
sexta-feira, 27 de março de 2009
José Mauro Brant em Brasília.

terça-feira, 24 de março de 2009
Se isso não é uma caixa... é o quê?

Outras dicas de livros nesta linha do jogo simbólico: MARIETA (Julieta Raimunda da Selva Amazônica da Silva e Souza) da Mariana Massarani, editado pela Manati; LILI, PEDRO E O PEIXE CAÇADOR DE TESOUROS (Angelika Glitz, Brinque Book). O genial Maurice Sendak escreveu e ilusrou um clássico do gênero que, em breve, estará nas telas de cinema, chamado WERE THE WILD THINGS ARE (veja aqui e aqui), mas este, também, só importado. That`s all, folks.
segunda-feira, 23 de março de 2009
Mariana Massarani trabalhando...



sábado, 21 de março de 2009
Formigas na estante dos Roedores de Livros.
Normalmente a gente só presta atenção às formigas quando elas entram pela casa e descobrem o depósito de açúcar destampado. Fora desta situação tão comum, as formigas levam uma vida de muito trabalho, disciplina e nenhuma atenção do bicho homem. Às vezes, acontece algo diferente, inusitado e, mais uma vez, somos convidados a olhar com mais atenção para estes pequenos seres. Vejam o que aconteceu comigo nesta semana: encontrei formigas na livraria.
Não, não foram aquelas da conhecida fábula. Elas estavam em outro livro. Pequenino, ali, empilhado na prateleira, procurando um leitor como quem caça um doce, Formigas (Elaine Pasquali Cavion, ilustrações de André Neves, Paulus) me tomou o olhar. Não resisti e trouxe para a nossa biblioteca. Como não sou egoísta, convido-os a fazer o mesmo.
É o primeiro livro de Elaine Pasquali Cavion. Seria de bom tom dizer que a ilustração de André Neves salvou um texto de iniciante. Mas não é isso o que acontece. Na publicação, os dois conversam como bons e velhos amigos. Elaine demonstra intimidade com as palavras. Brinca com elas. O texto é ÓTIMO. Assim como as ilustrações – irreconhecíveis para quem está acostumado com os últimos trabalhos de André. O artista ousou sair do seu estilo e o fez com a competência que o transformou num dos maiores nomes da ilustração para livros infantis.
A história é sobre uma formiga que sai dos padrões e as consequencias dos seus atos. Durante um passeio numa tarde quente de verão, algo lhe chama a atenção. O jovem inseto não hesita em sair da fila de operárias. Descobre um livro aberto próximo ao seu caminho e vai ao seu encontro. Lá, percebeu a palavra folha: “Era tão verde essa palavra, tão cheirosa, tão suculenta... tão... folhosa que depressa colocou a palavra nas costas e voltou para junto da sua fileira”.
Logo há uma grande confusão entre os pequenos animais. Enfim, com a anuência da formiga-líder, todas vão ao livro, descobrir as palavras que são devidamente escolhidas e carregadas para o formigueiro. Mas, o que fazer com as palavras? Servirão para alguma coisa? No inverno, durante a visita da cigarra, é certo que haverá novidades por lá. Uma história surpreendente. Divertida. Criativa.
O texto apresenta-se recortado ora em parágrafos inteiros, ora em frases curtas. Às vezes, uma frase escorrega pela página que, noutro momento está preenchida apenas por uma palavra. Muitas vezes texto e ilustração contam juntos a história. Esse recorte criativo dá mais agilidade à leitura. Há uma passagem que acho muito divertida: a joaninha encontra com a fila de formigas e, por ser educadíssima, diz “Boa Tarde” para cada uma das 794 formigas. Fiquei me imaginando na entrada de um shopping dizendo “Bom Dia” para todo mundo que fosse passando. Surreal. Mas, pensando bem, deveria ser assim.
Formigas é um grande livro num formato pequeno e não muito usual: 16cm x 11,5 cm. Combina perfeitamente com o universo a que se destina (o das formigas, dos leitores mirins e dos leitores adultos atentos às miudezas da vida). Agora, o que não combina com a bela prosa poética de Elaine e com o trabalho artístico de André, é o acabamento final. O livro, produto que transporta a PALAVRARTE, poderia custar um pouco mais para brindar o leitor com uma capa dura e papel mais espesso. Daria mais “respeito” ao conteúdo. Por exemplo, André Neves, em vários momentos usa de papel reciclado para compor a sua ilustração, textura que se perde na mão do leitor com o papel escolhido pela editora. Por favor, não entendam que o livro é ruim. Longe disso. Mas poderia ser melhor.
Na livraria, custa incríveis R$ 12,00 (DOZE REAIS). Vejo por aí muitos livros que não contém a metade do talento de Formigas por muito mais dinheiros. Valeria à pena a editora aprender com os insetos de Elaine a carregar a palavra com mais atenção. Tenho certeza que este investimento não acarretaria um aumento significativo no preço final. Talvez o valor final, por livro, chegasse a uns R$ 20,00 (VINTE REAIS). Eu pagaria muito mais pelas formigas de Elaine Cavion e André Neves. Seja bem vinda, menina. Suas formigas deixaram nossa estante mais poética. Hatuna Matata.
Não, não foram aquelas da conhecida fábula. Elas estavam em outro livro. Pequenino, ali, empilhado na prateleira, procurando um leitor como quem caça um doce, Formigas (Elaine Pasquali Cavion, ilustrações de André Neves, Paulus) me tomou o olhar. Não resisti e trouxe para a nossa biblioteca. Como não sou egoísta, convido-os a fazer o mesmo.


Logo há uma grande confusão entre os pequenos animais. Enfim, com a anuência da formiga-líder, todas vão ao livro, descobrir as palavras que são devidamente escolhidas e carregadas para o formigueiro. Mas, o que fazer com as palavras? Servirão para alguma coisa? No inverno, durante a visita da cigarra, é certo que haverá novidades por lá. Uma história surpreendente. Divertida. Criativa.



sexta-feira, 13 de março de 2009
Sobre amizades e seus sabores.

Sempre gostei de cozinhar. É certo que comecei muito mal: aos 13 anos, sozinho e com fome, coloquei um pacote de macarrão numa panela com água fria, acendi o fogo e esperei ele ficar vermelho. O resultado final não foi interessante. Depois aprendi alguns segredos e informalidades. Acho que um almoço é ótima ocasião para encontrar amigos e colocar a conversa em dia enquanto o fogo faz sua mágica nos ingredientes. Quem participou dos almoços que promovi sabe que a comida é muito boa. Mas o encontro é sempre mais gostoso.
Capítulo 02.
Rob perdeu a mãe, vítima de um câncer. Mudou-se com seu pai para uma cidade do interior onde não consegue fazer amigos na escola. Pior que isso: seus colegas se divertem ao provocá-lo no ônibus, na sala, no recreio. Ninguém dá trégua ao menino. Nem mesmo o diretor da escola. Como forma de se proteger, ele guarda seus sentimentos numa mala bem fechada. Sofre calado. Suporta todo o tipo de intempéries sem reação e assim a vida segue seu curso.
Capítulo 03.
Antes da comida chegar ao prato há toda uma dedicação do anfitrião: escolher os convivas, o menu, sair para as compras, separar os melhores ingredientes, uma boa bebida, pães ou grãos ou queijos para o antepasto, bebidas para antes durante e depois e ainda, quem sabe, um doce de saideira (nunca fui bom em fazer doces - a não ser pudim – e aí fazia um mix de bombons de chocolate).
Capítulo 04.
Sistina tem este nome em homenagem à Capela italiana homônima, local do primeiro encontro dos seus pais, num encontrão casual enquanto adimiravam A Criação de Adão, afresco de Michelângelo no teto daquela construção. Acabou de mudar-se com sua mãe para a mesma cidadezinha do interior e é a nova aluna da classe de Rob. A mãe dela descobriu que era traída pelo pai e sua secretária. Também não consegue fazer amigos na escola. Quando está com a razão, não perde uma briga por nada. Mesmo que se machuque muito ao final de cada embate.
Capítulo 05.
Dia desses fui convidado por uma amiga para um almoço daqueles que há muito não me dou ao trabalho de fazer. Perguntei a mim mesmo o motivo de tanto silêncio entre o meu fogão e a sala de estar. Não encontrei uma resposta que me convencesse. Aceitei o convite, certo de retribuí-lo em breve. Sei o quanto ela se dedicou para transformar cada detalhe em realidade. Coisas de quem gosta de cozinhar para os amigos. Bem, eu só cozinho para quem considero amigo de fé, irmão camarada. Acho que é assim também com ela.
Capítulo 06.
Rob e Sistina se tornam amigos embora ambos tenham medo de confessar suas verdades mais íntimas um para o outro. O tempo fez com que aprendessem a ser francos. A verdade dói para ambos. Rob precisa aprender a abrir a mala e soltar seus sentimentos. Sua mãe não vai mais voltar. Sisitina precisa aprender a controlar sua raiva. Seu pai também não vai mais voltar. Os dois aprendem a ser sinceros um com o outro e com a vida. Tudo motivado por um Tigre que os dois aprenderam a amar.
Capítulo 7.
A última fatia de pão desaparecia da cesta no início do almoço quando um amigo desencontrou o outro em meio a ações e palavras disparadas de uma mala fechada e uma boca aberta. A carne ao molho tão desejada, a salada especialmente rica em perfumes, cores, sabores e o risoto tipicamente italiano sofreram com tal desencontro. O cafezinho passado na hora servido com um bolo de laranja que quase devorei sozinho também poderiam estar mais apetitosos. O encontro, ou melhor, o desencontro foi encerrado com uma, duas, três ou quatro rodadas de um licor excepcional. Mas nem tanto. Afinal, houve um desencontro dos que aprenderam a ser sinceros um com o outro e com a vida. Tudo motivado por um Tigre que aprenderam a amar.
Capítulo 8.
Coincidências à parte. Li O Tigre (Kate di Camilo, Martins Fontes) na noite logo após o tal almoço. No premiado livro, Rob e Sistina terminam como dois grandes amigos, aprendendo a enfrentar seus medos. O Tigre – ironicamente – foi o elo que os reuniu novamente. O texto é impecável. A autora de A História de Despereaux descreve com incrível esmero os sentimentos que borboletam em seus personagens infantis. Um bela história sobre confiança, amizade e como enfrentar as perdas. Ah, meus dois amigos já se perdoaram. Nem deu tempo de enferrujar as palavras. Entre os verdadeiros amigos não cabem distâncias. Eles sabem disso. E, assim como no livro, um Tigre foi o elo deste desejado reencontro da vida real. Vocês não imaginam a minha felicidade em poder dizer que esta história também terminou bem, apesar dos arranhões. Agora, o livro volta para a estante, meus amigos dormem sem rancores e eu fico aqui matutando… quem sabe, o próximo almoço seja aqui em casa. Hatuna Matata.
terça-feira, 10 de março de 2009
O Bicho Papão Leitor de Márcia Széliga mora na toca dos Roedores de Livros.



Daqui do coração do Brasil deixamos o nosso MUITO OBRIGADO a Jonas Robeiro e a Márcia Széliga. Vida longa à fantasia que brota da cuca fresca de vocês. Hatuna Matata.
sexta-feira, 6 de março de 2009
Abertas as inscrições para o PRÊMIO VIVA LEITURA 2009.
Na última quarta, 04 de março, no Escritório Regional da OEI (Organização dos Estados Íbero-Americanos para a Educação, para a Ciência e para a Cultura) em Brasília, foi lançada a quarta edição do PRÊMIO VIVA LEITURA. Na ocasião, estiveram presentes vários representantes do mundo literário e político.
Na mesa, da esquerda para a direita, Fabiano Santos (MINC), Justina Iva (UNDIME) e Gabriela Gambi (MINC), Ivana de Siqueira (OEI), André Lazaro (MEC), José Castilho (PNLL), Dulce Tanuri (CONSED) e Mônica Messenberg (Fundação SANTILLANA).
Todos ressaltaram a importância da premiação como reconhecimento aos agentes de leitura, como objeto de incentivo à novas ações e - principalmente - como forma de fazer um mapeamento das ações de leitura em todo o país, aprendendo, apoiando e multiplicando.
Nos primeiros três anos, o prêmio cadastrou cerca de 8 mil projetos de todas as regiões brasileiras - um número realmente expressivo. Espera-se, nesta nova edição, alcançar o número de 10 mil iniciativas em torno da democratização da leitura.
Após a solenidade, fomos brindados com um café da manhã onde o prato mais delicioso foi o bate papo com amigos da leitura que temos encontrado sempre por aqui ou por nossas andanças Brasil afora.
Um dos mais novos - e importantes - personagens políticos em sintonia com o livro e a leitura é o Deputado Federal Marcelo Almeida (PMDB - PR), presidente da Frente Parlamentar da Leitura. Elo de ligação entre os agentes literários (Câmaras do Livro, Editoras, Livreiros, Autores, Bibliotecários, Professores e - é claro - leitores) e o Congresso Nacional, procura multiplicar ações governamentais e investimentos públicos no meio literário. Posso afirmar que não lhe falta boa vontade. E o que é imprescindível - está sempre atento aos que têm algo a somar. Na foto acima, conversamos sobre os Roedores de Livros.
Entre os presentes, vários amigos como Dinorah Cançado (Biblioteca Braile de Taguatinga - DF), Maria Celia e Raquel (professoras, autoras e atrizes do livro-espetáculo Racumim e Racutia), registramos acima dois incansáveis trabalhadores em prol da democratização da leitura: João Carneiro, presidente da Câmara Rio-Grandense do Livro e Tânia Rösing, coordenadora da Jornada Literária de Passo Fundo (RS), um dos eventos mais prestigiados no mundo do livro brasileiro.
Na ocasião foi aberto ao público o Espaço Viva Leitura onde estão disponíveis os diversos projetos inscritos no prêmio. A iniciativa beneficia tanto pesquisadores quanto a pessoas físicas, empresas e instituições públicas que queiram conhecer ações de leitura em todo o Brasil.
Para quem quiser se increver no PRÊMIO VIVA LEITURA 2009, as inscrições estão abertas até 24 de julho e pode ser feita pela internet (Clique AQUI). Há três categorias: (1) Bibliotecas públicas, privadas e comunitárias; (2) Escolas públicas e privadas; e (3) Sociedade: empresas, ONGs, pessoas físicas, universidades e instituições sociais. Para a seleção final serão indicados 5 projetos de cada categoria. Os três vencedores receberão R$ 30 mil (cada um).
Na foto acima, eu, no Espaço Viva Leitura, segurando o troféu que premia ações como a dos Roedores de Livros. Na verdade nós não fomos premiados oficialmente. Se você - como nós - se sente incluído neste meio cada vez mais populoso, este prêmio também é seu. Hatuna Matata!!!

Todos ressaltaram a importância da premiação como reconhecimento aos agentes de leitura, como objeto de incentivo à novas ações e - principalmente - como forma de fazer um mapeamento das ações de leitura em todo o país, aprendendo, apoiando e multiplicando.
Nos primeiros três anos, o prêmio cadastrou cerca de 8 mil projetos de todas as regiões brasileiras - um número realmente expressivo. Espera-se, nesta nova edição, alcançar o número de 10 mil iniciativas em torno da democratização da leitura.
Após a solenidade, fomos brindados com um café da manhã onde o prato mais delicioso foi o bate papo com amigos da leitura que temos encontrado sempre por aqui ou por nossas andanças Brasil afora.



Para quem quiser se increver no PRÊMIO VIVA LEITURA 2009, as inscrições estão abertas até 24 de julho e pode ser feita pela internet (Clique AQUI). Há três categorias: (1) Bibliotecas públicas, privadas e comunitárias; (2) Escolas públicas e privadas; e (3) Sociedade: empresas, ONGs, pessoas físicas, universidades e instituições sociais. Para a seleção final serão indicados 5 projetos de cada categoria. Os três vencedores receberão R$ 30 mil (cada um).
Na foto acima, eu, no Espaço Viva Leitura, segurando o troféu que premia ações como a dos Roedores de Livros. Na verdade nós não fomos premiados oficialmente. Se você - como nós - se sente incluído neste meio cada vez mais populoso, este prêmio também é seu. Hatuna Matata!!!
Assinar:
Postagens (Atom)