quinta-feira, 7 de junho de 2007

Uma despedida genial...

Na nossa última noite no Rio, sábado passado, um encontro de Gigantes. Um bar no Largo do Machado reuniu novos e velhos amigos. Ao final, um registro para os Roedores de Livros, improvisado no “jogo americano” de papel. Na mesa, o poeta Elias José, os autores Anna Cláudia Ramos, Marta Lagarta e Sandra Pina (que aniversariou após a meia-noite), além dos ilustradores André Neves, Elma, Ivan Zigg, Ana Terra, Simone Matias e Andréia Vieira, entre outros amigos. Uma festa só. Saudades de todos e a certeza de um breve encontro. Hatuna Matata!

P.S. Para uma melhor visão, é só clicar na imagem.

Novas oficinas na Fnac Brasília

Queridos amigos... aos que estão em Brasília deixamos aqui o convite para as oficinas para crianças entre 05 e 10 anos, que faremos neste final de semana na Fnac Parkshopping.
Nesta sexta, 08/06, a partir das 16h30, faremos AGARRADINHOS. Bonecos feito de EVA, prendedores de roupa e outros acessórios para customização. O resultado pode servir como brinquedo e/ou decoração.
No sábado, 09/06, o horário é um pouco mais cedo: 15h. A oficina será GALINHA, feita com copos plásticos, bolas de isopor, barbante e criatividade. Com um pequeno “segredo”, ao puxar o barbante, este tradicional brinquedo popular emite o som da galinha.
As inscrições, GRATUITAS, poderão ser feitas antecipadamente na bilheteria da loja ou pelo telefone (61) 2105 2000, ou ainda, minutos antes das oficinas (desde que as vagas não tenham sido ainda preenchidas). Ah! Chegue cedo, pois todos deverão confirmar presença 5 minutos antes do horário da oficina!

Durante o mês de junho a FNAC e os Roedores de Livros promovem mais quatro oficinas. Caso queiram conhecer a programação completa é só acessar o site da Fnac.

quarta-feira, 6 de junho de 2007

Suspense, surpresas, suspiros...

Neste fim de semana, enquanto estava no Rio de Janeiro participando do Salão do Livro da FNLIJ, os meninos foram acampar junto com os escoteiros no Planalto Central. E aí, fiquei preocupada com o que eles estariam fazendo. Chegamos de viagem e tudo correu bem. Fora o ataque de uns carrapatos e algumas roupas que não passaram no teste daquele famoso sabão em pó, os meninos chegaram vivos e com algumas histórias novas para contar. Agora, teriam mais histórias se o chefe da tropa tivesse levado o livro HISTÓRIAS DE BOCA da Anna Claudia Ramos (Larousse Jovem, com ilustrações de Ana Raquel) para contar no acampamento, assim, à noitinha, antes de dormir.
Este foi mais um livro que decidiu vir conosco para Brasília. Ontem resolvi descobrir seus mistérios: A Mula-sem-cabeça, o Papa-figo, Comadre Florzinha e o Caboclinho-d’água. Inicialmente pensei que era um livro que falasse dos mitos e lendas de forma tradicional. Coisas didáticas do folclore. Recontos... enfim. Qual a surpresa – e a Anna Cláudia Ramos me pregou mais esta – ao descobrir que o livro apresenta – como diz o título – histórias de boca, contadas pelo narrador, que ouviu de outros e segue aumentando um ponto, um susto, um medo... A autora conta o que é cada lenda, mas sem didatismo. Bem no meio de histórias que vão mexer com a garotada. Suspense, surpresas, suspiros. Ainda não fiz isso, mas imagino que posso contar o pega que a Mula-sem-cabeça deu na turma do Juca, no quarto, sob a luz do abajur. Melhor ainda: a lenda urbana do Papa-figo cairá como uma luva na sala de leitura do projeto, na voz brincante da Juliana (essa ela vai adorar!!!). As outras duas histórias são igualmente ótimas. Estão prontas para dar voltas em casa, na escola, no acampamento dos escoteiros... De certo, os meninos desejarão mais livros da Anna Cláudia Ramos. Ah, nós, Roedores de Livros, também!!!

P.S. Quem quiser conhecer um pouco mais do trabalho desta autora – ela tem mil e uma atividades – é só visitar seu endereço na internet. Acima, a capa do livro e aqui abaixo, nós e Anna Cláudia Ramos.

Um baú de cócegas na língua!

Com certeza você já se divertiu e enrolou a língua com algumas frases que são verdadeiras pegadinhas. Pois é, crianças gostam deste efeito. Dá um gostinho todo especial ao livro e ainda por cima despertam a vontade de ler para o outro, de trocar com o outro aquela alegria. Um livro pode, sim, fazer cócegas na língua. Pois é isso o que faz O BAÚ DO TATU de Marta Lagarta (Editora Salesiana). Repleto de ilustrações bem coloridas e infantis (e aqui, infantil é elogio) da estreante Simone Matias, o livro brinca com as palavras o tempo inteiro para contar a aventura da bicharada na tentativa de abrir o tal baú e a farra depois que descobriram seu conteúdo: “Vuc, vuc, cavuc”, “Abracadobra”, “Olariloré” e por aí vai o texto, sempre rimando, enrolando a língua, encantando a gente. Lembrei das sacadas geniais de Sílvia Orthof. Dei algumas risadas sozinha com algumas frases que tentei ler depressa e não consegui. Feito para ler em voz alta, junto com as crianças. A diversão é garantida. Guariroba, riroguaba, roguariba (esta é minha)!!!

terça-feira, 5 de junho de 2007

O LINDO RUBI que me fez chorar...

E por falar no Blog LER PARA CRESCER, num dos posts ela mostra um Raul da Ferrugem Azul bem enferrujado... aí, lembrei de um momento emocionante para mim no Salão do Livro da FNLIJ. Nós acabávamos de chegar no MAM (Museu de Arte Moderna) e o Tino correu para encontrar a Mary e o Eliardo França que estavam lançando um livro novo por lá (O Macaco faz das suas, da Global). Eu engatei uma conversa com alguém nos corredores e quando cheguei lá os três já estavam com o papo longe... Aí, fui enturmando aos poucos até declarar que o LINDO RUBI (Mary & Elkiardo França Editora) foi o primeiro livro dos meus filhos Pedro e Júlia quando tinham cerca de três, quatro anos. Dia desses, a Júlia (10 anos completos no último dia 22) andou fuçando na nossa estante e encontrou o livro: - Olha mãe!!! Achei o meu livro preferido!!!
Ah, contei aquela história e saí correndo para chorar. Estava distante dos meninos quase uma semana e dividi com eles desde pequenos um livro daqueles dois Gigantes que estavam do meu lado. Ah, CHOREI mesmo!!! Obrigado Mary. Obrigado Eliardo. Acima, o nosso LINDO RUBI gasto pelo gosto dos meninos. Um orgulho para nossa estante. Abaixo, nosso encontro naquela manhã - antes do choro!!!

Uma revista imperdível!!!

A revista Crescer, edição de junho, traz uma seleção imbatível dos 30 melhores livros infantis do ano, 10 sugestões de livros para bebês, uma entrevista muito bacana com Eva Furnari e uma reportagem especial sobre como fazer a nova geração gostar de ler. O site da revista só libera o acesso mediante cadastro, mas recomendo a aquisição na banca. Daí, você leva a revista na livraria e faz a sua escolha. Aproveitamos para divulgar o blog LER PARA CRESCER escrito pela editora da revista Cristiane Rogério que, entre outros textos bem legais, cita os Roedores de Livros!!! Valeu Cristiane. Sigamos em frente!!!

Haverá um tempo sem fronteiras...

Este é um “muito obrigado” público.
Há algumas semanas recebemos um e-mail simpaticíssimo da Sílvia Alves, uma autora de Portugal, querendo compartilhar vivências com os Roedores de Livros. Pouco tempo depois, chegou um envelope com um presente MARAVILHOSO: o livro COISAS DE MÃE, publicado pela Paulinas lusitana e ilustrado com muito carinho e talento por João Caetano. O livro chegou na véspera da nossa viagem ao Rio de Janeiro e só hoje pude deitar o olhar no livro.
Capa dura e papel couchet dão devida atenção ao canto da mãe que embalava a filha no começo da tarde numa vila que existia no tempo em que “a terra não pertencia a ninguém, não havia caminhos feitos, e todos podiam andar por todo lado”. O texto é delicioso. Exala cheiro de terra molhada. A mãe aumenta pontos e nós na tradicional história da formiga e da cigarra. As estações passam. O tempo passa... “Tudo se repete e se transforma... mas nada torna a ser igual!”. A menina espera pelo pai ausente. Tem medo dos lobos. Teme pela morte da mãe que a tudo isso responde com palavras mágicas com gosto de carinho. Ah, querida Sílvia, os Roedores de Livros dormem esta noite embalados pelo seu canto-acalanto. Obrigada pelo presente. Haverá, sim, um tempo sem fronteiras. Começamos a ponte. Que seu talento crie raízes em Portugal. Esperamos, famintos, pelos frutos.

segunda-feira, 4 de junho de 2007

Para os dias de silêncio da Juliana...

E aí, gente... cheguei repleta de novidades e liguei para a Juliana - aos novatos do Blog, nossa Contadora de Histórias (Mediadora de Leitura, para os mais eruditos) - e quem atendeu foi seu amado dizendo que desde esta manhã ela se encontrava em silêncio forçado (ele parecia aliviado ao dizer isso) devido a uma intervenção cirúrgica que deve deixá-la ainda mais tagarela... hehehe. Aí, pensei numa boa história de dentista e me veio logo à cabeça o delicioso Doutor De Soto, o Rato Dentista de William Steig (Global), integrante da Coleção Crianças Criativas.
O livro conta - com um humor refinado e ilustrações que a garotada vai adorar - a história do rato dentista que atende a toda bicharada, menos gatos e outrosanimais perigosos. Certo dia, viu-se na missão de atender ao senhor Raposo. Será que vai dar tudo certo? Seu Raposo não estaria tramando contra o Doutor De Soto e sua esposa? E eles não terão um plano para superar a esperteza do Sr. Raposo? Ah, não esperem ficar co dor de dente para conhecer esta história. E, Ju, trouxemos surpresas para você. Fique boa logo. E aproveite para colocar este livro no nosso Baú. Hatuna Matata!!!

P.S. Só lembrando que o autor e ilustrador William Steig é o criador do Shrek. Pois é. Antes de virar um Blockbuster, Shrek nasceu num livro infantil. Mas, devido as pressões do mercado - imagino - a edição da Companhia das Letrinhas encontra-se esgotada!!! Uma pena.
Não sei se já conversamos sobre isso antes, mas quando resenhamos uma obra, não temos o intuito de sermos críticos literários, com palavras complexas, usando da erudição para justificar a qualidade do texto e blá, blá, blás... Se você procura por isto, não encontrará aqui nas nossas dicas de livros. No início, copiávamos resenhas pinçadas da internet (sempre de livros que gostávamos muito). Depois, passamos a tentar escrever o que sentimos. Espero que nossas palavras despertem em todos o desejo de conhecer um pouco mais o livro em questão.

Isso tudo é para falar sobre um velho livro novo que descobrimos no Salão da FNLIJ: chama-se Ah! Mar (RHJ) e é o casamento genial do texto de Bartolomeu Campos de Queiroz com as imagens de André Neves. Não pense que é um livro infantil daqueles que a gente senta na livraria – repleta de crianças –, folheia rapidinho e já sai com a história na cabeça. De forma alguma!!! É um livro para se tomar em silêncio. Na praia, como uma taça gigante de sorvete num dia de verão. Deixe-o derreter e se desmanchar na boca. Sinta os sabores. Por fim, deixe que a matéria fique nos dedos, nos lábios e que até manche sua roupa. Certamente você levará consigo aquele sabor na memória. E aí, você guardará Bartolomeu e André para sempre no mundo da fantasia. E como diria o professor Bartolomeu (digo isso por que a cada encontro, ele nos ensina tanto...): a memória é sempre enganada pela fantasia. Por isso, desconfie da memória após a leitura de Ah! Mar. É capaz que, mesmo em Brasília – onde estamos agora – ou numa cidade qualquer do interior, você possa sentir o “perfume de maresia povoando o ar”.

O livro começa: “Longe do mar inventam-se oceanos”. A seguir, descreve os sentimentos de um menino do interior que, embora nunca tenha visto o mar, carregava-o consigo. Embora o tivesse em si, buscava-o ao alcance dos sentidos. André Neves conseguiu transformar as palavras de Bartolomeu em ilustrações magníficas. O menino é feito de mar. Conchas, peixes, ondas, barquinhos de papel, âncoras... povoam as páginas emprestando mais beleza ao livro – o que parecia impossível. Sim, conseguiram. Dois dias separaram o encontro dos dois no salão da FNLIJ. Mas em Ah! Mar, eles ultrapassam o conceito espaço-tempo. Estão eternamente juntos.

Um colherada do sorvete pra vocês: “Meu pai me mostrou uma fotografia dizendo ser um retrato do mar. Mas junto não veio o vento, não chegou o cheiro e menos ainda o canto. Não podiam ser o meu mar as águas aprisionadas em quadrado de papel. Meu mar não tinha margens e nem cabia dentro de mim. Ele era em liberdade, além do horizonte, e não suportava prisões.

Para finalizar, queria lembrar de outro livro delicioso, já resenhado por aqui. O BEIJO DA PALAVRINHA, de Mia Couto. O tema é parecido e as emoções são fortes. Velem à pena. Boas leituras!!! Até.

domingo, 3 de junho de 2007

Roedores de Livros e Nelly Novaes Coelho

Chegamos do Salão FNLIJ do Livro para Crianças e Jovens. Uma semana convivendo com os Gigantes. Uma semana aprendendo, descobrindo e cultivando amizades. Levando os Roedores de Livros para muito além dos limites da Ceilândia. Nestes dias, choramos, sorrimos, vivemos a literatura infantil.
Neste primeiro momento, busquei uma foto que resumisse tudo isso. Aqui está. Era quase meia noite e o papo se alongava no saguão do hotel. Ouvíamos, atentos, os saberes de Nelly Novaes Coelho (ao centro), a mãe da Literatura Infantil como a conhecemos hoje. Seus livros são obrigatórios para quem deseja mergulhar neste universo repleto de fantasias. Toda a teoria se origina ali, naqueles olhinhos felizes. Sua sabedoria, seu riso jovem, sua memória inabalável... tudo isso nos emocionou. Somos filhos de Nelly, como tantos outros presentes neste Salão. Naquela noite, ela nos pegou no colo, contou algumas histórias e nos fez sonhar com um mundo melhor. Pequenos, os Roedores de Livros podem dizer que na Terra de Gigantes há muito amor pelo livro e pelas crianças.
Por enquanto é só. Temos muito a contar. Mas faremos isso aos poucos. Agora, vou mergulhar no mundo dos sonhos. Certamente, depois de tanto faz de conta, encontraremos mais forças para tocar a realidade do nosso projeto. Beijos saudosos a todos os amigos do Salão. Aos amigos de Brasília, até breve. Amanhã teremos novas histórias para contar. That's all, folks.