. Não é ótimo?! Enfim, a história termina. Os guardas procuram outra coisa para fazer. Nós continuamos lá. Mais aplausos e alguns Iuhús naquele começo de noite, fim de domingo, fim de temporada. O público está mais à vontade. Eu escrevo.
Uma música andina cresce no ar e o grupo apresenta o último cenário da noite. Carlos Eduardo Cinelli, o Cadu, senta-se ao lado de um painel negro e começa a contar A Terra é Redonda do livro O Homem que não Queria Saber Mais Nada e Outras Histórias (ática) de Peter Bichsel. O texto é precioso, diferente, inteligente, criativo. As soluções que Cadu encontrou para contá-lo também são. Compartilhamos os absurdos ao lado de Monalisa, Almodóvar, Björk, Egberto Gismontti, Walter Salles, Beatles, Michelangelo, Papa Léguas e Coyote. Do painel saem soluções absurdas para o personagem pôr em prática seu grande desejo: dar uma volta perfeita no planeta. Na verdade, as soluções absurdas nascem de problemas mais absurdos ainda... mas que no fundo, no fundo, têm uma lógica!!! Caramba como este texto é bom. Cadu também. Ele segue pescando soluções no painel até que chega a primeira carreta. O público se mostra cúmplice num riso coletivo. Riso que vai se descontrolando na boca enquanto o texto se desenrola. Começa um jogo de advinhas. O público acha que já sabe o que há por vir, mas há sempre uma surpresa. Os risos seguem. Cadu tem o público na mão. Há um momento em que ele dispara o verbo. Fala, fala, fala e a gente fica sem fôlego. Tem o domínio do texto, parece que foi ele quem escreveu. Com um talento para proteger mochilas, o contador segue sua sina. Hã... será que a história me dominou e passei a escrever absurdos? A história chega ao seu final. Na verdade, o texto foi dito, mas nosso contador ainda surpreende numa performance de rodopios impressionante. Sou eu quem fica tonto. Tonto com tanta criatividade e encantamento. Estou feliz, entregue aos braços imaginários das palavras de Marina, Ricardo, Peter, Warley, Helena e Cadu. Ouço os aplausos. Público
Este texto é o relato da última apresentação de O mundo de fora pertence ao mundo de dentro, espetáculo integrante da temporada 2008 dos Tapetes Contadores de Histórias em Brasília (DF). Na foto acima, Warley, Cadu e Helena.
terça-feira, 11 de março de 2008
Ex-Libris dos Roedores de Livros
Para os que não estão familiarizados com a expressão latina, "ex-libris" ou "ex-bibliotheca" significa "dos livros de..." ou "da biblioteca de...", ou ainda "livros dentre aqueles" pertencentes a determinada pessoa ou instituição. A denominação ex-libris não é apenas dada a etiquetas fixadas em livros, também são chamados de ex-libris toda a marca de posse feita em uma obra, quer seja o nome do possuidor por escrito, um sinal convencional, um símbolo, um brasão de armas, um monogramas ou uma sequência de iniciais, carimbos diversos e por fim, esta etiqueta isolada, que o possuidor da obra cola, em geral, à capa interna do livro encadernado ou numa das suas folhas de guarda. (para saber mais, clique AQUI).
segunda-feira, 10 de março de 2008
domingo, 9 de março de 2008
Uma aventura no Reino das Letras
Um grande contador de histórias consegue dar vida às palavras. Na sua voz, elas têm poder. Transformam-se em cheiros, cores, texturas, formas e tantas outras coisas que encantam o ouvinte aproximando a fantasia do seu mundo real. Não é fácil contar histórias com tamanho talento. É preciso, antes de tudo, estar apaixonado pelo enredo. Conhecer algumas técnicas também ajuda, mas é necessário ter consigo a vocação. Paixão e vocação são características latentes de Mo, restaurador de livros e personagem central – ao lado de sua filha Meggie – do livro Coração de Tinta (Cornelia Funke, Cia das Letras, com ilustrações da autora).
Para quem gosta de ler, o livro é um banquete para os olhos, uma homenagem à Literatura. No início de cada um dos 59 capítulos, a autora pinça fragmentos de histórias clássicas como A Ilha do Tesouro, O Senhor dos Anéis, O Livro da Selva e O Leão, a feiticeira e o guarda-roupa. As referências literárias aparecem o tempo todo mas não prejudica a história. Muito pelo contrário. Ajudam a construir a trama e ainda servem de dica para uma próxima leitura. Quer um exemplo? A seguir transcrevo o sonho atribulado da menina:
“Lá fora o dia já começava a raiar quando ela finalmente adormeceu, mas a noite não levou consigo os sonhos ruins. No lusco-fusco da madrugada, eles cresceram ainda mais rápido, e de segundos teceram uma eternidade. Gigantes de um olho só e aranhas gigantescas invadiram os sonhos de Meggie, cães do inferno, bruxas devoradoras de crianças, todas as figuras terríveis que ela já encontrara no reino das letras. Elas rastejavam do baú que Mo construíra e abriam caminho entre as páginas de seus livros favoritos. Brotavam monstros até mesmo dos livros de figuras que Mo lhe dera quando as letras ainda não faziam sentido para ela. Com suas cores berrantes e suas cabeleiras desgrenhadas, eles dançavam, sorriam com suas bocarras e arreganhavam os dentes pontudos. Ali estava o gato de Alice, do qual ela sempre sentira medo, e os monstros de Maurice Sendak, de quem Mo gostava tanto que chegara a pendurar um pôster na oficina dele. Como seus dentes eram grandes! Dedo empoeirado ia sumir no meio deles como um pãozinho. Mas justamente quando um deles, aquele de olhos grande e esbugalhados, estendia suas garras, na noite escura surgiu uma nova figura, crepitante como uma labareda, cinzenta e se rosto, que pegou o monstro e o despedaçou como papel.”
Muita gente procura os Roedores de Livros para perguntar sobre acervo de literatura infanto-juvenil. Este livro da alemã Cornelia Funke é item obrigatório. Depois, todas as outras citações de livros podem integrar tal acervo. Faltam “apenas” alguns clássicos brasileiros de Monteiro Lobato, Lygia Bojunga e Fernanda Lopes de Almeida. Se ela tivesse lido algo dessa turma, certamente estaria no livro. Ah... mas este é apenas o primeiro livro de uma trilogia. Quem sabe o que está por vir?
quarta-feira, 5 de março de 2008
Uma casa nova para os Roedores de Livros
Desde dezembro de 2007 que nós do projeto Roedores de Livros sentimos falta do contato com as crianças da Ceilândia. Mas não é fácil manter um projeto “de verdade” somente com voluntários. Os Roedores de Livros ainda não têm sede própria. Precisamos – entre outras coisas - de um cantinho para acontecer. Este tem sido nosso "calo" desde o início.
Em 2006, o embrião do projeto aconteceu na Biblioteca Comunitária T-Bone,
Em 2007, aportamos na Ceilândia, cidade do entorno de Brasília com altos índices de violência e onde as crianças não têm acesso a tantos bens culturais. A Ong Pró Gente nos ofereceu um lugar acolhedor e escolhemos 30 crianças para o projeto. Semanalmente acompanhamos a evolução destes meninos e meninas. O apego com o livro, o desenvolvimento da leitura de cada um, o prazer em levar o livro para casa, a melhora nos relacionamentos entre eles e entre todos nós. Posso dizer que os Roedores de Livros também aprenderam muito com as crianças. No final do ano, uma notícia nos surpreendeu: a Ong informou que a sede seria vendida para uma universidade particular. Tivemos que somar a preocupação em conseguirmos outro local ao desafio seguinte do projeto: implantar uma biblioteca pública de literatura infantil, aberta de segunda a sábado,com atividades que envolvam além das crianças do projeto, outros meninos e meninas, oriundos das escolas públicas das redondezas. Quem sabe até uma parceria com os professores da rede pública de ensino. Mas esta é uma conversa para outra hora.