quarta-feira, 28 de maio de 2008

Marina e Maurício no Salão...

Marina Colasanti, ao receber o prêmio (Hors Concours) de melhor livro de poesia, tirou da "manga" uma carta que recebeu (?) de Maurício Leite e a leu em público. Ele é um arte-educador, contador de histórias ENCANTADOR, que já vi em ação e que deu aulas (um mini-curso) para Ana Paula há muitos anos, quando ainda morava em Brasília. Atualmente ministra oficinas e conta histórias pela Europa, África e outroa continentes. Ele, sempre munido do livro, trabalha de forma genial, inclusive usando livros "só" de imagens, arrancando beijos, interjeições e aplausos da garotada. Depois, deixa sua mala - repleta de livros, brinquedos populares e outros badulaques - aberta para o deleite da garotada. Na carta, ele fala das dificuldades que encontrou numa viagem para contar histórias em Angola, e exulta a alegria das crianças admiradas com as histórias e os livros. Agradece aos escritores pelas histórias publicadas, instrumento de seu trabalho, importantes (as histórias e sua contação) para o despertar do gosto pela leitura em crianças mundo afora.

Naquela sala, indiretamente, Marina Colasanti - sem querer, querendo - disse à todos que um bom contador de histórias pode sim, incentivar a leitura. Maurício Leite usa de objetos em suas apresentações, assim como usa o livro. Os Tapetes Contadores de Histórias, usam objetos em seu excepcional trabalho, assim como usam o livro. Outros tantos também assim o fazem. A FNLIJ - Fundação NAcional do Livro Infantil e Juvenil, condena qualquer ação que não se prenda exclusivamente à leitura dos livros. Diz que o "resto" não incentiva a leitura. É mero entretenimento. Mergulhado na minha insignificância teórica, mas na força da prática que exerço, e sem as amarras políticas que envolvem tudo em torno da FNLIJ, digo que as palavras de Maurício Leite, repetidas por Marina Colasanti naquela sala na noite de segunda feira, soaram como música em meus ouvidos. Ao final de cada Firimfimfoca, por exemplo, os pais saem em busca dos livros da Sylvia Orthof atendendo ao pedido dos filhos.

O salão da FNLIJ é sim, o grande momento da litratura infantil e juvenil brasileira, como escreveu Socorro Acioli num comentário neste blog. É mais: um grande encontro de artistas do livro. É também um balcão de negócios. A mais organizada feira de livros que já vi. Porém, exitem muitos arte-educadores que usam o livro e suas histórias - e outros elementos - com talento e sucesso, despertando o gosto pela leitura, que não têm seu trabalho valorizado por esta instituição que tanto preza o livro e a criança. A FNLIJ merece todos os aplausos, mas - assim como qualquer mortal - não está imune a críticas. De um lado e de outro, todos queremos despertar nas crianças o gosto, o prazer pela leitura seja através de programas governamentais e projetos de incentivo à leitura ou práticas individuais. Queremos o mesmo: mais bibliotecas, mais mediadores, mais arte-educadores, mais leitores com prazer em ler. Hatuna Matata.

3 comentários:

Socorro Acioli disse...

Ana e Tino, qualquer pessoa ou instituição que promova a leitura merece respeito e todos os nossos aplausos. Felizmente, cada vez mais existem espaços para as diferentes formas de manifestação dessas iniciativas.Mesmo que não seja ali, será acolá. Em todo canto, haverá uma criança esperando - e recebendo - o momento mágico da leitura. Isso é o mais importante.
Muito obrigada pelo relato tão vivo do Salão. Tem consolado muito a minha tristeza de não estar no MAM esse ano. Beijos do Ceará.

Fátima Campilho disse...

Marina é quase perfeita. Já sabia que sempre dá permissão de uso de suas obras para contação de histórias. Claro que foi querendo! Ela tem visão e é PODEROSA!
Perdi mais esta...

Fátima Campilho disse...

Procurei ontem por vocês no Salão e não os vi. Gostaria de me despedir e agradecer. Apareçam ou telefonem antes de voltarem.
Abraços.