domingo, 6 de janeiro de 2008

Entre livros e filmes... fique com os dois!!!

A rapidez com que o cinema tem adaptado livros infanto-juvenis tem me preocupado. Isso, porque muitas adaptações são de obras recentes que não tiveram tempo de chegar aos leitores com a calma e divulgação necessárias. A força da indústria do cinema leva um público numeroso a suas salas e acaba afastando-os do livro. Stardust, O Senhor dos Ladrões, Ponte para Terabítia e Arthur e os minimoys são ótimos livros quase todos com menos de cinco anos de publicação por aqui e que estão em cartaz no cinema ou já disponíveis em DVD. O maravilhoso Coração de Tinta (trailer) estréia em abril nas salas do mundo inteiro. Dizem que o celebrado A Invenção de Hugo Cabret – lançado em 2007 – já teve os direitos adquiridos e está em fase de roteirização. Coraline (de Neil Gaiman) já está quase pronto para exibição. E por aí vai.

A mídia do áudio-visual tem uma força incrível e não é fácil resistir. Como convencer a um jovem que é melhor encarar as 1.212 páginas da trilogia O Senhor dos Anéis do que suas nove horas de exibição em DVD? Posso dizer que o livro oferece mais detalhes, põe a imaginação para funcionar, dá mais frio na barriga... mas quase sempre perco a briga para o filme. E se não há filme sobre o livro, já ouço alguns afirmarem que vão esperar para ver no cinema, certos de que o texto será adaptado. Não estou negando o cinema como alimento da fantasia. Adoro. E há ótimas adaptações como As crônicas de Nárnia (livro) e Desventuras em Série (livro). Só fico um pouco triste por não ter como divulgar um bom livro para mais pessoas antes que o cinema deixe a todos com preguiça de ler. É fato que eu vim a conhecer alguns livros depois que suas histórias foram parar no cinema. Muitas editoras aproveitam para lançar suas edições na cola da divulgação do filme. Mas gostaria de ter lido antes, de ter criado a minha fantasia, de ter madrugado em suas páginas.
Por falar em cinema, este é um dos programas básicos para se fazer quando a grana não está sobrando no bolso e há duas crianças de férias em casa numa cidade grande. Nas férias, vários filmes entram em cartaz e para a garotada a lista é até razoável: Bee movie, Encantada, Alvin e os esquilos, Os porralokinhas, Xuxa em sonho de menina. Bem... Não vou questionar a qualidade de todos e, sinceramente, alguns desta lista eu prefiro nem chegar perto. Mas na primeira semana do ano reuni a turma para assistir A Bússola de Ouro e, por se tratar de mais uma versão cinematográfica de um livro, acho que merece a minha atenção e a dica para todos.

O filme é a adaptação do livro homônimo (que eu nunca havia ouvido falar – perdoem minha ignorância) originalmente lançado em 1995 mas que só chegou ao Brasil em 1998 com o título A Bússola Dourada (Philip Pullman, Objetiva) e que ao lado dos livros A Faca Sutil e A Luneta Âmbar compõe a trilogia Fronteiras do Universo. Aproveitando o embalo do filme, os três livros foram relançados pela editora com novas capas. A história é fabulosa, se passa num universo paralelo e tem uma menina, Lyra, como personagem principal (pelo menos neste primeiro momento). Uma das sacadas criativas do autor é que naquele universo, as “almas” de cada pessoa se transfiguram em animais – os dimons – que vivem ao lado de cada um adquirindo a forma da personalidade do seu “dono”. Ursos guerreiros, feiticeiras, uma guerra política entre diferentes etnias, armadilhas, ambições e muita aventura. Tem também uma bússola de ouro (hehehe) que serve como um oráculo para quem sabe manuseá-la. Para trazer à tona a fantasia de Philip Pullman, só com muitos efeitos especiais. E são de altíssima qualidade.

Andei lendo por aí que muita gente não gostou do filme, achou chato e até falam sobre uma possível intenção do autor em promover o ateísmo... olha, eu não vi nada disso. Meu olhar infantil gostou do que viu. Saí do cinema com a vontade de conhecer toda a história. O certo é que é impossível não comparar à produção do Senhor dos Anéis que ganha disparado em todos os quesitos – o que não desmerece o filme a Bússola de Ouro. Vale o ingresso. Mas, se o bolso agüentar e a curiosidade for tamanha, leve os livros para casa. O primeiro da trilogia ganhou vários prêmios literários e a série é cultuada por todo o mundo. O cinema segue adaptando livros de sucesso e levando um público gigante para suas salas de exibição. Isso não vai mudar. Tomara que estas iniciativas consigam despertar em outros o desejo de descobrir os originais impressos ou, quiçá, novas aventuras. Hatuna Matata.

P.S. No site oficial do filme dá para você criar seu próprio dimon. Muito legal!!!

2 comentários:

Anônimo disse...

Parabéns pelo blogue.

Vinhamos dar conhecimento do concurso de vídeos no YouTube intitulado "BiblioFilmes – Livros, Bibliotecas, Acção!", que visa além de promover a leitura, o livro e as bibliotecas públicas e escolares através das novas tecnologias, angariar fundos.

Poderá encontrar mais informação na página oficial do concurso em http://bibliofilmes.com
e no blogue http://BiblioFilmes.blogspot.com .

Vínhamos, por este meio, divulgar a iniciativa e também convidar à divulgação e, eventualmente, participação.

Os filmes terão de ser feitos até 2 de Abril de 2008 (Dia Internacional do Livro Infantil), data em que se iniciará o período de votações, até 23 de Abril (Dia Mundial do Livro), em que serão anunciados os vencedores.

Cumprimentos,

Organização BiblioFilmes
bibliofilmes @ xariti.com

Marionete Saude disse...

Olá
Parabéns pelo blog, gostei muito.
Convido a todos para fazer uma visita ao Blog BLOG LIVRO ANIMADO – LIVRO ENCANTADO da Marionete e Saúde - Brasil. Lá vcs encontrarão muitas idéias para trabalhar com marionetes. http://marionetesaude.blogspot.com/
Abraços
Bete EGB