No início da semana saímos eu, Pedro e Júlia para dar uma volta na Livraria Cultura. As "crianças" procuravam por Naruto, Capricho e outros heróis - facilmente encontrados nos primeiros 5 minutos na revistaria. Depois, fui garimpar as novidades enquanto os dois se esparramavam nos puffs em frente à TV na seção infantil. Marcamos para dali a meia hora no café do andar superior. Pontualmente estavávamos todos tomando um café ao lado de alguns livros, mas o que conquistou a todos nós acabou ficando na loja por causa do preço - e não do conteúdo.
O tal livro, BILI COM LIMÃO VERDE NA MÃO (Ilustrações de Daniel Bueno) é um lançamento da Cosac & Naify e tem chamado a atenção de toda a mídia por receber o rótulo de infantil e ser de autoria de um dos pilares da poesia concreta no Brasil, Décio Pignatari. Parêntesis: dia desses minha amiga Denise confessou ter em sua biblioteca um artigo raro - primeira edição do cultuado Galáxias de outro concretista, Haroldo de Campos. O livro segue do início ao fim sem pontuação fértil de neologismos e genialidade (leia um trecho). Fecha o parêntesis. Não é costume neste blog escrever sobre um livro que não foi lido na sua íntegra, mas o café que tomei ao lado das crianças e de Bili foi merecedor destas linhas. Aliás, merece muito mais que estas poucas palavras.
Não dá para rotular o livro como infantil. Vai além disso. É um playgroud onde o leitor (seja ele adulto ou criança) é convidado a dar loops, cair de grandes alturas enfim, voar com as palavras. Júlia e Pedro se interessaram primeiro pelo formato do livro. Grandão (30cm x 15cm), com uma capa que "veste" o livro por inteiro e convida logo o olhar curioso para conhecer o conteúdo. Eu já tinha dado uma olhada no livro e enlouquecido com o projeto gráfico de Luciana Facchini sobre ilustrações de Daniel Bueno. Aliás, o projeto - belo e inteligente - é uma maravilha e deveria ser creditado na capa por sua importância ao brincar junto com as palavras de Pignatari.
Fui tomando o café enquanto os meninos folheavam a obra, descobrindo algumas das suas delícias. Ora sorriam, ora maravilhavam-se. Em determinado momento (há duas páginas que encontram-se dobradas) discutiam se deviam ou não desdobrar as páginas. Desdobramos. Surpresa!!! Havia texto escondido por lá. Deixei os meninos brincando com Décio, Daniel e Luciana e fui ao caixa levar outras delícias. Mas estou economizando para trazer BILI COM LIMÃO VERDE NA MÃO na minha próxima visita. Vale cada centavo. É a palavra lapidada com beleza e inteligência. Capaz de encantar crianças e adultos. E isso, definitivamente, não se encontra todo dia por aí. Hatuna Matata.
P.S.1 Hoje saiu no Caderno C do jornal Correio Braziliense uma resenha - mais técnica e precisa - sobre o livro. Para ler o texto de João Paulo é necessário clicar sobre a imagem da resenha (acima). Se vocês quiserem descobrir mais coisas, recomendo uma passadinha na livraria mais próxima. Se não der para levar o livro para casa, leve - como eu, Pedro e Julia - a sensaçào de ter apreciado uma obra de arte.
P.S.2 Saiu uma entrevista com Décio Pignatari na revista BRAVO! Ali também você encontrará mais informações sobre o livro e seu autor.
sexta-feira, 1 de maio de 2009
sexta-feira, 24 de abril de 2009
Roedores de Livros rides again!!!
Manhã de sábado, 18 de abril de 2009. Vocês não sabem o caminho tortuoso, íngreme e pedregoso que precisamos atravessar para, enfim, reencontrar as crianças da Ceilândia, neste dia, estreia do projeto em 2009. Mas foi ÓTIMO, com crianças e adultos saudosos para todos os lados. Sempre vale a pena. Quando eu e o Tino chegamos à Creche Comunitária da Criança a "toca" ja havia sido montada por Edna e pelos monitores. As crianças esperavam ansiosamente - assim como nós - pelo reencontro.
Ainda era um grupo pequeno, mas estamos certos que - sabendo da retomada das atividades - outras crianças aparecerão nas próximas semanas. De início, conversamos sobre as "férias", seus motivos, perguntamos sobre as leituras de cada um, o Tino pegou o violão, cantamos algumas músicas e pronto... foi dada a largada para o projeto Roedores de Livros 2009. Com algumas mudanças forçadas, outras muito bem pensadas, mas - principalmente - com a certeza de trazermos o livro e o prazer em conhecer suas histórias, para o cotidiano daquelas crianças.
A mediação começou com um livro que completou 40 anos de sua publicação em março passado: The Very Hungry Caterpillar (A Lagarta Faminta) de Eric Carle - um clássico mundial da literatura infantil. Tino queria MUITO contar esssa história para as crianças. Levamos a edição em Pop Up. A tradução foi feita em casa e lida para as crianças. Vocês podem ver nas fotos acima os olhares colados no livro. Quando a história terminou, surgiram aplausos espontâneos. Aproveitamos para falar sobre como o Eric Carle cria as suas ilustrações (Tino deve escrever sobre este livro em breve - aguardem).
Depois, foi a hora de trazer a nossa "BIBLIOTECAIXA" para o centro das atenções. O fato é que por motivo de força maior, perdemos a sala onde guardávamos os livros. Tivemos que recolher o acervo. A solução enconrada foi selecionarmos 60 livros por semana (do acervo do projeto), levá-los numa caixa e apresentarmos os livros para as crianças lendo um trecho de cada um, ou contando sobre o que trata a história. No meio da apresentação dos livros - quando eu falava que BRINQUEDOS (André Neves, Mundo Mirim) era um livro sem texto, uma das crianças perguntou: - Como é que a gente lê um livro sem texto? Foi a deixa para que - enquanto eu mostrava as ilustrações do livro - eles fizessem a leitura coletiva. Foi EMOCIONANTE (foto acima).
Outro sucesso da caixa foi a série Quem Tem Medo De... (Ruth Rocha, com ilustrações de Mariana Masarani, Global). As crianças se engraçaram com o texto e com as imagens. Elas foram se chegando, se chegando e de repente, estavam todas grudadas nos livros.
Livros apresentados, hora de liberar a "CAIXOTECA" (ainda não decidimos o nome) para a turma. Foi um alvoroço. Livros e leitores esparramados no tapete vermelho dos Roedores de Livros. Os menores pedindo para os maiores fazerem a leitura e um burburinho de fantasia dominando o ar. Esta é a hora em que eles parecem mais felizes pois o livro é da sua escolha, cada um com a sua história, que muitas vezes, ao final do tempo de leitura, é compartilhada com o amigo, com o irmão... muitas vezes conosco.
Por fim, hora de abrir o presente. Ah, eu não falei dele até agora. Mas em março, chegou uma caixa de sedex na toca dos Roedores de Livros, vinda de Porto Alegre. O remetente: Hermes Bernardi Jr. O conteúdo: 01 quilo de Lilliput de Sorvete e Chocolate, livro que guarda a história que nos encantou na encantadora performance do autor na FLIPIRI no início deste ano.
Hermes mandou um livro para cada criança. Elas não esperavam por tamanha generosidade. Foram tomados de uma alegria espontânea e contagiante. De repente, a pergunta: - O que é Lilliput? E lá foi o Tino explicar que no livro As Viagens de Gulliver (Jonathan Swift) há uma ilha com este nome, cheia de pequenos habitantes em que a personagem rincipal vai parar após um naufrágio. Hermes faz uma estreita ligação entre os habitantes da ilha e o que acontece na sua história. Bem, ficou acertado que todo mundo iria ler seu presente durante a semana. E nós ficamos com o desejo de que um dia - não custa sonhar - Hermes possa conhecer nossos pequenos leitores e contagiá-los com suas histórias pesoalmente.
Depois do fim daquela manhã, hora de por em prática uma nova idéia. Convidei os quatro monitores (Daniel, Samanta, Wesley e Layane) para formarmos um Clube de Leitura. Passei a "tarefa de casa" e a prática deve começar no próximo sábado. Boas novas vêm aí.
UFA! O dia foi intenso. Estamos de volta! Estamos felizes!! Roedores de Livros rides again!!! Hatuna Matata.
Ainda era um grupo pequeno, mas estamos certos que - sabendo da retomada das atividades - outras crianças aparecerão nas próximas semanas. De início, conversamos sobre as "férias", seus motivos, perguntamos sobre as leituras de cada um, o Tino pegou o violão, cantamos algumas músicas e pronto... foi dada a largada para o projeto Roedores de Livros 2009. Com algumas mudanças forçadas, outras muito bem pensadas, mas - principalmente - com a certeza de trazermos o livro e o prazer em conhecer suas histórias, para o cotidiano daquelas crianças.
A mediação começou com um livro que completou 40 anos de sua publicação em março passado: The Very Hungry Caterpillar (A Lagarta Faminta) de Eric Carle - um clássico mundial da literatura infantil. Tino queria MUITO contar esssa história para as crianças. Levamos a edição em Pop Up. A tradução foi feita em casa e lida para as crianças. Vocês podem ver nas fotos acima os olhares colados no livro. Quando a história terminou, surgiram aplausos espontâneos. Aproveitamos para falar sobre como o Eric Carle cria as suas ilustrações (Tino deve escrever sobre este livro em breve - aguardem).
Depois, foi a hora de trazer a nossa "BIBLIOTECAIXA" para o centro das atenções. O fato é que por motivo de força maior, perdemos a sala onde guardávamos os livros. Tivemos que recolher o acervo. A solução enconrada foi selecionarmos 60 livros por semana (do acervo do projeto), levá-los numa caixa e apresentarmos os livros para as crianças lendo um trecho de cada um, ou contando sobre o que trata a história. No meio da apresentação dos livros - quando eu falava que BRINQUEDOS (André Neves, Mundo Mirim) era um livro sem texto, uma das crianças perguntou: - Como é que a gente lê um livro sem texto? Foi a deixa para que - enquanto eu mostrava as ilustrações do livro - eles fizessem a leitura coletiva. Foi EMOCIONANTE (foto acima).
Outro sucesso da caixa foi a série Quem Tem Medo De... (Ruth Rocha, com ilustrações de Mariana Masarani, Global). As crianças se engraçaram com o texto e com as imagens. Elas foram se chegando, se chegando e de repente, estavam todas grudadas nos livros.
Livros apresentados, hora de liberar a "CAIXOTECA" (ainda não decidimos o nome) para a turma. Foi um alvoroço. Livros e leitores esparramados no tapete vermelho dos Roedores de Livros. Os menores pedindo para os maiores fazerem a leitura e um burburinho de fantasia dominando o ar. Esta é a hora em que eles parecem mais felizes pois o livro é da sua escolha, cada um com a sua história, que muitas vezes, ao final do tempo de leitura, é compartilhada com o amigo, com o irmão... muitas vezes conosco.
Por fim, hora de abrir o presente. Ah, eu não falei dele até agora. Mas em março, chegou uma caixa de sedex na toca dos Roedores de Livros, vinda de Porto Alegre. O remetente: Hermes Bernardi Jr. O conteúdo: 01 quilo de Lilliput de Sorvete e Chocolate, livro que guarda a história que nos encantou na encantadora performance do autor na FLIPIRI no início deste ano.
Hermes mandou um livro para cada criança. Elas não esperavam por tamanha generosidade. Foram tomados de uma alegria espontânea e contagiante. De repente, a pergunta: - O que é Lilliput? E lá foi o Tino explicar que no livro As Viagens de Gulliver (Jonathan Swift) há uma ilha com este nome, cheia de pequenos habitantes em que a personagem rincipal vai parar após um naufrágio. Hermes faz uma estreita ligação entre os habitantes da ilha e o que acontece na sua história. Bem, ficou acertado que todo mundo iria ler seu presente durante a semana. E nós ficamos com o desejo de que um dia - não custa sonhar - Hermes possa conhecer nossos pequenos leitores e contagiá-los com suas histórias pesoalmente.
Depois do fim daquela manhã, hora de por em prática uma nova idéia. Convidei os quatro monitores (Daniel, Samanta, Wesley e Layane) para formarmos um Clube de Leitura. Passei a "tarefa de casa" e a prática deve começar no próximo sábado. Boas novas vêm aí.
UFA! O dia foi intenso. Estamos de volta! Estamos felizes!! Roedores de Livros rides again!!! Hatuna Matata.
quinta-feira, 23 de abril de 2009
Horas serenas.
A jornalista Débora Menezes passou por aqui e deixou a ótima dica do blog português HORAS SERENAS. Vale a visita. Lá encontramos o vídeo abaixo. Fantasia a serviço da realidade. Espero que vocês gostem! Valeu, Débora. Apareça sempre!!!
quarta-feira, 22 de abril de 2009
Quebra-cabeça com superpoderes
Tive uma infância cheia de heróis. Adorava os gibis do Superpato e as histórias com o Superpateta. Torcia pela Turma da Mônica quando surgia o Capitão Feio querendo dominar o mundo. Mas as aventuras dos heróis da Marvel – em especial o HOMEM ARANHA – eram as mais esperadas a cada mês na banca de revistas. Me entregava rapidinho a todos os tipos de tramas. Li de tudo um pouco e guardo comigo uma série de bons momentos vividos naquelas páginas repletas de fantasia. Fui crescendo e meus heróis foram deixando os gibis com suas ilustrações coloridas para se vestir mais com palavras e formas na minha imaginação pois sempre desejei criar meus personagens com poderes absurdos e seus antagnistas loucos e perversos. Isso me faz viajar no tempo e me sentir criança outra vez.
Foi assim que SUPER-HERÓI OU SUPERVILÃO (Pablo Bernasconi, Girafinha) conquistou meu olhar. O livro é um verdadeiro quebra-cabeça de super poderes para o bem e para o mal. É brincadeira, diversão. Academia de ginástica para cucas frescas. O professor Maizena se atrapalhou na construção de um teletransportador de superpoderosos que viriam de todos os cantos do universo para a entrega dos superprêmios de super-herói e supervilão dos últimos 50 anos. Na hora H, cabeças, troncos e pernas se embaralharam e as personagens adquiriram formas uns dos outros numa engraçadíssima troca de identidades. A partir desta introdução, o autor nos convida a remontar os heróis e vilões, procurando suas partes originais. Outra brincadeira – para mim, mais divertida - é a de criar novos personagens. Para isso, as páginas do livro são divididas em três segmentos e encadernadas em espirais, oferecendo ao leitor a possibilidade de criar até dois mil (!!!) personagens.
Esta brincadeira não é original. Em 1995, usando destes recursos, foi lançado no Brasil o livro 2.500 Rostos Famosos de Norman Messenger (Manole) em que a partir de caricaturas de personalidades famosas como Elvis Presley, Mick Jagger, Charles Chaplin, Princesa Diana e Merilyn Monroe, o leitor pode construir rostos diversos. É um livro divertido, mas a obra de Pablo Bernasconi oferece mais ao leitor. Seus heróis e vilões não aparecem nos jornais, na TV, em gibis ou livros infantis. São exclusivos e extremamente criativos, montados a partir de uma série de colagens em computação gráfica (o cara é um craque neste recurso). O visual é incrível. Cada pedaço de herói ou vilão vem com uma descrição de poderes específicos, mas eu deixaria ao leitor a possibilidade de imaginar não só a forma da personagem como seus atributos superpoderosos. Mas isso não desmerece o livro. Na verdade, ele é TOTAL FLEX, você brinca como preferir. Com descrição ou sem descrição, a diversão é certa.
Gostamos demais dos livros de Pablo Bernasconi. Por aqui, já resenhamos O MAGO, O HORRÍVEL E O LIVRO DE FEITIÇARIA e EXCESSOS E EXAGEROS. Ele, além de primoroso artista gráfico tem uma mente fértil em histórias que fogem do comum. Mas a gente também deve ressaltar o cuidado da editora com a edição de SUPER-HERÓI OU SUPERVILÃO. A Girafinha caprichou numa capa dura e num papel com gramatura mais espessa, para que a criança possa manipular à vontade sem riscos de danificar o livro. Não é comum a gente encontrar livros assim no Brasil. Ainda não é a regra. O livro, enfim, vale quanto pesa e é cheio de superpoderes: uma supercapa, um superpapel, um superautor-ilustrador e superpersonagens. Quer mais? Bem, agora volto ao livro para criar mais dois personagens. O cara falou que dá pra fazer dois mil!!! Putz, será que consigo ser um superleitor? Hatuna Matata.
Descrição das imagens de cima para baixo: 1) Capa do livro de Bernasconi; 2) Páginas do livro com vilão (esquerda) e herói (direita) completos; 3) Um vilão "misturado"; 4) Rostos montados no livro de Norman Messenger; 5) "Meu" herói.
Foi assim que SUPER-HERÓI OU SUPERVILÃO (Pablo Bernasconi, Girafinha) conquistou meu olhar. O livro é um verdadeiro quebra-cabeça de super poderes para o bem e para o mal. É brincadeira, diversão. Academia de ginástica para cucas frescas. O professor Maizena se atrapalhou na construção de um teletransportador de superpoderosos que viriam de todos os cantos do universo para a entrega dos superprêmios de super-herói e supervilão dos últimos 50 anos. Na hora H, cabeças, troncos e pernas se embaralharam e as personagens adquiriram formas uns dos outros numa engraçadíssima troca de identidades. A partir desta introdução, o autor nos convida a remontar os heróis e vilões, procurando suas partes originais. Outra brincadeira – para mim, mais divertida - é a de criar novos personagens. Para isso, as páginas do livro são divididas em três segmentos e encadernadas em espirais, oferecendo ao leitor a possibilidade de criar até dois mil (!!!) personagens.
Esta brincadeira não é original. Em 1995, usando destes recursos, foi lançado no Brasil o livro 2.500 Rostos Famosos de Norman Messenger (Manole) em que a partir de caricaturas de personalidades famosas como Elvis Presley, Mick Jagger, Charles Chaplin, Princesa Diana e Merilyn Monroe, o leitor pode construir rostos diversos. É um livro divertido, mas a obra de Pablo Bernasconi oferece mais ao leitor. Seus heróis e vilões não aparecem nos jornais, na TV, em gibis ou livros infantis. São exclusivos e extremamente criativos, montados a partir de uma série de colagens em computação gráfica (o cara é um craque neste recurso). O visual é incrível. Cada pedaço de herói ou vilão vem com uma descrição de poderes específicos, mas eu deixaria ao leitor a possibilidade de imaginar não só a forma da personagem como seus atributos superpoderosos. Mas isso não desmerece o livro. Na verdade, ele é TOTAL FLEX, você brinca como preferir. Com descrição ou sem descrição, a diversão é certa.
Gostamos demais dos livros de Pablo Bernasconi. Por aqui, já resenhamos O MAGO, O HORRÍVEL E O LIVRO DE FEITIÇARIA e EXCESSOS E EXAGEROS. Ele, além de primoroso artista gráfico tem uma mente fértil em histórias que fogem do comum. Mas a gente também deve ressaltar o cuidado da editora com a edição de SUPER-HERÓI OU SUPERVILÃO. A Girafinha caprichou numa capa dura e num papel com gramatura mais espessa, para que a criança possa manipular à vontade sem riscos de danificar o livro. Não é comum a gente encontrar livros assim no Brasil. Ainda não é a regra. O livro, enfim, vale quanto pesa e é cheio de superpoderes: uma supercapa, um superpapel, um superautor-ilustrador e superpersonagens. Quer mais? Bem, agora volto ao livro para criar mais dois personagens. O cara falou que dá pra fazer dois mil!!! Putz, será que consigo ser um superleitor? Hatuna Matata.
Descrição das imagens de cima para baixo: 1) Capa do livro de Bernasconi; 2) Páginas do livro com vilão (esquerda) e herói (direita) completos; 3) Um vilão "misturado"; 4) Rostos montados no livro de Norman Messenger; 5) "Meu" herói.
sábado, 18 de abril de 2009
Blog do NELSON CRUZ.
Em vez de falar que o Nelson Cruz é isso, mais isso, mais aquilo outro, prefiro estender o convite que ele fez para vocês conhecerem O BLOG em que ele posta suas ilustrações, algumas inéditas em livro. Aí, vocês podem dizer o que o olhar registrar. Os Roedores de Livros simplesmente ADORAM o trabalho dele. Se vocês quiserem conhecer um pouco mais sobre o seu trabalho, cliquem AQUI e AQUI, que tem outras cosítas que postamos por cá.
quarta-feira, 15 de abril de 2009
Visita OBRIGATÓRIA...
Eu sei, vários blogs e sites anunciaram aos quatro ventos, mas não resisti a ressoar a notícia pois é impossível ficar indiferente ao MEMÓRIAS DA LITERATURA INFANTIL E JUVENIL, site que entrou no ar nesta terça, 14 de abril de 2009. O conteúdo já é surpreendente com biografias e entrevistas em vídeo com personalidades da nossa literatura. Estão lá Tatiana Belinky, Angela-Lago, Heloísa Prieto, Marina Colasanti, Jorge Miguel Marinho, Ricardo Azevedo, Rogério Andrade Barbosa e Bartolomeu Campos de Queirós, entre outros feras.
O site informa que este "é um projeto que se constitui por fragmentos de memória que, reunidos, compõe um mosaico vivo e dinâmico. Aqui, a Ruth, a Ângela, o Ziraldo, a Tatiana, a Ana Maria, e outros tantos, aparecem não como escritores ou ilustradores ou editores ou promotores de cultura, que são, mas como pessoas do mundo que narram, como nós narramos, um pouco do que viveram, de sua infância e descoberta, de suas alegrias e dores de viver e fazer. Aparecem-nos aqui como pessoas quaisquer, em suas singularidades, oferecendo-nos a palavra que diz suas vidas, suas memórias antigas e recentes, seus fazeres e sonhares".
Devo confessar que o tempo parou ao meu redor enquanto assistia aos depoimentos de tantas personalidades. Desejamos vida longa a esta iniciativa. Em tempos de Big Brother, uma espiadinha neste site é muito pouco. Coloque já entre os seus preferidos e não pare de espiar, pois a equipe promete muitas novidades. Hatuna Matata.
O site informa que este "é um projeto que se constitui por fragmentos de memória que, reunidos, compõe um mosaico vivo e dinâmico. Aqui, a Ruth, a Ângela, o Ziraldo, a Tatiana, a Ana Maria, e outros tantos, aparecem não como escritores ou ilustradores ou editores ou promotores de cultura, que são, mas como pessoas do mundo que narram, como nós narramos, um pouco do que viveram, de sua infância e descoberta, de suas alegrias e dores de viver e fazer. Aparecem-nos aqui como pessoas quaisquer, em suas singularidades, oferecendo-nos a palavra que diz suas vidas, suas memórias antigas e recentes, seus fazeres e sonhares".
Devo confessar que o tempo parou ao meu redor enquanto assistia aos depoimentos de tantas personalidades. Desejamos vida longa a esta iniciativa. Em tempos de Big Brother, uma espiadinha neste site é muito pouco. Coloque já entre os seus preferidos e não pare de espiar, pois a equipe promete muitas novidades. Hatuna Matata.
quarta-feira, 8 de abril de 2009
Bússola de encontrar anjo.
Vez em quando o funcionário do Correios aparece por aqui com envelopes que não contém contas a pagar - ainda bem! Destes, alguns são livros, encomendados nos sebos on line ou em sítios internacionais. Mas há dias em que o envelope contém livros que chegam até nós como presente para o acervo do Projeto ou para nossa biblioteca particular. Muitas vezes, para os dois. Normalmente o campo destinatário está preenchido com o nome da Ana Paula. Nestes casos, deixo-o fechado em cima da cama e espero pacientemente que ela retorne do trabalho. Gostamos de abrir o envelope juntos. Dividimos a surpresa de descobrir qual história veio morar conosco. Ela, começa a ler o final do livro. Eu, começo por ler os dados de catálogo da publicação.
Ano passado, recebemos um email de uma jornalista pedindo nosso endereço pois queria enviar um livro para possível resenha. Contou maravilhas do livro e – em outras palavras - que nós não nos arrependeríamos da leitura (nunca deixamos um livro para trás)... enfim. Explicamos que não resenhamos todos os livros, que há tantos bons livros que gostaríamos de compartilhar aqui no blog mas não o fazemos principalmente por que não temos tempo para a demanda e que se ela, mesmo sem esta certeza, ainda desejasse nos enviar o presente, ele seria muito bem vindo. Dias depois, o rapaz do correio apareceu com a boa nova.
O livro, APANHANDO A LUA... (Rosane Villela, com ilustrações de Luiz Maia, Paulinas) esperou por nossos olhos durante meses. Ficou ali, pacientemente, ao alcance das mãos, mas só veio de fato encantar meus olhos há algumas semanas. E devo confessar: o livro é muito, MUITO bom. São 11 histórias curtas de palavras de longo alcance. Eu posso ainda agora imaginar a minha Dona Menina igual a do menino do livro, com um xale, debruçada na janela, a encher meu juízo de fantasias. Noutra história, a menina Laura, tem medo da noite que, acordada pelos latidos dos cães da rua, passeia em seu quarto com seus “chinelos tlec-tlec-tlectantes”.
A autora desenvolve uma prosa poética muitas vezes melancólica, como na história da menina cujas bonecas ficam trancadas na prateleira, pois são importadas e delicadas demais para servir de brinquedo. Serviam somente para os olhos da menina. “Mas com sua boneca de plástico não havia queixas. Era uma boneca cheia de nãos. Não era bonita, não tinha cabelo, não era do estrangeiro e, principalmente, não vivia na estante”. Algumas histórias acabam se alinhavando a outras numa costura quase invisível. Nem precisava disso para o livro se mostrar belo, pois a obra já contava com o traço sensível de Luiz Maia. Mas Rosane Villela quis assim. Ficou mais saboroso. Tipo o café espresso com chantilly salpicado de canela em pó que me aquece o paladar enquanto escrevo estas linhas.
Mas é quando a prosa poética da autora encontra com a sua criatividade que o livro ganha nota 10. E são vários estes momentos. Como quando a avó do menino ganha uma bússola de encontrar anjo feita por ele “quando a mãe foi se encontrar com o pai lá no céu”. A avó, que tinha o olhar distante, disse que o menino era um solucionador, ao que ele respondeu: “Sou PER-GUN-TA-DOR, e não SO-LU-ÇO-NA-DOR. Seu olhar é que está com SO-LU-ÇO-NA-DOR. Por isso, você está assim”. Quer mais uma provinha? Então aqui vai: Chove muito na terra do menino enlameando tudo. Ele, a seu modo, pede em oração para que a chuva pare de cair. Depois desabafa: “Acho que pedi com muita força, porque uma lágrima minha caiu. Acho que ela caiu, quando eu dizia: - Pai nosso que estais no céu, clareia ele pra mim. Parece que Deus gostou. Meu sol apareceu lá fora e o mar de lama foi embora”.
Rosane produz uma literatura que escorre pelas páginas e molha os olhos de quem lê com mais atenção. Mergulhei em sua prosa e emergi mais bonito. Apanhamos a sua lua que agora brilha em nossa estante. Uma pena que seu livro chegou até a toca dos Roedores de Livros por meio de uma divulgação particular. Pelo correio. Porque temos um blog que trata a literatura infantil e juvenil com carinho e respeito. Digo uma pena porque deve ter muita coisa boa por aí, que não chega aos leitores por não aparecer nas estantes das livrarias, que não alcança a grande mídia, que passa despercebida por mim, por você, por tantos outros. Mas, ao mesmo tempo, que bom que Apanhando a Lua... pode refletir sua luz por estas plagas. Este espaço é, também, um veículo para novas descobertas. Pequeno, singelo e verdadeiro. Com o intuito de revelar aos nossos leitores as emoções com que alguns livros nos arrebatam. Que siga assim. Hatuna Matata.
P.S. O livro tem uma curiosidade peculiar. Lançado no segundo semestre de 2008, quando muitos livros estampavam na capa a informação que tal obra já estaria de acordo com o NOVO ACORDO ORTOGRÁFICO, Apanhando a Lua... apresenta o seguinte texto impresso na capa: “Este texto segue o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa (1990)”.
Ano passado, recebemos um email de uma jornalista pedindo nosso endereço pois queria enviar um livro para possível resenha. Contou maravilhas do livro e – em outras palavras - que nós não nos arrependeríamos da leitura (nunca deixamos um livro para trás)... enfim. Explicamos que não resenhamos todos os livros, que há tantos bons livros que gostaríamos de compartilhar aqui no blog mas não o fazemos principalmente por que não temos tempo para a demanda e que se ela, mesmo sem esta certeza, ainda desejasse nos enviar o presente, ele seria muito bem vindo. Dias depois, o rapaz do correio apareceu com a boa nova.
O livro, APANHANDO A LUA... (Rosane Villela, com ilustrações de Luiz Maia, Paulinas) esperou por nossos olhos durante meses. Ficou ali, pacientemente, ao alcance das mãos, mas só veio de fato encantar meus olhos há algumas semanas. E devo confessar: o livro é muito, MUITO bom. São 11 histórias curtas de palavras de longo alcance. Eu posso ainda agora imaginar a minha Dona Menina igual a do menino do livro, com um xale, debruçada na janela, a encher meu juízo de fantasias. Noutra história, a menina Laura, tem medo da noite que, acordada pelos latidos dos cães da rua, passeia em seu quarto com seus “chinelos tlec-tlec-tlectantes”.
A autora desenvolve uma prosa poética muitas vezes melancólica, como na história da menina cujas bonecas ficam trancadas na prateleira, pois são importadas e delicadas demais para servir de brinquedo. Serviam somente para os olhos da menina. “Mas com sua boneca de plástico não havia queixas. Era uma boneca cheia de nãos. Não era bonita, não tinha cabelo, não era do estrangeiro e, principalmente, não vivia na estante”. Algumas histórias acabam se alinhavando a outras numa costura quase invisível. Nem precisava disso para o livro se mostrar belo, pois a obra já contava com o traço sensível de Luiz Maia. Mas Rosane Villela quis assim. Ficou mais saboroso. Tipo o café espresso com chantilly salpicado de canela em pó que me aquece o paladar enquanto escrevo estas linhas.
Mas é quando a prosa poética da autora encontra com a sua criatividade que o livro ganha nota 10. E são vários estes momentos. Como quando a avó do menino ganha uma bússola de encontrar anjo feita por ele “quando a mãe foi se encontrar com o pai lá no céu”. A avó, que tinha o olhar distante, disse que o menino era um solucionador, ao que ele respondeu: “Sou PER-GUN-TA-DOR, e não SO-LU-ÇO-NA-DOR. Seu olhar é que está com SO-LU-ÇO-NA-DOR. Por isso, você está assim”. Quer mais uma provinha? Então aqui vai: Chove muito na terra do menino enlameando tudo. Ele, a seu modo, pede em oração para que a chuva pare de cair. Depois desabafa: “Acho que pedi com muita força, porque uma lágrima minha caiu. Acho que ela caiu, quando eu dizia: - Pai nosso que estais no céu, clareia ele pra mim. Parece que Deus gostou. Meu sol apareceu lá fora e o mar de lama foi embora”.
Rosane produz uma literatura que escorre pelas páginas e molha os olhos de quem lê com mais atenção. Mergulhei em sua prosa e emergi mais bonito. Apanhamos a sua lua que agora brilha em nossa estante. Uma pena que seu livro chegou até a toca dos Roedores de Livros por meio de uma divulgação particular. Pelo correio. Porque temos um blog que trata a literatura infantil e juvenil com carinho e respeito. Digo uma pena porque deve ter muita coisa boa por aí, que não chega aos leitores por não aparecer nas estantes das livrarias, que não alcança a grande mídia, que passa despercebida por mim, por você, por tantos outros. Mas, ao mesmo tempo, que bom que Apanhando a Lua... pode refletir sua luz por estas plagas. Este espaço é, também, um veículo para novas descobertas. Pequeno, singelo e verdadeiro. Com o intuito de revelar aos nossos leitores as emoções com que alguns livros nos arrebatam. Que siga assim. Hatuna Matata.
P.S. O livro tem uma curiosidade peculiar. Lançado no segundo semestre de 2008, quando muitos livros estampavam na capa a informação que tal obra já estaria de acordo com o NOVO ACORDO ORTOGRÁFICO, Apanhando a Lua... apresenta o seguinte texto impresso na capa: “Este texto segue o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa (1990)”.
quarta-feira, 1 de abril de 2009
Arnaldo Antunes lança CD para Crianças... e adultos, ora bolas.
A primeira vez que ouvi uma canção do Arnaldo Antunes para o público infantil foi em 1997, quando estava grávido do Pedro. Naqueles dias sua música DORME (do CD Canções de Ninar, da Palavra Cantada) embalava o sonho da gente por um mundo melhor para as novas gerações. Aquele disco surgiu para mim como um oásis no deserto musical da música para crianças no Brasil. 12 anos depois, pouca coisa mudou. A Palavra Cantada continua lançando seus discos maravilhosos, a Adriana Calcanhotto fez o espetacular Partimpim (e gravou SAIBA, de Arnaldo), o Hélio Ziskind continua arrebentando e...
Bem, a boa nova acabei de pescar no twitter da Revista Crescer. A jornalista Cristiane Rogério, que tem feito uma cobertura excelente sobre o universo cultural da criança, postou uma video reportagem sobre o novo disco do ex-titã, ao lado dos parceiros igualmente geniais Edgar Scandurra, Taciana Barros e Antonio Pinto. Acima, reproduzo o vídeo gravado por Cristiane e postado originalmente no SITE DA REVISTA CRESCER. Ela também escreveu um texto sobre o novo disco, que se chamará PEQUENO CIDADÃO. Você o encontra AQUI.
Por enquanto, ficamos na vontade. Quando o CD chegar por aqui, a gente conta mais. That's all, folks.
P.S. Não posso deixar de falar do excelente CD SONHO DE CRIANÇA, de Hélio Contreiras - uma produção independente, esgotada, rica em letra e música, que reuniu um time de excelentes músicos de Brasília. Sorte de quem tem.
Bem, a boa nova acabei de pescar no twitter da Revista Crescer. A jornalista Cristiane Rogério, que tem feito uma cobertura excelente sobre o universo cultural da criança, postou uma video reportagem sobre o novo disco do ex-titã, ao lado dos parceiros igualmente geniais Edgar Scandurra, Taciana Barros e Antonio Pinto. Acima, reproduzo o vídeo gravado por Cristiane e postado originalmente no SITE DA REVISTA CRESCER. Ela também escreveu um texto sobre o novo disco, que se chamará PEQUENO CIDADÃO. Você o encontra AQUI.
Por enquanto, ficamos na vontade. Quando o CD chegar por aqui, a gente conta mais. That's all, folks.
P.S. Não posso deixar de falar do excelente CD SONHO DE CRIANÇA, de Hélio Contreiras - uma produção independente, esgotada, rica em letra e música, que reuniu um time de excelentes músicos de Brasília. Sorte de quem tem.
Literatura de Cordel em Bologna
Chapbook, Littèrature Du Colportage, Lubok, são termos usados em diversos países para o fenômeno conhecido no Brasil como Literatura de Cordel. Com raízes na Península Ibérica medieval, o Cordel desembarcou no Brasil no início da colonização, trazendo para os trópicos um tipo de literatura repleta de reis, cavaleiros, amores impossíveis e animais fantásticos.
Durante séculos, foi na tradição oral, em versos, que estas histórias foram disseminadas, principalmente até o final do século 19, época em que passaram a ser impressos em encadernações baratas e vendidas aos milhares em feiras populares.
Na segunda metade do Século 20 o Cordel ganhou o respeito das Academias de Letras. Vários livros de importância cultural e histórica foram publicados em Cordel. Atualmente, esta literatura popular em versos está conquistando as escolas e os jovens leitores. A prova disso está nos livros infantis em Cordel publicados recentemente, cujo estilo novo não se distancia das suas origens.
Este é o texto central da página do Catálogo da FNLIJ (Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil) distribuído nos estandes da Feira do Livro para Crianças de Bolonha (Itália), acontecida na semana passada. Apresentada por Jô Oliveira, ilustrador talentoso, meu Mestre nas aulas no Instituto de Artes na UnB (Universidade de Brasília), nossa Literatura de Cordel foi representada por 11 livros (dois deles resenhados aqui). Esta feira é reconhecida como o principal evento de negócios em torno do livro infantil. Não é uma feira como costumamos ver por aqui, com pais passeando com seus filhos pelos corredores, comprando livros. É, sim, um grande negócio entre editoras, agentes literários, autores e ilustradores. É lá, principalmente, que o Brasil vende seus livros para o exterior e vice-versa. Esperamos que a Literatura de Cordel faça o caminho de volta e conquiste o mercado internacional. A FNLIJ faz um trabalho importante de divulgação dos livros brasileiros lá fora. Todo ano se faz presente com seu catálogo na Feira de Bolonha. A página do catálogo, reproduzida acima (clique sobre a imagem para vê-la em tamanho maior), põe a Literatura de Cordel em DESTAQUE (Highlights) e encerra suas informações com uma breve biografia de Jô Oliveira (artista ímpar quando o assunto é ilustração dos folhetos de origem medieval.
Jô Oliveira – Estudou Artes Gráficas no Rio de Janeiro e em Budapeste. Alguns de seus trabalhos foram publicados na Itália e em outros países. Ilustrou vários livros para diversas editoras brasileiras e seus desenhos estampam vários selos da ECT, empresa postal brasileira. Dois deles foram premiados como O MELHOR DO MUNDO, Prêmio Asiago, Itália.
Por falar em selos, dia desses, recebi uma carta cujo envelope veio com um selo novo do Jô Oliveira representando o BOI, personagem principal do Calendário Lunar Chinês em 2009. Lindo, lindo, lindo. Mas, acima, reproduzo o conjunto de selos que encontrei por acaso numa banca de revista em Copacabana, em 2007. Apreciem sem moderação. A arte de Jô é popular. E é também requintada. O Brasil está bem representado. Hatuna matata.
P.S. O texto em laranja sofreu - literalmente - uma livre tradução através do meu inglês macarrônico, mas acho que dá para o gasto.
Durante séculos, foi na tradição oral, em versos, que estas histórias foram disseminadas, principalmente até o final do século 19, época em que passaram a ser impressos em encadernações baratas e vendidas aos milhares em feiras populares.
Na segunda metade do Século 20 o Cordel ganhou o respeito das Academias de Letras. Vários livros de importância cultural e histórica foram publicados em Cordel. Atualmente, esta literatura popular em versos está conquistando as escolas e os jovens leitores. A prova disso está nos livros infantis em Cordel publicados recentemente, cujo estilo novo não se distancia das suas origens.
Este é o texto central da página do Catálogo da FNLIJ (Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil) distribuído nos estandes da Feira do Livro para Crianças de Bolonha (Itália), acontecida na semana passada. Apresentada por Jô Oliveira, ilustrador talentoso, meu Mestre nas aulas no Instituto de Artes na UnB (Universidade de Brasília), nossa Literatura de Cordel foi representada por 11 livros (dois deles resenhados aqui). Esta feira é reconhecida como o principal evento de negócios em torno do livro infantil. Não é uma feira como costumamos ver por aqui, com pais passeando com seus filhos pelos corredores, comprando livros. É, sim, um grande negócio entre editoras, agentes literários, autores e ilustradores. É lá, principalmente, que o Brasil vende seus livros para o exterior e vice-versa. Esperamos que a Literatura de Cordel faça o caminho de volta e conquiste o mercado internacional. A FNLIJ faz um trabalho importante de divulgação dos livros brasileiros lá fora. Todo ano se faz presente com seu catálogo na Feira de Bolonha. A página do catálogo, reproduzida acima (clique sobre a imagem para vê-la em tamanho maior), põe a Literatura de Cordel em DESTAQUE (Highlights) e encerra suas informações com uma breve biografia de Jô Oliveira (artista ímpar quando o assunto é ilustração dos folhetos de origem medieval.
Jô Oliveira – Estudou Artes Gráficas no Rio de Janeiro e em Budapeste. Alguns de seus trabalhos foram publicados na Itália e em outros países. Ilustrou vários livros para diversas editoras brasileiras e seus desenhos estampam vários selos da ECT, empresa postal brasileira. Dois deles foram premiados como O MELHOR DO MUNDO, Prêmio Asiago, Itália.
Por falar em selos, dia desses, recebi uma carta cujo envelope veio com um selo novo do Jô Oliveira representando o BOI, personagem principal do Calendário Lunar Chinês em 2009. Lindo, lindo, lindo. Mas, acima, reproduzo o conjunto de selos que encontrei por acaso numa banca de revista em Copacabana, em 2007. Apreciem sem moderação. A arte de Jô é popular. E é também requintada. O Brasil está bem representado. Hatuna matata.
P.S. O texto em laranja sofreu - literalmente - uma livre tradução através do meu inglês macarrônico, mas acho que dá para o gasto.
sexta-feira, 27 de março de 2009
José Mauro Brant em Brasília.
Gente, se vocês ainda não conhecem o JOSÉ MAURO BRANT, posso dizer que ele é um grande ATOR, um genial CONTADOR DE HISTÓRIAS. Difícil sair indiferente das suas apresentações. Portanto, aproveito o espaço para convidá-los a assistir ao monólogo FREDERICO GARCÍA LORCA: PEQUENO POEMA INFINITO, em cartaz neste final de semana no TEATRO DA CAIXA (Setor Bancário Sul - Brasília). Os Roedores de Livros estarão por lá no sábado à noite. Cliquem na imagem acima para mais informações ou liguem no (61)32066456. Para os que não conhecem o trabalho de Brant e não possam assisti-lo neste final de semana, recomendamos o livro Enquanto o sono não vem e o CD Contos, Cantos e Acalantos.
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