O ilustrador e escritor André Neves passou 03 dias em Brasília divulgando seus livros e falando sobre a importância da ilustração para o olhar da criança. Na quinta feira, 08 de novembro, convidado pela Editora Projeto, André esteve presente na comemoração dos 21 anos da Oficina Pedagógica da Secretaria de Estado de Educação do Governo do Distrito Federal, onde foi recebido carinhosamente pelos professores dos cursos e por professores-alunos concludentes do curso A Arte de Contar Histórias. A maioria foi ao encontro fantasiada de personagens da literatura, o que deu um colorido especial ao local. Alguns professores contaram histórias e encantaram os espectadores. Mímica, música, fantasias, objetos... vários recursos desfilaram pelo palco do auditório da Escola Normal. Havia no ar toda uma espectativa sobre como seria André Neves e sua palestra. Enfim, chegou o momento. Sônia preparou uma belíssima apresentação crcada de poesias e referências ao trabalho do nosso querido convidado que - como podem conferir na foto acima - recebeu as merecidas loas meio sem graça. Ao assumir o microfone André começou dizendo: "- Bem que me disseram que Sônia é exagerada nas palavras..." Que nada, André. Você é merecedor de todas elas.
Bem, a casa estava cheia de bruxas, vovós, mosqueteiros, esqueletos, fantasmas e outras sortes de personagens. André passou a falar sobre sua origem pernambucana, seus primeiros passos como ilustrador, o momento em que passou a escrever seus livros e a força que a ilustração tem sobre o olhar infantil (e dos adultos também). De início, recitou o poema As Flô de Puxinanã do genial poeta paraibano Zé da Luz. Ali ele começou a mostra uma face até então desconhecida para a maioria: a de contador de histórias. André esbanjava simpatia e já conquistara os sorrisos e a atenção do público. Note ao fundo da foto acima que há uma esposição na parede. São as ilustrações do Ler é Pra Cima em que a editora Projeto comemora seus 15 anos de atividades.
Em seguida, nosso convidado propôs uma adivinhação. Mostrou que uma história pode ser contada sem texto, "apenas" com a força da imagem. Mostrou uma adaptação feita por ele para um livro de imagens francês: Le Pettit Chaperon Rouge. Incrível a concepção. Toda desenhada por pontos coloridos, aos poucos identificamos chapeuzinho vermelho, o lobo, a vovó, a floresta, a acabana e o caçador. Houve ainda a leitura do ótimo Um Pé de Vento, escrito e ilustrado por André Neves, que mostrou ainda uma faceta até então desconhecida pelos Roedores de Livros: a de Contador de Histórias. Usando como fundo as ilustrações dos livros-imagem Quando os tan-tans fazem tum tum (Ivan Zigg, Paulinas) e Sai da Lama, Jacaré (Graça Lima, Paulus) André fez uma leitura repleta de onomatopéias, efeitos sonoros vocais e frases curtas. Os livros pareciam sair da cabeça de um menino elétrico. Virou um livro animado. E põe animado nisso. Um show de interpretação. Ficou explícito que um bom livro de imagens oferece leituras diversas. Cada leitor descobre elementos particulares - distintos, até - que seguem até o desfecho de uma mesma história.
Ao final deste dia SUPER, nosso convidado ainda teve paciência e simpatia para atender aos vários pedidos de fotos e autógrafos que se estendia por uma longa fila. Ainda hoje, duas semanas após o encontro, a turma comenta do prazer que foi dividir aquele dia com André Neves. Que não demore a se repetir. Hatuna Matata.
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