quinta-feira, 10 de julho de 2008

Céu azul, azul, azul e histórias no horizonte.

O céu de Brasília pintou seu melhor azul naquela manhã de sábado, 28 de junho. Nosso tapete vermelho estendido no pátio gramado do Centro Comunitário da Criança acolhia a sombra da nossa árvore de estimação e novos roedores de livros. É que a Néia apareceu com alguns novos leitores e outros nem tão novos assim, mas que ainda não tinham aparecido no projeto este ano.
O Tino preparou duas histórias para as crianças. A primeira, a lenda japonesa de Urashima Taro, recontada em texto e ilustrações por Lúcia Hiratsuka. Conversamos sobre lendas brasileiras, de culturas diversas, lendas urbanas e depois, apresentamos a história, que envolveu a todos. Foi gratificante perceber a turma se chegando, interessada no destino do jovem pescador. A história - mais uma vez - mostrou a força narrativa que a transformou numa referência de fantasia para todo um povo.
A outra história que trouxemos para a turma é um clássico, mas ainda não havia desfilado em nossas manhãs: Marcelo, Marmelo, Martelo, de Ruth Rocha com ilustrações de Adalberto Cornavaca. Para se ter uma idéia, quando o Tino perguntou se alguém conhecia a história, ninguém se manifestou, mas ao começar a mediação, três ouquatro crianças, de idades diferentes, já a conheciam da escola. O que não impediu todos nós a viver um momento lúdico, cheio de risos e novas palavras. Ruth Rocha recheou nossa fantasia com sua originalidade, talento e capricho na arte de escrever.
Depois, Daniel - nosso monitor - pediu para contar O Iglu, livro de Flávia Lins e Silva, ilustrado por Mariana Massarani e que ele, Daniel, havia levado para ler em casa na semana anterior. A turma também mostrou atenção enquanto a história do menino João, filho de pais separados ganhava os ares do cerrado. Nossos pequenos leitores desenvolveram uma atenção durante a mediação que não existia no início do projeto. Foi contuída sobre um trabalho bem maquiado, camuflado e sutil de mediação de leitura. Acreditamos que para esta conquista é necessário que o mediador já conheça a história, tenha intimidade com o livro, descubra os tesouros escondidos nas palavras e - é claro - goste de crianças.
O final daquela manhã foi na nossa sala de leitura onde convidamos as crianças para escreverem recados num painel que vai divulgar o projeto num Congresso de Leitura no exterior. Depois a gente dá mais detalhes. No mais, quero ressaltar o quanto é prazeroso dispor de um tempo que - se formos colocar no papel - não temos para levar fantasia a tantos meninos. A recompensa não sai nas fotos, nos textos, nas palavras ditas. Mas ela palpita, dança e sorri aqui dentro do peito. Acredite. Faça a sua parte seja onde for. Vale a pena. Sempre. Hatuna Matata.

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