




Foi também com a ajuda da família que o garoto Jimmy Jibbett encontrou sua vocação. O pequeno Jimmy sonhava em ser um grande cartunista. Desde cedo, criava seus próprios quadrinhos, com personagens e histórias próprias. Mas tinha uma frustração enorme: não conseguia desenhar mãos perfeitas. Tinha dificuldades em criar dedos próximos do real. E isso era um obstáculo para o sucesso dos seus quadrinhos. A família de Jimmy não era bem um exemplo e inspiração para o menino: o pai era uma figura ausente mesmo quando estava em casa. Sua mãe, vivia enfurnada no estúdio da casa, criando figurinos. A irmã mais velha tinha uma personalidade que dominava a cena – mandando em todos - e a mais nova adorava tudo que o irmão fazia. Este, por fim, sofria com estas “distâncias” e, conseqüência disso, fugia o quanto podia do carinho da caçula. O talento do menino para contar e desenhar histórias também era admirado secretamente pela irmã mais velha, mas ignorado pelos demais.
O texto, repleto de surpresas e metáforas, por vezes dá espaço para as ilustrações de Jules e para os desenhos do personagem (ilustrados pelo autor) e é assim – com uma imagem do pequeno Jimmy - que o livro termina. Vale por mil palavras. Me arrepiou os pêlos. Me fez lembrar sensações que tive ao ouvir pela primeira vez GOLDEN SLUMBERS dos Beatles, o NOTURNO op. 9 n 2 de Chopin e NU COM A MINHA MÚSICA de Caetano. Ah, quantas vezes “Penso em ficar quieto um pouquinho / Lá no meio do som / Peço salamaleikum, carinho, bênção, axé, shalom / Passo devagarinho o caminho / Que vai de tom a tom / Posso ficar pensando no que é bom”. Estou certo de que - no seu mundo fantástico - Jimmy Jibbet é um cartunista feliz. Como sou feliz com a minha música. Hatuna Matata.
SOB O CÉU DE HUANCAYO - PERU (por Edna Freitass)
No período de 21 a 25 de julho de 2008 aconteceu o I Congreso Latinoamericano de Comprensión Lectora: Leer para producir más cultura, em Huancayo-Peru. Estivemos lá. E levamos nossa bandeira. Durante todo o congresso ela ficou hasteada nas dependências da Universidade Nacional del Centro del Peru-UNCLE . Era um sinal de nossa presença. E cumprimos o ritual exigido. Pela manhã, na presença de jovens, crianças e adultos, ela era hasteada. À tardinha, o ritual de descerramento.
No primeiro dia, não sabíamos em que ponto ela seria hasteada. Assim, entramos na universidade e, chegando ao grande pátio, onde se concentravam universitários e congressistas, de forma natural, o Grupo de Pesquisa LER da Universidade de Brasília-UnB, coordenado pela professora Hilda Lontra, numa comitiva de 32 pessoas, começou a desfraldar a bandeira dos Roedores de Livros. Fomos abrindo-a lentamente. O público foi se aproximando para VER e LER nossa bandeira. Enquanto eu registrava os instantes de admiração do público presente, a professora Hilda falava do nosso projeto no Brasil e respondia às inúmeras perguntas. Nosso grupo de pesquisadores também foi sabatinado pelos peruanos acerca do nosso trabalho. Foi fácil. Já conheciam nossas atividades. Responder aos estudantes foi até prazeroso.
No Brasil, nossa bandeira é hasteada todos os sábados, sob o céu de Ceilândia. Aqui no Peru, sob o céu de Huancayo ela demarca mais um espaço. Nossas crianças, representadas em nossa bandeira, foram recebidas sob aplausos. Valeu.
Como se constrói uma bandeira será um outro capítulo. Posso dizer, por enquanto, que nossa bandeira foi carinhosamente pensada, idealizada por nós, os roedores mirins e adultos. Enfim, seu símbolo maior foi escolhido. Esse símbolo foi estampado na bandeira, tal qual em um filme o público vê registrado inúmeros instantes de nossa marca. Sim, nossa marca, nosso símbolo é a criança. Ela compõe com harmonia nossa proposta de trabalho nos Roedores de Livros. E numa linguagem universal, foi muito bem acolhida em Huancayo-Peru.Valeu.
Estamos em setembro e por estes tempos Brasília ganha um céu azul lindo, lindo, lindo, lindo, sem nuvens; os ipês ganham seus amarelos e roxos; as barrigudas perdem suas folhas e engordam o tronco. A poeira fina e vermelha levanta do chão e arranca o oxigênio do ar. É quente. Três horas da tarde é melhor ficar em casa. Dá uma vontade de água de coco, de água do mar, daquela maresia que viaja nos ombros do aracati. Quero fugir desta seca. Quero rede. Areia fina e conchas. Quero uma ilha. Mas como?
A ilha de Nim é “a ilha mais linda do mundo inteiro. Tinha praias com conchas brancas, areia clara dourada e rochas negras amontoadas onde o borrifo da chuva lançava arco-íris no céu. Tinha uma montanha com um vulcão, uma floresta tropical na encosta e grama na parte inferior. Havia um pequeno lago de água fresca para beber, uma queda-d’água por onde deslizar e, em um lugar escondido onde a relva se encontrava com a praia de conchas brancas, havia... – Um lugar para uma cabana!”
Você pode pensar que viver num lugar assim só pode ser bom demais e repleto de brincadeiras. Para Nim, é mesmo, pois ela se diverte até quando estuda à noite, com seu pai, um cientista. Aprende sobre as estrelas, pássaros e seus ninhos, a linguagem dos golfinhos, sobre os ventos e nuvens, entre outras coisas importantes de se aprender quando se mora numa ilha. Ah, quase que ia me esquecendo: Nim adora ler. Principalmente os livros com as aventuras de Alex Rover, um personagem tipo Indiana Jones que faz festa na imaginação da menina. Quando seu pai precisou sair da ilha por três dias para recolher plânctons, a menina achou que daria conta de tudo sozinha, mas nem tudo correu como ela e seu pai esperavam. O jeito foi pedir ajuda ao super herói de seus livros preferidos: Alex Rover. Mas por trás do autor-personagem dos livros esconde-se uma escritora que não gosta sequer de sair de casa. Mas elas darão um jeito de ajudar uma à outra e enfrentarão seus medos juntas, apesar da distância e dos segredos que os separam.
O livro é maravilhoso. Um tipo de Robinson Crusoé moderno. Na ilha e fora dela há perigos, descobertas, situações divertidas e muito mais. Tudo costurado com um texto leve que fisga o interesse do leitor, além das ilustrações em preto e branco. Eu devorei o danado numa sentada e colori os desenhos com os olhos a cada página. Agora fico redescobrindo suas delícias nestas tardes quentes da minha cidade e me refresco ao lado de Nim, Alex Rover e companhia. Realmente ler é uma viagem. A Ilha de Nim é um dos locais preferidos para meus momentos de “férias”.
O título deste post guarda um duplo sentido: O primeiro, é verbo, pois esta lata contém frases de pura diversão. Então, pode bulir. O segundo, é puro substantivo, inspirado naquela folha com informações sobre medicamentos. Com base nestas duas referências, criamos uma Lata de Trava-Línguas para o curso A Arte de Contar Histórias que ministro na Secretaria de Educação do GDF. O Tino bolou a arte e o texto que faz a apresentação que enrola a língua, embola o juízo e destrava sorrisos. Leia a seguir:
Medicamento macrolingüótico maleável ministrado por médicos, mestres, mascates e músicos, que movimenta o maior mecanismo muscular da mucosa matracal, mexe com as mitocôndrias, muda o modo dos muxoxos e melhora a maneira materna de ministrar maluquices de muitos meninos e meninas malinos, melosos, mimados, molengas, mudos e muito mais.