quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Histórias à Milanesa

O sol imperava na manhã de sábado, 18 de julho, na sede campestre "no limite" dos Roedores de Livros, na Ceilândia (DF). O céu azulzinho e sem nuvens despejava seus raios ultravioletas superquentes e hiperbronzeantes sobre nós. Meio das férias. Dia de ficar em casa ou ir para a Água Mineral (um balneário público destas bandas do planalto). Para alguns poucos corajosos, dia de Roedores de Livros ao ar livre. Para completar a "prova" a poeira fina e vermelha insistia em pousar em tudo ao redor. Além de cozinhar o juízo da gente, as histórias saíram deliciosamente à milanesa.

Por falar em juízo, foi o livro do Tino (Cadê o Juízo do Menino?) que abriu a sessão de histórias. A turma se divertiu com as rimas de situaçòes inusitadas e passamos um bom tempo procurando os parafusos que a Mariana Massarani perdeu ao ilustrar a aventura. Diversão para uma bela manhã de férias.

Depois, Rebeca pediu para ler Quando vem a lua (Antônio Ventura, Cosac Naify) onde os brinquedos ganham vida e a história dialoga com o belo trabalho da ilustradora Josely Vianna Baptista. Rebeca ainda não lê com fluência, mas mostrou iniciativa e atenção na leitura e conseguiu se fazer entender. Um prêmio para nós e para ela, que nos acompanha há pouco mais de três meses.

Incentivada pela iniciativa da xará, outra Rebeca leu - bem mais à vontade - o livro Noite Escura (escrito e ilustrado por Dorothee de Monfreid, WMF Martins Fontes). Talvez por participar do projeto há mais tempo (temos foto da Rebeca ainda moleca numa visita em 2006), ela foi mais dinâmica na sua mediação. Voz mais alta, leitura quase sem atropelos e o jogo com o livro - que ajuda a trazer o ouvinte para a história - foram o destaque daquela mediação. Ao final, aplausos para uma aventura cheia de onomatopeias, bichos ferozes e um final inesperado. Valeu, Rebeca.

Depois, Tino divertiu a todos com sua leitura da nova edição de Uma História com Mil Macacos (Ruth Rocha, ilustrações de Cláudio Martins, Salamandra). Uma palavra mal dita pode atrapalhar um bocado. E, RuthRocha, esbanja talento com suas palavras bem escritas para olhos e ouvidos atentos de leitores de todas as idades.

Por fim, Tino apresentou uma de nossas últimas aquisições: As Horrorosas Maravilhosas (Elias José, com ilustrações de Rosinha Campos, bordadas por Iane Costa, DCL). O texto do querido e saudoso poeta-escritor dá nova vida ao conto popular das três fiandeiras e, naquela manhã, com um público predominantemente feminino, a história ganhou ainda mais força.

Ao final da manhã, um set de brincadeiras, afinal, com o juízo derretendo, também eu, Edna (nós na foto) e Tino desabrochamos a infância nas asas de uma plástica borboleta desatarrachadora de sorrisos. Sol a pino, histórias à milanesa. Sorrisos, que beleza! Roedores de Livros bronzeados. Hatuna Matata!!!

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Mais duas desparafuzices na blogosfera...

Gente, meus parafusos andam soltos por aí... desta vez encontrei dois se multiplicando no BLOGSTÓRIAS ESSENCIAIS (de Fátima Campilho) e no CONTOS, CANTOS E ENCANTOS (de Alessandra Roscoe). CLIQUE AQUI para ler o que uma poetou e CLIQUE AQUI para ler as impressões da outra. Obrigado, meninas. Seguimos felizes, perdendo e encontrando o juízo por aqui, por ali, por acolá. Hatuna Matata!!!

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Histórias para ler...

Hoje à tarde, na loja de uma grande rede de livrarias em Brasília, procurando um livro em meio às estantes na seção de Literatura Infantil, encontrei a referência "HISTÓRIAS PARA LER" entre outras como "POR SOBRENOME DO AUTOR", etc... Por um momento, pensei que - numa livraria - encontraria, de fato, histórias para ler. Não necessitaria de tamanha explicação.
Ah, o livro que eu procurava? Encontrei noutra livraria.

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Entrevista com Tino Freitas...

Nesta terça o LIVROS PARA UMA CUCA BACANA, site da Revista Crescer, publicou uma entrevista comigo. Lá eu conto alguns segredos dos bastidores do livro Cadê o Juízo do Menino, falo do projeto Roedores de Livros e outras coisas desparafusadas. Para ler a entrevista, basta CLICAR AQUI. Hatuna Matata.

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Entrevista com André Neves


A jornalista Cristiane Rogério (Revista Crescer e blog Ler Para Crescer) segue fazendo o que mais gosta: mergulhar no universo da literatura infantil. Desta vez, entrevistando o autor e ilustrador André Neves, que fala do seu trabalho artístico (sua identidade visual e a vontade de dedicar mais tempo - no futuro - ao seu texto).

domingo, 2 de agosto de 2009

Cadê o Juízo do Menino?... ontem, tava no JB.

O mês de agosto começou com uma resenha do livro do Tino e da Mariana (Cadê o Juízo do Menino?) publicada ontem (01/08) no suplemento Ideias & Livros do Jornal do Brasil (JB), página central.

"Em versos rimados e bem humorados, Tino Freitas conta o dia em que um menino perdeu o parafuso que lhe dava o juízo. Junto ao texto, as ilustrações de Mariana Massarani completam, do começo ao fim, o ambiente lúdico das trapalhadas do menino que, com um parafuso a menos, sai dando gargalhadas, penteando o cabelo com a escova de dentes, assistindo às aulas de pijama e plantando bananeira".

quinta-feira, 30 de julho de 2009

Gente inteliGente...

Tem gente que diz que não daria para o seu filho ler os livros infantis de Wander Piroli (foto acima). Mas o menino passa a manhã na frente da TV assistindo a socos, bombas e pontapés superpoderosos. E essa gente inteligente acha normal tudo aquilo. Afinal de contas, todo mundo vê.

Tem gente que não adotaria para a biblioteca escolar das crianças os livros infantis de Wander Piroli. Mas a turma de pequenos inocentes (eu juro que vi) faz aulas de educação física ao som de “tô ficando atoladinha”. E essa gente inteligente acha normal tudo aquilo. Afinal de contas, todo mundo ouve.

Tem gente que não leria de jeito nenhum os livros infantis de Wander Piroli para as crianças pois é preciso proteger suas mentes inocentes das agruras da vida. Mas em casa todo mundo diz palavrão, ou sabe dizer ou finge que não sabe. E essa gente inteligente acha normal tudo aquilo. Afinal de contas, todo mundo diz.


Anormal mesmo é o Wander Piroli – diz essa gente inteligente. Um gênio da literatura – eu digo. Mas acho legal quando mostro algum livro do autor mineiro e alguém diz: “Não gostei do que li!” É legítimo não gostar. E tem gente inteligente que não gosta dos textos infantis do Wander Piroli simplesmente por que não gostaram. Questão de gosto. Eu respeito.

Agora, euzinho sou fã. Acho o texto dele uma obra de arte. Meu filho leu O Matador e nem doeu assim, nele. Acho que doeu mais em mim. E por falar em “O Matador”, para mim, foi o melhor livro do ano passado – de tudo o que eu li, infantil ou não. Texto, ilustração, projeto gráfico… tudo lindo, feito para emocionar.

No 11º salão FNLIJ do livro para crianças e jovens tive o prazer de reencontrar o ilustrador Odilon Moraes (última foto, abaixo). Estávamos no mesmo hotel. Conversamos sobre muitas coisas mas foi a obra do Wander Piroli que tomou conta das horas. É que, além de fã recente – como eu -, Odilon acabara de ilustrar a nova edição de Os Dois Irmãos – mais um texto do polêmico autor (publicado originalmente em 1980 com ilustrações de Ângela Lago).

O livro ficou muito bonito. Mais uma vez, o texto encontrou um projeto gráfico à sua altura e Odilon deixou algumas surpresas para os olhares mais atentos. Mas não é preciso ser um expert para se emocionar com a história de dois frangos, irmãos “iguais em tudo. Dos pés à cabeça”. Sempre juntos, compartilhando a vidinha simples ali no meio da oficina mecânica. Vez em quando um passeio na rua. Vez em quando o quintal e o poleiro improvisado no pé de manga.


Porém Wander Piroli não poderia deixar a história assim tão açucarada. Apesar de escrever sobre dois frangos, a sua literatura não tem muito de fábula – fantasia cheia de moral e bichos. Nem de contos de fadas, repleto de finais felizes. Afinal, a vida real está repleta de histórias em que há felicidade. Mas, nem sempre eterna. Então, o inesperado acontece. Parece óbvio, mas o fato não aparece no texto. Parece óbvio, mas não está explícito na ilustração. E, ao final, o autor convida o leitor – criança, jovem ou adulto – para terminar a história ao seu modo.

Toda essa gente inteligente que vê, que ouve e que diz, pode também ler textos inteligentes. Os Dois Irmãos é boa literatura para todas as idades. Odilon Moraes ilustra com a mesma precisão literária de Wander Piroli. O leitor não termina sua leitura e fica indiferente. Incomoda. Por isso, não espere que este livro, ou O Matador, ou Nem Filho Educa Pai (que está a caminho) façam parte das listas de livros premiados que pululam por aí. Mas, assim como aconteceu comigo ao ler A Pequena Vendedora de Fósforos, de Andersen, é possível que uma criança tenha os livros de Wander Piroli como ítens preciosos da lista de bons livros da sua vida. Hatuna Matata.

P.S. Para os mais velhos, a Leitura também reeditou dois livros de Wander Piroli com contos adultos, reunidos numa só edição. VEJA AQUI.

P.S.2. Escrevi este texto inspirado no que Cristiane Rogério do Blog Ler para Crescer publicou ontem (29/07) – citando Ilan Brenman. Vale para todos os amantes dos seus filhos queridos e da boa literatura.


terça-feira, 28 de julho de 2009

A volta dos que não foram...

Depois de mais um intervalo de uma semana - Roedores de Livros na FLIP -, retomamos as atividades no sábado, 11 de julho. Um total de 12 crianças apareceram por lá. O quórum é sempre menor nas férias - é uma matemática diferente para a nossa lógica -, mas tem sido assim desde que fomos para a Ceilândia, em 2007. Tanto que normalmente o projeto entra em recesso neste período. Mas este ano resolvemos arriscar. Coisa de quem já não consegue ficar sem a troca mágica que acontece durante o encontro semanal.

O Tino abriu com música - e ficamos um bom tempo brincando com as cirandas e outras canções populares, além das músicas do Tino e do refrão da música que Alessandra Roscoe fez para o seu livro Jacaré Bilé. Depois da visista que ela fez ao projeto, os meninos sempre cantam o refrão "Bilé, Bilé, Bilé / Que jacaré mané / Bilé, Bilé, Bilé / De dia, nunca está de pé / Bilé, Bilé, Bilé / Só ele bota fé / Que a lua, tapioca é".

Alguns livros não precisam de palavras para encantar o olhar dos meninos. E isso ajuda a pescar o tal do prazer em "ler". Um exemplo disso foi o jogo que fizemos com dois livros naquela manhã: É UM GATO? e É UM RATINHO? (Coleção O Que É? O Que É?, de Guido Van Genechten, Gaudi Editorial) fizeram um enorme sucesso. Esses livros chamaram a atenção dos pequenos - ainda elétricos com o momento musical - para a leitura seguinte: A GUERA DOS SINOS (Gianni Rodari, com ilustrações de Pef, Editora Biruta), uma história "biruta" que aborda de forma leve e divertida um assunto tão rabugento.

Por fim, uma manhã cheia de crianças, de livros, de histórias, de alegrias e esperança. Uma manhã típica dos Roedores de Livros. Hatuna Matata.

sábado, 25 de julho de 2009

O "Juízo" na FNAC

Olá pessoal... ando perdendo meus "juízos" por aí. A partir de hoje, vocês podem encontrar alguns nas lojas FNAC. O legal é que lá - a exemplo da LIVRARIA CULTURA - você pode comprar meu livro (CADÊ O JUÍZO DO MENINO) pela internet CLICANDO AQUI. Hatuna Matata!!!

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Roedores de Livros na FNAC


DA ESTANTE PRO AUTO-FALANTE ZÁS TRÁS NUM INSTANTE TEM GOSTO DE BOMBOM.

Música e Contação de Histórias com o grupo ROEDORES DE LIVROS.

JULIANA MARIA e TINO FREITAS, integrantes do projeto Roedores de Livros, desfilam seu mix de histórias, músicas e brinquedos cantados para crianças de todas as idades num show repleto de interatividade, recheado de brincadeiras, resgatando o melhor que a cultura popular pode nos oferecer: um mergulho na fantasia do mundo.

Sábado, 25 de julho, 17h.

Livre para todas as idades.

Entrada Franca.

P.S. Após o show, Tino Freitas vai autografar seu primeiro livro, CADÊ O JUÍZO DO MENINO? (iustrações de Mariana Massarani, Manati).