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sexta-feira, 21 de agosto de 2009

SHOW DE LANÇAMENTO DO "JUÍZO" na Livraria Cultura (Brasília)


Será neste DOMINGO, 23 de Agosto, no auditório da LIVRARIA CULTURA (Casapark - Brasília), 17h, o lançamento do livro CADÊ O JUÍZO DO MENINO? (Tino Freitas, ilustrações de Mariana Massarani, Editora Manati). Na programação, show com músicas e histórias + sessão de autógrafos. Entrada franca. Limitada à lotação do auditório. Nos vemos lá. Hatuna Matata!!!

(Clique sobre a imagem para umamelhor visualização)

domingo, 16 de agosto de 2009

Antes de Ser Livro

Desde o dia 11 de agosto e até o próximo dia 24, acontece a exposição ANTES DE SER LIVRO, com os rascunhos e originais que MARIANA MASSARANI produziu para o livro CADÊ O JUÍZO DO MENINO? (Tino Freitas, Manati), na Livraria Cultura (Casapark, Brasília). Abaixo, você pode assistir a um vídeo da exposição. E o lançamento do livro, em Brasília, acontece no próximo domingo, 23, as 17h, também na Livraria Cultura. Apareçam. Hatuna Matata.

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Tchau Chupeta

Sabe quando a pessoa gosta muito de uma coisa, mas muito, muito mesmo que a vontade que se tem é a de compartilá-la com todos? Pois é... aconteceu comigo. Ando assim cantando pelos cotovelos, pelo quarto, pela rua, no carro... tudo culpa do PEQUENO CIDADÃO, um DISCAÇO "para crianças" que eu já havia citado aqui em outros posts, mas a sensação de ouví-lo além dos limites do myspace é indescritível. O disco surge da união de talento dos amigos Antônio Pinto, Arnaldo Antunes, Edgard Escandurra e Taciana Barros. Ah, e seus filhos soltos no estúdio.
Comprei o disco dia desses e aí, ele tomou conta do meu som.

Começa com a faixa homônima, uma sacada genial do Arnaldo em que "É sinal de educação /
Fazer sua obrigação / Para ter o seu direito de pequeno cidadão". Na música, pode tudo: fazer a tarefa, jogar videogame, arumar o quarto, para depois bagunçá-lo.

Depois, vem O SOL E A LUA, tema do amor impossível, que começa assim, devagarzinho e vai crescendo, crescendo, crescendo.. aí a gente já está balançando o pé e cantando o refrão junto, até o sol congelar seu (o dele) coração.

Caramba, o disco é muito bom. Poderia falar de todas as canções, mas você pode pescar no MYSPACE DO PEQUENO CIDADÃO e tirar suas opiniões. Lá você vai encontrar muitos vídeos bacanas e pode deixar seu recado para a turma. Mas, vai por mim. invista aí uns reais e leve o disco para casa.

Impossível resistir ao charme de O X. Veja o making of da gravação desta música no vídeo abaixo.



Uma coisa bem bacana é que tem uns rocks bem legais. SAPO-BOI é rockabilly para ouvir nas alturas. Letra engraçada, vocais, riffs e solo de guitarra para deixar o Chuck Berry feliz da vida. O punk também aparece nos dois minutos de LARGA A LAGARTIXA. Um travalíngua super!!!

Mas o nosso xodó (meu e da Ana Paula) é TCHAU CHUPETA. Nós, que só largamos as danadas bem depois dos 48 minutos do segundo tempo... pra falar a verdade, bem depois da prorrogação... Acho que se Os Mutantes fossem gravar algo do gênero, seria essa música. Os vocais da segunda parte, a voz da Taciana e a letra irresistível (Já pensou uma mãe chupando chupeta / Já pensou um pai chupando chupeta / e uma avó de bobs chupando chupeta).

Vou resumir tudo plagiando uma frase do Renato Russo: OUÇA NO VOLUME MÁXIMO!!!

quinta-feira, 11 de junho de 2009

Nas Bancas...

A Revista Crescer de junho chegou às bancas com a sua lista dso 30 melhores livros infantis do ano (não informa se de 2008 ou 2009 ou de junho de 2008 a junho de 2009). A lista é criada a partir da avaliação de 40 personalidades ligadas ao universo do livro infantil (livreiros, pesquisadores, professores, bibliotecários, pedagogos, etc). É o quarto ano da lista. Não é comum se falar dos melhores livros na grande mídia, portanto, esta seleção, de responsabilidade das jornalistas Cristiane Rogério e Marina Vidigal, é um oásis no deserto em que muitos pais se encontram quando encontram a seção infantil de sua livraria preferida com os livros apertados uns contra os outros de um jeito que quase não dá para tirar da estante.

Entre os contemplados, há livros de 16 editoras, destacando a Cosac & Naify, com 6 títulos; a Cia das Letrinhas, com 5, Salamandra e Brinque Book com 3 indicações, cada. São apresentados em seções e com indicações de idade. Como em toda lista, a gente sempre sente falta de um ou outro livro que poderia estar ali, afinal são só 30 títulos em meio a tantos lançamentos. Mas vale a sua corrida à banca para conhecer os indicados.

A revista apresenta ainda uma reportagem com os 10 passos para escolher um bom livro; outra, sobre o cuidado com o livro politicamente correto, além de um especial de três páginas com o carismático Roberto Carlos Ramos, considerado um dos maiores contadores de histórias do planeta. Vale à pena. That's all, folks.

No site da revista Crescer você pode conferir OS INDICADOS DESTE ANO, os de 2008, de 2007 e a lista de 2006 que elegeu os "55 melhores livros para o seu filho".

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Coleção de livros do Projeto Bem-Me-Quer

No dia 28 de maio foi lançado na sede do Itaú Cultural, em São Paulo, uma coleção de livros do Projeto Bem-Me-Quer, do INDICA (Instituto dos Direitos da Criança e do Adolescente). No final de 2008 recebemos uma ligação da equipe do Indica nos convidando (o grupo FIRIMFIMFOCA) para gravar seis das nove histórias de uma coleção de livros paradidáticos que seriam lançados e distribuídos a 2.600 entidades sociais apoiadas pelo Itaú Cultural. É claro que topamos.

Por acaso estava em Sampa na ocasião do lançamento da coleção e pude reencontrar o escritor Jonas Ribeiro (na foto acima) e a editora Denyse Cantuária e Iago Sartini, além de conhecer pessoalmente a até então amiga virtual Lígia Pin (também na foto acima). Mas a vitrine da noite eram os livros. De fato. Não é cômoda para nós, Roedores de Livros, a idéia de que o livro serve para alguma coisa. E esta coleção trata da boa convivência entre as diferenças: sociais, sexuais, religiosas, raciais, etc. Mas o cuidado que o INDICA dispensou a obra fez com que eu pensasse melhor a respeito.

Um time de autores experientes como Adriana Falcão, Anna Claudia Ramos, Jonas Ribeiro, Gilles Eduar, Flávia Lins e Silva, entre outros, ao lado de ilustradores tarimbados como Ana Raquel, Jô Oliveira, Leicia Gotlibowski (ilustradora argentina que não conhecia e fiquei fã) e José Carlos Lollo, para citar alguns, deram uma pincelada de arte no produto final, muito bem acabado no belíssimo projeto gráfico de Alex Chacon. Dois livros foram ilustrados por Maurenilson, ilustrador veterano, amigo dos Roedores (mora em Brasília), e que agora estreia na literatura para crianças e jovens. Que venham outros tantos.

Diante de tantos livros, há os que saltam aos olhos. O texto de Jonas Ribeiro, As Meninas Descalças, é muito bom. Roda-Gigante de Adriana Falcão fica mais encantador em combinação com as ilustrações+recortes+colagens de Lollo. Pena não poder levá-los juntos para o áudio. Marina e Makolelê, de Gilles Eduar - como sempre - alcança o ouvido das crianças com seu texto curto e ilustrações coloridas. Como Somos de Flávia Lins e Silva mostra o quanto um escritor precisa estar atento ao seu cotidiano para pescar boas ideias na boca das crianças.

As histórias são para várias faixas de idade. Textos curtos. Textos longos. Temas clássicos - como A Cor do Ovo, de Chico Salles, sobre preconceito racial. Outros nem tanto presentes na literatura para jovens como Porque eu não consigo gostar dela?, de Anna Claudia Ramos, que trata da homossexualidade com cuidado e talento. Enfim, uma coleção e tanto. Estou certa de que a coleção faria sucesso em todas as escolas - se tratadas com a devida atenção por um professor-mediador. Como já disse antes, o Itaú Cultural, comprou a ideia, o Indica criou o produto e 2.600 instituições receberão o kit com 9 livros e um audio-livro para que - principalmente - os deficientes visuais possam desfrutar das histórias.

Por falar eu áudio-livro, Aldanei Andrade, Míriam Rocha, Simone Carneiro e Tino Freitas participaram da gravação de seis das nove histórias. É particularmente emocionante poder desfrutar delas em livro (nós recebemos só os textos) e descobrir a força que um bom ilustrador aliado a um projeto gráfico criativo podem dar a um livro. Esperamos que ao ouvir as histórias gravadas, as crianças possam viajar nas palavras e colorir sua imaginação com os personagens, com os cenários, com o que de melhor cada história pode passar.
Parabéns ao INDICA pela competência com que trataram o projeto. Roemos e indicamos. Que, no futuro, estes livros possam alcançar outros tantos leitores. Hatuna Matata.

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Horas serenas.

A jornalista Débora Menezes passou por aqui e deixou a ótima dica do blog português HORAS SERENAS. Vale a visita. Lá encontramos o vídeo abaixo. Fantasia a serviço da realidade. Espero que vocês gostem! Valeu, Débora. Apareça sempre!!!

sábado, 18 de abril de 2009

Blog do NELSON CRUZ.


Em vez de falar que o Nelson Cruz é isso, mais isso, mais aquilo outro, prefiro estender o convite que ele fez para vocês conhecerem O BLOG em que ele posta suas ilustrações, algumas inéditas em livro. Aí, vocês podem dizer o que o olhar registrar. Os Roedores de Livros simplesmente ADORAM o trabalho dele. Se vocês quiserem conhecer um pouco mais sobre o seu trabalho, cliquem AQUI e AQUI, que tem outras cosítas que postamos por cá.

quarta-feira, 15 de abril de 2009

Visita OBRIGATÓRIA...

Eu sei, vários blogs e sites anunciaram aos quatro ventos, mas não resisti a ressoar a notícia pois é impossível ficar indiferente ao MEMÓRIAS DA LITERATURA INFANTIL E JUVENIL, site que entrou no ar nesta terça, 14 de abril de 2009. O conteúdo já é surpreendente com biografias e entrevistas em vídeo com personalidades da nossa literatura. Estão lá Tatiana Belinky, Angela-Lago, Heloísa Prieto, Marina Colasanti, Jorge Miguel Marinho, Ricardo Azevedo, Rogério Andrade Barbosa e Bartolomeu Campos de Queirós, entre outros feras.

O site informa que este "é um projeto que se constitui por fragmentos de memória que, reunidos, compõe um mosaico vivo e dinâmico. Aqui, a Ruth, a Ângela, o Ziraldo, a Tatiana, a Ana Maria, e outros tantos, aparecem não como escritores ou ilustradores ou editores ou promotores de cultura, que são, mas como pessoas do mundo que narram, como nós narramos, um pouco do que viveram, de sua infância e descoberta, de suas alegrias e dores de viver e fazer. Aparecem-nos aqui como pessoas quaisquer, em suas singularidades, oferecendo-nos a palavra que diz suas vidas, suas memórias antigas e recentes, seus fazeres e sonhares".

Devo confessar que o tempo parou ao meu redor enquanto assistia aos depoimentos de tantas personalidades. Desejamos vida longa a esta iniciativa. Em tempos de Big Brother, uma espiadinha neste site é muito pouco. Coloque já entre os seus preferidos e não pare de espiar, pois a equipe promete muitas novidades. Hatuna Matata.

sexta-feira, 27 de março de 2009

José Mauro Brant em Brasília.

Gente, se vocês ainda não conhecem o JOSÉ MAURO BRANT, posso dizer que ele é um grande ATOR, um genial CONTADOR DE HISTÓRIAS. Difícil sair indiferente das suas apresentações. Portanto, aproveito o espaço para convidá-los a assistir ao monólogo FREDERICO GARCÍA LORCA: PEQUENO POEMA INFINITO, em cartaz neste final de semana no TEATRO DA CAIXA (Setor Bancário Sul - Brasília). Os Roedores de Livros estarão por lá no sábado à noite. Cliquem na imagem acima para mais informações ou liguem no (61)32066456. Para os que não conhecem o trabalho de Brant e não possam assisti-lo neste final de semana, recomendamos o livro Enquanto o sono não vem e o CD Contos, Cantos e Acalantos.

terça-feira, 24 de março de 2009

Se isso não é uma caixa... é o quê?

Ano passado ficamos loucos quando descobrimos NOT A BOX (Antoinette Portis) na estante da livraria. Sem hesitação, ele veio correndo aqui para casa. Um livro perfeito para brincar com a imaginação do leitor, que participa de um jogo simbólico onde o que aparece não corresponde exatamente à realidade. Ótimo para mediação. Aliás, já rabalhamos com ele no projeto (veja aqui). Ontem, buscando fontes para um novo trabalho, encontrei o tal livro adaptado para vídeo. Reproduzo-o abaixo para que tenham uma idéia da delícia contida no livro. Por aqui, só importado. Mas vale apenas pedir no site da livraria cultura ou direto no amazon.



Outras dicas de livros nesta linha do jogo simbólico: MARIETA (Julieta Raimunda da Selva Amazônica da Silva e Souza) da Mariana Massarani, editado pela Manati; LILI, PEDRO E O PEIXE CAÇADOR DE TESOUROS (Angelika Glitz, Brinque Book). O genial Maurice Sendak escreveu e ilusrou um clássico do gênero que, em breve, estará nas telas de cinema, chamado WERE THE WILD THINGS ARE (veja aqui e aqui), mas este, também, só importado. That`s all, folks.

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Lilli, lilli, lilli... bzbzzzzzzzzzzz... LILLIPUTZ!!!

Não é novidade por aqui o fato de gostarmos MUITO dos livros de Hermes Bernardi Junior. O gaúcho escreve como se futricasse lá dentro do leitor. Acarinha, belisca, faz cócegas e a gente sai diferente das saus páginas. Mas, como já disse, gostar dos livros de Hermes não é novidade. Mas na 1ª Flipiri (Festa Literária de Pirenópolis) descobrimos o Hermes CONTADOR DE HISTÓRIAS, assim mesmo, em maiúsculas.

Sua apresentação na Casa de Câmara e Cadeia na tarde de sábado, 14 de fevereiro, coroou uma mini turnê que percorreu escolas e os saraus na pousada Casa Grande. O hit foi sua performance ao narrar LILLIPUT DE SORVETE E CHOCOLATE, livro que publicou em 2003, e que se encontra esgotado.
A história do menino que não conseguia se expressar e se apequenava - ou lilliputizava (termo que dominou as brincadeiras entre os participantes da feira) - diante de situações em que se sentia incomodado, lembra o livro Raul da Ferrugem Azul, clássico de Ana Maria Machado, mas recorre para ações feitas sob medida para uma contação de histórias rica em gestos e palavras mágicas. Hermes domina o olhar do público com sutis trocas de personagens, entonações diversas e bem colocadas, tudo com um estudado trabalho corporal. Encantador.
A frase "lilli, lilli, lilli, bzbzzzzzzzzz, lilliputzzzzzzzzz" colou na boca de quem assistiu às performances de Hermes naquele final de semana e os aplausos caíram sobre ele como a água cai das cachoeiras de Pirenópolis: abundantes e refrescantes. Depois, o ator-escritor apresentou seu livro mais recente E UM RINOCERONTE DOBRADO (ilustrações de Guto Lins, Projeto) e desdobrou o Rino (que havia sido desdobrado a primeira vez no salão da FNLIJ de 2008) para que os presentes pudessem deixar poemas e recados na sua "pele". Nosso recado está lá, ao lado de dois ratinhos desenhados pela Ana Paula (que diz que eu sou o mais gordinho).
Nós esperamos que Lilliput de Sorvete e Chocolate volte às livrarias em breve. Impacientes, eu e Ana Paula, procuramos a primeira edição nos sebos. Estamos certos de que nossos Roedores de Livros da Ceilândia vão adorar os sabores desta história. Delícias de Hermes Bernardi Junior, que se mostrou um gigante também na arte de contar histórias. Queremos mais. Hatuna Matata!

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Para encher os olhos de infância.

Associações, sociedades, grupamentos de artistas (em todas as áreas) não são fáceis de se administrar e muito menos de produzir algo relevante para o público em geral. Tudo costuma ficar recluso em discussões internas nas salas ou chats de reunião. Por isso é uma grata surpresa encontrar nas livrarias o catálogo ILUSTRADORES SIB - LITERATURA INFANTIL E JUVENIL (Vários autores, Editora 2AB), que oferece aos amantes e curiosos acerca do universo literário infantil um belo panorama do que tem sido o trabalho destes artistas em terras tupiniquins. SIB é a sigla para Sociedade dos Ilustradores do Brasil que possui no seu quadro cerca de 200 associados - não necessariamente trabalhando com a ilustração de livros para criança.
O presente catálogo engloba uma mostra da produção para o olhar infantil de 40 ilustradores. Cada um ganhou quatro páginas para apresentar uma coletânea dos seus trabalhos. Há sempre um texto bilíngue (português e inglês) apresentando o artista e algum contato virtual (site ou email). A apresentação do trabalho foi escrita por Odilon Moraes que - embora seja membro da SIB - não conta com seu trabalho ímpar exposto no livro. Ele ressalta a importância do trabalho de ilustradores na produção de livros infantis, seu crescimento em qualidade e identidade. Depois sai de cena para que o leitor seja brindado com aperitivos das obras de nomes já veteranos como Rui de Oliveira, outros não tão veteranos mas já com uma produção rica em números e prêmios como a divertidíssima (e talentosíssima) Suppa e outros tantos nomes.
Fiquei muito feliz de encontrar o trabalho de Daniel Diaz no catálogo. Ainda um "menino", ele é conterrâneo do Tino (cearenses) e desenvolve um trabalho belo e rico em cores e formas, desbravando o mercado a partir de terras alencarinas. Nos encontramos no Salão da FNLIJ de 2007 e desde então temos acompanhado sua evolução nos livros que alcançam a toca dos Reodores de Livros.
Outro talento que é muito querido por aqui e que não aparece com tanta frequência nos livros infantis é o Biry Sarkis. Seu trabalho está sempre encantando as páginas de revistas como a RECREIO. Ele tem um jeito particular de desenhar animais que ADORAMOS. VEJA AQUI os Roedores de Livros criados por ele.

Caso haja alguma dificuldade em encontrar o livro numa livraria perto da sua casa, você pode comprá-lo através do SITE DA SIB. Boa leitura a todos. That's all, folks.

sábado, 31 de janeiro de 2009

Firimfimfoca na Livraria Cultura (BSB)

Olá Pessoal,
Neste DOMINGO, 01 de fevereiro, às 17h, apresentaremos o espetáculo FIRIMFIMFOCA - Histórias de uma fada carioca, no AUDITÓRIO DA LIVRARIA CULTURA (CASA PARK - Brasília - DF). ENTRADA FRANCA!!!
No espetáculo músicas e histórias homenageiam a obra de Sylvia Orthof.
+ Informações pelos telefones 34104033.
Apareçam!!!

Quer saber mais sobre a firimfimfoca? Clique aqui!!!

terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Contos de Todos os Cantos

Ele me chamou a atenção pela capa. Saltava aos olhos. Uma jóia visual no meio da seção de discos infantis com capas horríveis. Achei o nome óbvio demais porém, irresistível para quem gosta de histórias. Ao fundo, nenhuma informação concreta sobre o conteúdo. "Apenas" o aval de uma personalidade quando pensamos que é possível tratar a criança com respeito e inteligência: Sandra Peres, do Palavra Cantada. Ao final da breve apresentação ela afirma que "o CD Contos de todos os cantos é simplesmente encantador". Resolvi apostar na intuição e nas palavras de Sandra. O CD veio na sacola acompanhando livros e a minha curiosidade. Ao chegar em casa, rasguei o plástico e deitei o olhar sobre o encarte rico em informações. Mais um ponto para a produção. O disco em questão leva a assinatura de Renata Mattar, estudiosa de música popular, e de Giba Pedroza, contador de histórias que se apresentava a mim naquele momento.
Ao ouvir o disco, o tempo parou. Parou para ouvir comigo as histórias e as músicas que a dupla complilou. Histórias como O Par de Sapatos, do maravilhoso livro Contos da Rua Brocá, poemas pescados de Gianni Rodari em seu Livro dos Porquês, histórias de Nasrudim, O Pote Vazio, que conhecemos no texto de Demi e canções que vão deitando em nosso colo e nos embalando como Verde, Verde, Olará e Povero Grillo. A Produção Artística (assim em maiúsculas, mesmo) foi de Gustavo Finkler. O mesmo que ajudou a colorir com talento e qualidade os trabalhos do grupo gaúcho Cuidado Que Mancha como A Mulher Gigante e A Família Sujo.
Por uma coincidência daquelas que a gente não consegue explicar, encontrei Giba, Renata e Gustavo no último dia da minha recente visita à Porto Alegre. Meu anfitrião recebeu uma ligação de Giba, informando que, ainda naquela tarde, iria apresentar o espetáculo que deu o mote para o CD (ou vice versa) no espaço cultural do grupo Cuidado que Mancha. Incrível!!! Dias antes havia confessado a André a Lenice Gomes as delícias que a voz de Giba e as canções de Renata me fizeram provar ao ouvir o disco. Agora, eles estavam ali. Coisa de louco! Fomos à tardinha para lá e eu ainda iria me encantar com tanta coisa...
Primeiro, o espaço que o grupo Cuidado que Mancha coordena é incrível. Algo como um casarão daqueles antigos com dois andares, várias salas, pisos de madeira e um bom gosto raro na decoração. Me senti em casa. A sala de espera exibia fotos dos cursos que ali acontecem, figurinos, conforto e - principalmente - muita gente trabalhando antes do espetáculo para que tudo desse certo. Nada de amadorismo. Hora do show!!!
O público (talvez umas 20 pessoas entre pais e filhos e avós e nós) colou os ouvidos na voz hipnótica e nos gestos miúdos de Giba. O homem precisa de apenas dois metros quadrados para jorrar histórias e travalínguas que contagiam a todos. Na companhia de Gustavo Finkler ao violão e voz (impecável no papel da velha!!!) e de Renata Mattar no acordeon, na percussão e na voz, Giba Pedroza mostrou a força que uma história alcança na voz poderosa de um verdadeiro contador. Naquele fim de tarde só faltou o conto chinês O Velho (o meu preferido no CD), mas sobraram tantas outras coisas que eu posso afirmar a vocês: se os três aparecerem por aí para contar histórias, vá! Leve seus filhos, leve seus pais. Se, por acaso, eles demorarem a aparecer, leve o CD para casa, desligue a TV, apague a luz, encontre uma posição confortável, feche os olhos e aperte o play. O mundo vai entrar por seus ouvidos, parar o tempo e perfumar o seu dia com ótimas histórias. Hatuna Matata!!!

Por fim, encantem-se um pouco com a apresentação do CD que pesquei no youtube e deixo aqui embaixo:

quarta-feira, 25 de junho de 2008

Programa Leitura em Debate

No final da tarde de 29 de maio, uma quinta feira, no Auditório Machado de Assis da Fundação Biblioteca Nacional, no Rio de Janeiro, assisti a um encontro ímpar e de muita valia para os que, como eu, têm um vínculo com a Literatura Infantil e Juvenil. Foi a estréia do programa Leitura em Debate: a Literatura Infantil e Juvenil que apresentará 08 edições com periodicidade mensal até dezembro de 2008 sempre com a curadoria e mediação de Anna Claudia Ramos (Veja a programação completa no flyer abaixo).

Naquela ocasião o tema debatido foi “Discutindo a qualidade na Literatura Infantil e Juvenil” e contou com as palestrantes Emília Galego (Cuba), Elizabeth Serra (Brasil) e Silvia Castrillón (Colômbia) todas representantes do IBBY em seus países e com um histórico invejável de atividades em prol da Leitura.

Planejado para as 16h00, começou com um pequeno atraso, coisas da estréia. Mas tudo estava impecável: desde a seleção dos palestrantes até a estrutura do auditório que ofereceu aos simples mortais (eu incluso) um sistema de tradução simultânea. O que destoou do conjunto foi o pequeno público presente (cerca de 20 pessoas), mas justifica-se pela concorrência com o Salão FNLIJ do Livro que acontecia ali próximo. Espera-se que os próximos encontros – com temática igualmente interessante – atraia um público maior.
Anna Cláudia Ramos abriu a palestra falando sobre a importância da criação daquele programa, do aval da Fundação Biblioteca Nacional e do time de convidados selecionados para aquela estréia. Depois, passou a palavra para Elisabeth Serra que lembrou prontamente que há cerca de 10 anos não se falava (ou questionava) a qualidade em educação. Discorreu sobre a importância do IBBY (que com quase 60 anos de fundação está presente em 70 países) no empenho em promover a qualidade nos livros e na Leitura para crianças e jovens. Explicou que, com a criação da FNLIJ (Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil) e a conseqüente parceria com o IBBY, começou a mudar a qualidade nos livros brasileiros para crianças e jovens. Mudanças que começaram pra valer nos anos 70 com o início das premiações da FNLIJ e a criação do selo Altamente Recomendável que forçou às editoras a terem um cuidado maior nas traduções de livros importados e a oferecerem uma produção mais caprichada dos livros para crianças. Falou de uma evolução que se deu em três momentos: primero, nos anos 80 com o que chamou de BOOM do TEXTO (a consolidação do trabalho de grandes autores com Ruth Rocha e Ana Maria Machado); em segundo lugar, o BOOM da ILUSTRAÇÃO nos anos 90 (Roger Mello ,Mariana Massarani, Graça Lima, etc) e, finalmente, nesta década, o BOOM do PROJETO GRÁFICO. Completou o raciocínio, junto com Anna Cláudia Ramos, sugerindo que está chegando de renovar o ciclo voltando a atenção novamente para o texto (que anda meio esquecido por estas bandas).

Depois, falou a Emília Galego – que eu não conhecia e que fiquei fã. Ela falou sobre o conceito de MERCADO (oferta e demanda) pedindo a atenção do nosso olhar para a entrada das editoras internacionais no mercado latino americano (notadamente, no Brasil, a compra da Editora Moderna, Salamandra e Objetiva pela Santillana e a entrada da Edições SM com um forte trabalho de divulgação). Em resumo, ela afirma a lógica capitalista de que o livro que mais se publica é o mais vendido e vice versa e que tudo isso nem sempre tem a ver com qualidade. Um ciclo vicioso que mina as atividades das editoras de pequeno porte e conseqüentemente faz com que a literatura infantil entre no mundo da globalização. As idéias mais originais correm o risco de se perderem em meio a publicação e venda dos blockbusters internacionais. Eu, que estou timidamente escrevendo algumas idéias, me senti intimidado diante de tanta realidade. Silvia Castrillón falou da dura realidade das bibliotecas do seu país e comentou acerca das observações de Emília e Elisabeth que, por fim, se mostrou em busca de um texto contestador. Disse que encontra pouco texto com um “quê” de original e reclamou que há muito livro politicamente correto na Literatura Infantil. Suas últimas palavras naquela tarde ecoaram no auditório da Biblioteca Nacional: “É muito importante que todos percebam que os livros de qualidade não vão fazer a revolução. O caminho é muito mais longo. A grande missão que devemos abraçar é a de levar os livros a todas as classes pois todos têm direito a Arte”. Assim seja!

Nesta quinta, 26 de junho, as 16h00 acontece o segundo encontro do programa debatendo sobre “Os programas de incentivo à leitura do Brasil”. Participam da mesa, além de Anna Claudia Ramos, Eliane Pszczol, José Castilho Marques Neto e Célia Regina Delácio Fernandes. O encontro também acontece no Auditório Machado de Assis e a Biblioteca Nacional informa que haverá transmissão simultânea para todo o Brasil via internet através do site do Instituto Embratel. Vale a pena acessar.

quinta-feira, 13 de março de 2008

Lágrimas com pontos e vírgulas

Queridos roedores,
Dia desses visitando o blog Ler pra Crescer capitaneado pela jornalista Cristiane Rogério, resolvi morder a isca que ela deixou, falando sobre um artigo publicado na revista em que trabalha. Fui à banca, comprei a revista e me identifiquei com o texto. A seguir, reproduzo com a autorização da Revista Crescer o artigo escrito pela atriz Denise Fraga e publicado na página 98 da citada revista, edição de fevereiro de 2008. Devo confessar que as questões levantadas no artigo não são de exclusividade da autora. Vivemos isto aqui em casa e quem sabe, também na casa de vocês. Me senti acolhida pelo texto de Denise Fraga. Espero que vocês também. O livro a que ela se refere é Peter Pan e Wendy e o livro que aparece na foto é a edição com texto integral publicada em 1999 pela Companhia das Letras com tradução de Hildegard Feist. Recentemente saiu uma edição pela editora Salamandra com tradução do texto integral feita por Ana Maria Machado. Acho que em qualquer uma das opções o leitor estará bem servido. Boa leitura. Hatuna Matata.

P.S. Os negritos e itálicos são por minha conta!!!

Lágrimas com pontos e vírgulas.

"Nós acreditamos que, formando bons leitores e bons escritores, formamos pessoas aptas a aprender o que quiserem." Foi com esta frase que a escola onde nossos filhos estu­dam ganhou a nossa matrícula. E, realmente, dão extremo valor à leitura. A maior par­te dos livros didáticos é de literatura e, na maioria das vezes, parte da lição de casa é ler algumas páginas do livro do momento. Nino não gosta de estudar, e declara isso a ple­nos pulmões. Desde a alfabetização, vive às turras com as impossíveis lições, os cader­nos de caligrafia, a necessidade absurda de letra maiúscula, ponto, vírgula e todas essas "coisas inúteis" que lhe parecem mais atrapalhar do que ajudar a comunicação humana. Bom malabarista, acaba de passar para o quinto ano. Para mim, a coisa mais difícil de ser mãe é perceber o limite em que ajudar atrapalha. O direito que nossos pequenos têm à vivência de frustrações, que muitas vezes lhes tiramos, na melhor das intenções. Tenho uma relação bem próxima com a orientadora da escola, e vínhamos conversando a respeito desse limite. Em casa, fazíamos pequenos tratos, tipo "as duas últimas pági­nas eu leio pra você", e, numa dessas, acabei lendo um pedaço de Peter Pan e Wendy, de J. M. Barrie, um dos livros trabalhados. Coloquei-o na cama e segui para o meu quarto, ansiosa por acabar o capítulo. "Meu Deus, que absurdo, coitadinho, é muito difícil!" O livro do J. M. Barrie é realmente sofisticado pra se ler aos 9 anos. Sensível, metafórico, psicológico. E, no meio de uma crise, em que não nos dávamos conta de pontos finais, letras maiúsculas e tabuada, foi a gota d'água. No dia seguinte, um pouco envergonha­da, mas cheia de intenção de proteção, liguei pra escola. "Tudo bem, estamos juntos na luta, mas Peter Pan original é demais!" Minha observação foi assimilada com delicade­za pela orientadora, mas as páginas restantes precisariam ser lidas no prazo. Que jeito? Dia após dia, depois de muito nhenhenhem e força de vontade, Nino foi chegando ao fim das aventuras do menino que não queria crescer. Como prêmio, e num justo trato, ganhou a leitura do último capítulo inteiro pela mamãe. Sentei na cama e, ainda meio ligada nas últimas coisas do dia, um telefonema aqui, um e-mail acolá, iniciei buro­craticamente a leitura. O título do capitulo era "E Wendy cresceu". No meio de uma linha, o silêncio. "Que foi, mamãe?" Eu já não podia mais segurar. As lágrimas me vieram aos cântaros. Peter Pan e Wendy deveria ser lido por todos os pais e todos os filhos. Quando exatamente perdemos a capacidade de voar? Quando nossos filhos nos devolvem as fadas? Quando simplesmente nos resta observá-Ios em seu cami­nho para a Terra do Nunca? Quando viu minhas lágrimas, Nino também desabou no choro. O choro daquele livro inteiro. Da vida, das metáforas, que ele quase en­tendia, da dificuldade de crescer. Entendeu também que palavras, pontos e vírgulas podem virar lágrimas de emoção. E, como Wendy conversa com sua filha, falei ao meu pequeno das vantagens de ser grande. "Mas tem que trabalhar!", me disse, aos soluços. "É, tem que trabalhar, mas você pode dar a sorte de trabalhar em algo que goste de fazer." Acabamos dormindo abraçados depois de uma longa conversa e, no dia seguinte, liguei pra escola pra agradecer à orientadora pelo livro difícil.

Denise Fraga é atriz, apresento quadros no Fantástico, casado com o diretor Luiz Villaça e mãe de Nino, 10 anos, e Pedro, 8.

Página 98 Revista CRESCER FEVEREIRO 2008



quarta-feira, 12 de março de 2008

Histórias pra gente grande.

A arena improvisada no Átrio dos Vitrais da Caixa Econômica Federal em está lotada. Acredito que umas 70 pessoas estão ali. São 19h do domingo, 09 de março. Depois dos avisos de praxe (desliguem seus telefones, etc) uma música instrumental, delicada, embala as expectativas de todos. Warley Goulart entra em cena e começa a tecer no tabuleiro. Os olhares diversos do público percorrem cada movimento dos fios. Tecem juntos com o balé das mãos de Warley. Pausa na música. Um silêncio delicioso se apodera da sala. É a terceira vez que assisto a este espetáculo e ainda me emociono. O contador de histórias convida-nos a uma pausa. Pausa para fiar. A música Debaixo D’ Água, de Arnaldo Antunes, chega na voz suave e encantada de Maria Bethânia. O olhar do público continua seu ir e vir no tabuleiro. Ainda sem palavras a história ganha em beleza. Somos reféns do agora e do que há por vir. Chegam mais pessoas. É o último dia. Já teve sessão extra para o público infantil. Este espetáculo é só para maiores de 12 anos. Cabe todo mundo. Finda a música no poema Agora dos velhos Titãs. Volta o silêncio. Warley tece o sol e lança as primeiras palavras do conto A Moça Tecelã que Marina Colasanti publicou no livro Doze Reis e a Moça no Labirinto do Vento (global). Lança os fios de algodão no ritmo ditado pela autora. Respeita o texto (eu o conheço bem). Entre gestos suaves e olhares certeiros ele surpreende e conquista o público que sentou ali curioso. Alguém tosse. Pede desculpas. Mas não incomoda. Os ouvidos estão surdos para tudo que não seja a voz de Warley que, enfim, tece a lua. Fim da história. Olhares atônitos ante tanta beleza que envolveu aquele início de noite, fim de domingo, fim de temporada. É hora de recolher as lãs coloridas. Bethânia volta a cantar. Uma moça passa a mão no cabelo. Outra tenta manter a boca fechada mas o queixo pesa e precisa ser apoiado com as duas mãos. Eu escrevo. Ainda não é hora para aplausos, diria o manual de etiqueta. É apenas o primeiro movimento. O concerto continua. Mas o aplauso é espontâneo. A emoção falou mais alto. E isso é ótimo!
De repente outra música instrumental surge entre as palmas. Pouco a pouco domina a cena. É a deixa para que Helena Contente comece a contar A Princesa de Bambuluá, história que Ricardo Azevedo adaptou e publicou no livro Contos de Espanto e Alumbramento (Scipione). O silêncio da arena ganha o som de passos que se aproximam. São os guardas do Átrio que chegam para assistir a performance. Helena está coberta por uma roupa negra da cabeça aos pés e os funcionários parecem saber o que virá a seguir. Buscam um lugar para manter a guarda. A Princesa de Bambuluá está viva nos olhos da contadora. Todos estamos focados na aventura de João em busca do seu amor. Desajuizados assim como o pobre rapaz, aceitaríamos os suplício e provações de João só para conhecer o fim da história. Mas não temos pressa. Helena é Iara, embora a personagem não faça parte desta história. Mas a sua voz traz um encanto que não conquista apenas os guardas. O público está entregue ao talento e à beleza da moça diante da história. Sensualidade. Mais bocas abertas. Olhos colados no corpo, ferramenta que movimenta a engrenagem do conto. Enquanto a narrativa segue, Helena joga com as caixas do cenário. Troca de roupa, brinca com peças de vestuário e aguça a curiosidade da platéia. Ricardo Azevedo ficaria surpreso ao ver que seu texto encontrou uma porta-voz. Como uma torcida organizada, rimos na hora certa. Um riso rápido na medida certa para seguirmos ouvindo. João segue vencendo suas provações e chega a Bambuluá. É hora do show. Mais uma vez a música toma conta e convida Helena para dançar. Uma dança que contagia, provoca risos, provoca os guardas. Mas, assim que acaba a música, a história pede silêncio. Ainda me arrepio. Volta a música e provoca mais risos. Cadu e Warley também riem da cena. Eles trabalham se divertindo. Não é ótimo?! Enfim, a história termina. Os guardas procuram outra coisa para fazer. Nós continuamos lá. Mais aplausos e alguns Iuhús naquele começo de noite, fim de domingo, fim de temporada. O público está mais à vontade. Eu escrevo.
Uma música andina cresce no ar e o grupo apresenta o último cenário da noite. Carlos Eduardo Cinelli, o Cadu, senta-se ao lado de um painel negro e começa a contar A Terra é Redonda do livro O Homem que não Queria Saber Mais Nada e Outras Histórias (ática) de Peter Bichsel. O texto é precioso, diferente, inteligente, criativo. As soluções que Cadu encontrou para contá-lo também são. Compartilhamos os absurdos ao lado de Monalisa, Almodóvar, Björk, Egberto Gismontti, Walter Salles, Beatles, Michelangelo, Papa Léguas e Coyote. Do painel saem soluções absurdas para o personagem pôr em prática seu grande desejo: dar uma volta perfeita no planeta. Na verdade, as soluções absurdas nascem de problemas mais absurdos ainda... mas que no fundo, no fundo, têm uma lógica!!! Caramba como este texto é bom. Cadu também. Ele segue pescando soluções no painel até que chega a primeira carreta. O público se mostra cúmplice num riso coletivo. Riso que vai se descontrolando na boca enquanto o texto se desenrola. Começa um jogo de advinhas. O público acha que já sabe o que há por vir, mas há sempre uma surpresa. Os risos seguem. Cadu tem o público na mão. Há um momento em que ele dispara o verbo. Fala, fala, fala e a gente fica sem fôlego. Tem o domínio do texto, parece que foi ele quem escreveu. Com um talento para proteger mochilas, o contador segue sua sina. Hã... será que a história me dominou e passei a escrever absurdos? A história chega ao seu final. Na verdade, o texto foi dito, mas nosso contador ainda surpreende numa performance de rodopios impressionante. Sou eu quem fica tonto. Tonto com tanta criatividade e encantamento. Estou feliz, entregue aos braços imaginários das palavras de Marina, Ricardo, Peter, Warley, Helena e Cadu. Ouço os aplausos. Público em pé. Um minuto. O grupo apresenta os livros. Mais aplausos e iuhús intensos. Lágrimas nos olhos dos três. A noite de domingo já ganha o breu e algumas gotas de chuva. Na minha mente, Cadu ainda rodopia enquanto escrevo. Fim de temporada. Hora dos meninos voltarem para a Cidade Maravilhosa. Já sinto saudades. Voltem logo. That’s all, folks.
Este texto é o relato da última apresentação de O mundo de fora pertence ao mundo de dentro, espetáculo integrante da temporada 2008 dos Tapetes Contadores de Histórias em Brasília (DF). Na foto acima, Warley, Cadu e Helena.

terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

Tapetes contam mais histórias em Brasilia!!!

O Tino aprendeu a fazer chuva depois de assistir ao Cadu contar a história de Paulautte, o hipopótamo numa sessão do grupo Tapetes Contadores de Histórias em 2007. Eu aprendi mais técnicas para melhor contar histórias no curso que fiz com a Rosana Reátegui em 2006. Em 2008, mais uma vez em Brasília, reencontramos o grupo em mais uma temporada patrocinada pela Caixa Cultural.

Tudo o que a gente vê ou toca tem história pra contar é um conjunto de ações que englobam uma exposição interativa dos “tapetes”, onde as crianças podem tocar as histórias e personagens, sessões de contação de histórias e oficinas. Na exposição, pais sentam-se com seus filhos e, juntos, descobrem os enredos nos livros ao lado dos tapetes e aí, todos “tocam” as "palavras" dos autores. As histórias de Ruth Rocha, Ana Maria Machado, Ricardo Azevedo, Jutta Bauer, Sérgio Capparelli e tantos outros ganham cores, texturas, formas e ainda mais emoção.

De terça a sexta, o grupo conta histórias diversas. Em fevereiro, de terça a sexta, as sessões acontecem as 10h, 14h e 15h. Se não tiverem grupos agendados, você pode bater um papo com o grupo e escolher as histórias. Eles são de uma gentileza imensurável!!! Ainda às sextas, 19h, para adultos, tem o espetáculo Divinas y Humanas. Sábados e domingos, também as 19h, eles apresentam O Mundo de fora pertence ao mundo de dentro, também só para adultos (é espetacular e o Tino vai escrever um tópico sobre esta apresentação). Sábados e domingos, 16h, Bicho do Mato é uma coleção de histórias para crianças a partir dos 3 anos. O Rei que ficou cego, encenado num cenário gigante repleto de surpresas cênicas, acontece também aos sábados e domingos, 17h.

Andrea Pinheiro estende seu riso largo e acolhedor por todo o espaço; Helena Contente traz no olhar uma bomba explosiva plena em emoções; Rosana casa experiência, simplicidade e criatividade; Cadu (Carlos Eduardo Cinelli) tem uma voz mansa que chega aos nossos ouvidos sem pedir licença e toma conta da nossa atenção assim, quase sem querer; Warley Goulart traz uma delicadeza e uma força no olhar... compõe e canta como se fizesse algo trivial, mas pleno em talento. Não vimos ainda o Edison contando histórias, mas ele – assim como outros - carrega consigo, além do dom de contar histórias, o talento para criar seus próprios tapetes-cenários.

Muito se diz que contar histórias com outros recursos – além do livro – não serve como incentivo à leitura. Fica “apenas” no segmento da pura e simples diversão. Ao ver pais e filhos juntos lendo os livros e procurando viver as histórias também nos “tapetes”, fica claro que foi daquele universo de letras, frases, parágrafos, capítulos, enredos que brotaram as linhas que teceram tanta beleza. Imagino que o grupo carioca faz um trabalho que, despido da formalidade didática, deixa no visitante a sensação de que o livro também é uma delícia. Mas esta é uma longa discussão que não cabe na mala deste texto.

O que posso dizer é que se você, leitor, mora em Brasília, ou passará por aqui até 09 de março, tem a obrigação de conhecer as maravilhas construídas por mãos e vozes do grupo carioca Tapetes Contadores de Histórias. Essa mistura de letras, linhas e fantasia não saiu da prancheta de Niemeyer, mas há quatro anos, no coração da capital do país, de janeiro a março, se torna candanga de coração e passa a ser nosso patrimônio cultural. Eu e Tino estamos por lá quase que diariamente. Descobrindo, aprendendo, levando os filhos e amigos para desfazer o nó da imaginação. A gente se encontra por lá!!! Hatuna Matata!

P.S.1. Para visitar a exposição e assistir as histórias é necessário descalçar os sapatos. Portanto, meias confortáveis são recomendadas. Como o visitante deve ficar agachado e/ou sentado para vivenciar as histórias, em nome do conforto, calças e bermudas também são bem vindas.

P.S.2. Na segunda foto, da esquerda para a direita, Andrea, Helena, Rosana, Warley e Eu. Ao fundo, o incrível cenário da história O Rei que ficou cego. Na última foto, detalhe do livro de pano El Misterio de las islas de Pachacamac, feito por artesão peruanos. Este e outros títulos estão à venda no local.

segunda-feira, 29 de outubro de 2007

Tatianices com sorvete!!!

No último domingo, 28 de outubro, saímos no final da tarde para tomar um sorvete ao lado da Livraria Cultura. Ou saímos para um passeio na Livraria Cultura ao lado de uma sorveteria. Duas coisas gostosas que adoramos fazer. Para os que não conhecem, a Livraria Cultura é um lugar especial para os Roedores de Livros. Um lugar amplo, cercado de bons atendentes e ótimos livros. Ouço muita gente falar que agora não vai mais à livraria, que compra tudo por internet, pois geralmente é mais barato... enfim. Pode até ser. Mas eu e o Tino ainda preferimos o contato tátil, visual e olfativo com o livro. É uma relação de afetividade. De aproximação. Às vezes - como aconteceu ontem - namoramos por um tempo com determinado exemplar até que ele possa definitivamente vir para casa.
Mas não foram os livros que nos surpreenderam naquele fim de tarde. A Revista da Cultura, distribuída gratuitamente no interior da loja veio com CONTEÚDO SOBRE LITERATURA INFANTIL (assim mesmo, em caixa alta). Pegamos uma edição e saímos para o sorvete tão desejado. Mas o Tino não teve paciência para ler depois de mim e voltou à loja para pegar um para si. O sorvete ficou mais gostoso. Logo nas primeiras páginas uma entrevista com TATIANA BELINKY. Nas fotos e no texto da revista dá para perceber que mora uma criança no coração daquela sorridente senhora. Nos livros da Tatiana, então... A entrevista foi feita por Carlos Moraes. São quatro páginas de história e paixão por livros. Frases como "Profissão de criança é aprender, mesmo quando está brincando"; "livro que não dá pra rir, que não dá pra chorar e não dá pra ter medo não tem graça", curiosidades sobre seu encontro com Monteiro Lobato e muito mais.A reportagem de capa da Revista da Cultura chama-se Ler para ser: como os pais podem ensinar os filhos a amar a leitura. A repórter Andréa Barros ouviu crianças, pedagogos e nomes importantes do cenário da literatura infantil como Eva Furnari, Rubem Alves e Fany Abramovich. No miolo da revista a reportagem ganha outro título: O que toda criança gostaria que seus pais soubessem. Achei muito apelativo e o texto não consegue passar tudo o que o título sugere. Não é um manual de instruções, mas oferece algumas idéias para pais apressados e com boas intenções.

Difícil encontrar conteúdo interessante sobre literatura infantil fora dos livros teóricos e dos sites tão repletos de teoria. A grande mídia - lida, vista e ouvida por pais ansiosos por conhecer estas novidades - ainda se omite em fazer uma cobertura de qualidade. Para nós, a ótima entrevista com Tatiana Belinki num suplemento de uma loja de livros foi uma belíssima surpresa. Tornou nossa tarde/noite de domingo mais prazerosa. Parabéns a livraria Cultura pela iniciativa. Que continue assim. Caso não tenha uma loja da Cultura perto da sua casa, você pode acessar o conteúdo da revista clicando nos seguintes links:

Entrevista com Tatiana Belinky

O que toda criança gostaria que seus pais soubessem

Mas se a loja estiver ao seu alcance, passe por lá, passeie entre os livros, namore com eles e ouça com atenção... pode ser que algum livro queira ir para sua casa. Hatuna matata.

P.S. Aqui no Blog já publicamos dois posts acerca da Tatiana Belinky. Caso você deseje navegar por eles, clique aqui e aqui.

A foto da Tatiana publicada acima é de autoria de Iara Venanzi e foi scaneada da Revista da Cultura.

segunda-feira, 17 de setembro de 2007

Brinquedos e badulaques com Rubem Alves

Na última terça, 11 de setembro, Brasília recebeu uma visita ilustre do mundo das letras e da educação. O professor Rubem Alves destilou suas impressões sobre a arte de ensinar para um público formado por professores da rede particular. Convidado por uma editora, se desfez do possível capuz de mero vendedor que este evento poderia sugerir, para – inclusive – brincar com o conteúdo gramatical obrigatório dos programas escolares como dígrafos e afins: “dígrafos não servem pra nada!”.
Nós roemos um buraquinho na parede e conseguimos entrar no recinto. Não podíamos perder as palavras do criador de metáforas geniais sobre educação como “País dos dedos gordos” e “Urubus e sabiás”. O encontro foi repleto de pequenas histórias como a de quando sua filha voltou do primeiro dia de aula. Ansioso, o pai perguntou: - Como é a sua professora? Resposta da pequena sensível: - Ela grita!!!
Daí, contou que a primeira aptidão que um bom professor precisa oferecer: gostar de crianças. A primeira coisa que deve professar: ensinar a VER. O educador enumerou as três etapas da vida – e isso vale para todos os mortais: Ensinar o que sabe; ensinar o que não sabe e o esquecimento. Deve-se esquecer o que aprendeu. Esquecer para lembrar. Confuso? Para explicar melhor, citou os Mestres do Zen Budismo que se dedicam a dar rasteira no pensamento das pessoas para que, sem as amarras dos “paradigmas” possam repensar. Ou seja, a teoria do Zen Budismo se encarrega de desensinar. Citou o paradigma medieval de que a terra era o centro do universo. Para que fosse aceita a idéia de Galileu Galilei de que a terra gira em torno do sol, foi preciso que a comunidade científica esquecesse a teoria até então em voga.
E tome histórias e poemas a encantar o público. O professor, que descobriu a poesia aos 40 anos, deitou palavras de Fernando Pessoa naquela tarde. “Pensar é estar doente dos olhos”. Depois, o primeiro slogan da coca-cola em Portugal, pelo poeta português: “A princípio estranha-se. Depois, entranha-se”. Vale para a literatura, não vale?

A história que mais gostei foi a de que o homem carrega duas caixas enquanto viaja pela vida. Na mão direita, uma caixa com objetos úteis, que Rubem Alves chamou de ferramentas. Extensões do corpo que servem para fazer algo, até então impossível de se fazer só com nossos recursos corporais ou coisas que podemos fazer mas com as ferramentas usamos de menor esforço. São melhorias do corpo. Na mão esquerda, o homem carrega outra caixa. Esta, repleta de objetos inúteis que o professor chama de brinquedos. Não servem pra nada, a não ser para nos dar prazer. As ferramentas são meios de vida, mas, sozinhas, não nos dão razão para viver. Na verdade, aprendemos a usar as ferramentas que abrem a caixa dos brinquedos. Nossa verdadeira razão de vida.

Rubem Alves desfilou seu “quarto de badulaques” repletos de dicas culturais. Falou de música clássica, citou o filme O Segredo de Beethoven, os livros de arte da editora Taschen, sua paixão pelo quadro Mulher de Azul Lendo uma Carta de Vermeer e pelas flores e caveiras de Georgia O’Keeffe, que nós também amamos. Livros? Rubem Alves despejou elogios à obra de Mia Couto, disse que gostou muito de O Caçador de Pipas e lembrou de uma obra de Milan Kundera chamada O Livro do Riso e do Esquecimento. Use a ferramenta da internet para descobrir estes brinquedos. É o que estamos fazendo por estes dias.
Por fim, Rubem Alves disse que o professor precisa ser educado para dar ouvido às crianças. Além de educar o olhar, é preciso educar o ouvir. O professor deve ser como uma mãe que garante, no seu silêncio observador, a mansidão do espaço da criança. Esta é, por fim, a essência da educação.
Chegamos famintos e saímos fartos. Devoramos os morangos que aquela tarde quente e seca nos ofereceu. Deliciosos. Brincamos muito naquele auditório. Se você ainda não conhece a obra de Rubem Alves não se intimide. Descubra “O País dos dedos gordos”, “Urubus e Sabiás” e outras de suas metáforas geniais no livro “Estórias de quem gosta de ensinar”. Depois de picado pelas palavras do professor você vai sentir uma vontade incontrolável de brincar com outros livros. Não é preciso ver Rubem Alves para se encantar por sua paixão pela educação. Leia e se apaixone também. Como diria o palestrante ao encerrar a sessão: “o pensamento tem gozo só de imaginar”.