terça-feira, 3 de abril de 2012

Um Ogro - da Rússia - na Bibliotoca.

No dia 17 de março, a Bibliotoca abriu para mais uma manhã de sábado repleta de histórias. Entre as escolhidas, E ALGO ACONTECEU NAQUELE DIA (Jonas Ribeiro, il. Lúcia Brandão, Editora do Brasil) e LUA CHEIA (Antine Guilloppe, Salamandra). A primeira mexeu com a cuca da turminha que debateu sobre o que fazer com uma nota de cinquenta reais encontrada no pátio da escola. A segunda, mexeu com os sentidos pois as ilustrações recortadas no papel oscilando entre o preto e o branco são, de fato, incríveis!!! Mas a terceira leitura também foi incrível: O OGRO DA RÚSSIA (Victor Hugo, il Sacha Poliakova, Cia das Letrinhas).

O livro, gigante para os padrões, é um convite para qualquer leitor mais curioso e a partir da Mediação feita por Ana Paula, as crianças foram se chegando, comentando, se envolvendo com a narrativa e com as ilustrações maravilhosas de Sacha Poliakova, remetendo a um teatro de bonecos, e inserindos sempre elementos surpresa para a nossa degustação literária.

No clímax da história, desespero total: um se afastou do livro, o outro, pôs a mão na cabeça, outro ainda, paralisou com o fato... mas ainda tinha mais a acontecer... até o fim da história. Mas, numa boa mediação, a história não termina no fim. A gente sempre busca uma conversa, um tempero a mais para deixar tudo com mais sabor. A conversa então seguiu para os detalhes da história, escrita no século XIX, e o seu autor, Victor Hugo. As crianças curtiram saber que ele foi o criador de O Corcunda de Notre Dame, por exemplo. Enfim, um livro cheio de emoções. E assim foi aquela nossa manhã de sábado! Hakuna Matata!!!

domingo, 18 de março de 2012

Trailer QUEM SE IMPORTA

Compartilhando o trailer de um filme sobre gente que ajuda a fazer a diferença no mundo ao seu redor.

Trailer QUEM SE IMPORTA from Mamo Filmes on Vimeo.



Copiado do original, postado no Vimeo: "QUEM SE IMPORTA é um documentário longa metragem sobre empreendedores sociais no Brasil e ao redor do mundo. Pessoas brilhantes, que criaram, cada qual, uma organização inovadora capaz de não só mudar a sociedade ao seu redor, mas também causar impacto social suficiente para que estas idéias possam virar políticas públicas aplicadas em várias partes do mundo. Um filme que, através de cada um de seus personagens, vasculha o mundo atrás de pessoas magníficas que oferecem simples soluções para as mais graves questões que nos afetam profundamente".

sexta-feira, 16 de março de 2012

Três Marias e as portas abertas

A pequena Maria Júlia e sua mãe, Juliana Maria, já estavam à porta da Bibliotoca quando eu e Ana Paula desembarcamos por lá as 9h da manhã do último sábado, 10 de março. Em maio de 2006 era só a Juliana Maria quem nos acompanhava no primeiro dia do Roedores de Livros. Depois de uma pausa para "upgrade" agora ela nos visita com a Maria Júlia "Espoleta".

E foi na companhia das duas que a gente deu início às atividades do projeto em 2012. Enquanto as crianças iam descobrindo as portas abertas, Ana Paula comandava a faxina. Mais ela do que eu, organizávamos o espaço: uma caixa cheia de livros pra lá, outra pra cá, um tapete esticado bem ali, a poeira daqui finalmente encontrando a lixeira... enfim, preparamos o espaço e o espírito para mais um ano repleto de histórias.

Vez em quando dava para esticar as costas, o pescoço e o olhar para ver as Marias recebendo a criançada sobre nosso tapete vermelho. Aí foi que se deu o clique acima. Juliana Maria, envolvendo a turma na leitura do Maria vai com as outras (Silvia Orthof, Ática), enquanto a Maria Júlia resolveu que iria aonde desejasse seu pé. Três Marias dando o pontapé inicial.

Amanhã tem mais. Sejam bem-vindas, as Marias. Sejam bem-vindos, os Josés. Sejam bem-vindos, todos!!! Esperamos vocês de portas abertas!!! Hakuna Matata!!!

domingo, 11 de março de 2012

Difícil é manter o segredo guardado...

Um dos encontros mais bacanas que eu vi, no Salão FNLIJ do Livro Infantil e Juvenil do ano passado, aconteceu fora da "programação oficial". Eu passeava pelos corredores quando vi os queridos e talentoso Leo Cunha e Salmo Dansa reunidos com a Irmã Maria Alexandre de Oliveira, no stand da editora Paulinas. Em torno deles, repousando ali na mesa, originais absurdamente belos de Salmo Dansa, que, na hora, fisgaram o meu olhar curioso de menino.

Na conversa descontraída, fechavam os acertos finais sobre a publicação do livro NUM MUNDO PERFEITO. Como diriam muitos, o livro foi criado "às avessas", pois o texto veio depois que Leo Cunha, em 2009, se desmanchou em poesia ao ver as pranchas do Salmo - feitas originalmente para um projeto que desandou (ainda bem).

Naquele tempo (junho de 2011) não se falava de cinema (para quem ainda não sabe, é outra das paixões do Leo Cunha), Oscar, Hugo Cabret, Georges Méliès, mas lembro que a nossa conversa (sim, eu já estava ali mergulhado nas pranchas e na conversa do grupo) passeou pelas referências claras aos trabalhos do artista francês (no Viagem à Lua) e de Antoine de Saint-Exupéry (O Pequeno Príncipe) nas ilustrações em preto e branco de Salmo.

Na excitação do momento, o jornalista que habita em mim falou mais alto. Saquei a câmera e pedi autorização para o clique acima, prometendo o mais difícil: só falaria do encontro e apresentaria a foto quando o livro fosse publicado. Antes tudo seria um segredo guardado a quatro chaves.

Ontem, Leo Cunha publicou a imagem da capa do livro, convidando a todos para o lançamento no Salão FNLIJ de 2012, em 28 de abril próximo. Ufa!!! Consegui cumprir a promessa.
Agora só preciso administrar os outros cento e sete segredos acercada Literatura Infantil e Juvenil que ora pesco com o olhar curioso, ora chegam por aqui sem avisar. Mas fiquem tranquilos. Só conto com a devida autorização!!! Hakuna Matata!!!

P.S. Não posso adiantar nada sobre o texto, pois não li o livro ainda. Esse post é mais para falar sobre o inusitado da criação, da beleza e da energia em torno do livro, tão latentes naquele encontro. Mas se eu fosse vocês, já reservava um exemplar para o próximo passeio à livraria pois - além das ilustras geniais do Salmo - a Paulinas tem caprichado em seus projetos gráficos e o Leo anda afiado com suas escrivinhaturas (vide os mais recentes Castelos, Princesas e Babás (Dimensão) e Ninguém me Entende Nessa Casa (FTD)).

quarta-feira, 7 de março de 2012

Roedores de Livros - Ano VII

Esse foi o último registro do Roedores de Livros em 2011. Era o mês de dezembro e a casa estava do jeito que a gente gosta: cheia de crianças. Fechamos o ciclo de seis anos de atividades. Pois bem, colocamos a bateria da máquina fotográfica para carregar e escolhemos os livros para a primeira mediação de leitura. Embora ainda faltem dois dias para o reencontro, os tambores já rufam aqui em casa. É que no sábado que vem, retomamos as atividades do projeto. Um novo ciclo, novas histórias, novos desafios e, é claro, novas alegrias. Viva a leitura!!! Hatuna Matata!!!

terça-feira, 6 de março de 2012

Para quem gosta de mergulhar na história...

Quando eu era pequeno morei às margens dos rios Parnaíba e São Francisco. Morria de medo daquelas águas. Papai e mamãe iam sempre ali nos finais de semana, com os amigos e seus filhos que pescavam e brincavam. Eu, no máximo, banhava os pés e sentava o bumbum num plano seguro. Lembro que vez em quando meus pais conduziam-me pela superfície do rio montado numa bóia de câmara de ar de pneu. O coração batia forte, mas eu estava seguro nos braços do papai ou da mamãe. Mas faltava a coragem para mergulhar sozinho. Mas aos poucos, com a ajuda deles dava um ou outro mergulho, ficava um tempo sob a água prendendo a respiração e sentindo a água me abraçando por inteiro. E foi assim que o medo foi embora e fiquei mais e mais amigo do Parnaíba e do São Francisco.

Mas você, querido leitor, pode estar pensando:
- Mas esse blog não é sobre livros? Cadê a literatura?
Então vamos a ela.
Acho que com literatura também é assim. A gente começa meio sem saber o que fazer, põe um pé na água fria, bóia um pouco nas primeiras leituras e descobre como é bom mesmo quando começa a mergulhar nas páginas mais e mais fundo.
Quando a gente tem a ajuda de um mediador de leitura, tudo fica mais fácil. Ele pode escolher um bom livro, nos levar por suas margens, encontrar os caminhos mais seguros, onde ainda é possível "dar pé" e, por fim, perceber quando estamos prontos a nadar sozinhos por suas páginas.

Alguns livros são assim. Vão muito, mas MUITO além da superfície. Não são rasos. Apenas parecem rasos. Assim é QUERO MEU CHAPÉU DE VOLTA, do canadense JON KLASSEN, traduzido por Mônica Stahel e publicado pela WMF Martins Fontes. Repleto de frases curtas, diretas, que dialogam de forma absurdamente rica com as belíssimas ilustrações, o livro conta a história de um urso educado e extremamente gentil em busca do seu chapéu perdido. Não posso dizer mais. Mergulhem sem medo. Banhem-se nessa que, para mim, foi uma das melhores leituras do ano. Para crianças de todas as idades. Hakuna Matata!!!

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Cuidem bem dos nossos livros!!!

Hoje, arrumando a casa, encontrei esse Cartão de Natal que a Anne, uma das crianças que frequentam nosso projeto, nos presenteou em dezembor de 2010. Reproduzo o texto (corrigindo pequenas imperfeições) abaixo. É por essas e outras que VALE A PENA. Hatuna Matata!!!

Queridos Roedores,

Hoje acordei pensando em vocês. Por isso, escrevi essa carta para lhes desejar um Feliz Natal, e para contar meu sonho. Vou contá-lo já, já. Amo muito vocês. Nas férias, cuidem bem dos nossos livros, por que eu vou viajar e não poderei vir. Mas quando vltar vou ficar feliz de ir aí e tomara que tenha novos livros.

Vou contar meu sonho. Dei o nome dele de:

O MUNDO DOS LIVROS.

Numa bela noite fui dormir e, quando acordei só via livros. Casas de livros, plantas de livros, animais-livros e até gente de livro. Será que pode? Todos usavem óculos e só liam. Nunca paravam. Dias depois…

Apareceram bichos, flores, gente, e casas que não eram de livros. Então, todos pararam de ler e foram curiar e entraram nesse mundo sem livros. E não eram mais livros. E os livros deles foram para a biblioteca. Então eu acordei sem saber o que aconteceu.

Beijinhos.

Anne.

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

No meio do preto e branco, coragem e ousadia!!!

Para um Roedor de Livros nada melhor do que encontrar uma surpresa deliciosa na livraria. E foi isso o que me aconteceu ontem. E ainda bem que sou curioso pois estava tudo bem embalado, sufocado no plástico. Não resisti ao convite recortado no olhar do lobo na capa e mergulhei no meio do preto e branco do livro LUA CHEIA (Antoine Guilloppé, Salamandra).

Aí foi só me render pela beleza e ousadia do projeto do mesmo autor de Lobo Negro. Mas aqui, há ainda mais elementos para a leitura. Explico. Nesse projeto, estre as páginas com texto, há sempre uma "ilustração" feita com recortes na página. Essa mesma página - num lado branca, no outro negra - faz um jogo de esconde-esconde com o texto que surpreende (veja a brincadeira com o texto da foto acima e como fica no passar da página nas duas fotos a seguir). É um desafio gráfico fazer tais recortes. E é preciso um editor com coragem para topar tamanha ousadia.

A história se passa numa floresta. É noite de lua cheia e algo incomoda os animais. Há um certo suspense no ar. Mas confesso que ele se perde em meio à beleza do livro. Uma experiência sensorial à parte. Para encantar crianças e adultos. Não me canso de entrar na floresta e tocar nos animais. Como um bom roedor de lirvos, saboreio com vagar tudo o que essa leitura tem a me oferecer.

Porém, a cada releitura deliciosa, uma inquietação cresce no meu peito: o autor é europeu e o livro (mesmo a tradução) foi impresso na China. Na dedicatória do livro, o autor oferece-o à quem acreditou na viabilidade do projeto. Então, gostaria de ver livros assim (boas histórias em projetos ousados) feitos por autores e ilustradores brasileiros, publicados originalmente em editoras "brasileiras". Com tanta criatividade à solta, imagino que surgiriam outras belezas raras como essa que encantariam o mundo.

Temos autores de inspiração ímpar. Ilustradores absurdamente criativos. Conheço alguns projetos interessantes que vão além da tinta impressa no papel. Mas ainda são incipientes. Desejo que em 2012 haja mais coragem e ousadia em nossa literatura infantojuvenil. Enquanto engatinhamos, sigo firme e forte pela floresta que Antoine Guilloppé plantou em minha biblioteca e no meu coração-leitor. Hatuna Matata!!!

domingo, 4 de dezembro de 2011

Ser voluntário vale a pena!

O CBVE (Conselho Brasileiro de Voluntariado Empresarial) promove, nessa segunda, 05 de dezembro – Dia Internacional do Voluntário e Décimo Aniversário do Ano Internacional do Voluntário (AIV+10) – uma mobilização em prol do voluntariado nas redes sociais. O objetivo é sensibilizar as pessoas, por meio de histórias e declarações de voluntários, e mostrar que o ato de ser voluntário vale a pena e pode ser mais simples do que se imagina, alinhado aos conhecimentos e talentos de cada um.

O Roedores de Livros apoia essa iniciativa. Se você atua como voluntário em alguma ação, participe, postando no Twitter mensagens contando suas experiências, ou divulgando a iniciativa indicando links para tais iniciativas, sempre acompanhadas da hashtag #servoluntariovaleapena. A campanha também conta com um hotsite, que apresenta histórias de voluntários que atuam em diversas causas, além de disponibilizar materiais que você poderá usar para reforçar este movimento. Se você ainda não é voluntário, abrace a causa, divulgando essa mobilização.

A mobilização não está limitada ao twitter. Abaixo, outras dicas para a sua participação:

1. Faça o download do selo da campanha no hotsite e utilize-o no seu perfil do Facebook;
2. Se você tem um blog, faça um post sobre a campanha;
3. Faça o download do banner no hotsite da campanha e utilize-o em seu blog;
4. Atualize seu status do Facebook com o link do hotsite da campanha;
5. Escreva tuites estimulando que ainda não é voluntário a conhecer o movimento;
6. Retuite mensagens sobre a campanha;
7. Junte-se à página do evento no Facebook e publique-o em seu mural;
8. Convide seus amigos para este evento no Facebook;
9. Use o botão compartilhar, no rodapé deste post, para divulgá-lo em suas redes sociais;
10. Use sempre, em todas as suas postagens, a hashtag #servoluntariovaleapena.

Hatuna Matata!!!

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Com a palavra, o Educador.

Semana passada o carteiro passou aqui na toca e deixou um livro que gostaríamos - com muita alegria - de compartilhar aqui: O QUE É QUALIDADE EM LITERATURA INFANTIL E JUVENIL - COM A PALAVRA O EDUCADOR (Organização de Ieda de Oliveira, DCL). O livro é uma compilação de boas ideias - aglutinadas em forma de artigos e depoimentos - de pessoas que fazem a diferença (seja de forma prática ou de maneira teórica) quando o assunto é promover a leitura e a literatura em meio a crianças e jovens. O livro fecha a trilogia que já teve, sob o mesmo título principal, COM A PALAVRA O ESCRITOR e COM A PALAVRA O ILUSTRADOR.

Como coordenadora do projeto Roedores de Livros, fui convidada pela organizadora do livro, Ieda de Oliveira, a escrever um depoimento sobre nossas atividades e ele está lá, publicado, em meio a tanta gente que faz a diferença e movimenta o mundo literário infantojuvenil e que você, leitor desse blog, pode acompanhar nas fotos abaixo.

É uma alegria compartilhar com os leitores um pouco do fazemos por aqui. E a ideia é essa: compartilhar para multiplicar. O Roedores de Livros não é uma ONG formal, com CNPJ, sede própria e tudo o mais. Nascemos de uma vontade em comum do grupo de oferecer ao outro a nossa paixão pelos livros. E essa paixão não é exclusividade nossa. Provavelmente também é sua, quando visita esse blog, procurando uma dica de livro, saber mais sobre mediação de leitura ou apenas curioso para ver o que aconteceu na semana passada. Que tal começar a fazer a diferença aí na sua comunidade?
O Distrito Federal também está representado no livro através do belo trabalho feito pelas educadoras Maria Célia Madureira e Raquel Gonçalves, que deram vida a uma biblioteca escolar pública de uma forma singular.

Esse olhar atento ao compartilhar acabou nos tornando melhores a cada dia nesse caminho da promoção do livro e da leitura. Temos muito ainda a aprender. Mas nossa formação também se deu lendo e ouvindo a Nelly Novaes; acompanhando os trabalhos da Sonia Zanchetta na Feira do Livro de Porto Alegre; da Tania Rösing em Passo Fundo e em tantas visitas a Brasília; da Elizabeth Serra, com a FNLIJ; da Gabriela Gibrail, na Flipinha; dos enocntros com a Nilma Lacerda, em tantas palestras emocionantes; com o Otávio Junior e seu trabalho singular no Complexo do Alemão, e com a Maria Antonieta Cunha, à frente de tantas e boas ideias, para citar alguns companheiros nessa jornada. Há ainda educadores de Portugal e África. Enfim, este é um livro importante para quem deseja se aproximar do conceito de qualidade em LIJ no campo da Educação. Recomendadíssimo por nós. Obrigado Ieda pelo convite. Espero que, ao lado de tanta gente bacana, possamos amplificar o desejo e as ferramentas para tornar esse Brasil um país de leitores.