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terça-feira, 27 de julho de 2010

Sorrisos e sustos

Para a mediação de leitura na manhã do dia 10 de julho separamos alguns livros de suspense e medo. Mas abri os trabalhos com músicas para destravar os sorrisos. Brinquedos cantados, vinícius de moraes e uma ou outra música minha para descontrair o ambiente. Era o dia de medir os contrastes.

O primeiro livro escolhido foi TIO LOBO (Xosé Ballesteros, il Roger Olmos, Callis). Quando o assunto é literatura politicamente incorreta e fabulosa, esse é um dos nossos livros preferidos, ao lado de A Promessa do Girino, Coelho Mau, A Pior Mulher do Mundo, Agora não, Bernardo... para citar alguns. É certo que existem pais e professores que podem até não gostar, mas as crianças se envolvem com esses livros. Tomam uns sustos pois as narrativas vez ou outra tomam caminhos incomuns. Mas isso faz parte. E no projeto, procuramos apresentar a boa literatura, que alcance as emoções das crianças. Não foi diferente com essa leitura. E a menina mentirosa teve um fim merecido, segundo a nossa turma.

A foto acima e abaixo mostra o jogo com o livro que uma boa mediação permite ao leitor. As crianças afastadas, envolvidas com o lobo que quer castigar a menina, aproximam-se do "perigo" para ver a cena, pois a curiosidade e a certeza da fantasia são mais fortes que qualquer razão. E elas estão certas. Ao final da história, a conversa segue sem traumas.

O segundo livro foi O HOMEM DO SACO (Rogério Trezza, Brinque Book) e o suspense tomou conta da nossa sala de leitura. É muito interessante ver como as palavras têm força para cutucar a imaginação da gente. Ufa!!! Ao final, não era nada daquilo que se pensava. Vamos para o próximo livro.

A leitura do terceiro livro - SETE HISTÓRIAS PARA SACUDIR O ESQUELETO (Angela Lago, Cia das Letrinhas) - foi demais. Incrível mistura de sustos e sorrisos num mesmo texto. A turma, lá pelas tantas, pegou o mote enquanto esperavam o setset chegar. Ana sussurrava: - Caioooooooo, Caioooooooo... E parecia que era meia-noite na saleta...

Por fim, uma leitura inteligente sobre o medo que mora dentro da gente. MAURÍCIO, O LEÃO DE MENINO (Flávia Maria, il Millôr Fernandes, Cosac & Naify) tirou a preguiça que deitou Isabela na almofada...

... para colocar a curiosidade dela quase dentro das páginas laranjas e negras do livro.

Foi uma manhã especial. Emocionante. Como tem sido as outras. Repleta de surpresas e boas histórias. Hatuna Matata.

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Como um espelho

Sábado, 03 de julho. Férias. Copa do mundo. Frio de rachar na Ceilândia, mesmo às 9h da manhã. Para esse dia preparamos algumas ações diferentes. Depois da seção musical, escolhemos os três livros da coleção que a editora Manati traduziu lá da Índia para as crianças brasileiras: Pega esse crocodilo e Tigre em cima da árvore (Anushka Ravishankar, il Pulak Biswas), e Elefantes nunca esquecem (Anushka Ravishankar, il Christiane Pieper).

Os livros têm excelência gráfica, onde texto e ilustração conversam entre si, saltam aos olhos do leitor ganhando novas formas e tamanhos, ultrapassando os limites da linha escrita. A palavra também ilustra a narrativa, contando histórias que prenderam a atenção da turma. Ver a força do livro (história e ilustração e projeto gráfico) durante uma mediação é um presente dos melhores para um Roedor de Livros.

Mas Ana Paula convidou algumas crianças a ler para nós. Essa era a grande surpresa daquela manhã. Queríamos ouvir suas vozes, a fluência da leitura, enfim, descobrir o pequeno roedor de livros que já despertara em cada um. Os livros escolhidos por elas ainda são pequenos em texto, mas foi grande a emoção em ver a história ganhar a sala em vozes e gestos que por vezes lembravam a mim ou Ana Paula.

Mesmo timidamente, estavam ali os jogos com o livro, ora criando o suspense, ora mostrando as ilustrações; e a capacidade de chamar a atenção do leitor-ouvinte. Foi como olhar no espelho e sentir-se ainda mais bonito, mais jovem, com um futuro cheio de boas histórias pela frente. E isso foi DEMAIS. Queremos mais!!! Hatuna Matata!!!

sexta-feira, 23 de julho de 2010

O peixe sushi apareceu no Roedores de Livros

"Quem me ensinou a nadar / Quem me ensinou a nadar / Foi, foi, marinheiro / Foi "os peixinhos" do mar..."

Foi com essa canção que o Tino abriu o encontro com as crianças naquele sábado, 26 de junho. Voltávamos de uma semana no Rio de Janeiro, em que participamos do Salão da FNLIJ, e estávamos ora com o som do mar arrebentando no Arpoador, ora com o silêncio do mar na enseada de Botafogo. Saímos de casa, então, com alguns livros que ambientavam suas histórias no mundo das águas salgadas.

O primeiro livro que mediamos foi ROSALINA - A PESQUISADORA DE HOMENS (Bia Hetzel, il Graça Lima, Manati) e o Tino aproveitou para contar como a autora tirava as fotos das baleias (ele ainda hoje acha impressionante imaginar a cena da fotógrafa amarrada na proa do barco, jogada pra cima e pra baixo pelas ondas, esperando encontrar uma baleia). A garotada ficou impressionada com a história que saiu no jornal e com as ilustrações mescladas com as fotos.

"Como pode um peixe vivo / Viver fora da água fria..."

A segunda leitura foi da lenda japonesa URASHIMA TARO (recontada e ilustrada por Lucia Hiratsuka, Global). E a fantasia começou a mexer com a fantasia da turma, já acostumada com o fundo do mar do Bob Esponja. Ao final, todos surpresos com a curiosidade premiada do personagem mítico japonês. Beleza e suspiros da nossa turma.

"Eu não dou daqui / Marinheiro só..."

Dava pra sentir a maresia entrando pela janela quando fui desdobrando o livro NO MAR (Jean-François Martin, Il Marie Aubinais, Scipione) e descobrindo seus personagens numa conversa louca e cumulativa em torno de um anzol. Diversão e informação.

Mas a turminha se esbaldou pra valer quando apresentei um dos presentes que trouxemos do Rio de Janeiro especialmente para o projeto: o livro OS MERGULHADORES (escrito e ilustrado por Mariana Massarani, Global). Foi abrir a primeira página e - de início - ver os olhos curiosos mergulhando no livro. Depois, o mergulho foi literal. Tudos se espremeram em torno do livro e das curiosidades que a autora pescou e distribuiu a todos.

Lá pelo meio do livro, duas pérolas para nosso baú de histórias: uma das crianças ficou de pé e rodou em cima do tapete, imitando um farol, com o braço estendido fazendo as vezes do facho de luz e uma voz soou mais alta que as outras para dizer: - Ih, só faltou o peixe sushi!!!

Por fim, separamos as turmas por gênero: meninos de um lado, meninas do outro e cada grupo foi desenhar o seu fundo do mar particular. Mais um dia espetacular. Hatuna Matata!!!


P.S. E o peixe sushi apareceu no desenho.

quarta-feira, 7 de julho de 2010

TV SENADO na toca dos Roedores de Livros...

Em 2006, poucas semanas após o início do nosso projeto, a jornalista Solange Calmon fez uma reportagem televisiva em que aparecíamos como um dos destaques. No sábado 12 de junho, ela e a equipe do programa INCLUSÃO, da TV SENADO, aportaram na toca dos Roedores de Livros para registrar as novidades após 4 anos de atividades.

A turma demorou a chegar. Até achamos que os jogos da Copa do Mundo iriam atrapalhar o andamento do projeto. Mas, parece que todos estavam combinados: a turma chegou de uma vez só e fizemos a festa para a garotada e para a equipe de TV.

Entre os livros que escolhemos para a mediação estavam O MONSTRO PELUDO (Henriette Bichonnier, SM) e A PIOR MULHER DO MUNDO (Francisco Hinojosa, Nova Fronteira). Dois livros que pescam a atenção e a interação das crianças. O primeiro, por sua construção cheia de rimas. O segundo, por mexer com uma personagem absurdamente má e apresentar um final criativo. Foi muito bom.

A reportagem já foi ao ar - como indicamos em post anterior. Em breve a gente vai publicar uma edição no Youtube mas, se vocês quiserem acompanhar antes, é possível assistir a reportagem completa navegando no site da TV SENADO. CLIQUE AQUI e assista ao programa. Desde já, agradecemos o carinho e atenção prestados por Solange e sua equipe. Foi um prazer recebê-los. Apareçam sempre que quiserem. Para reportar nossas ações ou simplesmente para participar delas. Hatuna Matata!!!

sexta-feira, 2 de julho de 2010

O Marcador de juízo!!!

Eu tenho uma paixão explícita pelo Israel. Ele é a expressão do que imagino ser uma criança feliz. A cada semana ele tem uma tirada diferente, que só poderia ter saído de uma cuca criativa, plena de infância. Uma delas foi durante a oficina que fizemos logo depois de ler o meu livro, Cadê o juízo do menino?, quando Ana Paula convidou a turma para fazer marcadores de livro. No alto dos seus seis anos, ele apareceu assim e disse: - Tá aqui o meu MARCADOR DE JUÍZO!!!

Escolhendo frutos saborosos

O mês de junho também chegou na toca dos Roedores de Livros e tivemos que fechar as janelas da sala de leitura. Apesar da claridade no céu azulado, sem nuvens, o frio chegou trazendo preguiça e um pouco de incômodo. Nessas horas a gente agradece ao novo espaço no Shopping Popular da Ceilândia e dizemos: - Que bom termos janelas para fechar e barrar o vento frio.

Na manhã do dia 05/06 decidimos ler os livros que as crianças escolhessem, dos expostos nos painéis da sala de leitura. A primeira escolha foi CHAPEUZINHO AMARELO (Chico Buarque, com ilustras do Ziraldo, José Olympio) e as brincadeiras que o autor faz com as palavras ficaram por um tempo rondando a sala mesmo depois da leitura. Todo mundo brincando com os trosmons, gãodra e outras criações. Depois, a garotada escolheu o livro COMO NASCERAM AS ESTRELAS (Clarice Lispector, ilustrações de Ricardo Leite, Nova Fronteira). Li a primeira história, que dá título ao livro de lendas brasileiras. Foi muito bom reviver o texto e perceber a atenção das crianças.

A turma gostou de escolher as histórias e a seguinte foi O CASO DAS BANANAS (Milton Celio de Oliveira Filho, com ilustras da Mariana Massarani, Brinque Book) e aí, todo mundo ficou de olho no livro e nas palavras para descobrir o mistério.

Por fim, a escolha recaiu em CADÊ O JUÍZO DO MENINO? (Tino Freitas, com ilustras da Mariana Massarani, Manati). E a leitura trouxe a turma para mais perto do livro, soltou os sorrisos e - depois da leitura - a meninada saiu à procura dos juízos escondidos no livro.

É claro que escolhemos a dedo os livros que vão para os expositores. E vez em quando a gente troca por novos livros. Ao final de cada mediação, as crianças tem um tempo para livres escolhas e leituras solitárias ou compartilhadas, como a da foto. Aos poucos, a garotada tem se sentido mais à vontade e pescado bons livros. Sempre conversamos sobre os autores e ilustradores. Estamos plantando - quem sabe - uma autonomia que preze pela qualidade dos frutos escolhidos para que a leitura siga tão saborosa quanto foi naquela manhã. Hatuna Matata!!!

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Entre crianças e monstros...

Monstros sempre habitaram o universo infantil. Falo daqueles que aparecem de vez em quando lá da terra do fundo da imaginação, ou às vezes nem aparecem, mas insinuam-se embaixo das camas ou dentro dos armários. Na manhã daquele sábado, 29 de maio, convidamos dois deles para fermentar a fantasia da garotada do Roedores de Livros.

O primeiro foi O MONSTRO MONSTRUOSO DA CAVERNA CAVERNOSA (Rosana Rios, com ilustras do André Neves, DCL) que com suas seis orelhas e dois narizes e a aversão a devorar princesas por preferir sorvete de chocolate ganhou de imediato a simpatia dos pequenos, que foram perdendo o medo inicial e congelando o olhar nas ilustrações maravilhosas e os ouvidos na história criativa. Juro que ouvi sorrisos apesar da monstruosidade do tema.

Depois foi a vez de convidar O GRÚFALO (Axel Scheffler, Brinque Book) a visitar nossa toca. De novo, o suspense inicial, todos sentados a uma distância segura para, no fim, quase entrarem nas páginas.
Depois da mediação, dividimos a turma em dois grupos, separados por faixa etária. Cada um com a missão de criar um monstro em conjunto.

O resultado? Bem, vou deixar um suspense, mostrarei só depois. Mas adianto que, desde então, apesar de guardarmos os dois monstros nas paredes da toca dos Roedores, a cada semana eles aparecem em lugares diferentes.

Daquela manhã, saímos com uma certeza: entre crianças e monstros, deve haver sempre um bom livro. Hatuna Matata!!!

sábado, 26 de junho de 2010

Roedores de Livros na TV SENADO (programa INCLUSÃO)


Olá, pessoal,
No início do mês recebemos a visita da jornalista SOLANGE CALMON e a equipe do programa INCLUSÃO da TV SENADO para a gravação de um dia de atividades no projeto. O programa apresenta vários projetos e personagens que tem a leitura e a literatura infantil como foco. O Roedores de Livros aparece logo na abertura. A reportagem poderá ser assistida nesse domingo, 27/06, as 9h e as 17h, na TV Senado. Sintonize aí na sua cidade e compartilhe da nossa companhia na telinha.

Assim que for disponibilizado no Youtube a gente posta aqui no blog.

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Se a casa é sonolenta, acordamos leitores!

Foi difícil acordar naquela manhã de sábado, 22 de maio. O Distrito Federal amanheceu com um friozinho gostoso e uma ventania que parecia soprar: ffffffffica em caaaaaaaaaaaaasa... Mas eu, Tino e Celio nos juntamos a outros tantos corajosos pequenos Roedores de Livros e fomos nos aquecer com histórias lá no Shopping Popular da Ceilandia. A sala estava quentinha e as almofadas, irresistíveis. Aproveitamos para ler A CASA SONOLENTA (Audrey Wood e Don Wood, Ática). Todos gostaram MUITO e depois, numa ideia gostosa e maluca, produzimos a foto acima para vocês.

Para levantar do tapete foi preciso o Tino empunhar o violão e abrir a sessão musical com o Sai Preguiça, Pezinho de Limão, Borboletinha e outras canções de despertar meninos quietos. As músicas ganham a cada semana mais adesões à medida que as crianças vão se familiarizando com o repertório. Aparecem as favoritas, cantam mais alto e, por vezes, trazem sugestões de casa.

Há algumas semanas temos trabalhado o desenho com as crianças, através de livros e exercícios que são antes de tudo diversão para os dedos e a imaginação. Tudo isso com um motivo muito especial, mas que não vamos contar agora. Como parte desse exercício do olhar e do compor, levamos dos livros sem texto que são clássicos do nosso repertório - e de muita gente por aí: O ALMOÇO (Mário Vale, Formato) e ZOOM (Istvan Banyai, Brinque Book).

Mas a garotada não tá nem aí pro tal exercício. Na verdade, todo mundo se divertiu dando voz às imagens. Em O Almoço, foi um frisson louco o suspense ao abrir - e não abrir - a última página. Teve gente que não queria ver de jeito nenhum e outros que se aperrearam ao imaginar a cena sugerida. E aí, foi delicioso ver o olhar de surpresa de todos diante da pegadinha visual proposta por Mário Vale nesse livro. Show de bola.
Quanto ao zoom, a cada página que passava, as crianças foram entrando no jogo e prestando mais atenção nos detalhes para tentar adivinhar o que surgiria mais à frente. Ao final de leitura coletiva, experimentamos o livro de trás pra frente e foi igualmente deliciosa a sensação. Nossa turma mergulhou fundo no desafio de ler dois livros sem texto. Passaram com louvor.

Ao final daquela manhã entregamos folhas de papel recortadas num tamanho diferente, comprida e estreita, para que a turma desenhasse, ocupando os espaços da melhor maneira possível. Criatividade, originalidade e algumas imitações, afinal, o olho curioso sempre atina para o que acontece ao lado ora para não fazer igual, ora para procurar um norte. O dia foi assim: começou sonolento e terminou cheio de leitores, no sentido mais amplo que essa palavra pode ter. Hatuna Matata!!!

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Roedores no brejo: rãs, sapos, um pouco de medo e um barquinho de papel.

Na manhã do sábado 15 de maio escolhemos algumas histórias chieas de batráquios: Três livros e um conto popular na manga, além de uma historinha divertida para ensinar a turma a fazer barquinhos de papel. Pode parecer mentira, mas as crianças não sabiam fazer. É capaz até de você, leitor desse blog, não lembrar de como se faz. Mas quando eu era menina me divertia à beça soltando barquinhos de papel nos cantos de rua por onde corria a água da chuva.

A primeira história foi o conto A Rã Santa Aurora, do livro OS BICHOS QUE TIVE (Sylvia Orthof, com ilustras de Gê Orthof, Salamandra) - um dos preferidos dos Roedores de Livros. O texto conquista a atenção das crianças mesmo com as poucas e belas ilustrações de Gê. É a história de uma rã, presente que pai da menina Sylvia trouxe de uma viagem. Ela queria mesmo era uma nuvem, mas a rã veio numa caixa e trouxe muitas histórias consigo. Divertidíssimo. Aliás, o livro todo.

Na sequência, O SACO (Nova Fronteira), clássico primeiro livro da dupla dinâmica Ivan & Marcello (clique AQUI e saiba um pouco mais da história do livro, segundo Zigg (o Ivan). No livro, uma bicharada sacode o saco para descobrir o que tem lá dentro. O livro tem o dedo do Ivan. Garantia de surpresas no texto, boas risadas e ótimas ilustrações.

Aí, uma das meninas pediu para ler O BICHO-MEDO E SEU SEGREDO (de Eliane Pimenta, com ilustrações de Mateus Rios, Manati). O livro estava no expositor e instigava a curiosidade da turma pelo seu título curioso (ninguém resiste a saber um segredo) e a ilustração genial do Mateus Rios. A cada página, o texto sussurrava um bicho estranho que atiçava o olhar da turma que ao ver as criações medonhas que habitavam o menino Leonardo. Foi uma pausa na saparia. Mas a garotada se amarrou na trama.

Findo o segredo do bicho-medo, foi a hora de sacar um brinquedo inflável para contar a fábula O Sapo e o Boi. O sapo foi inflando, inflando, inflando até... A turma quase estourou de rir com a performance "do sapo". E percebeu na hora o caminho tortuoso da inveja do batráquio. Essa história você encontra no livro FÁBULAS DE ESOPO (Cia das Letrinhas).

Separamos para o final a história de MÁRIO, O MARINHEIRO que aprendi há muito tempo atrás. A partir de uma folha em branco e um personagem navegador (marinheiro, pirata, etc) o mediador constrói um passaporte, um chapéu, um barquinho de papel entre outras coisas até chegar à camisa do personagem principal.

Todo mundo ligado, de olho nos desdobramentos da folha e da história (um dia desses a gente posta no youtube). Mal sabiam que na oficina de artes iriam aprender a fazer o seu barquinho de papel e os segredos para contar a história em casa. Foi uma farra de criança. Animada e descomportada e criativa. Hatuna matata.

quinta-feira, 27 de maio de 2010

4 anos de Roedores de Livros (2006 - 2010)

O céu da Ceilândia estava particularmente belo, sem nuvens, naquela manhã de sábado, 08 de maio. Ainda não sabíamos, mas seria um dia incrível no Roedores de Livros. Não só por que comemorávamos quatro anos de atividades (o projeto teve início em 6 de maio de 2006), mas por que as crianças apareceram em massa. Ah, teve outro motivo muito especial, mas só podemos dizer em junho. Por enquanto, cruzamos os dedos. 9h. A casa estava pronta para receber os amigos.

A garotada foi chegando, foi chegando e aí, o jeito foi abrir o tapete vermelho na sala de entrada. Três novos visitantes: Israel, Isabel e Isaac. Depois, dois irmãos (Fernando e Paulo). Ainda vieram duas Vitórias, Ana Clara, Sara, Tiago, Cauã, Cecília… aturma foi chegando como nunca naquele dia.

Tino começou com uma sequência de cantigas tradicionais: O sapo não lava o pé, Minhoca, Borboletinha, Dona Aranha, A Barata… e todo mundo foi participando, pedindo músicas e as canções ecoando pela sala, descendo pelas escadas e atraindo mais crianças.


Chegou a hora das histórias. Eu tinha levado alguns livros super-super para a mediação e comecei com A vaca que botou um ovo (Andy Cutbill, com ilustrações de Russel Ayto, Salamandra). Diverte e surpreende. O final é muito legal. E as crianças curtiram.

Mais crianças sentaram no tapete. Quase 30!!! Hora de ler Comilança (Fernando Vilela, DCL). O livro tem um formato que - junto com as ilustrações do autor - arregala o olho da gente. A cada página uma surpresa. Uma criança mais impaciente se levanta lá atrás da roda, outra criança se inclina ainda mais na direção do livro. Alegria, gente. A leitura foi um sucesso. Interação, integração, emoção. Foi demais!!!

Depois, Tino leu um livro que foi surpresa para todos: Shrek! (Wiliam Steig, Cia das Letrinhas). Ali, nenhuma criança sabia que o filme surgiu depois do livro. Tentavam adivinhar a história e ficavam mais e mais curiosos ao ver que, apesar de alguns personagens em comum (Shrek, burro e princesa), havia outros e um enredo diferente mas muito, muito engraçado. Divertiu tanto quanto o filme.

Terminada a mediação, Edna, Célio e Clara Etiene (nossa convidada especial, responsável direta por estarmos de casa nova) prepararam uma mesa especial para os parabéns. Bolo, suco, refrigerante e um monte de gente confraternizando conosco. Poses para as fotos, palmas, uhús e muita alegria.

Casa cheia, foi preciso dividir as crianças em três grupos. Um grupo ouvia Clara Etiene e o Tino mediando outros tantos livros. O terceiro, fazia Barangandões com Ana Paula. Depois de um tempo, trocávamos os grupos de lugar enquanto Edna coordenava a distribuição de tarefas, de crianças e tudo o mais que fosse preciso.


Outro grupo escolhia os livros para uma leitura ora compartilhada, ora sozinha, mas sempre sob o olhar atento do Célio. O terceiro, fazia Barangandões comigo. As crianças maiores serviram de monitores para os menores e isso foi muito legal. Depois de um tempo, trocamos os grupos de lugar enquanto Edna coordenava a distribuição de tarefas, de crianças e tudo o mais que fosse preciso.

Meio-dia, cansados e felizes, saímos da Torre A do Shopping Popular da Ceilândia com a certeza de que livros e crianças precisam se encontrar mais, produzindo manhãs cheias de fantasia e alegria. No térreo, muitos barangandões balançavam no ar. Como é bom ser criança. Como é bom viver a infância. Estamos prontos para mais quatro anos. E outros tantos. Hatuna Matata.