O primeiro livro: COISAS QUE EU QUERIA SER (Cosac & Naify) do Arthur Nestrovski com ilustrações da Maria Eugênia. O livro está repleto de sacadas geniais (inteligentes e divertidas) sobre como as coisas se explicam. Algumas criações mirabolantes como o "Exterminador de Chatos" abaixo e outras quase invisíveis de tão presentes no nosso dia-a-dia como o relógio. As ilustações da Maria Eugênia dão um sabor especial à leitura e repetem o sucesso da dobradinha anterior feita para o não menos genial BICHOS QUE EXISTEM E BICHOS QUE NÃO EXISTEM (Cosac & Naify). Abaixo, reproduzimos a super mega definição do Lápis: "Seria super ser lápis.
Dentro de um lápis cabe o mundo inteiro.
Basta escrever: mundo.
Ou tirar o mundo das palavras
Que o lápis tem por dentro.
O mar de histórias, a montanha de desenhos.
O lápis, quanto mais lápis for, menos lápis fica.
Tem gente que sente pena de apontar o lápis.
Mas o lápis adora.
Se ninguém aponta, fica desapontado.
Canetas vêm, canetas vão.
Computadores mudam o tempo todo.
Só o lápis vai ficar para sempre."
Pô, professor Arthur, depois disso, o "resto" do livro é cortesia... ADORAMOS. Cinco estrelas!!! Uhúúúúúú!!!
A outra aquisição foi "DECLARAÇÃO UNIVERSAL DO MOLEQUE INVOCADO" (Cosac & Naify) com textos do Fernando Bonassi e ilustrações originalíssimas e invocadíssimas do Azeite (Rodrigo Otávio Silva). Bem se você é pai ou mãe, provavelmente merece ganhar este livro do seu filho. Certamente a maioria dos pais vai rir e sentir uma pontinha de "culpa" (impossível não sentir) com o texto inteligentemente instigante do Fernando Bonassi. O cara é fera!!! É como se uma criança estivesse escrevendo. Coisa difícil quando se trata de um adulto. Mas fichinha quando é o Fernando que escreve. Na pior das hipóteses você vai lembrar que um dia foi criança e aí duas opções: ou colocar o livro longe do alcance das crianças ou afrouxar as rédeas. Afinal, nestes tempos, a possibilidade de nossos filhos serem moleques invocados são imensas: aqui em casa temos DOIS INVOCADÍSSIMOS e gostamos disso... o Tino leu e anda mais tranqüilo... e ele não escondeu o livro das crianças... hehehe... bom sinal!!! Bem, enquanto professora de artes quero ressaltar que as ilustrações do Azeite reproduzem fielmente os traços de aluns alunos invocados que tive. Ah... vocês querem uma canja do livro? Então vamos lá:
Fernando começa escrevendo: "Já que gente grande ri (de verdade) muito pouco. Já que gente grande chora (de verdade) muito pouco. Já que gente grande se preocupa demais com carros, livros, cemitérios, esmalte de unha... eu o moleque invocado proclamo: (...) Toda criança tem direito de escolher a cor das paredes do seu quarto e de escrever em qualquer parede de qualquer lugar"... Lembrei que há uns dois anos fiz uma festa de aniversário aqui em casa e liberei o muro e giz para as crianças. à noite, ao final da festa, uma mãe veio pegar sua filha. A criança me chamou e me apresentou à sua mãe assim: "- mãe essa é a tia Ana Paula, mãe dos meninos. Ela é mó legal. Deixou a gente desenhar no muro". A mãe me olhou com censura e botou a menina para dentro do carro e saiu para nunca mais voltar.
Certamente ela não vai ganhar o Certificado ABG (Adulto Boa Gente), que vem encartado no livro, para você destacar e - se tiver méritos - pendurar na parede. Mas tem que ter a assinatura (o atestado) de dois representantes da AMI (Associação dos Moleques Invocados).
Ainda no livro: "Toda criança tem direito à escola com piscina aquecida, computadores (com joguinhos, desenhos animados e mapas divertidos), escorregadores, teatro, cinema, autorama, chantilli, jogo de dama, chocolate, balanços e principalmente, carteiras com travesseiros pra não dar calo na bunda. Só serão contratados para essas esolas, os professores que tiverem o Atestado de Adulto Boa Gente (reproduzido acima) a ser fornecido pelas crianças mais invocadas da vizinhança".
Ah,... quase esqueci: "É proibido o escuro".
Quer saber mais? Leiam o livro. É MUITO BOM!!! Cinco estrelas! Uhúúúúúúúú!!!
That's all folks!
Ah... ainda levamos dois livros da Sylvia Orthof de cortesia: Contos de Estimação (também com textos de Adriana Falcão, Rui Castro e Sylvio Romero) e Histórias Curtas e Birutas.