sábado, 19 de fevereiro de 2011

O Baile do Jonas

Na sexta passada, dancei com caveiras no meio da tarde em pleno shopping center. E, se o tema parece assustador, garanto que me diverti bastante com a “performance” dos Djs – oops, autores – responsáveis pelo meu par: o livro O BAILE DAS CAVEIRAS: Jonas Ribeiro e Cris Alhadeff (Franco Editora). É certo que já dancei bastante – literalmente - ao lado dessa turma animada da Literatura Infantil. Mas uma das performances literais e inesquecíveis (há várias, acredite) foi a de Jonas, como cover de Sidney Magal num certo sarau, anos atrás.


Se você ainda não viu Jonas Ribeiro contando histórias (em que, por vezes, ele também dança) não sabe o que perdeu. Mas perdeu. Ele é um verdadeiro menestrel. Essa sua principal natureza, entre outras que carrega consigo. Ritmo, gestos, entonação, a pausa na hora certa para esperar o riso ou provocar o suspense, para arrancar o susto do fundo do peito do espectador. E não é só das crianças. Já o vi encantar uma centena de adultos ao interpretar, de cara limpa, O BORDADO ENCANTADO de Edmir Perrotti (ilustrado por Helena Alexandrino, Paulinas) – aliás, um livraço!!!

Jonas é, além de tudo, um homem generoso. Espelha isso em seus abraços e em suas ações: em nosso encontro mais recente, participando do projeto Grava Livro Aêh, em Porto Alegre (foto acima), ainda de mochila nas costas, Jonas não resistiu às crianças sentadas em frente ao ônibus-estúdio e tagarelou alguns travalínguas impossíveis que deixaram todos ainda mais felizes.


Em O BAILE DAS CAVEIRAS, Jonas escreve como quem conta uma boa históra. Labareda – o cão da família de Thiago (o menino-narrador da história) – não largou o osso, e eu não larguei o livro até chegar ao final. Nele encontrei os elementos para uma divertida história de terror: uma avó à beira da morte, a própria Morte, um cemitério, esqueletos, uma caixa misteriosa, gritos e Sidney Magal (???). A narrativa parece, mas não é linear. E esse jogo (em que o autor conta a mesma história por ângulos diferentes) dá um sabor especial ao texto.


Apesar do tema sombrio, as ilustrações de Cris Alhadeff mostram, já na capa, que há mais que suspense no livro de Jonas. Há sorrisos aqui e ali. Despertos pelo repertório de truques do contador de histórias. Gostei muito das ilustrações e gostaria até de dizer mais. Mas prefiro deixar o leitor brincar com elas sem saber aonde vai dar a viagem. Se não o fizer assim, posso ficar como o Zé Fuxico, desacreditado por toda a cidade, mesmo depois de ver o que viu. Só posso dizer que estou feliz com mais um livro de Jonas que não vai descansar na estante. Só peço a ele que avise quando for contar essa história por aqui, pois gostaria de vê-lo sacudindo os ossos, os juízos (poucos) e os sorrisos (muitos) das crianças. Hatuna Matata!!!

P.S. O livro saiu agorinha do forno e, talvez por isso, não o encontrei disponível nas livrarias virtuais para linká-lo nesse post. Mas vale a pena cobrar e/ou esperar um pouquinho para bailar com Jonas, Cris e suas caveiras.

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Mais um roedor de livros para o nosso acervo...

Presente bom mesmo é aquele que a gente ganha quando não está esperando.
Então, aconteceu: não era nosso anversário, nem dia do livro... sequer dia do amigo... mas semana passada o querido Jean Claude R. Alphen nos presenteou com o seu Roedor de Livros. ADORAMOS!!! Obrigado, Arnaldo. Agora, compartilhamos a arte, o carinho e o talento de Jean-Claude com vocês. HATUNA MATATA!!!

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

LITERATURA NO CONIC

Quando eu cheguei a Brasília no final dos anos 90, o CONIC era como se fosse o quintal da minha casa. Todo dia estava ali com os amigos do Dulcina, tomando um café no Eldorado ou pão de queijo com o açaí do Ponto do Guaraná. Fui me distanciando daquele local mágico, cultural e, sempre que arranjo um motivo para passear por lá me dá uma sensação de que vai ser bom. Hoje vou rever amigos e jogar conversa fora naquelas redondezas. E você, vai fazer alguma coisa interessante nessa tarde-noite de quarta? Hatuna Matata!!!

P.S. Clique sobre a imagem e conheça a programação de hoje do VERÃO LITERATURA, publicada no Correio Braziliense dessa quarta.

domingo, 9 de janeiro de 2011

Crescimento do mercado de LIJ é tema de reportagem.



Descobri esse vídeo no PINPOLHICES e achei importante multiplicar por aqui. Vale a pena ver Edney Silvestre, Ilan Brenman, Ana Maria Machado, Ruth Rocha, entre outros, conversando acerca da LIJ. Enjoy. Hatuna Matata!!!

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Que venha 2011...

Em 2010 ganhamos uma casa nova e arrebatamos mais uma abnegada para a horda dos Roedores de Livros: Clara Etiene. Agora somos cinco! Além dos amigos que participam vez em quando e que torcem pelo sucesso do projeto.
Temos muitos planos para 2011. E dividiremos com vocês.
Um ano novo repleto de boas histórias para contar!!!
Hatuna Matata!!!

Clique na imagem para vê-la maior.

sábado, 18 de dezembro de 2010

Passarinho à toa, só até domingo 19/12.

Eu vi passarinhos hoje. No Rio de Janeiro. Juro que vi. Warley (dirigindo), Cadu, Edison, Rosana, Ilana e Luciana (no palco); além do Luciano (viola, violão e guitarra). Eles estavam lá no Teatro Gláucio Gil, em Copacabana - um espaço aconchegante, para 100 pessoas, poesia, passarinhos e curiosos, como eu. Todos mergulhamos nas palavras de Manoel de Barros vestidas do talento do grupo Tapetes Contadores de Histórias (os pássaros supra citados). Encantador. O espetáculo é MARAVILHOSO. E você ainda pode desfrutar da arte do encontro (pais e filhos, avós e netos, escritores, amigos). Foi isso que vivi hoje à tardinha no Rio de Janeiro: COMPARTILHARTE.
E se vc está em terras cariocas, depois de se esbaldar no sol de verão, passe por lá (CONFIRA AQUI OS DETALHES) pois só tem até amanhã (domingo,19/12). Depois, os passarinhos vão passear por aí e só voltam a voar juntos - pra gente ver - em 2011. Se eu fosse você, iria já!!! Hatuna Matata!!!

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Agualusa e Roedores de Livros em Brasília

A gente não sabia de nada. Foi a Denise Cantuária que mandou um recadinho no Facebook: - Não percam, queridos. O Agualusa vai estar em Brasília nessa quinta, 09/12!!! Pois é. A gente foi lá no Rayuella (um espaço cultural maravilhoso que mescla livraria, café, restaurante... tudo com muito bom gosto) encontrar o talentoso escritor angolano. Ele veio lançar o livro MILAGRÁRIO PESSOAL - que a gente trouxe para casa - e nós levamos de casa seu "infantil" O FILHO DO VENTO (ambos publicados pela Língua Geral e este último, com ilustrações de António Ole), um reconto de uma sensibilidade absurda que fala sobre o nascimento do amor, fruto do encontro do filho do vento com a mulher que criou as estrelas que ele adorava comer. Um aperitivo: "As estrelas brilham com suavidade porque são feitas de cinza morna. A cinza em que a menina mergulhou os dedos era de uma planta perfumada a que nós, os primeiros homens, chamamos !huim - e que gostamos de comer. As estrelas são perfumadas, mas só as girafas as conseguem provar, porque são animais muito altos. Arrancam as estrelas do céu e comem-nas. As girafas e os pássaros, claro".

Agualusa nos recebeu com um sorriso largo e com uma placidez de ourives. Deve ser por causa do trabalho delicado com que ele escolhe as palavras que compõem suas histórias. A noite seguiu na companhia dos amigos Amanda e Klecius. Só um detalhe destoou do clima perfeito daquele encontro: o Tino esqueceu a máquina fotográfica e os registros ficaram por conta da câmera do celular. Talvez tenha sido porque saímos de casa com o Filho do Vento para encontrar o seu criador. Pois que venham outros tantos encontros. Com ou sem máquina fotográfica. O encontro com amigos, com a boa palavra rende sempre um dia seguinte mais feliz. Hatuna Matata!!!

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Um roedor de livros na panela televisiva do Ziraldo

Queridos amigos, sábado passado o projeto Roedores de Livros e meus livros foram tema de entrevista gravada no programa ABZ do ZIRALDO que irá ao ar em 2011. Para saber como foi esse encontro, acessem o blog LITERATINO. Hatuna Matata!!!

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Livro CONTROLE REMOTO ganha o 3o lugar do PRÊMIO GLÓRIA PONDÉ 2010

Foi assim: estava euzinho trabalhando no meu texto insPIRADÍSSIMO quando recebi um recadinho da Cris Eich e não entendi direito. Aí, o Jean-Claude entrou na conversa e me deu a notícia. Depois, a Ionit entrou on line e eu comecei a acreditar. Então é isso, gente: o CONTROLE REMOTO, meu segundo livro em parceria com a Mariana Massarani, lapidado com talento e carinho pela Manati, acaba de ganhar o terceiro lugar do PRÊMIO GLÓRIA PONDÉ DE LITERATURA INFANTIL E JUVENIL, concdido pela FUNDAÇÃO BIBLIOTECA NACIONAL.

Num país em que não se valoriza os vices campeonatos, eu gostaria de dizer que estou FELIZPRACARAMBA com essa láurea, até por que meu livro está na companhia dos ótimos UM SUJEITO SEM QUALIDADES (Jean-Claude R. Alphen, Scipione) e BICHO DE SETE CABEÇAS E OUTROS SERES FANTÁSTICOS (Eucanaã Ferraz, com ilustras - fotos de esculturas MARAVILHOSAS - de André da Loba, Cia das Letrinhas. Parabéns a todos. Quem quiser ver a lista completa dos premiados é só acessar o SITE DA BIBLIOTECA NACIONAL.

Por fim, a ilustração acima reflete meu estado de espírito de agora. Acho que foi o Mateus Rios que de lá do seu ateliê apertou a tecla "PARABÉNS" do seu Controle Remoto e esqueceu de programar o "Stop". Beleza, gente. Até mais!!! Hatuna Matata!!!

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

É fácil escrever para crianças...

Peter Hunt é um dos principais críticos de Literatura Infantil e Juvenil da contemporaneidade (copiei a definição do blog da Cosac). Recentemente, foi lançado por aqui o seu livro Crítica, Teoria e Literatura Infantil, um tijolo amarelo originalmente publicado em língua inglesa há 20 anos, porém, com algumas revisões do autor para a edição brasileira. Estive no encontro promoviodo pela editora Cosac & Naify e pela PUC Rio, em que o autor apresentou suas ideias.

O encontro foi no meio da tarde do dia 21 de outubro (uma quinta) e reuniu uma plateia de mais ou menos uma centena de escritores, ilustradores, editores, professores e demais curiosos acerca da Literatura Infantil. Para abrir os trabalhos, a organização convidou João Luis Cecantini (UNESP), Maria Teresa Pereira (UERJ) e Sonia Monnerat (UFF) para palestrarem sobre o livro em questão e o trabalho do crítico literário brasileiro. A intenção foi boa, mas o resultado final me pareceu como se convidassem o Latino para abrir o show do Paul MacCartney - talvez por eu não pertencer ao meio acadêmico e não estar tão acostumado à linguagens tão rebuscadas. Mas, apesar da polêmica fala de Maria Teresa Pereira - que pos um pouco de calor na sala, e se retirou deixando o incêndio para seus colegas de mesa (disseram que, por motivos previamente informados à organização) - antes do fim dessa abertura, muita gente - inclusive eu - estava no cafezinho esperando pelo encontro com Peter Hunt.

Valeu a pena. Peter Hunt não foi nada "acadêmico". Falou a linguagem dos normais e, com um humor bem tropical para um ser britânico, conseguiu passar o seu pensamento aos presentes - alguns já bem enraizados (afinal, o livro foi escrito há 20 anos). A partir de uma tirinha do Peanuts, de imagens de livros antigos e trechos de histórias, muitas "já" publicadas por cá, ele abriu a palestra afirmando que "É claro que é fácil escrever para crianças. Tão fácil como criá-las".

A partir daí, falou de como é difícil para um adulto ler o livro infantil - "É duas vezes mais difícil ler o livro infantil do que um livro normal", pois a criança o faz como um leitor inexperiente e o adulto, precisa fazer essa leitura também "com sua criança interior".

Aproveitando a deixa de que fala-se por aí que os livros infantis devem ser bonzinhos, politicamente corretos, etc e tal, Peter Hunt disse que é mais fácil ver uma criança nua na vida real do que em livros infantis e aproveitou para fazer críticas à Academia que, em geral, desconhece as crianças. Para ilustrar, disse que quando vai à palestras para esse público, leva fotos de seus filhos e quando as apresenta, ouve da plateia exclamações como: "- OH, GOD! REAL CHILDS!!!". Risos de adesão do público carioca!

Durante a palestra, o autor parecia uma criança brincando na hora do recreio. Mas com suas "piadas" foi plantando suas críticas:

"Se Harry Potter vende somente por causa do marketing, nós, críticos literários, estamos perdidos";

"Em todo livro infantil há um adulto escondido";

O autor fez também uma leitura acerca dos tempo. Lembrou que, no século XIX, adultos e crianças liam os mesmos livros. O que derruba a teoria de que o livro infantil deve ser bobinho, bonitinho e cheio de firulas para atrair (enganar) o leitor. E que hoje, a infância não é mais um "espaço" protegido. Com isso, as crianças "sabem" de "coisas" ainda mais cedo, se vestem como adultos, e, muitas vezes, também agem como adultos.

Por fim, encerro com uma frase-vitamina que me remeteu ao trabalho do Roedores de Livros:

"Um livro infantil pode mudar uma vida pois, para uma criança que não lê muitos livros, um livro faz a diferença".

Ao final, saímos da Gávea e fui para o Centro, onde começava mais uma edição da Primavera dos Livros. Ali, ao lado de amigos queridos, a conversa esticou, esticou, esticou e só terminou alta noite no Lamas. O Rio de Janeiro continua lindo!!! Hatuna Matata!!!

P.S.1. Na terceira foto, perfil de Renata Nakano, que muito trabalhou na pubicação do livro (que é ótimo, gente; só precisei enfrentar a introdução, depois ficou fácil e instigante) e do encontro com o autor.

P.S.2. Na quarta foto, eu e a queridíssima Ana Maria Santeiro (fazendo as vezes de tradutora para um roedor nada afeito à linguagem do Mickey) conversamosrapidamente com o Peter Hunt antes do autógrafo.