Mostrando postagens com marcador Drops Infantis. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Drops Infantis. Mostrar todas as postagens

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Roedores no Educar para Crescer

Num passeio pela internet, encontrei neste sítio da Editora Abril a reportagem que a jornalista Débora Menezes escreveu sobre o nosso projeto na revista Nova Escola, Edição Especial sobre LEITURA. No site da Abril, eles colocam Ceilândia como cidade de Goiás (o que está incorreto e difere da informação da fonte impressa original). No mais, se vocês não tiveram acesso a revista, podem conhecer parte do seu conteúdo e se inteirar um pouco mais sobre o nosso projeto. Boa leitura a todos! Hatuna Matata!!!

terça-feira, 12 de agosto de 2008

Bula.

O título deste post guarda um duplo sentido: O primeiro, é verbo, pois esta lata contém frases de pura diversão. Então, pode bulir. O segundo, é puro substantivo, inspirado naquela folha com informações sobre medicamentos. Com base nestas duas referências, criamos uma Lata de Trava-Línguas para o curso A Arte de Contar Histórias que ministro na Secretaria de Educação do GDF. O Tino bolou a arte e o texto que faz a apresentação que enrola a língua, embola o juízo e destrava sorrisos. Leia a seguir:

Medicamento macrolingüótico maleável ministrado por médicos, mestres, mascates e músicos, que movimenta o maior mecanismo muscular da mucosa matracal, mexe com as mitocôndrias, muda o modo dos muxoxos e melhora a maneira materna de ministrar maluquices de muitos meninos e meninas malinos, melosos, mimados, molengas, mudos e muito mais.

terça-feira, 5 de agosto de 2008

Elias José no mundo do Faz-de-conta.

Basta dizer esta palavra,
tão íntima e amiga,
e ganhamos asas
e tudo era uma vez.
Tudo vira só sonho e magia.

Dizer FAZ-DE-CONTA
é como se dissesse
ABRACADABRA
e se entregasse à fantasia.

(Poema FAZ-DE-CONTA, de ELIAS JOSÉ, publicado no livro PEQUENO DICIONÁRIO POÉTICO-HUMORÍSTICO ILUSTRADO - Editora Paulinas, com ilustrações de Elisabeth Teixeira).

Foi no último sábado, 02 de agosto de 2008. Recebemos um email informando esta triste notícia que foi confirmada pelo site do EPTV. Nosso querido amigo poeta Elias José, desfrutava merecidas férias na praia de GUARUJÁ, em Santos, quando mergulhou na fantasia de seus versos e foi conhecer de fato o mundo do FAZ-DE-CONTA. Um fazedor de versos, de voz forte, sorriso largo, sempre acolhedor, Elias José junta-se a José Paulo Paes e a poesia faz a sua festa no céu. Daqui, nós, leitores e amigos, guardamos com carinho os momentos divididos com o Poeta tanto na companhia de seus livros quanto ao seu lado. Desejamos aos seus familiares muita paz e conforto, na certeza de que Elias José deixou para todos nós uma obra literária ímpar e, portanto, deve estar neste momento, poetando para os anjos, namorando as nuvens.
(...) Coitado dos que não têm tempo
para namorar as NUVENS.

Trecho do poema NUVEM do mesmo livro supra citado.

sexta-feira, 11 de julho de 2008

Livros para os Roedores e diversão para as crianças.

Queridos amigos, assim como aconteceu em 2007, durante o mês de julho, a loja FNAC Brasília nos ajuda numa campanha de arrecadação de livros infantis e juvenis que já está acontecendo. A parceria oferece também cinco oficinas de brinquedos populares durante as férias - também na loja. A estréia das oficinas acontece nesta sexta, 11 de julho, às 16h30, com a customização de fantoches. A participação nas oficinas é gratuita, mas há um limite de participantes. Você pode saber sobre todas as oficinas e obter mais informações no site da Fnac ou pelo telefone (61)21052000. Sua doação pode ser feita a qualquer momento no interior da loja (procure um atendente) e o acervo fará parte do acervo do projeto. Esperamos a sua visita.

sexta-feira, 4 de julho de 2008

Heranças da Leitura

Na última terça, 01 de julho, assisti a palestra HERANÇAS DA LEITURA, em que o escritor Léo Cunha e sua mãe – também escritora, teórica da literatura infantil - Maria Antonieta Antunes Cunha contaram sobre os alicerces familiares e educacionais que os aproximaram dos livros. O encontro, promovido pela Distribuidora de Livros Arco-Íris, Editora Dimensão e EAPE (Escola de Aperfeiçoamento dos Profissionais da Educação), aconteceu em Brasília, no auditório do Centro de Convenções Ulysses Guimarães, e foi direcionado aos cursistas do BIA (Bloco Inicial de Alfabetização). Eu fui de metido e curioso. Com isso, ganhei uma tarde ótima na companhia das palavras de Léo e Antonieta e de outros queridos amigos como Aldanei Andrade (Firimfimfoca) e João Bosco Bezerra Bomfim (autor do Romance do Vaqueiro Voador).

Léo Cunha contou que a primeira lembrança que brota quando fala sobre livros e leitura é a da figura do seu avô. Ele o via sempre na companhia de um livro grosso e de capa azul nas mãos, quase como uma extensão do corpo. O menino Léo, curioso, um dia perguntou ao avô: - O senhor nunca termina de ler este livro? O avô, respondeu que sim, mas a leitura era tão prazerosa que ele recomeçava a ler sempre que chegava ao fim. O livro era Grande Sertão Veredas, de Guimarães Rosa e foi lido e relido mais de 20 vezes pelo velho senhor. Quando o avô de Léo faleceu, em 1994, a avó queria que o livro fosse enterrado com seu leitor mais querido. O neto, amante dos livros e do avô, escondeu a relíquia até ser descoberto, ao que argumentou: - Vó, eu não quero nada de herança que não seja O LIVRO DO MEU AVÔ. A mãe dele também ofereceu a sua parcela de CULPA por ter um filho tão afeiçoado ao universo da literatura. Foi Maria Antonieta quem abriu a primeira livraria exclusivamente infanto-juvenil em Belo Horizonte. Léo, depois da aula, batia ponto na loja, devorava todo o acervo e ainda dava dicas aos clientes. Lia tanto que quando perguntavam a sua irmã – outra apaixonada por livros – se ela gostava de ler, ela respondia: - Eu não. Quem gosta MESMO de ler é o Léo.

Hoje, o menino leitor é escritor premiado que sofre a influência inusitada da sua filha Sofia, que o ajudou, por exemplo, a formatar o texto do livro Contos de Grin Golados. Outra herança afetiva de Léo foi a escritora Sylvia Orthof. Durante a palestra, Léo Cunha brindou o público com trechos de seus livros Pela Estrada Afora (influência da personalidade do avô), o já citado Contos De Grin Golados, Profissonhos e Cantigamente – este, infelizmente, esgotado. Eu e Ana Paula gostamos muito das suas histórias e poemas. Léo, talvez por ter sido contaminado com tanta herança, sabe alcançar a imaginação dos pequenos. Ah, quase esqueci: o cara é super simpático.

Já sua mãe, Maria Antonieta, também simpática, falou emocionada da forte herança literária que recebeu não do seu pai (avô de Léo), mas de sua mãe. A pequena Antonieta sofria de um problema nos olhos que a impedia de ler os livros da escola e os de histórias. Esta tarefa era feita com paciência e amor por sua mãe. Assim, fábulas, contos de fadas e outras maravilhas eram colhidas pelos olhos da mãe e depositadas nos ouvidos da pequena Antonieta. Tal como uma mãe-passarinho, sua mãe a alimentou com histórias saborosas que tornaram a mulher Maria Antonieta, curada do problema ocular, uma estudiosa da Literatura Infantil. Em sua palestra, falou das delícias de ler O Gênio do Crime de João Carlos Marinho. Reforçou a idéia de que há 02 pilares quando se fala de heranças da leitura: um, da família, outro, do educador. Os pais, são importantes enquanto formadores de leitores quando são vistos lendo por seus filhos, quando lêem para eles e quando oferecem livros para os pequenos. Já o educador deve ser, antes de tudo, um leitor. Depois, precisa colocar sua criatividade e ousadia a serviço das oportunidades de encantamento literário do aluno. Por fim, a autora do livro Literatura Infantil – Teoria e Prática, encerrou a fala, dizendo que a Literatura Literária é capaz de suprir o imaginário, o coração e inclusive, o inconsciente do cidadão. Embora, dentro da concepção escolar, esta Literatura não sirva para “nada”, pode “apenas” aquecer a alma e o coração. “Abrir” a cabeça do leitor.

Saí de lá certo de os Roedores de Livros – como aconteceu naquela tarde - encontrarão ainda muitos parceiros nesta lida de mostrar que a literatura, por si só, é importante para a formação do cidadão. Uma herança das mais ricas que podemos deixar aos nossos filhos, a todas as crianças. Hatuna Matata.

quinta-feira, 3 de julho de 2008

sábado, 21 de junho de 2008

Mil novecentos e lá vai pedrinha...

Foi na quarta passada, numa livraria da cidade. Entre tantos livros pescados na estante descobri este dinossauro vivo!!! Gente, eu fui alfabetizado em mil novecentos e lá vai pedrinha por este livro no interior do Piauí. Outras duas pessoas que estavam comigo nesta redescoberta disseram que em Minas e Pernambuco também aprenderam com Caminho Suave de Branca Alves de Lima. Fiquei surpreso mas, embora meu tino jornalístico me impelisse a romper a película que envolvia a obra, preferi que ela ficasse lacrada. Talvez minha memória pifasse com tantas recordações. Quase 30 anos depois este livro estava perdido na seção de literatura infantil. Uma viagem no tempo. Êita. Bufo!!! Aff.

sexta-feira, 13 de junho de 2008

Literatura Infantil nas bancas de revistas.

Queridos amigos, nos últimos 15 dias, três publicações refrescaram o desejo dos amantes da Literatura Infantil e Juvenil de encontrar fora do meio acadêmico e literário - tão especializado e distante do público comum - reportagens sobre o tema. Todas encontram-se nas boas bancas de revistas. É só dar um pulinho para fora de casa, desembolsar uns poucos reais e trocar figurinhas com Ruth Rocha, Nelly Novaes Coelho, Ilan Brenman, Odilon Moraes e Fabrício Carpinejar entre outros.
A edição especial da revista Discutindo Literatura (Escala Educacional), destaca o gênero infanto-juvenil numa edição primorosa que aborda desde um pequeno histórico da sua evolução, passando por idéias para cultivar leitores, a importância dos clássicos da literatura e dos contos de fadas, da contação de histórias na formação do leitor (êba!!!), o aumento de livros sobre a cultura negra e indígena, o envolvimento entra arte e literatura e outros assuntos. Clique na imagem acima para ler o índice. Estou certo que vai te motivar a procurar a revista nas bancas. Assim como o especial Projetos de Leitura da revista Nova Escola, o exmplar acima é um prato cheio. Estão lá Bartolomeu Campos de Queirós, Heloísa Prieto, Daniel Munduruku, Rui de Oliveira, Anna Claudia Ramos... Tanta gente boa reunida em 66 páginas recheadas com assuntos relevantes sobre a Literatura Infantil.
Outro lançamento que surpreende é a revista Língua Portuguesa (editora Segmento) que destaca na capa uma entrevista com Ruth Rocha tocando num tema delicado: a coragem para romper velhos padrões da escrita para crianças. A entrevista ganha cinco páginas nesta edição e a autora de clássicos como Marcelo, Marmelo, Martelo fala do seu processo de criação, os problemas que encontra em muitos livros infantis, a febre em publicar livros sbre "bons costumes", fala sobre a literatura infantil nos tempos da ditadura e por fim, responde de forma suscinta ao repórter sobre qual dica daria aos pais para que possam identificar um bom livro infantil: "Escolheria os clássicos. É o melhor critério". A revista ainda apresenta duas páginas sobre o bom livro infantil. Adriana Falcão, Odilon Moraes, Cárcamo, Tatiana Belinky, Ilan Brenman e Ivan Zigg falam sobre as virtudes e pecados que envolvem a produção literária para crianças e jovens.
Por fim, depois de uma semana de espera, chegou ontem à banca próxima da minha casa a edição de junho da revista Crescer (Globo) em que destaca na capa e relação do que considera os 30 melhores livros infantis do ano. São 12 páginas que, além dos livros, apresentam um belo projeto gráfico e quadros com curiosidades, dicas e entrevistas com personalidades do mundo do livro. A escolha foi baseada nos votos de 38 jurados escolhidos entre integrantes da FNLIJ, de projetos de leitura, educadores e demais especialistas em literatura infantil. A lista surpreende com a inclusão de alguns livros ótimos, porém menos badalados, como Não Vou Dormir (Christiane Gribel, com ilustrações de Orlando, Global), Morcego Bobo (Jeanne Willis, ilustrações de Tony Ross, Martins Fontes), Toda Criança Gosta (Bia Hetzel, ilustrações de Mariana Massarani, Manati) e O Rei Maluco e a Rainha Mais Ainda (Fernanda Lopes de Almeida, ilustrações de Luiz Maia, Ática). Surpreende também pela presença de alguns livros que, a meu ver, não deveriam constar nem na lista dos 60 melhores. No final, o trabalho de Cristiane Rogério e Marina Vidigal cumpre o seu papel: antes de premiar o melhor livro (a revista acertadamente opta pelo plural), a revista premia seus leitores - e eu me incluo neste rol - com uma reportagem ampla que, antes de tudo, estimula um passeio à livraria para conhecer as indicações. E isso já vale por todo o trabalho.
Mas a revista Crescer de junho oferece outras delícias para quem gosta de literatura para crianças. Além de uma página escrita por Tamara Foresti dedicada a decifrar os números da pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, do Instituto Pró-Livro, chamo a atenção para a coluna de Fabrício Carpinejar, chamada Primeiras Intenções, publicana na página 76 com o título de Era uma vez outra vez. É o melhor da edição de junho. Carpinejar descreve, de forma a arrepiar o leitor, a relação de seu filho com a literatura. No meio disso, um encontro inusitado com Os Problemas da Família Gorgonzola, de Eva Furnari. Imperdível!!! Clicando acima, você pode ler a inrodução do texto. Espero que você tome coragem, desligue o computador e vá até a banca mais próxima comprar a revista. Vale a pena. Hatuna Matata!!!

segunda-feira, 28 de abril de 2008

Os Melhores de 2007 - Segundo a FNLIJ

Queridos amigos. Saiu hoje a premiação da FNLIJ (Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil) para os melhores livros publicados em 2007. Muita coisa nós ainda não conhecemos. Alguns já resenhamos por aqui como A Invenção de Hugo Cabret, Histórias Tecidas em Seda e Zubair e os labirintos. Outros, como O jogo de amarelinha, A pequena marionete, As mais belas histórias das Mil e uma noites, Minha Ilha Maravilha, Poeminha em língua de brincar e João Felizardo o rei dos negócios nós já levamos para tomar um café e alguns vieram para nossa toca.
O que surpreendeu por aqui foi a inclusão do ótimo O amor e o diabo em Angela Lago: a complexidade do objeto artístico (André Mendes, UFMG), vencedor na categoria O Melhor Livro Teórico. Apesar de não contar com a força de divulgação de uma grande editora, o seu texto falou mais alto e se impôs, merecidamente. Sua visão sobre o Cântico dos Cânticos - livro de imagem na lista dos meus preferidos - é surpreendente.
A grande vencedora foi a Companhia das Letras com três indicações, seguida da Cosac & Naify, Edições SM, Cortez e Ática com duas, cada. Ou seja, um resultado bem mais equilibrado que o do ano passado. Devo confessar que senti falta de alguns livros, mas toda premiação nos deixa com essa sensação, não é mesmo? Receber uma láurea da FNLIJ é muito importante e ajuda a movimentar o mercado editorial infanto-juvenil. Isso é ótimo. 2007 foi um ano de grandes publicações. E este ano também começa promissor. Aproveito e convido todos a comparecerem ao Salão do Livro da FNLIJ que acontecerá no final de maio, no Rio de Janeiro. É um exemplo de como se deve tratar a Literatura Infantil desde seus autores até o público que freqüenta. Mais informações no SITE DA FNLIJ.
Parabéns aos vencedores! Parabéns à FNLIJ. No final, ganha sempre a nossa Literatura Infantil.

quinta-feira, 17 de abril de 2008

Brinquedos Populares na Memória

Todos sabem que o Roedores de Livros é – antes de qualquer outra atividade secundária (sim, elas existem!!!) – um projeto de incentivo à leitura junto a crianças carentes da periferia do entorno de Brasília. Sabem também que nosso trabalho é voluntário pois, se fôssemos esperar pela burocracia, ainda estaríamos preenchendo formulários e anotando os números de protocolos. Somos mais educadores que profissionais do ramo de projetos culturais e por isso, convivemos diariamente com as dificuldades financeiras que abrangem nosso projeto. Mas os obstáculos estão aí para serem superados. Com todo o poder de “evolução” inerente ao ser humano, nosso grupo tem imaginado estratégias para conseguir manter um caixa básico para bancar o lanche, faxina, materiais para as oficinas e outras “emergências”. Uma das idéias – são várias – é a de fazermos produtos para venda direta aqui no Blog. Temos percebido o interesse de muitas pessoas por nossas sacolas – e elas estarão à venda até o final de maio (dois modelos). Outro produto em estudo são as camisetas com frases de livros (estamos conversando com alguns autores para a liberação dos direitos). Mas o primeiro produto made in Roedores de Livros que esgotou num pulo foi o Jogo da Memória – Brinquedos Populares.
Tudo começou com um e-mail que recebemos da querida Camila Carrossine, que tem um blog lindo, lindo, lindo chamado Karaminholas. Ela se mostrou encantada com o projeto e logo, logo nós pensamos em algo para fazermos juntas. A idéia foi que ela fizesse ilustrações de brinquedos populares e os Roedores produziriam um jogo da memória a partir dos desenhos. Gente... ficou LINDO!!! Levamos o primeiro "lote" para Goiânia e voltamos apenas com o jogo na memória. Vamos fazer mais para breve. Mas se você quiser um jogo, entre em contato pelo nosso e-mail roedoresdelivros@gmail.com e deixe lá o seu recado. No mais, queremos deixar aqui, publicamente o nosso MUITO OBRIGADO à Camila, dizer que ADORAMOS o seu curta metragem MARIA FLOR (pois é... a moça também trabalha com animação e o seu amado, Alê Camargo, produziu o premiadíssimo CALANGO, entre outras façanhas. Enfim, tudo muito lindo. Este papo de oferecer produtos Roedores de Livros para a auto-sustentação do projeto sem termos que – necessariamente – pôr a mão no bolso está em gênese. No futuro, quem sabe, teremos uma franquia em Nova Iorque, outra em Quixadá e uma terceira em Atlântida (hehehe). Afinal, desde que o mundo é mundo, os roedores habitam nos locais mais impossíveis. Ah... mas em cada lugar desses, a gente leva um punhado de livros e junta outro tanto de crianças e seguimos com as maravilhas. Brincadeiras à parte, vejam como o Jogo da Memória ficou lindo!!! E é isso!!! Hatuna Matata.
Nesta foto, Tino, Alê Camargo, Camila Carrossine e eu.

sexta-feira, 11 de abril de 2008

Doe um LIVRO USADO e ganhe um NOVO!!!

DOE SEU LIVRO USADO E GANHE UM NOVO!!!

O grupo FIRIMFIMFOCA participa de evento no TERRAÇO SHOPPING (HC/AOS Entrequadras 2/8 Lt 5 Octogonal - (61) 3223-1617) capitaneado por uma campanha de DOAÇÃO DE LIVROS INFANTIS para o projeto ROEDORES DE LIVROS.

O grupo FIRIMFIMFOCA apresenta histórias infantis de Sylvia Orthof no Terraço Shopping durante os sábados de abril, comemorando o mês do livro, participando da campanha DOE SEU LIVRO USADO E GANHE UM NOVO.

Nesta campanha, o doador leva um exemplar usado para a livraria LEITURA, no interior do Shopping e ganha um exemplar participante da promoção. São 50 livros por semana – o que não impede que o público possa também fazer uma simples doação. Vale ressaltar que a campanha visa arrecadar livros infantis, de literatura (não didáticos). Os livros arrecadados serão doados para a biblioteca do Projeto Roedores de Livros, que acontece nas manhãs de sábado, na Ceilândia.

O grupo FIRIMFIMFOCA preparou três sets diferentes para as apresentações do Terraço Shopping. A estréia acontece no próximo sábado, 12 de abril, às 18 horas, em espetáculo aberto ao público (gratuito) na Praça das Palmeiras. Em 40 minutos, o grupo apresenta as histórias A Fada lá de Parságada, A Bruxa Uxa e o elefantinhozinhozinhozinho, O Sapato que miava e Maria vai com as outras.

A Fada lá de Parságada é um belíssimo belo texto poético descrevendo a fada poesia, uma fada preta. A Bruxa Uxa e o elefantinhozinhozinhozinho conta sobre uma de suas personagens mais famosas de Sylvia: UXA, que era ora fada, ora bruxa, personagem gorda com dois peixes nos olhos e os cabelos melados de mel. Nessa história, ela encontra o elefantinhozinhozinhozinho que, como o nome já diz, é minúsculo. O Sapato que miava fala do gato Fedelho, tão boa vida que vivia enfiado no sapato de sua dona, uma velha, que calçava seus sapatos com o gato dentro, ele, a cada passo ia miando, miando, miando... Enfim, Maria vai com as outras é a história de uma ovelha que só entra em fria por fazer tudo que suas amigas fazem até que um dia descobre sua autonomia.

Apareçam por lá, levem suas crianças e participem da campanha de doação de livros!!!

quinta-feira, 3 de abril de 2008

Saudades, guri. Saudades.

"Foi uma jornada e tanto. Daquele 23 de fevereiro de 2002, com uma apresentação sensacional da Elisa Lucinda, até hoje, 31 de março de 2008, a Esquina da Palavra valeu uma vida. Estou fechando a livraria com um tremendo orgulho por esse período todo. A alegria que encontrei aqui, os amigos que fiz, a pequena parcela na vida de cada um de vocês, os livros editados, os autores que aqui autografaram - não tenho como não falar da Valéria Grassi, das adrianas Falcão e Lisboa, do Marçal Aquino, do Bonassi, do John Gledson, do Ismail Xavier e tantos outros que é até injusto citar só alguns -, leram seus livros, beberam e curtiram esse canto de Brasília, até mesmo essa agonia financeira que muitos de vocês viram acontecer, tudo isso vai ficar para sempre comigo."

Com estas palavras, nosso querido Lourenço Flores inicia sua carta informando o enceramento das atividade da nossa livraria de estimação Esquina da Palavra. Todos sentimos muito. Ao mesmo tempo, conhecemos as dificuldades e torcemos para que o amigo siga seu caminho sem tantos obstáculos. Para não me demorar nas palavras, copiamos texto da jornalista Conceição Freitas publicado ontem no jornal Correio Braziliense. Assinamos embaixo. O resto é silêncio.

"Acabou um paraíso

Se o paraíso é uma espécie de livraria, como dizia Jorge Luis Borges, uma espécie de paraíso acabou de acabar, a livraria Esquina da Palavra, na 405 Norte. O mesmo Borges inventou uma biblioteca de Babel, muito gigante, onde caberiam todos os livros que foram escritos e os que ainda vão ser, todas as histórias de todas as pessoas, tudo o que cada uma viveu e o que cada uma poderia viver.

A biblioteca do Borges ocupa salas hexagonais, como uma colméia, cada uma delas com o mesmo número de prateleiras, que se repetem ao infinito. Livros sobre todos os temas que pertencem ao mundo, os que não pertencem, os que já pertenceram e os que ainda vão pertencer. Muitos totalmente aloprados, mistura de todas as combinações de letras, de tal modo que é impossível lê-los.

Claro que a biblioteca de Borges é uma metáfora. Do universo, dizem. Da complexidade e infinitude do cosmos e de todas as possibilidades imagináveis e inimagináveis de tudo que o contém. Hoje já tem gente aproveitando o conto para uma metáfora da internet , a rede de compartimentos infindáveis.

A biblioteca de Babel é aterrorizante. Ela existe para nos avisar de que o todo é inalcançável e maluco de quem imaginar que pode dominar o conhecimento completo de tudo o que existe no cosmos.

A Esquina da Palavra era uma livraria sem a ambição inexeqüível da completude. Fez escolha: literatura, com exceção para livros importantes de áreas do conhecimento. A Esquina da Palavra era teimosa: quis manter acesa a idéia de uma livraria que não despeja sobre a cabeça do leitor uma quilométrica oferta de títulos de interesses tão múltiplos quantos são os humanos sobre a Terra. Uma livraria que acolhe o leitor um a um, com o comedimento e a intimidade que ficam muito bem numa livraria.

As grandes redes de livraria são de uma comodidade difícil de escapar. Têm o título que eu procuro e se não têm, encontram, caso não esteja esgotado. Dão descontos que só as grandes redes podem oferecer. Mas são tão sufocantes quanto o Google com seus 4.330.000 resultados para a palavra livraria. A multidão de capas e títulos nas prateleiras e balcões me transformam numa formiguinha que perdeu o caminho de casa.

A Esquina da Palavra, paraíso que acabou nesta segunda-feira, era reconfortante como uma casa, estimulante como um mestre, e deixava cada um de nós do tamanho de nós mesmos — e com a ponte sempre aberta para o reencontro silencioso com a nossa própria humanidade, que é o que um bom livros nos dá, e até um ruim, tão bom é ler um livro.

Nos seis anos, um mês e oito dias de vida, a Esquina da Palavra fez encontros inesquecíveis de gente como Adriana Falcão, Adriana Lisboa, Marçal Aquino e shows igualmente marcantes, até mesmo o improvável encontro do senador Eduardo Suplicy com o também senador Marco Maciel, acompanhados pelo Supla e pelo João, os filhos. Mas acabou."


Por fim, se você estiver em Brasília no próximo final de semana, aceite o convite do Lourenço e apareça para a despedida:
"Nos próximos sábado e domingo, dias 5 e 6, a partir das 9h, estarei fazendo uma queima dos livros que ainda tenho aqui - todos com 50% de desconto. Quem quiser, por favor apareça".

P.S. Lourenço e sua Livraria foram citados algumas vezes aqui no blog. Uma dessas postagens você lê AQUI.

terça-feira, 11 de março de 2008

Ex-Libris dos Roedores de Livros

Chegou ontem!!! Primeiro, o do nosso acervo particular. Queríamos ver se ficava bom. Gostamos. Agora, pedimos para fazer o do acervo do Projeto. Chegará em breve!!! Para inaugurar, escolhemos o clássico Where the wild thing are, do genial Maurice Sendak.

Para os que não estão familiarizados com a expressão latina, "ex-libris" ou "ex-bibliotheca" significa "dos livros de..." ou "da biblioteca de...", ou ainda "livros dentre aqueles" pertencentes a determinada pessoa ou instituição. A denominação ex-libris não é apenas dada a etiquetas fixadas em livros, também são chamados de ex-libris toda a marca de posse feita em uma obra, quer seja o nome do possuidor por escrito, um sinal convencional, um símbolo, um brasão de armas, um monogramas ou uma sequência de iniciais, carimbos diversos e por fim, esta etiqueta isolada, que o possuidor da obra cola, em geral, à capa interna do livro encadernado ou numa das suas folhas de guarda. (para saber mais, clique AQUI).

quarta-feira, 5 de março de 2008

Uma casa nova para os Roedores de Livros

Desde dezembro de 2007 que nós do projeto Roedores de Livros sentimos falta do contato com as crianças da Ceilândia. Mas não é fácil manter um projeto “de verdade” somente com voluntários. Os Roedores de Livros ainda não têm sede própria. Precisamos – entre outras coisas - de um cantinho para acontecer. Este tem sido nosso "calo" desde o início.

Em 2006, o embrião do projeto aconteceu na Biblioteca Comunitária T-Bone, em Brasília. Lá, recebíamos semanalmente crianças de creches, escolas públicas e abrigos do entorno do Distrito Federal. Mais de 900 crianças passaram por lá. Tudo era feito com muito prazer e dedicação, mas faltava consistência ao que fazíamos. Era importante para aquelas crianças sair do seu habitat, dar uma volta no Plano Piloto e conhecer uma biblioteca. Era importante o contato com a música, as artes e, principalmente, com a literatura infantil. Mas aquilo acontecia uma vez só para elas durante um ano inteiro (alguns grupos foram atendidos por duas vezes). E depois da visita? O que acontecia com as crianças? Essa questão nos incomodava muito naquele tempo. Poderíamos oferecer mais. O projeto pedia mais qualidade e menos quantidade. O que fazer?

Em 2007, aportamos na Ceilândia, cidade do entorno de Brasília com altos índices de violência e onde as crianças não têm acesso a tantos bens culturais. A Ong Pró Gente nos ofereceu um lugar acolhedor e escolhemos 30 crianças para o projeto. Semanalmente acompanhamos a evolução destes meninos e meninas. O apego com o livro, o desenvolvimento da leitura de cada um, o prazer em levar o livro para casa, a melhora nos relacionamentos entre eles e entre todos nós. Posso dizer que os Roedores de Livros também aprenderam muito com as crianças. No final do ano, uma notícia nos surpreendeu: a Ong informou que a sede seria vendida para uma universidade particular. Tivemos que somar a preocupação em conseguirmos outro local ao desafio seguinte do projeto: implantar uma biblioteca pública de literatura infantil, aberta de segunda a sábado,com atividades que envolvam além das crianças do projeto, outros meninos e meninas, oriundos das escolas públicas das redondezas. Quem sabe até uma parceria com os professores da rede pública de ensino. Mas esta é uma conversa para outra hora.

Vieram as “férias” de dezembro e janeiro. Quando fevereiro chegou, Célio, Edna, Eu e Tino arregaçamos as mangas para procurar um novo cantinho para abrigar o projeto. Queríamos continuar na Ceilândia, próximo ao local anterior para seguirmos com os meninos do ano passado, além de receber novos amigos. Foi aí que uma pequena mágica aconteceu: envolvida com outros assuntos, fui com o Célio visitar uma instituição. E a foto acima mostra como fomos recebidos. Meu coração bateu mais acelerado. Esperança. Por enquanto, estamos na fase do namoro. Mas acredito muito que dará certo. Torçam daí que até segunda-feira a gente deve espalhar por aí quem será nosso novo parceiro. Por enquanto, guardem consigo estes sorrisos. Eles têm uma força indescritível. E viva aos que trabalham sério em prol da criança. Aprendamos com eles.

domingo, 24 de fevereiro de 2008

Tloc e pluf...

Novamente me entreguei ao prazer de ler Monteiro Lobato. Incrível como o seu texto me conquista mesmo tanto tempo depois. Agora, recomeçando a ler o Reinações de Narizinho, me vi Lúcia, a Narizinho, me fartando embaixo do pé de jabuticaba. Coisa que ainda faço hoje, como na foto abaixo, tirada no último 25 de dezembro. Sabor de infância, sabor de boa literatura, sabor de felicidade, pois ainda me vejo moleca. Sabor que divido com vocês agora. Vai uma jabuticaba aí? Se não tiver, pesca o Monteiro Lobato aí da estante e leia um pouquinho, só pra deixar o domingo ainda mais gostoso. Ah... o Sítio do Lobato não está assim tão ao alcance? Então saboreie um pouco do gênio:
No sítio de Dona Benta havia vários pés, mas bastava um para que todos se regalassem até enjoar. Justamente naquela semana as jabuticabas tinham chegado “no ponto” e a menina não fazia outra coisa senão chupar jabuticabas. Volta e meia trepava à árvore, que nem uma macaquinha. Escolhia as mais bonitas, punha-as entre os dentes e tloc! E depois do tloc, uma engolidinha de caldo e pluf! – caroço fora. E tloc,pluf, -tloc, pluf, lá passava o dia inteiro na árvore.” (Reinações de Narizinho; Jabuticabas. Monteiro Lobato).
Ê vida boa!!! Tloc e Pluf pra vocês. Hatuna Matata!!!

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

Poesia é voar fora da asa.

Hoje eu tomei ares de passarinho. Ganhei uns anos pra trás. Virei menino e desaprendi. Inocência. Independência. Infância. Hoje eu mergulhei feito borboleta no ar. Sem medo de me afogar. Arrepio de quem escuta as cores no quebrar das ondas do mar. É que hoje, na livraria, sentado no chão feito criança, passei a tarde na companhia dos livros de Manoel de Barros. Tantos. Que tenho em casa. Que sei de cor. Que guardo no desejo de quem sabe, um dia. E aí, fiquei assim: bobo, tonto, livre. Feliz. Obrigado, Poeta.

P.S.1. O título deste post é de autoria de Manoel de Barros e foi compilado do Livro das Ignorãças (sic).

P.S.2. Na imagem acima uma brincadeira com a caricatura do Poeta Manoel de Barros feita por Ziraldo no livro O Fazedor de Amanhecer e eu, ali, pequenininho, traço querido do amigo Ivan Zigg.

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

O Ano do rato!!!

Segundo o Horóscopo Chinês, ontem, 07 de fevereiro, teve início o ano do rato. O rato e os outros onze animais do zodíaco chinês, segundo a lenda, foram as únicas espécimes que se despediram de Buda antes que este deixasse a vida terrena. O roedor, que não tem na China as conotações negativas atribuídas a ele no Ocidente, foi o primeiro a se despedir de Buda, já que chegou confortavelmente até ele montado no boi (o segundo a chegar) e saltou correndo de seu lombo quando o ruminante estava chegando. Dizem que este signo carrega consigo a abundância e a prosperidade. O Tino nasceu num ano do rato (já faz algum tempo...) e, como bons roedores (de livros), esperamos que este seja um ano para comemorarmos novas conquistas no universo da leitura. Que a prometida prosperidade se transforme em mais bibliotecas, mais acesso ao livro e mais apoio a quem, de fato, trabalha com o incentivo à cultura em geral.

Mudando de continente, mas com o foco no roedor, o livro Como as Histórias se Espalharam pelo Mundo (Rogério Andrade Barbosa, com ilustrações de Graça Lima, DCL), conta que elas tiveram origem na África e foram colhidas por um ratinho e guardadas em forma de fios num baú, até que o vento espalhou os cordões multicoloridos por todo o mundo. No início do livro o autor afirma que “o rato, como dizem os contadores de histórias da África, é um bicho muito curioso e inteligente. Nada escapa aos seus sentidos”. Então, seguimos curiosos como os ratos africanos, prósperos como os roedores orientais e, irresistivelmente criativos e persistentes como brasileiros que somos. Um ótimo ano do rato para todos!!! Hatuna Matata.

segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

Autógrafos e reconhecimento...

Deu na Folha de São Paulo deste domingo, 27 de janeiro.

A era dos neobaixinhos
Sucesso da dupla Palavra Cantada, de música infantil educativa, e fracasso de Xuxa na TV e no cinema parecem ser um sinal de que os pais hoje buscam produtos culturais de melhor qualidade para as crianças

LAURA MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL

Super Xuxa luta contra o baixo astral: a apresentadora perdeu seu programa diário na Globo e camela para chegar a 300 mil espectadores no cinema, resultado chocho para quem contava bilheteria em milhão. A rainha dos baixinhos não manda no reino dos neobaixinhos, filhos de uma geração politicamente correta, que vêem programa educativo na TV paga, cantam música de qualidade, ouvem falar sobre aquecimento global, aprendem a reciclar lixo e até lêem poesia.
Nessa nova era -em que pais parecem estar mais preocupados com o consumo cultural das crianças- nomes como o duo musical Palavra Cantada, antes restritos a filhos de "moderninhos" e "intelectuais", ganham o grande público.
A dupla mescla a formação clássica de Sandra Peres, 44, e a popular de Paulo Tatit, 52, e tem a proposta de criar canções infantis de qualidade. Começou em 1994 vendendo CDs pelo telefone e correio. Em um esquema totalmente independente, sem o apoio de uma grande gravadora, atingiu a marca de 14 títulos lançados com 1,4 milhão de cópias vendidas e prepara a turnê do CD "Carnaval", que inclui shows no litoral e no Citibank Hall de São Paulo, em 2 e 3 de fevereiro. O álbum tem a participação de Arnaldo Antunes e seu filho, Bras, e de Mônica Salmaso. Para este ano, a dupla negocia um programa de TV com um canal fechado e um aberto.
"O sucesso do Palavra Cantada reflete uma tendência de mudança na concepção da infância", opina a educadora Gisela Wajskop, diretora do Instituto Superior de Educação de São Paulo - Singularidades.
Ela conta que foi convidada a dar uma palestra na Globo, anos atrás, quando a emissora acreditou que poderia transformar o programa da Xuxa em algo educativo. "O problema é que a Xuxa nunca teve essa imagem", analisa Wajskop.
Para a educadora, os pais, "que antes deixavam os filhos dançar na boquinha da garrafa, começaram a ficar mais críticos". "Isso tem a ver também com a melhoria da escolaridade no país e com os resultados negativos da geração cujos pais delegaram a educação a babás, enquanto trabalhavam para ganhar mais, achando que assim os filhos seriam felizes", afirma.
Em sua opinião, "a classe média passou a intuir que o consumo de produtos culturais mais educativos poderia melhorar a formação dos filhos, raciocínio antes mais restrito à elite".
Wajskop também aponta a "pressão da mídia" e iniciativas como a do Palavra Cantada. "Eles insistiram na marginalidade e na qualidade e criaram um espaço antes inexistente."
Tatit conta que ainda hoje, apesar do sucesso, o "dinheiro é muito apertado" e é preciso correr atrás de patrocinadores para CDs e shows. Peres lembra que tudo ficou mais difícil com a pirataria -sim, pais politicamente corretos também copiam CDs no computador.
"Nós mesmos produzimos e gravamos o nosso CD, e o Palavra Cantada só continua a existir em razão da venda dos discos. O show mal se paga."

Som das loiras
Apesar das dificuldades, Peres afirma que hoje há um mercado de música para criança, o que nem existia quando eles começaram. "A música infantil era a que chegava pela TV, cantada pelas apresentadoras. Hoje tem muita gente fazendo música infantil de qualidade."
Quem também faz sucesso nesse mercado é Hélio Ziskind, autor de sucessos do programa "Cocoricó", da Cultura, que iniciou a carreira ao lado de Tatit, no grupo alternativo Rumo.
Para Tatit, o Palavra Cantada já atingiu o topo dentro de um esquema independente. "Sabemos que, para crescer mais, precisamos ir para a televisão." Canções como "Sopa" e "Rato" só chegaram à periferia, no início desta década, graças à veiculação de clipes do Palavra Cantada na TV Cultura.
Na opinião de Peres, as crianças gostam "do humor e da poesia das músicas", que não devem ter "intenção de criar modismos". Tatit diz que, ao compor, preocupa-se "menos com o que vai dizer e mais com como dirá". "Busco construir uma sintaxe que as convença."
Além disso, o que ajudou foi a parceria com escolas, que usam as músicas da dupla nas aulas. "Os professores são a nossa rádio. As crianças chegam em casa cantando, e os pais vão atrás de nossos CDs", afirma Peres.
As escolas têm mesmo sido uma das responsáveis pelo surgimento dos neobaixinhos. "Os educadores percebem cada vez mais a importância de preservar a cultura, o folclore, de resgatar cantigas de roda e brincadeiras antigas", diz Silvia Amaral, conselheira da Associação Brasileira de Psicopedagogia.
Ela faz duas importantes ressalvas: "Esse movimento ainda não é tão intenso na rede pública e nem todos os pais têm essa preocupação com qualidade".


Comentário

Crianças não rejeitam boas novidades

BIA ABRAMO
COLUNISTA DA FOLHA

Se há algo de arrogância quando se fazem generalizações sobre o gosto do público, no caso específico das crianças, há uma verdadeira incompreensão. O "gosto" delas é mais misterioso e mais flexível do que se imagina.
Na TV, qualquer coisa que pareça minimamente colorido, agitado e barulhento atrai a atenção e é capaz de grudá-las na frente do aparelho. Isso explica, em parte, o longo reinado das apresentadoras loiras, de modos sedutores e merchandising pesado.
Mas não deixa de ser verdade que programas com teor educativo mais bem elaborado, maior sofisticação visual e narrativa e referências culturais mais amplas também podem funcionar quando são oferecidos. Todas as vezes em que a TV apostou em atrações nessa linha, como a TV Cultura nos anos 80 e 90, a resposta foi melhor do que se esperava.
Isso porque crianças gostam de conhecer coisas novas e não rejeitam a priori, como fazem muitos adultos, aquilo que é mais desafiador.
O sucesso mais ou menos surpreendente da turma do "Cocoricó" e do grupo Palavra Cantada, bem como do canal Discovery Kids, por exemplo, apontam para uma nova onda de entretenimento infantil mais "inteligente" que, espera-se, dure mais do que império de Xuxa.

Enquanto isso...

Recebi o convite virtual para o lançamento do novo CD do palavra cantada e lá está escrito: Autógrafos apenas no CD "Carnaval Palavra Cantada"... Nossos heróis musicais estarão cansados dos fãs com os CDs antigos? Só interessa vender o CD novo? E quem adora o grupo mas não pode comprar o CD naquele dia?

A Fnac, aqui em Brasília, faz o seguinte: quem comprou o produto em questão (livro ou CD) na loja, tem o direito de receber os autógrafos primeiro. Outras pessoas recebem os autógrafos logo depois.

Eu estou longe de fazer o sucesso da dupla - longe mesmo - mas espero continuar com tempo e paciência para atender aos baixinhos que pedem autógrafos em seus cadernos, mãos, livros e folhas soltas depois das apresentações que faço. O artista deve estar acima do produto. Sempre!!!

quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

Férias e Protetor Solar...

Para quem está com saudades de novas postagens... uma foto das FÉRIAS dos Roedores de Livros. No caso, usando o Mãe da Rua como protetor solar... Voltamos dia 22 de janeiro. Abraços de letrinhas a todos. Hatuna Matata!!!