1º de janeiro. Mais um ano começa. 365 dias para guardar as boas histórias na cachola e na estante. E por falar em primeiro de janeiro e em boas histórias lembrei que foi lançado recentemente um livro muito bacana. Daqueles que fica ainda mais gostoso quando a gente lê junto com os filhos, brincando com as possíveis janelas que cabem na mediação. Chama-se 365 Pingüins (Jean-Luc Fromental, com ilustrações de Joëlle Jolivet, Cia das Letrinhas) e é um livrão em todos os sentidos!!! Gigante no formato, mede 36 de altura por 28 de largura. O belo projeto gráfico usa e abusa de azuis e laranjas, além das cores da ave, é claro! E a história… bem, a história vem com um mistério que se agiganta a cada página.
No dia 1º de janeiro, a família das crianças Amanda e Téo recebem a visita de um motoboy que entrega uma caixa com um conteúdo intrigante: nada menos que um pinguim em carne e osso e penas!!! Ah, e desde hoje, graças ao novo acordo ortográfico, uma ave sem trema no nome. No embrulho, não há o nome do remetente, só um bilhete: “Sou o nº 1. Me deem de comer quanto eu tiver fome”. Até aí, tudo bem (se é que receber um pinguim em casa seja alguma coisa normal, mas se tratando de literatura e fantasia, tudo é possível). O problema é que a cada dia, chega mais um pinguim, e mais um e mais outro. A vida da família começa a se complicar quando janeiro termina (são 31 aves!!!).
O ano segue o seu curso e a família vai tentando acomodar o bando em pilhas de 15, em caixas com dúzias, num grande cubo com 216 (!!!) animais. Mas sempre chega mais um para desorganizar a vida de todos. Como alimentar tantos bichos? Como manter a casa limpa? Como organizar a hora do banho? Além da bagunça, o mistério persiste: quem estaria mandando as aves diariamente para aquele endereço? E por qual motivo? No fim do ano, a casa está um verdadeiro caos, com 365 pinguins ocupando todos os espaços e obrigando a família a passar o reveillon do lado de fora quando, enfim, tudo se explica. E depois do fim, sempre com um bom humor, o livro nos oferece uma surpresa que, no mínimo, nos arranca mais um sorriso.
O texto brinca com soluções matemáticas sem ser chato. E fala sério aos olhos e ouvidos de todos sobre um tema atualíssimo: o aquecimento global. A família de Amanda e Téo vivem um ano difícil depois que os pinguins foram morar na casa deles. Será que a gente não está ocupando e incomodando tantas outras “casas” por aí? A história é ótima, bem escrita e ilustrada, numa edição caprichadíssima. Originalmente publicada na França (terra que normalmente não abriga pinguins), o livro, agora editado em português, traz as aves aquáticas para mais perto do seu habitat natural – o Pólo Sul. Se você encontrar o bando por aí, numa livraria (preste bem atenção porque eles não cabem numa estante tradicional) não se incomode em convidá-los a conhecer o aconchego do seu lar. Além de não dar trabalho no mundo real, eles encantam, enfeitam e divertem. Pode crer. Palavra de roedor de livros.
1º de janeiro. Mais uma ano começa. 365 dias para guardar as boas histórias na cachola, na estante e sobre a geladeira. Porque não? Assim fizemos por aqui (veja a foto). Só espero que você não precise receber nenhuma destas aves via sedex. Mas se for este o caso, certamente ela virá com uma história intrigante, curiosa e cativante. Como a do livro 365 pinguins. Hatuna Matata!!!
Um comentário:
Queridos, Tino e Ana Paula, coincidência total: na semana que passou li 365 pinguins. Divertido e bom de ter nas mãos, grande, ilustrações leves, divertidas e um texto bacana. Achei muito legal a idéia de vocês, de colocá-lo em cima da geladeira. Eles devem estar adorando, não é?
Beijo enorme de um feliz 2009 para vocês e para todos os roedores que vocês estão formando.
Hermes
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