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segunda-feira, 24 de maio de 2010

terça-feira, 18 de maio de 2010

Saindo da toca em busca de novos leitores

Quase dois meses de Roedores de Livros no Shopping Popular da Ceilândia e ainda não conseguimos o número de crianças desejado. Estranho, não? Apesar de muitas crianças circularem nos dois pisos do shopping - um pouco mais tarde, é certo (por volta das 10h) - os filhos e netos dos feirantes (público inicial) não apareceram na sala da Torre A. Muitos dos que foram, continuam conosco, mas sentimos que precisávamos aparecer mais para eles. Então, na manhã do sábado 24 de abril fizemos uma ação diferente: descemos da torre, estendemos nosso tapete vermelho na área comum do primeiro piso, espalhamos umas almofadas e o Tino, como o flautista de hamelin, entoou seus cânticos de chamar meninos.

Aos poucos, algumas crianças - além das já conhecidas - foram se chegando. Os pais e avós interromperam suas compras e ficaram ao redor - uns em pé, outros nas cadeiras de plásticos da "praça de alimentação". Ao fim da cantoria 14 crianças já se espalhavam pelo tapete esperando a hora da história. Como era um dia especial, começamos com a clássica Bruxa, bruxa, venha à minha festa (Druce Arden, Brinque Book) em que as ilustrações pareciam saltar aos olhos dos pequenos. Ao final da história, a surpresa que encantou a todos. Ali, juntos, estávamos convidados e prontos para a festa do encontro entre os livros e as crianças.

Duas sacolas de livros e tantas histórias bacanas para contar. A edição pop up de Da pequena toupeira que queria saber quem tinha feito cocô na cabeça dela (Werner Holzwarth, com ilustrações de Wolf Erlbruch, Cia das Letrinhas) também fez um sucesso danado. A criançada se divertiu com os "movimentos" das ilustrações e com os diversos tipos de cocôs que foram aparecendo durante o enredo. Um super livro.

Entre outras leituras daquela manhã, o reconto de A galinha ruiva (Elza Fiúza, ilustrado por Leninha Lacerda, Moderna) foi a derradeira e a turma - que chegou a um total de 18 crianças - em coro, respondia quando a galinha perguntava se alguém poderia ajudá-la a preparar o bolo. Mas, ao final, todos participamos de uma manhã inesquecível, e que serviu também para apresentar o projeto para quem ainda não sabia. Esperamos ter mais crianças em breve.

Em nossa avaliação sobre a preferência das crianças em ficar à toa circulando no shopping enquanto os pais trabalham percebe-se um certo desinteresse dos responsáveis em levar as crianças ao projeto. O motivo, até imaginamos, mas não sabemos ao certo. O importante é sabermos que há muito ainda por fazer para pescarmos mais leitores - uma ação inicial é divulgarmos a ação nas escolas da redondeza. Mas é preciso um pouco mais de tempo para visitar tais escolas durante a semana. O Roedores de Livros é um projeto bancado por quatro teimosos que vez em quando se permitem viver no mundo da fantasia, embora a vida real grite o tempo todo chamando de volta ao batente. Mas, pelo menos, nas manhãs de sábado, estamos firmes na feliz missão de levar o prazer da leitura para mais crianças. Hatuna Matata.

domingo, 16 de maio de 2010

A primeira leitura

Queridos leitores... esse menino sorridente da foto aí de cima e da foto de baixo é o Tiago. É o garoto que mais esteve presente no projeto desde que mudamos para a Torre A do Shopping Popular da Ceilândia. Na manhã do sábado 17 de abril fomos agraciados com a sua primeira leitura em público no projeto.

Era um livro pequenininho, que ele escolheu na estante - perdoem-me por não lembrar o título nesse momento em que escrevo, mas depois deixarei registrado. Miúdo no formato e com poucas páginas, mas que serviu para destravar sua vontade de ler, espelhando nossas ações semanais. Uma leitura ainda tímida, sem muita fluência, trôpega em alguns momentos, que precisou de ajuda para chegar ao final; porém rica e inesquecível para nós. E motivo principal desse post. Ganhamos uma batalhinha: um leitor. Estamos felizes e desculpe se pode parecer pouco para quem lê. Para nós é MUITO e aqui, deixo o nosso VIVA para o Tiago. Esperamos ouvir muitas outras histórias dele e dos outros pequenos.

Mas aquele dia foi especial por outros motivos: foi a primeira vez que algumas das crianças ouviram a história OS TRÊS PORQUINHOS que ficamos devendo na semana passada e que mediei a partir de O GRANDE LIVRO DOS LOBOS (Compilação da Editora Companhia Nacional). Mesmo quem já conhecia a história, curtiu. É um clássico. Entre outras histórias daquela manhã, o Tino leu PANDOLFO BEREBA (Eva Furnari, Moderna) em que não só o texto da autora provocou risos, mas a gurizada ficava louca para ver as ilustrações das personagens: outro ponto forte naquele dia.

Na semana anterior, eu havia prometido levar um helicóptero para cada criança nesse sábado. Promessa feita, promessa cumprida. Mais um pedacinho de papel, algumas dobras, uns recortes e um clip de metal... pronto. Cada um fez o seu e durante os últimos 30 minutos colocamos as aeronaves para voar. Por fim, descemos para o primeiro pavimento, onde fica a entrada da Torre A e fizemos o registro final daquele dia, antes de cada criança seguir para casa. Ainda precisamos alcançar mais crianças, mas já nos sentimos mais à vontade e íntimos de algumas crianças. E isso faz MUITA diferença. Hatuna Matata.

terça-feira, 11 de maio de 2010

Coloridos, sorridentes e em busca dos três porquinhos

Depois de uma pausa no feriado da Semana Santa, retomamos o projeto na manhã do dia 10 de abril. Ana Paula estava com um tema na cabeça: - Hoje vou levar histórias que tenham o "porco" como personagem principal. Aí, na seleção, alguns cássicos: O Porco (Bia Hetezel, com ilustrações de Filipe Jardim e Flora Sonkim, Manati), Leo e Albertina (Christine Davenier, Brinque Book), entre outros.

A nossa sala de leitura recebeu um público melhor que o da semana anterior mas durante o bate-papo inicial sobre a mediação uma surpresa absurda: Duas crianças não conheciam a história dos três porquinhos. Outro absurdo: na nossa biblioteca não havia uma edição sequer com essa história. Os dois absurdos seriam resolvidos na semana seguinte pois a mediação estava passando da hora. Ana Paula leu Um porco vem morar aqui (Claudia Fries, Brinque Book) e depois, Monstro, não me coma (Carl Norac, com ilustrações de Carll Cneut, Cosac Naify). Eu fugi dos porcos e li Eu sou o mais forte (Mario Reis, Martins Fontes) e brincamos juntos durante a leitura do ótimo O livro da com-fusão (Ilan Brenmann, com ilustrações de Fê - a edição que temos é a da Brinque Book, esgotada, mas há uma nova ediçào pela Melhoramentos).

O projeto recebeu a visita da Adriana Frony, parceira em várias apresentações com os seus brinquedos cantados e reuniu a tropa roedora no brinquedo O ESQUIMÓ e saíram todos desbravando nosso espaço em busca de um Urso Polar e falando ROC TOC UMA. Divertidíssimo.

Por fim, antes do fim, distribuímos papéis e giz de cera para a criançada. Era o que tinha à mão para a oficina. Mas bastou. Todos, a seu modo, encontraram um cnatinho e desenharam livremente o que veio à cabeça. A ilustração abaixo foi da pequena Vitória. Adoramos. Belo desenho, com o fundo colorido, cheio de expressão. Reparem nos sorrisos. Foi assim que a gente saiu de lá: coloridos, sorridentes e em busca dos três porquinhos. Hatuna Matata!!!

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Onde estão as crianças?

Já disse por aqui que a cada sábado, um friozinho na barriga entrega o sentimento estranho de não saber o que vai acontecer no encontro com as crianças. No dia 27 de março esse encontro quase não aconteceu. Chegamos cedo à Torre A do Shopping Popular da Ceilândia, mas não havia nenhuma criança. De repente, passos na escada. O Tiago apareceu. Ele é o mais serelepe da turma que frequenta o projeto. Chama a gente pelo nome, agrega bagunça e atenção. Danado como criança deve ser. Ali, sozinho, enquanto esperávamos outras crianças, ele foi direto pescar um livro na estante. Pegou um bem pequenininho, se acomodou no tapete, arrumou um encosto com almofadas e mergulhou no seu mundo.

Não resisti ao tédio daquele silêncio e fui conversar com ele. Saber um pouco da vida, sobre suas leituras e outras preferências... Aí, o Tino apareceu com o livro Uma Viagem Fantástica e fomos procurar Wally. Nos divertimos bastante até que ouvimos novos passos na escada. Era o Célio. E aí, juntos, fomos procurar Wally em Um Passeio na História com o Tiago.
Passou mais um tempo e ouvimos novos passos na escada. Apareceram Vitória e sua mãe já no meio da manhã. Havíamos encontrado muitos Wallys e fui atrás de histórias para embalar a fantasia da dupla.

Naquele final da manhã, compartilhamos das histórias de Silvia Orthof (Fraca, Fracola, Galinha D'Angola) e de Eva Furnari (Assim, Assado), entre outras. Ao final, ficou a sensação de que é preciso fazer mais. Tá certo, foi um dia atípico. Mas incomodou. Rodamos 20km para encontrar as crianças e elas não apareceram. Muito estranho. É preciso mais atenção da nossa parte para entender o que acontece ao redor. O espaço é novo. Novas crianças. Novas atitudes. Ou não - como diria Caetano. Dúvidas. Dúvidas. Semana que vem é feriado e não teremos o projeto. Veremos o que vai acontecer no dia 09. Cruzei os dedos. Hatuna Matata.

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Para Gostar de Ler - É preciso voar

De volta ao projeto, uma semana após o recesso - pois fomos prestigiar a FLIPIRI -, a manhã de sábado, 20 de março, foi como um recomeço. Explico usando o título desse post. Para gostar de ler é preciso, entre outras coisas, voar. E nesse desafio de conquistar novos leitores numa nova casa, é preciso inserir o livro aos poucos no meio de outras atividades que, para as crianças, são mais prazerosas. A gente aprende a voar a partir de brincadeiras de roda e oficinas de arte que sempre foram nosso forte no início do projeto, junto com a mediação de leitura. Dividíamos o tempo entre essas três coisas. Aos poucos as crianças foram pegando gosto pelo livro, foram pedindo para levar alguns para casa, se colocavam à disposiçào para uma leitura em grupo, etc. Nesse sábado retomamos essa ideia com uma simples folha de papel em branco.

Mas, antes do final, a turma participou com ouvidos atentos e olhares curiosos da mediação com os livros O PRESENTE DE ANIVERSÁRIO DO MARAJÁ (James Rumford), QUE BICHO SERÁ QUE FEZ O BURACO? (Angelo Machado, com ilustrações de Roger Mello) e O SHORT AMARELO DA RAPOSA (Maria Heloísa Penteado, com ilustrações de Igor Balbachevski). Esse último, arrancando expressões de incredulidade da meninada a cada bichão engolido pela raposa. Bem divertido ver essa "briga" entre a fantasia e a realidade.

Depois, folhas de papel e um pouco de conhecimento para criar aviões bem diferentes dos tradicionais. O Fernando (na foto abaixo) criou o seu avião - bem diferente do nosso - mas depois entrou na fábrica em série e foi divertido botar essa turma para voar.

Um, dois, três e JÁ!!! Não foi fácil produzir uma foto com os aviões no ar. Mas aqui está a melhorzinha. A turma da foto tem aparecido com mais frequencia e a gente já percebe uma melhor interação também na relação conosco.

Ainda dá um friozinho na barriga a cada sábado que a gente chega lá por não saber se a casa vai estar cheia ou não. Mas em dias como esse, a gente sente que o caminho, apesar de íngreme, levará a um lugar bom. Basta saber voar quando for preciso. Hatuna Matata!!!

terça-feira, 9 de março de 2010

Ler é a maior diversão!!!

No último sábado, 06/03, duas visitas surpreenderam os Roedores de Livros. O casal Berenice e Eliton (irmão da Edna) chegaram de uma longa viagem de férias que começou lá pelo sul do país, parou em Brasília para um "oi" e pousará em Fortaleza daqui a alguns dias. Como bons nordestinos, o casal levará na bagagem as boas novas do projeto e o delicioso café com cuscuz e tapioca da "Praça de Alimentação" do Shopping Popular da Ceilândia. De mansinho, os dois foram se acomodando ao redor da criançada que foi chegando aos poucos - mas foi chegando até fazer o maior quórum desse reinício de atividades: 12 crianças. 14 com o casal. Bem, pra falar a verdade uns 20 se considerarmos nós - crianças também - e os pais e avós que apareciam rapidinho, mas sempre arrumavam tempo para ouvir uma ou outra história.

Antes das histórias ganharem vida e como já não cabia todo mundo na Sala de Leitura o melhor a fazer foi estender o tapete vermelho na recepção, distribuir as almofadas e relembrar com a turma as 10 normas que construímos juntos:

1 - Cuidar bem dos livros (evitar amassar as folhas, não riscar, fazer a leitura sempre com as mãos limpas, enfim, zelar para que o livro permaneça saudável para o próximo leitor). "Não machucar o livro, não é, tia?" - Diria uma criança. É, é isso mesmo!

2 - Não gritar, correr ou discutir com os colegas;

3 - Não trazer comida e bebida para o ambiente de leitura;

4 - Ir ao banheiro e tomar água somente na hora do "intervalo" - exceto em casos "emergenciais";

5 - Calçados não combinam com os tapetes. Então, de preferência deixe-os sempre nas caixas;

6 - Pezinhos e meias limpos - nada de chulé!!!

7 - Nada de soltar PUM!

8 - Uma almofada pra cada um (ops, rimou com a norma 7);

9 - Atenção para ouvir as histórias = Não conversar durante a mediação da leitura;

10 - Ler muitos livros!!!

Naquela manhã, a mediação foi muito bacana. Escolhemos os livros O RATINHO, O MORANGO VERMELHO MADURO E O GRANDE URSO ESFOMEADO (Audrey Wood e Don Wood, Brinque Book), MENINA BONITA DO LAÇO DE FITA (Ana Maria Machado, com ilustrações de Claudius, Ática), RAPOSA (Margaret Wild, com ilustrações de Ron Brooks, Brinque Book) e EM CIMA & EMBAIXO (Janet Stevens, Ática). As crianças se envolveram em todas as histórias. Foram leituras extremamente prazerosas. A nova toca está ganhando seus moradores e está se moldando bem às novas necessidades.

Mais uma vez saímos de lá com a "norma 11" estampada no sorriso: LER É A MAIOR DIVERSÃO!!!

segunda-feira, 8 de março de 2010

As histórias começam a se soltar na nova toca.

Queridos amigos. Quanta alegria retomar as atividades no projeto. Ainda pairam as dúvidas sobre como nos comportaremos (adultos e crianças) no novo espaço (que adoramos), mas o prazer de compartilhar os prazeres da leitura é muito maior. A manhã do sábado 27/02 ainda foi dedicada aos cadastros e algumas crianças inscritas na semana passada já retornavam à nossa "toca".

Quando formamos um pequeno grupo, convidei o Célio, a Edna e o Tino para a Sala de Leitura e fomos conversar sobre direitos e deveres naquele ambiente. Primeiro, brincamos no momento de apresentação. As crianças deveriam adivinhar nossa idade e, a partir daí, surgiram respostas divertidas - o que mostrou uma turminha bem criativa. Explicamos que sempre deixamos os calçados do "lado de fora" do tapete. Ressaltamos o cuidado com os livros - que são de todos e não de um só -, a necessidade do silêncio e da atenção durante a mediação; informamos os horários de funcionamento e conversamos sobre as dúvidas que as crianças ainda tivessem.

Esse momento em que estamos todos descalços, dando voz às crianças e interagindo com a criatividade e felicidade delas é muito importante para dar "liga" ao grupo. Depois da conversa, o Tino tirou da "manga" O HOMEM QUE SOLTAVA PUM (ilustrações de Patrício Bisso, Caramelo), livro absurdamente engraçado de Mário Prata. Pela foto acima, vocês podem ver que a turma mergulhou na história e - de uma forma diferente do personagem do livro - também soltou os seus puns.

Eu ainda faria outras mediações enquanto Edna e Célio recebiam as inscrições na sala em anexo (temos sala em anexo!!!). Como é uma turma iniciante, as histórias escolhidas são mais interativas. Mais livros brinquedos. E, aos poucos, a gente vai inserindo textos maiores, histórias mais complexas. Mas isso bem aos poucos. Nessa semana, fiz a mediação com VAI EMBORA, GRANDE MONSTRO VERDE (texto e ilustrações de Ed Emberley, Brinque Book) e com o clássico O SAPO BOCARRÃO (Keith Faulkner, com ilustrações de Jonathan Lambert, Cia das Letrinhas). Aos poucos, o encanto pelos livros vai deixando seu perfume no ar da nova toca dos Roedores de Livros. Hatuna Matata.

terça-feira, 2 de março de 2010

Despertando a emoção com o livro.

Não dá para negar. Naquela manhã nosso coração bateu diferente. Mais rápido. Ansioso. Curioso. Feliz de retomar as atividades do projeto. Quantas crianças iriam aparecer na nova sede? Que diferença sentiríamos entre os novos meninos e meninas e os outros que frequentaram o Roedores de Livros desde 2006? Será que também vão se encantar com os livros? Ah, o frio na barriga não desapareceu nem com o café com leite bem quentinho que tomamos ali mesmo no Shopping Popular da Ceilândia. O primeiro dia, sábado, 20 de fevereiro, foi voltado para a inscrição das crianças. Pouco a pouco o pessoal foi aparecendo.

Judson, Jadson e Jefferson e J.... Esmênia. Os quatro irmãos acima nos esperavam na porta da sala na Torre A. Com eles, a primeira grande diferença visível entre as semanas anteriores do projeto: a mãe estava junto. Nas outras sedes, geralmente as crianças chegavam e saíam sozinhas. Mesmo morando pertinho, a maioria dos pais não acompanhava os filhos. Agora, o Roedores de Livros acontece num local cheio de feirantes e alguns deles abraçaram a oportunidade de oferecer um pouco de fantasia aos filhos. No primeiro dia conhecemos mães, avós e até mesmo um pai - fato raro.

Esse ano selecionamos crianças entre 6 e 11 anos. Mas foi surpreendente o número de crianças menores de 6 anos que apareceram por lá. Fizemos um "cadastro reserva" a veremos a possibilidade de envolvê-los nas atividades futuramente. Entre uma inscrição e outra fomos deixando a turminha à vontade, descobrindo o espaço, os livros e vez em quando a gente parava tudo, escolhia um livro e contava uma história. Aí vinha aquela sensação de felicidade ao ver todo mundo atento, com os olhos colados no livro, vez em quando soltando um sorriso, um ar de espanto. Era o que a gente queria: emocionar as crianças com o livro.

Ao final, uma surpresa muito bem vinda: Esmênia pegou o livro É UM RATINHO? e imitou a mediação que o Tino havia feito no começo da manhã, contando a história para algumas crianças que chegaram depois. Foi inesperado e muito legal. Muito. E foi só o primeiro dia. Queremos mais boas surpresas. Hatuna Matata.

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Decorando a "nova" toca dos Roedores de Livros

Pois bem. Como escrevi anteriormente, no final de 2009 abraçamos com todas as forças a oportunidade de termos um espaço físico para abrigar nossas crianças, estantes, livros, fantasias e outros tantos desejos. O espaço fica na Torre A do Shopping Popular da Ceilândia (QNM 11 Lote 3 Área Especial - Ceilândia Sul). Além das atividades do nosso projeto, acontecerão no local outras oficinas literárias voltadas para jovens e adultos além de oficinas de artesanato. Essas outras atividades serão coordenadas por Clara Etiene e Ana Maria nossas parceiras na "ocupação" do espaço. As duas aparecem na foto acima entre mim, Edna e Tino.

As semanas foram se passando e a nova "toca" foi ganhando um pouco da nossa cara a partir das doações que foram chegando. Tinta para a pintura do espaço, "choro" para que a mão de obra ficasse mais em conta, a descoberta da necessidade de grades para evitar pichações, quadros para as paredes ficarem mais convidativas ao olhar, amigos e outros tantos voluntários nos cercando de atenção e enfim... depois de algumas semanas, tudo ganhou um colorido cheio de motivação. Motivação que inspirou a nossa nova parceira - Clara Etiene - a escrever o belo relato que publico a seguir:

“Era uma casa muito engraçada... não tinha teto, não tinha nada...”

Um lugar é o espaço onde algo acontece. Sem acontecimento, o lugar é só um ermo vazio sem sons, sem cor, sem coisas. Havia teto, paredes e portas, mas nada acontecia. Mas, no sábado, dia 27 de novembro, o espaço que abrigará o projeto de mediação de leitura e oficinas de artesanato no Shopping Popular de Ceilândia recebeu a mudança dos Roedores de Livros. Chegou o acontecimento!

Primeiro chegaram as estantes trazidas pelo Célio; pesadas, grandes, bonitas, representam a fortaleza do zelo. As caixas de livros vieram no carro da Edna, eles têm sido, já há algum tempo, seus ilustres passageiros; o pessoal da Associação dos Feirantes do Shoppping Popular e a Dona Ana, nossa amiga nessa empreitada, cuidavam da limpeza do espaço. Eu, contadora desta memória, andava por lá procurando o pintor para que ele fosse das os retoques que ficaram faltando na pintura. Não o encontrei até agora...


Coisas misteriosas aconteciam naquele lugar, o pintor não foi encontrado, assim como não foram encontradas as chaves do carro da Ana Paula que aflita ligava de sua casa reclamando a própria ausência naquele dia de arrumações e mudanças. Mas, uma roedora brasileira não desiste nunca, Ana Paula pediu ajuda e chegou ao nosso espaço com “mala e cuia”: casinha para guardar objetos, arquivo colorido, almofadas estampadas, quadro de avisos e lindas telas que mais tarde iram parar na vidraçaria mais próxima para a preparação das molduras.


No final da tarde, esperamos a Ana almoçar, e fomos para nosso primeiro “encontro técnico”, sentadas nas almofadas coloridas, falamos do Projeto...surgiram tantas idéias, ponderamos sobre algumas decisões e, de repente, nos sentimos em casa... Era como se aquele espaço, antes vazio, sem cor, sem nada, a partir daquele momento abrigasse todas as nossas histórias, leituras e sonhos.

Fechamos tudo, guardamos as caixas de livros, viemos embora e deixamos os contos, romances, poemas, travessuras e sonhos nos esperando até o próximo sábado...


Bem, só sei que foi assim. Depois vieram alguns dias de férias de verdade, o retorno para os afazeres do início do ano, mas o desejo de recomeçar era tão forte que em plena quarta feira de cinzas realizamos a última etapa antes de encontrarmos as crianças: uma reunião com a ASFESCEI (associação dos feirantes, responsável pelo local). Ali, apresentamos o espaço reformado e as ideias dos projetos. Também ouvimos muito o que todos tinham a dizer. Ficou claro que ligar o motor da fantasia a serviço de uma comunidade melhor é a vontade de todos. Hatuna Matata!

P.S. Na foto acima, da esquerda para a direita, em pé: Sales, Lindalva, Francisco, Ana Maria, Milton, Tuna e Edna. Sentados: José Carlos, Eu (Ana Paula), Lís Maria, Clara Etiene e Tino Freitas. Eis a nossa seleçào para 2010.

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Descobrindo a nova toca dos Roedores de Livros

Uma nova porta se abriu. Foi em novembro do ano passado. Havíamos encerrado as atividades com as crianças em 2009 quando o destino - ou melhor, a Clara Etiene - nos soprou a Boa Nova. No alto de uma torre num shopping de feirantes no coração da Ceilândia (DF) havia uma sala - aliás, três - esperando por Roedores de Livros.

Chegamos devagar, com os olhos curiosos e cheios de esperança. Com o desejo latente de desfrutar de um teto certo para nossas atividades semanais. Um abrigo para os nossos livros que em 2009 se espremeram em caixas de papelão enquanto nossas estantes esperavam vazias o momento de novamente se enfeitarem de livros e encher de fantasia os olhos das crianças.

O lugar estava lá. Esperando por nós. Pedindo um carinho. Uma cor. Uns quadros. Gente entrando e saindo. No coração dos Roedores, além do desejo de uma toca nova, o suspiro ansioso e cheio das dúvidas que chegam a cada recomeço. A cada mudança.

Fazer a mediação sob o céu azul de Ceilândia, sobre um tapete vermelho, ao abrigo da sombra de um pinheiro tem um rico valor simbólico e é bem poético. Mas, na prática, a buzina, a fumaça e o som dos motores dos carros, o sol, a fina poeira vermelha, o frio e a chuva jogavam contra nós. A favor, as crianças, os livros e a vontade de todos de transformar o Homem.

Saímos daquela primeira visita com uma lista inicial de ítens para uma reforma. Lista que ainda cresceria bastante até a "toca" ficar com a cara dos Roedores de Livros. E que só se tornou real a partir da resposta de queridos amigos ao nosso chamado. Uma campanha que correu à boca miúda e que serviu ao seu propósito: nos ajudar a oferecer um espaço digno de receber a fantasia, livros, leitores e "Roedores". Desde já agradecemos a todos que colaboraram. No próximo post vocês verão que estamos de "Casa Nova". Hatuna Matata.