terça-feira, 13 de julho de 2010

Videoreportagem - Roedores de Livros - Programa Inclisão



Trecho do programa INCLUSÃO sobre contadores de histórias, destacando o projeto ROEDORES DE LIVROS, apresentado pela jornalista SOLANGE CALMON, exibido na TV Senado em junho 2010.

quarta-feira, 7 de julho de 2010

TV SENADO na toca dos Roedores de Livros...

Em 2006, poucas semanas após o início do nosso projeto, a jornalista Solange Calmon fez uma reportagem televisiva em que aparecíamos como um dos destaques. No sábado 12 de junho, ela e a equipe do programa INCLUSÃO, da TV SENADO, aportaram na toca dos Roedores de Livros para registrar as novidades após 4 anos de atividades.

A turma demorou a chegar. Até achamos que os jogos da Copa do Mundo iriam atrapalhar o andamento do projeto. Mas, parece que todos estavam combinados: a turma chegou de uma vez só e fizemos a festa para a garotada e para a equipe de TV.

Entre os livros que escolhemos para a mediação estavam O MONSTRO PELUDO (Henriette Bichonnier, SM) e A PIOR MULHER DO MUNDO (Francisco Hinojosa, Nova Fronteira). Dois livros que pescam a atenção e a interação das crianças. O primeiro, por sua construção cheia de rimas. O segundo, por mexer com uma personagem absurdamente má e apresentar um final criativo. Foi muito bom.

A reportagem já foi ao ar - como indicamos em post anterior. Em breve a gente vai publicar uma edição no Youtube mas, se vocês quiserem acompanhar antes, é possível assistir a reportagem completa navegando no site da TV SENADO. CLIQUE AQUI e assista ao programa. Desde já, agradecemos o carinho e atenção prestados por Solange e sua equipe. Foi um prazer recebê-los. Apareçam sempre que quiserem. Para reportar nossas ações ou simplesmente para participar delas. Hatuna Matata!!!

Surpresa na caixa do correio...

O pessoal dos Correios tem aparecido na toca dos Roedores de Livros com algumas surpresas, além das contas a pagar. Uma das melhores dos últimos dias foi essa caixa aí de cima. Para saber o que veio dentro dela é só navegar no LITERATINO.

terça-feira, 6 de julho de 2010

O pequeno Nicolau foi ao cinema... e nós também...

Os livros do PEQUENO NICOLAU frequentam a toca dos Roedores de Livros há muito, muito tempo. Os textos insPIRADÍSSIMOS de René Goscinny e as ilustras geniais de Sempé são obrigatórias em qualquer estante de literatura, sem classificação estária. São para todos os leitores. Até aí, nenhuma novidade e se quiserem recordar, aqui no Roedores de Livros já postamos RESENHA SOBRE A OBRA.
O que é novo e maravilhosamente assustador para mim - frustrado com tantas adaptações incrivelmente inferiores aos livros que as inspiraram -, é que o filme O PEQUENO NICOLAU (em cartaz aqui em Brasília) é tão bom quanto os livros. Emociona, diverte, encanta. Diálogos ágeis, atores incríveis, música ótima... E mais não devo dizer. Vá ao cinema - se não chegou ainda à sua cidade - espere chegar às locadoras. Vale cada real investido. Assista e depois me conte. Hatuna Matata!!!


sexta-feira, 2 de julho de 2010

O Marcador de juízo!!!

Eu tenho uma paixão explícita pelo Israel. Ele é a expressão do que imagino ser uma criança feliz. A cada semana ele tem uma tirada diferente, que só poderia ter saído de uma cuca criativa, plena de infância. Uma delas foi durante a oficina que fizemos logo depois de ler o meu livro, Cadê o juízo do menino?, quando Ana Paula convidou a turma para fazer marcadores de livro. No alto dos seus seis anos, ele apareceu assim e disse: - Tá aqui o meu MARCADOR DE JUÍZO!!!

Escolhendo frutos saborosos

O mês de junho também chegou na toca dos Roedores de Livros e tivemos que fechar as janelas da sala de leitura. Apesar da claridade no céu azulado, sem nuvens, o frio chegou trazendo preguiça e um pouco de incômodo. Nessas horas a gente agradece ao novo espaço no Shopping Popular da Ceilândia e dizemos: - Que bom termos janelas para fechar e barrar o vento frio.

Na manhã do dia 05/06 decidimos ler os livros que as crianças escolhessem, dos expostos nos painéis da sala de leitura. A primeira escolha foi CHAPEUZINHO AMARELO (Chico Buarque, com ilustras do Ziraldo, José Olympio) e as brincadeiras que o autor faz com as palavras ficaram por um tempo rondando a sala mesmo depois da leitura. Todo mundo brincando com os trosmons, gãodra e outras criações. Depois, a garotada escolheu o livro COMO NASCERAM AS ESTRELAS (Clarice Lispector, ilustrações de Ricardo Leite, Nova Fronteira). Li a primeira história, que dá título ao livro de lendas brasileiras. Foi muito bom reviver o texto e perceber a atenção das crianças.

A turma gostou de escolher as histórias e a seguinte foi O CASO DAS BANANAS (Milton Celio de Oliveira Filho, com ilustras da Mariana Massarani, Brinque Book) e aí, todo mundo ficou de olho no livro e nas palavras para descobrir o mistério.

Por fim, a escolha recaiu em CADÊ O JUÍZO DO MENINO? (Tino Freitas, com ilustras da Mariana Massarani, Manati). E a leitura trouxe a turma para mais perto do livro, soltou os sorrisos e - depois da leitura - a meninada saiu à procura dos juízos escondidos no livro.

É claro que escolhemos a dedo os livros que vão para os expositores. E vez em quando a gente troca por novos livros. Ao final de cada mediação, as crianças tem um tempo para livres escolhas e leituras solitárias ou compartilhadas, como a da foto. Aos poucos, a garotada tem se sentido mais à vontade e pescado bons livros. Sempre conversamos sobre os autores e ilustradores. Estamos plantando - quem sabe - uma autonomia que preze pela qualidade dos frutos escolhidos para que a leitura siga tão saborosa quanto foi naquela manhã. Hatuna Matata!!!

Sonho de consumo...

A foto acima registra o primeiro acervo móvel da Biblioteca de Saint Paul (Minnesota - EUA), que entrou em circulação em 1917. Aqui, no Roedores de Livros, a gente tem pensado muito nessa opção como modo de fazer a literatura chegar ainda mais longe. Sonhar não custa nada. Quem sabe um dia? Torçam daí que a gente segue trabalhando. Hatuna Matata!!!

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Entre crianças e monstros...

Monstros sempre habitaram o universo infantil. Falo daqueles que aparecem de vez em quando lá da terra do fundo da imaginação, ou às vezes nem aparecem, mas insinuam-se embaixo das camas ou dentro dos armários. Na manhã daquele sábado, 29 de maio, convidamos dois deles para fermentar a fantasia da garotada do Roedores de Livros.

O primeiro foi O MONSTRO MONSTRUOSO DA CAVERNA CAVERNOSA (Rosana Rios, com ilustras do André Neves, DCL) que com suas seis orelhas e dois narizes e a aversão a devorar princesas por preferir sorvete de chocolate ganhou de imediato a simpatia dos pequenos, que foram perdendo o medo inicial e congelando o olhar nas ilustrações maravilhosas e os ouvidos na história criativa. Juro que ouvi sorrisos apesar da monstruosidade do tema.

Depois foi a vez de convidar O GRÚFALO (Axel Scheffler, Brinque Book) a visitar nossa toca. De novo, o suspense inicial, todos sentados a uma distância segura para, no fim, quase entrarem nas páginas.
Depois da mediação, dividimos a turma em dois grupos, separados por faixa etária. Cada um com a missão de criar um monstro em conjunto.

O resultado? Bem, vou deixar um suspense, mostrarei só depois. Mas adianto que, desde então, apesar de guardarmos os dois monstros nas paredes da toca dos Roedores, a cada semana eles aparecem em lugares diferentes.

Daquela manhã, saímos com uma certeza: entre crianças e monstros, deve haver sempre um bom livro. Hatuna Matata!!!

Roído no Blogue da Índigo...

Para se embelezar mais, visite o blog VIDA NO CAMPO.

Delicadeza, sem perder a esperteza.

Não gosto de ler livros em PDF. Desde antes do Kindle e do Ipad chegarem por aqui. Deixo eles para o jornal, ou para outras leituras rápidas. Livro eu gosto de "ler pegando". Uso as duas mãos, finco o polegar embaixo, no meio das páginas... ah, as páginas... gosto de sentí-las. É uma experiência particular, . Meus amigos sabem disso. Em PDF só os que escrevo pois tenho que aprová-los mas... como saber da capa dura do Controle Remoto? E a genial descoberta ao abrir as orelhas de Topo Gigio de Cadê o Juízo do Menino? Bem tudo isso para dizer que finalmente encontrei um exemplar em papel de COBRAS EM COMPOTA, livro de Índigo, edição bacana, publicado pelo Ministério da Educação em 2006 pelo programa Literatura para Todos.

Desde quando li o primeiro livro dessa escritora paulista (A MALDIÇÃO DA MOLEIRA) tenho procurado por Cobras em Compota, dito por alguns próximos como um livro fantástico. Ontem à noite devorei o danado do livro com um sorriso nos lábios. Depois de uma desnecessária "Carta ao leitor" escrita por alguém do Ministério da Cultura, fui iluminado pelo prefácio - esse sim, de categoria - escrito por Marcelino Freire, do qual tirei o título desse post: "Para curar o mau humor. A dor nas costas. O peso do dia-a-dia. O cansaço. Aliviar o seu ar preocupado. Eis o antídoto (...)"

Uma vez, numa palestra em São Paulo, Luiz Raul Machado disse que Marina Colasanti era um Andersen de saia. Acho até que já escrevi isso: para mim, Índigo é Nelson Rodrigues desencarnado. Imagine o escritor carioca escrevendo para crianças e jovens. Mas Índigo escreve também para os maiores. Eu sou fã. Leio tudo dela que chega por aqui. Ainda não consegui achar o tom para escrever sobre os ótimos SAGA ANIMAL e UM DÁLMATA DESCONTROLADO, obrigatórios em qualquer biblioteca infantil.

COBRAS EM COMPOTA é assim: indispensável. Dezenas de contos curtíssimos, ágeis. Um relato de loucas memórias de uma infância pra lá de criativa. Cobras guardadas em potes gigantes de maionese expostos na Sala de Ciências da escola; traquinagens entre irmãos na mesa do jantar ou brincando com o gato e a tal psicologia infantil. O livro vai chegando ao fim e as memórias vão adolescendo. Obrigatório para as leitoras - não apenas juvenis -, os contos Notícias do Dromedário, O Que eu Aprendi com as Gorilas, O Pintinho e o Analista e O Peixe Dele. Índigo ainda brinca - a sério - com o mundo da literatura nos contos O Livro Pompom, A Biblioteca Silenciosa e Namorado e Medo de Piolho - este último reproduzido ao final do post.

O Ministério da Educação, através do site DOMÍNIO PÚBLICO disponibiliza o livro em PDF. Eu tentei baixá-lo hoje pela manhã. Segundo informado no site, já foram feitos 921 downloads. Quando eu cliquei, esperei uns 10 minutos e dos 9 megas só havia sido baixado 1,3. Achei que fosse minha internet. Não era. Tentei de novo. A caixa de download que se abriu informou que demoraria 25 minutos para baixar. Resolvi escrever o post e até agora, baixou pouco mais da metade. Desisti. Você pode ter melhor sorte. CLIQUE AQUI para baixar o arquivo.

Mas se você for como eu, avesso a ler livros em monitores, procure numa biblioteca pública perto da sua casa (não sei se foi disponibilizado "somente" para bibliotecas escolares) ou nos sebos virtuais. Não é possível encontrá-lo nas livrarias! Não sei como, mas num desses sítios famosos, encontrei há pouco, quase duas dezenas de Cobras em Compotas disponíveis para compra. O livro É MUITO BOM!!! Hatuna Matata!!!

NAMORADO E MEDO DE PIOLHO (texto de Índigo)

Livro não vende. Não vende porque as pessoas não lêem. E assim ficava, num eterno mantra de que nesse país ninguém lê. Certo dia resolvi tomar uma providência. Procurei uma creche comunitária e pedi uma turma de jardim. Meu raciocínio era que de nada adiantava ensiná-los a ler, se eles não entendessem para que servia a leitura.
Ganhei a turma. Entre 4 e 5 anos. Analfabetos de tudo, do jeito que eu queria. Comecei a ler para eles. Levei u8m monte de livros, fizemos uma roda e passamos várias tardes assim, eu lendo e eles prestando atenção, sem piscar, de tão curiosos. Foi comovente. Ia embora feliz, certa de que estava pegando gosto pela coisa.
"Você não tem medo de pegar piolho?", foi o único comentário do meu namorado.
Corta.
Seis meses depois, continuava me encontrando semanalmente com a turminha. No final da leitura eles pulavam em cima de mim, me abraçavam, me cobriam de beijos.
Nunca peguei um piolho sequer. O namorado dançou faz tempo.