domingo, 9 de setembro de 2007
A traça no traço de Jô Oliveira...
sábado, 8 de setembro de 2007
Formigas no bolo de aniversário da Juliana...
Vejam (abaixo) que gracinha o texto da Luciana.
Eu ia escrever que no sábado, as crianças atrasaram um pouco e por isso, ficamos no alpendre da pró-gente, esperando que elas chegassem. Foi bonito ficar naquele sol, olhando pro portão e, aos poucos, e, em bandos, vermos as crianças apontarem lá na entrada. Sabíamos que eram as crianças dos roedores pela sacola. Ao longe, bem longe, as crianças felizes com suas sacolas; estavam transportando algo precioso... o livro. Maravilha perceber a felicidade de cada um, querendo contar como foi a leitura e já querendo outro livro para levar..... é como se o livro fosse uma missão que eles precisassem cumprir e cumprem de forma prazerosa.
Foram chegando, sentando, conversando..... depois entramos. Margareth ficou na recepção esperando o restante da turma chegar.... e foram chegando..... lá vem a temporada das flores, bando de pardais.
Lisianny, Luciana e Juliana roubaram a cena. Lisianny, atacou de formiga e foi um sucesso. Juliana pintou o sete porque era seu aniversário; Luciana, com suas caretas, nos fez chorar de tanto rir. Fisicamente, estava faltando vocês. Apenas fisicamente. Espiritualmente, sei que vcs estavam ali. Quanto as crianças, perguntavam por vcs a gente dizia que vcs tinham ido a um evento de contação de histórias e que na volta, teriam muitas histórias para contar.
Dia 25 de agosto, dia especial para os roedores, pois uma de suas integrantes, a Juliana comemorou o aniversário com as crianças no pró-gente, tornando o dia ainda mais festivo! Começamos o dia com a visita de uma formiguinha charmosa (Lisianny, contadora de histórias) que relatou-nos sua aventura deseperadora na neve, numa referência ao livro A formiguinha e a Neve adaptado por João de Barro.
As crianças, atentas acompanharam a contação , tentando ajudar nossa formiguinha a livrar-se do floco de neve que poderia transformá-la em "sorvete de formiga" argh!!!!! Mas tudo foi resolvido de maneira surpreendente com a chegada da primavera. Depois Juliana e Lisianny apresentaram outras histórias com seus livros multicoloridos que provocaram uma inquietante vontade nas crianças de escolherem os livros de nossa biblioteca e que levariam para ler durante a semana! Então nossa roedora responsável pelos livros, a Edna, liberou as princesas, super-heróis, bichinhos e monstros pras sacolas que cada uma levaria pra casa.
Como o dia foi festivo, o lanche não ficou fora do clima, após degustarem o delicioso pão com mortadela, a criançada cantou parabéns e comeu bolo!
Na sala de arte, entre lantejoulas, fitas, tecidos e papéis coloridos, coube a cada criança criar um marcador de página personalizado. As roedoras Vilma e Luciana não se cansaramm de comentar os surpreendentes resultados apresentados com entusiasmo e envolvimento de todos. Até os demais roedores confeccionaram seus marca-páginas. Boa idéia essa né? Pra incentivar e tornar a leitura ainda mais encantada, além de reforçar a idéia de que o hábito de ler deve fazer parte do cotidiano.
Pois é, queridos amigos... os Roedores de Livros estão por toda parte. Obrigada Luciana e Edna pela cobertura do sábado. Sintam-se convidadas a escreverem mais e mais. Beijos e abraços de letrinhas a todos. That's all, folks!!!
quinta-feira, 6 de setembro de 2007
O pavão misterioso renasce em Brasília...
Igual suco de cajá
O desenho é de Brasília
E o texto do Ceará”
A quadra acima foi a dedicatória que recebemos na tão esperada nova edição d’O Pavão Misterioso publicada pela editora IMEPH. Digo nova edição. Não reedição. As ilustrações maravilhosas e inconfundíveis de Jô Oliveira são as mesmas que abrilhantaram a versão publicada em 1987 que temos aqui em casa. Naquela ocasião, o pernambucano radicado em Brasília adaptou para prosa os versos de João Melquíades Ferreira e de José Camelo Rezende publicados originalmente em cordel. Desta vez, 10 anos depois, a história fabulosa de “um rapaz muito engenhoso que raptou uma princesa num pavão misterioso” ganha novo fôlego nas 58 sextilhas do cordelista cearense Arievaldo Viana. O texto ganhou uma linguagem mais atual e juvenil aproximando a história secular do universo infantil.
O lançamento em Brasília acontece nesta sexta, 07 de setembro, a partir das 19h, na Praça dos Cordelistas da 26ª Feira do Livro de Brasília, com a presença de Arievaldo Viana e Jô Oliveira. Apareçam por lá. E aproveitem para garantir seu exemplar do pavão antes que ele suma pelos ares e se torne raro.
Por fim, deixo abaixo um aperitivo da beleza deste novo e belo pavão. Clique na imagem para vê-la numa melhor resolução.
As balas de hortelã de Marina Colasanti
Na palestra, brincou com sua origem e sua acolhida no Brasil: "Italiano é a língua da minha alma. Português é a língua da minha vida". Marina nasceu em Asmara (cidade localizada em território etíope que na época do seu nascimento era colônia italiana). Confessou que a morte prematura de sua mãe – quando Marina tinha apenas 14 anos – acelerou a intensidade da sua vida. Sempre leu muito. Foi a leitura a razão que a fez escrever. A outra coisa foi o diário. Mania de guardar segredos. Marina escreve diários – aqueles com chave e tudo mais - desde os 9 anos. Guarda-os todos em casa até hoje. “é de uma inutilidade”, ri de si mesma. Rimos juntos.
Chegou ao Brasil em 1948. Desejou ser atriz. Não deu certo. Decidiu ser artista plástica. Não conseguiu ganhar dinheiro com isso. Resolveu escrever. Deu no que deu.
Marina diz fugir dos rótulos: “Meu projeto é plural. Sou muito metida. Gosto do diferente. Prefiro o complicado. Corto grama com tesoura de unha”. Confessou ainda que precisa ser surpreendida pelo seu trabalho. E encerrou o porre de poesia com a frase: “Quero ser bala de hortelã pelo resto do dia na boca do meu leitor”.
Huummma delícia, não é mesmo? Pela foto abaixo, veja o treme-treme da minha emoção. Pois foi assim. Inté!
terça-feira, 4 de setembro de 2007
O Porre de Poesia!!!
Bartolmeu Campos de Queirós contou da sua infância em Papagaio, interior de Minas. “Nascer é ganhar o abandono, perder o paraíso, viver por conta própria. Em troca, a vida nos oferece a capacidade de fantasiar. A fantasia atropela o passado e vislumbra o futuro que não tenho”. Aí contou uma historinha que levarei comigo embalada na saudade que guardo do meu pai: “Quando era menino sentia muita sede à noite. E lá em casa, era meu pai quem acordava para matar minha sede. Mas ele não trazia água. Ia até ao lado da cama, levantava carinhosamente minha cabeça com uma mão e com a outra fazia um gesto que imitava o copo indo em direção à minha boca. Com a voz, fazia GUT, GUT, GUT. E eu bebia a mentira dele que matava a minha sede. Meu pai sabia LER que eu não queria água: queria ELE!!!”. Quanto a sua mãe, Bartolomeu conta que “lia na vasilha de arroz doce o carinho dela”. Falando do inexplicável deixou no ar a pergunta: - Quem colocou o desejo do açúcar no coração da formiga? Confessou: - Sou movido pelo afeto. Disse mais: - Reler comprova a minha desatenção e me rejuvenesce. Sobre o ato de escrever sussurrou: - Quando eu escrevo faço carinho em mim. Mas o melhor de mim não serve pra todo mundo. A gente só fantasia o que não tem. Eu só escrevo a minha falta!
Aí o assunto enveredou pela escola: Bartolomeu afirmou: “A Escola é servil. A Arte não é. Por isso é tão difícil levar a Literatura para a escola, visto que esta quer ter o poder de medir tudo, quer transformar tudo num instrumento pedagógico. Agora quero ver a escola conseguir medir QUAL CRIANÇA É MAIS FELIZ NO RECREIO”.Ao final, aplaudido de pé por minutos, Bartolomeu Campos de Queirós foi surpreendido por um parabéns a você público, puxado por Luiz Raul. Querido Poeta, que a vida lhe seja generosa em fantasias. Ainda estamos plenos daquele porre poético! Hatuna Matata.
Novo site de Jonas Ribeiro
Monteiro Lobato responde carta de leitora...
A pesquisadora apontou vários detalhes da carta (clique sobre a imagem acima para uma melhor visualização): desde a forma como se escrevia o ano (com três algarismos), passando pelo detalhe da data em si, mostrando que o autor, mesmo ocupadíssimo com a questão do petróleo, arranjou tempo e atenção para responder a missiva de uma criança encantada com o seu Sítio. Numa leitura mais atenta, percebe-se que Lobato entra na fantasia do seu universo. Fala da língua alemã referindo-se a um título germânico que ele havia traduzido (Barão de Munchausen) e ainda dá um pito nos editores, reclamando do atraso na publicação do novo livro. Ainda dá dicas sobre os bastidores da criação. Tudo isso – e mais – nas entrelinhas daquele datiloscrito (datilografia corrigida à mão). Uma aula de história e de respeito ao leitor. Ao final, mais aplausos. O espectro negativo que baixou na tarde anterior se dissipou por completo na carta de Lobato, nas palavras de Lajolo. Almocei deliciosos bolinhos fantasiosos de Tia Anastácia. Pausa para o cafezinho. Suspiros. That’s all, folks!
Roedores no Museu da Língua Portuguesa
Desculpe aos que esperavam nossas palavras sobre esta manhã imperdível no seminário, mas havia um sonho a ser realizado: conhecer o Museu da Língua Portuguesa. Dizem que todo mulçumano deve ir à cidade de Meca pelo menos uma vez na vida. Depois da nossa visita acho que todo brasileiro deveria ter o direito (e meios para isso) de visitar o Museu da Língua Portuguesa uma vez na vida. Impossível sair de lá sem ter no peito a chama da paixão queimando de tanto orgulho e felicidade de pertencer a esta língua. Sim, pertencer. Penso em português, falo, sinto nesta língua!!!
O museu fica na Estação da Luz (se você estiver de bobeira, pode dar uma esticadinha cultural na Pinacoteca do Estado se São Paulo, que fica ao lado) e abre a partir das 10 da manhã. Eu, por ser professora, entrei de graça. O Tino, por ser músico e jornalista pagou R$ 4,00. Precinho especial para tamanho prazer (aos sábados a visitação é gratuita). Rapidamente subimos para o terceiro piso com um grupo de estudantes do interior de Minas Gerais. Num auditório com um super telão foi projetado um curta falando sobre a importância cultural da Língua para a humanidade. Depois, a parede onde o curta é projetado abre-se convidando-nos a entrar na Praça da Língua, o espaço mais emocionante. Repleto de projeções por todos os cantos (pisos, paredes, tetos) vozes conhecidas declamam os mais belos poemas. A silêncio de uma turma de 100 adolescentes é de impressionar. A escuridão da sala nos deixa mais atento as palavras. Da definição da boneca Emília (leia-se Monteiro Lobato) sobre a vida ser pisca-pisca, passando por Guimarães Rosa dizendo que “Qualquer amor já é um pouquinho de saúde, um descanso na loucura” até o mais emocionante: ouvir Maria Bethânia sussurrar Fernando Pessoa em nossos atentos ouvidos: “Quem não vê bem uma palavra não pode ver bem uma alma”. A produção de José Miguel Wisnik e Arthur Nestrovski emociona do início ao fim. Já pagou o ingresso (incluso as passagens de avião Brasília – São Paulo, o ônibus de Guarulhos ao Itaim e tudo o mais).
Mas não pára por aí: descemos ao segundo piso. Lá, o genial Beco das Palavras (onde brincamos de criar palavras num grande, divertido e interativo jogo virtual), a Grande Galeria (projetando num imenso corredor vários filmes simultaneamente), os pilares com as línguas que deram origem ao nosso português (africanas, indígenas, espanhola, inglesa, francesa...), a linha do tempo... por falar em tempo, não adianta ir com pressa.
domingo, 2 de setembro de 2007
Não escrevam para Ana Maria Machado...
Depois, Ana Maria Machado enveredou pelas dificuldades das ações (???) governamentais de incentivo à leitura. Recomendou a inclusão da disciplina LITERATURA INFANTIL na formação de professores. Denunciou que a BUROCRACIA INSTITUCIONAL tem pavor da Literatura, pois não tem a menor intimidade com a matéria e prefere manter o magistério longe da Literatura como forma de permanecer no “poder”. Dissertou muito bem sobre o que chama de ELOGIO DA IGNORÂNCIA da parte dos Governos (e aí não fala só do Brasil) que se munem de discursos entusiasmados e vazios sobre incentivo à leitura.
Foi a partir daí que entrou num assunto delicado: a relação entre editoras, escolas, autores e alunos. Apresentou falhas como a troca servil entre escola e editora: “Eu levo meu autor à sua escola e vocês adotam o meu livro”. Reforçou a idéia dizendo que uma boa performance ao vivo não é sinônimo de um bom escritor, de um bom livro. Disse ainda que é salutar levar a criança a encontros com o livro como numa visita à biblioteca ou a uma feira do livro. Mas, segundo ela, NADA DISSO PRECISA DE UM AUTOR AO VIVO. Citou Freud: “o texto literário faz do jogo poético uma arte da sedução”. Citou Paul Auster, Mark Twain e Eça de Queiroz como ótimos sedutores literários. O prazer da leitura, concluiu, vem com muito trabalho e não precisa estar aliado à diversão.
Numa sala repleta de educadores, a imortal se mostrou impaciente com os professores ignorantes que nada sabem sobre literatura e pedem às crianças para escreveram cartas ao autor e aí este recebe pilhas e pilhas e pilhas e pilhas de missivas dizendo que adorou tal livro, que ama o autor e por fim, pedindo um livro autografado. Ana Maria Machado parecia estar tomada da ferrugem azul do seu personagem Raul. Desenferrujou mostrando garras de lobo. Detesta receber cartas de crianças ignorantes instruídas por professores ignorantes e que, apesar de ter uma equipe para responder a tais cartas e selecionar outras para uma possível e erudita carta-resposta do punho da própria autora, não acha que esta relação seja importante. Aí, eu enferrujei. Confesso que manchas azuis tomaram meu corpo. Decidi fuçar por aí para saber qual a relação que alguns autores com livros igualmente imperdíveis como os de Ana Maria Machado têm com as cartas que recebem das crianças. Descobri que existem sim, poucos, que detestam receber essas cartas que dizem “eu te amo”, “adoro seu livro”, “me dá um autógrafo”, etc (acham perda de tempo e sequer respondem). Mas uma maioria adora manter o contato com seus leitores, independente do grau de erudição (???). Realmente, não é obrigação de Ana Maria Machado responder cartas. Nem dar autógrafos em folhas de papel que não estejam permeadas com seus textos. Afinal, ela não é dona de fábrica de papel. Recomendamos a todos que leiam os livros de Ana Maria Machado. São ótimos. Mas – independente da sua erudição – não escreva para ela. Pode estar atrapalhando seu momento de inspiração. Ela não tem tempo para responder suas cartas. É uma imortal. Seu tempo deve ser restrito ao trabalho de escrever. E ela escreve muito bem. Ah, não esqueçam: Se encontrá-la por aí na rua só peça um autógrafo se estiver munido de um livro dela, numa edição bem cuidada. Cuidado para não dizer nenhuma besteira. Ana Maria Machado pode não gostar.
Curioso é que naquela noite, quando chegamos a casa onde estávamos hospedados, nosso anfitrião contou que, quando criança, estudando em Rondônia, ficou marcado pela visita de Ana Maria Machado à sua escola quando ela autografou o melhor livro da sua infância: Raul da Ferrugem Azul. Lembra de detalhes da visita da autora. Fala de trechos do livro. Lembra da felicidade de compartilhar aquele espaço tão interiorano quanto Itabira, com a imortal. Entristeceu com nosso relato. Desencantou.
O menino Carlos Drummond de Andrade sozinho em seu quarto numa casa em Itabira, interior de Minas Gerais, lendo à luz do lampião não tinha autor indo à escola, não tinha Feira do Livro nem outras ações de incentivo à leitura. Mas se viu encantado pelos livros. Cresceu gênio da palavra. Mas Drummond é único. Seria poeta morando na lua. Talvez, se algum autor tivesse ido a Itabira naqueles idos, ajudasse a despertar noutras crianças o prazer de ler um bom livro. Não seriam poetas. Seriam como o filho de uma espectadora daquela tarde em São Paulo que levou à mesa a seguinte história:
“Meu filho tem 11 anos. Recentemente descobri que ele escreve ótimos poemas. Dia desses ele me disse: - Mamãe, já sei o que vou ser quando crescer! Professor de matemática! Naquele instante parei pra pensar e fiz uma descoberta incrível: meu filho escreve por prazer!!!”
Ana Maria Machado escreve muito bem. Carlos Drummond de Andrade escreveu muito bem. Milhões de brasileiros escrevem mal, independente dos professores que os educam ou deseducam. O buraco é muito mais embaixo. Todos sabemos disso. Acho que o futuro professor de matemática guardaria o autógrafo da imortal na gaveta da memória. Poderia até não ajudá-lo no desenvolvimento, na sedução do seu prazer em ler. Mas, certamente, guardaria um sentimento de conquista. Um tiquinho de felicidade, mesmo sabendo que o autógrafo foi num pedaço de papel que a autora não fabricou, já que seu livro pode muito bem ter sido lido numa biblioteca. Desenferrujei e pronto!!!
sexta-feira, 31 de agosto de 2007
Gabriel, O Pensador - para crianças!!!
Os Roedores de Livros estiveram com Gabriel no Salão do Livro Infantil e Juvenil da Fundação Nacional do Livro Infantil (FNLIJ), no Rio de Janeiro em maio último e vimos de perto a força do carisma e da simpatia dele com as crianças. Para se ter uma idéia, devia ter umas 200 crianças ligadas no que Gabriel estava falando e aí, Ziraldo apareceu na sala. Ninguém deu bola para o autor de Menino Maluquinho. Todos queriam as novidades do jovem carioca que, no seu primeiro livro infantil já arrebatou um Prêmio Jabuti. Eu fui lá, levei o meu Um Garoto Chamado Rorbeto (assim mesmo com o R antes do B) para ganhar um carinho do autor.
Foi lá que ele falou sobre o projeto do CD com músicas para crianças. Deu uma palhinha à capela e enrolou a língua de todo mundo com a interatividade da canção GUALÍN que abre o CD. A brincadeira consiste em colocar a primeira síliaba da palavra no final dela. Por exemplo: Roedores de Livros se transforma em Edoresro de Vrosli. A música é uma delícia. Ele acertou a mão. As duas canções seguintes não me encantaram. SUPERTRABALHADOR soa como uma brincadeira sem graça. EU NÃO SOU MENTIROSO é o resgate de uma gravação feita pelo menino Gabriel em 1985. Ele brinca com versos familiares para mim como “As vacas pulavam de galho em galho / Os passarinhos pastavam / ele dizia: prefiro a morte a perder a vida”. Mas soa um pouco deslocado com a base musical. Não gostei. Aí vem NA CASA DA VOVÓ BISA. Apesar de ser muito parecida com a idéia da SOPA do Palavra Cantada (a repetição de “Na casa da vovó Bisa tem” me remete a “Que é que tem na sopa no neném”) a música é ótima e criança não está nem aí para essas coisas. Aumente o som que essa já é sucesso!!!
Para encerrar, Gabriel recita UM POEMA PARA SANDRA E PEDRO e mostra a força da sua poesia. Não quero estragar a surpresa. Vá numa banca próxima e invista R$ 6,90 na edição especial da NOVA ESCOLA que vem com o CD GABRIEL O PENSADOR PARA CRIANÇAS. Esqueça o encarte do CD. Escute a faixa 05. Você vai se emocionar. Parabéns Gabriel. Não é fácil fazer música para criança. Música boa, sem “mãozinhas pra cima”, “passinhos pro lado”. Para os Roedores de Livros você não é apenas carisma. É TALENTO! Ou melhor, LENTOTA!!!